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CCJ0034-WL-C-AMMA-10-AV1

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DIREITO PENAL IV
Aula 10- Crimes contra a Administração da Justiça I
Tema da Apresentação
AULA 10. Crimes contra a Administração da Justiça I 
DIREITO PENAL IV
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de:
● Conhecer o plano de aula.
● Identificar os Crimes contra a Administração da Justiça.
● Diferenciar as figuras típicas de Favorecimento Pessoal e Favorecimento Real.
 
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ESTRUTURA DE CONTEÚDO.
Crimes contra a Administração da Justiça. Crimes de Favorecimento Pessoal. Favorecimento Real. Elementos do tipo. Consumação e tentativa. Principais distinções. Questões controvertidas.
 
 
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Favorecimento Pessoal.
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
1.1 Análise da Figura Típica.
► Tutela-se o regular funcionamento da Administração Justiça.
► O delito se consuma com a efetiva subtração do favorecido, ainda que momentânea ou provisória.
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► Requisitos: prática de crime anterior
 crime anterior apenado com reclusão
 ► Caso o crime anterior seja apenado com detenção, restará caracterizado o favorecimento pessoal privilegiado (§ 1º ).
 
► Para a configuração do delito é essencial que haja efetivo auxílio prestado por terceiro com vistas a beneficiar o autor do fato típico através da impossibilidade da atuação estatal.
 O auxílio é prestado ao criminoso (para sua fuga ou ocultação) e não ao crime, sob pena de configurar-se o delito de favorecimento real.
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► Configura-se como delito subsidiário, ou seja, para sua configuração é imprescindível a prática de delito anterior.
► O auxílio deve ser posterior à prática do delito pelo agente, caso contrário, restará caracterizado o concurso de pessoas em relação ao delito anterior na modalidade de participação.
►Configura-se como infração penal de menor potencial ofensivo, logo a competência para processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal (Lei n.9099/1995).
► Admite-se a suspensão condicional do processo, prevista no art.88, da Lei n.9099/1995.
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Sobre o tema, vide decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:
APELAÇÃO. ARTIGO 155, § 4º, IV, DO CÓDIGO PENAL. RECURSOS DEFENSIVOS PUGNANDO PELA ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. SUBSIDIARIAMENTE A SEGUNDA APELANTE PLEITEIA A DESCLASSIFICAÇÃO. Agentes que, mediante a abertura de cadeados, subtraíram R$ 26.000,00 de caixas e cofre de loja lotérica, no período noturno. Insuficiência probatória - O acervo probatório dos autos é apto e suficiente para escorar a sentença condenatória, não sendo cabível falar em precariedade probatória. 
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A empreitada criminosa foi gravada pelas câmeras de segurança do estabelecimento comercial, constatando-se a presença dos apelantes no local. Aplicação da Súmula 70 do TJ. Apelante Leodiane Favorecimento pessoal - A efetiva participação da requerente afasta qualquer possibilidade de desclassificação. O artigo 348, do CP, define a conduta daquele que, não sendo autor ou partícipe, presta auxílio, sempre posterior, ao criminoso. Circunstância não ocorrida na hipótese em testilha. Recursos conhecidos e desprovidos. (TJRJ, Apelação Crime n. 0047717-54.2010.8.19.0001 . Oitava Câmara Criminal. Des. Cláudio Tavares de O. Júnior, julgado em 17/10/2012).
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1.2. Questões relevantes.
► Alcance das escusas absolutórias
Para Luiz Regis Prado o § 2º do art.348, configura-se como causa excludente de culpabilidade e não escusa absolutória. (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro.v.3. 6.ed., pp 660).
Rogério Sanches Cunhas a reconhece como escusa absolutória a partir da interpretação extensiva do disposto no art.181, do Código Penal, ao considerar que o referido rol não é taxativo (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2.ed., pp 461)
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► Distinção entre favorecimento pessoal e facilitação de fuga de pessoa presa.
CP. Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
No delito de favorecimento pessoal o auxílio é prestado a agente que se encontre solto; já no delito previsto no art. 351, do Código Penal, a conduta configura-se como auxílio prestado a alguém preso para que este logre êxito na fuga.
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II. Favorecimento Real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
2.1 Análise da Figura Típica.
► A conduta caracteriza-se pela assistência dada ao autor do fato delitivo após a prática do crime com vistas a tornar seguro o proveito do crime.
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 Distinção entre o delito de favorecimento real e concurso de pessoas no delito antecedente.
► Para Fernando Capez:
