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CCJ0034-WL-A-AMMA-07-Legislação Penal Especial - Crimes Hediondos- Lei 807290-01

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DIREITO PENAL IV
PROF.ª DANIELA DUQUE-ESTRADA
SEMANA 4. AULA 7.
Crimes contra a Administração Pública. 
Crimes Praticados por Particular. Parte I.
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de:
● Conhecer o plano de aula.
● Identificar, nos casos concretos apresentados, os crimes praticados por particular contra a Administração Pública por meio de seus elementos objetivos, subjetivos e normativos.
● Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados, de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os delitos praticados por particular contra a Administração Pública e os delitos contra a pessoa e contra o patrimônio.
● Diferenciar, nos casos concretos apresentados, os delitos de desacato, desobediência e resistência.
ESTRUTURA DE CONTEÚDO
Dos Crimes praticados por particular contra a Administração Pública: Figuras típicas. Usurpação de função pública. Resistência. Desobediência. Desacato.
I. Usurpação de função pública.
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
1.1. Análise da figura típica.
► A expressão “usurpar” compreende a conduta de exercício indevido, ou seja, a efetiva prática de ato específico de determinada função pública.
► Delito formal que se consuma no momento em que o agente pratica algum ato de ofício inerente ao exercício da função pública, independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à administração.
► Para a configuração do delito em exame é imprescindível a presença do funcionário público, ou seja, que este tome ciência da conduta desrespeitosa no momento de sua prática.
1.2. Questões relevantes: 
► Caso a conduta seja praticada, no mesmo contexto fático, contra mais de um funcionário público, será caracterizado crime único, haja vista o Estado figurar como sujeito passivo direto. (CAPEZ, Fernando. Op.cit. p.565)
► Agente que se encontra temporariamente suspenso de suas funções por força de ordem judicial: face ao princípio da especialidade sua conduta será incursa no tipo penal do art.359, do Código Penal.
► No caso de reiteração de condutas, o delito pode caracterizar-se como delito permanente. Neste sentido Rogério Sanches Cunha (Direito Penal. Parte Especial. 2.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p.408)
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
► agente que finge ser funcionário público, mas não pratica qualquer ato: neste caso, não há que se falar em usurpação de função pública, pois o agente não “usurpou” qualquer função. Desta forma, a conduta será prevista como contravenção penal. Neste sentido Rogério Greco (Código Penal Comentado. 6.ed. Niterói, RJ: Impetus, 2012, p.982). 
Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena - prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis
► Confronto entre o delito de usurpação de função pública e estelionato.
 Neste o agente induz ou mantém terceiro em erro para, fingindo-se de funcionário público, obter vantagem ilícita, bem como não pratica qualquer ato de ofício.
 Por outro lado, no caso de usurpação de função pública, caso o agente venha a auferir alguma vantagem ilícita, esta será decorrente do exercício indevido de função pública e restará caracterizada a figura qualificada prevista no parágrafo único do art. 328, do Código Penal.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
II. Resistência.
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
2.1. Análise da Figura Típica.
► Também denominada resistência ativa, na medida em que o agente opõe-se ao cumprimento de ato legal mediante o emprego de violência ou ameaça.
► A violência deve ser praticada durante a prática do ato legal com a finalidade de impedir sua execução. Caso seja praticada em momento anterior ou posterior à execução do referido ato legal, a conduta poderá configurar-se como outro delito, tal como lesão corporal (CAPEZ, Fernando CAPEZ. Curso de Direito Penal. v.3. 8.ed. São Paulo: Saraiva: 2010, p 545).
► Caso a violência seja praticada contra a coisa, não há que se falar no delito em exame, mas na figura típica de dano qualificado (art.163, parágrafo único, III, do Código Penal)
Art.163, Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: 
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
 2.2. Questões relevantes:
 ► Questiona a doutrina se a embriaguez excluiria o delito de resistência. O melhor entendimento é no sentido de que, salvo nos casos de embriaguez completa e oriunda de caso fortuito ou força maior, consoante dispõe o art.28, do Código Penal, não há que se cogitar da exclusão de culpabilidade do agente. O ponto nodal reside na caracterização da “seriedade” da conduta do agente.
Acerca do tema já decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, in verbis:
 
EMENTA:  ART. 329 DO CÓDIGO PENAL, ART. 21 DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS E ART. 28 DA LEI 11.343/06. DELITO DE RESISTÊNCIA. Devidamente comprovada a existência e autoria do delito de resistência, condenação é a única medida que se impõe ao caso em tela. Especial valoração de depoimento dos policias militares que, embora tenham sido qualificados como vítimas neste processo, tem especial valor, pois o referido delito tem como sujeito passivo o Estado, e não a pessoa dos policiais militares. Dolo configurado. O estado de embriaguez não impede a caracterização do crime, salvo se decorrente de caso fortuito ou força maior, o que não se evidencia nos autos. CONTRAVENÇÃO PENAL DE VIAS DE FATO. Comprovada a prática da contravenção penal pelo acusado. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. Afastado. Os delitos praticados em situação de violência doméstica contra a mulher não se coadunam com a insignificância penal, independentemente de sua gravidade. POSSE DE ENTORPECENTES. Inaplicabilidade do princípio da insignificância aos delitos relacionados a entorpecentes. A quantidade de entorpecente apreendida já presume ameaça a bem jurídico e constitui-se proteção a bem de titularidade difusa. Inexistência de abolitio criminis. Ocorrência de mero desencarceramento do usuário, com cominação de penas mais brandas de caráter educativo. Lesividade da conduta, que extrapola a esfera de discricionariedade do indivíduo de causar dano a si mesmo, para atingir à sociedade, configurando o dano à saúde pública. Adequada a aplicação das medidas de comparecimento a programa ou curso educativo. Incabível a pena de tratamento ambulatorial especializado, por não cominada. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Crime Nº 71002679215, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Relator: Laís Ethel Corrêa Pias, Julgado em 16/08/2010).
► Confronto com o delito de desobediência:
Caso o agente pratique a denominada resistência passiva, sem o emprego de violência ou ameaça, restará caracterizado o delito de desobediência, previsto no art.330, do Código Penal.
Por outro lado, no caso da prática de resistência ativa, a conduta será tipificada como incursa na figura da resistência sendo, desta forma, o delito de desobediência absorvido.
► A prática do delito de resistência em seguida ao delito de roubo: concurso de crimes?
1ª situação: a violência é empregada contra o agente públicoapós a consumação do roubo – neste caso haverá concurso de crimes entre a figura do roubo próprio (art.157, caput, CP)e o delito de resistência.
2ª situação: o agente subtrai a res e, em seguida, emprega violência ou grave ameaça contra policial a fim de evitar sua prisão em flagrante. Neste caso, a violência ou grave ameaça integram a figura típica do roubo impróprio (art.157, §1º, CP). (Neste sentido Fernando Capez, op. cit. p 549).
Ainda, assevera Guilherme de Souza Nucci que “a violência para assegurar a posse da coisa é uma, não se podendo confundir com a outra, usada para afastar o funcionário público do exercício de sua função, ainda que no mesmo contexto” (Material Didático, p. 1025)
III. Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
3.1. Análise da figura típica.
► Essencial para a caracterização do delito que haja o descumprimento de ordem legal por quem tem, diretamente, o dever legal de cumpri-la.
► Delito formal que se consuma no momento em que o agente desobedece ou infringe ordem legal endereçada diretamente a ele, independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à administração.
3.2. Questões relevantes.
► Desobediência e o princípio que veda a autoincriminação compulsória.
 A proteção contra a auto-incriminação compulsória encontra sua sede no inciso LXIII do art. 5º da CRF/88 e, mais expressamente, no artigo 8º, nº 2, alínea ‘g’, do Decreto 678/92 (Pacto de São José da Costa Rica).
	Trata-se de garantia muito relacionada ao princípio da proibição da prova ilícita e deriva-se do direito ao silêncio.
► Desobediência e sigilo médico.
 Nos casos em que o médico, sob o argumento de assegurar o direito à intimidade de seu paciente, consoante o Código de Ética Médica, negar-se a prestar informações solicitadas pelo Poder Judiciário, surge a controvérsia sobre a caracterização ou não do delito de desobediência. (Material Didático, p. 1030)
 Como nos demais casos de direito à intimidade, este não configura-se como absoluto, podendo, face à relevância das informações, por exemplo, para fins de comprovação de materialidade do delito, ser flexibilizado.
IV. Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
4.1. Análise da figura típica.
► Esta figura típica contempla como objetos materiais o funcionário público e sua honra. Significa dizer que a expressão “desacatar” compreende as condutas de menosprezar, desrespeitar ou humilhar o funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela (Material Didático, p. 1031)
► Delito formal que se consuma no momento em que o agente desacata o agente público, independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à administração.
4.2. Questões relevantes
► No caso de exaltação de ânimos restará caracterizado o delito de desacato?
 Questão controvertida na doutrina e jurisprudência tem como ponto nodal a exigência da seriedade da ofensa, ou seja, dolo de ultrajar ou desprestigiar a função pública exercida.
► Confronto entre os delitos de resistência e desacato
 “O desacato difere da resistência, já que nesta a violência ou ameaça direcionada a funcionário visa à não realização de ato de ofício, ao passo que, naquele eventual violência ou ameaça perpetrada contra funcionário público tem por finalidade desprestigiar a função por ele exercida” (CALHAU, Lélio Braga apud Greco, Rogério. Código Penal Comentado. 6.ed. Niterói, RJ: Impetus, 2012, p.986)
► Confronto com os delitos contra a Honra. 
 No caso dos delitos de difamação e injúria, estes serão absorvidos pelo delito de desacato. Por outro lado, no caso de calúnia, caso o desacato constitua uma calúnia, restará caracterizado o concurso formal imperfeito de crimes.

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