 O tipo penal expressamente exige que o agente preste o auxílio ao criminoso fora dos casos de coautoria. Similarmente ao que ocorre no delito de favorecimento pessoal, é necessário que o agente não tenha sido coautor ou partícipe do crime. Faz-se também necessário que o auxílio ao criminoso tenha sido prestado após a consumação do delito. Se foi prestado ou prometido antes ou durante a execução do crime, o agente será considerado coparticipante do delito praticado (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. v.3.8.ed. pp, 703).
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CASO CONCRETO
Na madrugada de 05 de agosto de 2007, por volta das 3h, Roberto, dono de uma pizzaria delivery, ao fechar seu estabelecimento, juntamente com seus funcionários, foi abordado por Claudinei que, mediante o emprego de grave ameaça exercida com emprego arma de fogo, o obrigou a entregá-lo todo o dinheiro, bem como todos os cheques constantes no caixa da pizzaria. Finda a conduta, ainda com emprego de ameaça, Claudinei empreendeu fuga. Ato contínuo, após virar a esquina entrou em um carro conduzido por um agente, posteriormente identificado como Lelinho (fls.XY), e que ambos saíram do local calmamente como se nada tivesse ocorrido. 
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Entretanto, a mulher de Roberto, Silvana, que a tudo assistira de sua janela, pois o casal residia na sobreloja da pizzaria, telefonou para a Delegacia de Polícia narrando o ocorrido, tendo sido Claudinei e Lelinho presos emflagrante delito. Dos fatos narrados, os agentes restaram condenados às sanções incursas no artigo 157, § 2°, incisos I e II, do Código Penal. Inconformado com a decisão, Lelinho interpôs recurso de apelação com vistas à desclassificação do delito de roubo majorado para o delito de favorecimento real, sob o argumento de que sua participação fora de mera importância e voltada, exclusivamente, a auxiliar Claudinei em sua fuga..
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Sendo certo que, restou demonstrado no curso da ação penal que os agentes atuaram com unidade de desígnios acerca do delito de roubo mediante divisão de tarefas (fls. XX) responda de forma objetiva e fundamentada: deve o pleito defensivo ser provido? Ainda, diferencie o delito de favorecimento real e a(s) modalidade(s) de concurso de pessoas no delito antecedente.
Sobre o tema, vide trecho de decisão proferida pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em sede de apelação criminal, in verbis:
Outrossim, restando plenamente demonstrado que a segunda Apelante concorreu para o crime de roubo, não se cogita na espécie do crime de favorecimento real, eis que este pune a 
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do agente que presta auxílio a criminoso, destinado a tornar seguro o proveito do crime, excetuados os casos de co-autoria ou de participação no delito antecedente. (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Apelação Criminal n. 0024164-49.2009.8.19.0021, Segunda Câmara Criminal, Rel. Des. J. C. Murta Ribeiro, julgado em 14/09/2010).
2.2. Questões relevantes.
► Distinção entre favorecimento pessoal e receptação. 
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
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 O delito de favorecimento pessoal não se confunde com o delito de receptação, previsto no art.180, do Código Penal, pois neste o agente presta auxílio com vistas a proveito próprio ou alheio, que não o do autor do delito anterior e de natureza patrimonial.
► Em síntese: Ao delito de favorecimento real aplica-se o mesmo raciocínio do delito de favorecimento pessoal, qual seja: “ o autor destes delitos não pode ter concorrido para a prática do delito anterior, sob pena de incidência do disposto no art.29, do Código Penal, caracterizando-se, desta forma, o concurso de pessoas. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
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 Guardar a arma do crime não gera favorecimento real porque se trata de instrumento e não de produto do crime, 
podendo caracterizar-se a conduta como favorecimento pessoal.
 
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 Distinção entre os delitos de favorecimento pessoal e real.
► Para Fernando Capez no crime de favorecimento real, o visa a tornar seguro o proveito do crime, ao passo que, no pessoal, o agente visa assegurar a fuga, a ocultação do autor do crime anterior (CAPEZ, op cit. pp 703).
 
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CASO CONCRETO
Assinale a alternativa correta acerca dos delitos contra a Administração da Justiça:
no delito de favorecimento pessoal o agente visa tornar seguro o proveito do crime, podendo ser coautor ou copartícipe do delito antecedente.
b) no delito de favorecimento real o agente visa tornar seguro o proveito do crime, podendo ser coautor ou copartícipe do delito antecedente.
 
 
 
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c) no delito de favorecimento real o agente visa tornar seguro o proveito do crime, desde que não tenha atuado como coautor ou copartícipe do delito antecedente.
d) no delito de favorecimento pessoal o agente visa assegurar a fuga/ ocultação do agente do delito antecedente , podendo ser coautor ou copartícipe deste.
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