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CCJ0034-WL-D-AMMA-07-Legislação Penal Especial - Crimes Hediondos- Lei 807290-01

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DIREITO PENAL IV
Aula 7- Crimes contra a Administração Pública. 
Crimes Praticados por Particular. Parte I.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de:
● Conhecer o plano de aula.
● Identificar, nos casos concretos apresentados, os crimes
praticados por particular contra a Administração Pública por
meio de seus elementos objetivos, subjetivos e normativos.
● Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados,
de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre
os delitos praticados por particular contra a Administração
Pública e os delitos contra a pessoa e contra o patrimônio.
● Diferenciar, nos casos concretos apresentados, os delitos
de desacato, desobediência e resistência.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
ESTRUTURA DE CONTEÚDO.
Dos Crimes praticados por particular contra a Administração 
Pública.Figuras típicas. Usurpação de função pública. 
Resistência. Desobediência. Desacato.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
I. Usurpação de função pública.
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
1.1. Análise da figura típica.
► A expressão “usurpar” compreende a conduta de exercício
indevido, ou seja, a efetiva prática de ato específico de
determinada função pública.
► Delito formal que se consuma no momento em que o agente
pratica algum ato de ofício inerente ao exercício da função
pública, independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à
administração.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► Para a configuração do delito em exame é imprescindível a
presença do funcionário público, ou seja, que este tome
ciência da conduta desrespeitosa no momento de sua prática.
1.2. Questões relevantes:
► Caso a conduta seja praticada, no mesmo contexto fático,
contra mais de um funcionário público, será caracterizado
crime único, haja vista o Estado figurar como
sujeito passivo direto. (CAPEZ, Fernando.
Op.cit. p.565)
► Agente que se encontra temporariamente
suspenso de suas funções por força de ordem
judicial: face ao princípio da especialidade sua
conduta será incursa no tipo penal do
art.359, do Código Penal.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► No caso de reiteração de condutas, o delito pode
caracterizar-se como delito permanente. Neste sentido Rogério
Sanches Cunha (Direito Penal. Parte Especial. 2.ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2009, p.408)
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão
de direito
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► Agente que finge ser funcionário público, mas não pratica
qualquer ato: neste caso, não há que se falar em usurpação
de função pública, pois o agente não “usurpou” qualquer
função. Desta forma, a conduta será prevista como
contravenção penal. Neste sentido Rogério Greco (Código
Penal Comentado. 6.ed. Niterói, RJ: Impetus, 2012, p.982).
Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena - prisão simples, de um a três meses,
ou multa, de quinhentos mil réis
a três contos de réis
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Confronto entre o delito de usurpação de função
pública e estelionato.
Neste o agente induz ou mantém terceiro em erro para,
fingindo-se de funcionário público, obter vantagem ilícita. Neste
caso o agente não pratica qualquer ato de ofício.
Por outro lado, no caso de usurpação de função pública,
caso o agente venha a auferir alguma vantagem ilícita, esta será
decorrente do exercício indevido de função pública e restará
caracterizada a figura qualificada prevista no parágrafo único do
Art. 328, do Código Penal.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
II. Resistência.
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a
quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.
2.1. Análise da Figura Típica.
► Também denominada resistência ativa, na medida em que
o agente opõe-se ao cumprimento de ato legal mediante o
emprego de violência ou ameaça.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► A violência deve ser praticada durante a prática do ato legal
com a finalidade de impedir sua execução. Caso seja praticada
em momento anterior ou posterior à execução do referido ato
legal, a conduta poderá configurar-se como outro delito, tal como
lesão corporal (CAPEZ, Fernando CAPEZ. Curso de Direito
Penal. v.3. 8.ed. São Paulo: Saraiva: 2010, p 545).
► Caso a violência seja praticada contra a coisa, não há que se
falar no delito em exame, mas na figura típica de dano
qualificado (art.163, parágrafo único, III, do Código Penal)
Art.163, Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa
concessionária de serviços públicos ou sociedade de
economia mista;
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da
pena correspondente à violência.
2.2. Questões relevantes:
► Questiona a doutrina se a embriaguez excluiria o delito de
resistência. O melhor entendimento é no sentido de que, salvo
nos casos de embriaguez completa e oriunda de caso fortuito
ou força maior, consoante dispõe o art.28, do Código Penal,
não há que se cogitar da exclusão de culpabilidade do agente.
O ponto nodal reside na caracterização da “seriedade” da
conduta do agente.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
.Acerca do tema já decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça de
Minas Gerais, in verbis:
EMENTA: ART. 329 DO CÓDIGO PENAL, ART. 21 DA LEI
DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS E ART. 28 DA LEI 11.343/06.
DELITO DE RESISTÊNCIA. Devidamente comprovada a
existência e autoria do delito de resistência, condenação é a
única medida que se impõe ao caso em tela. Especial valoração
de depoimento dos policias militares que, embora tenham sido
qualificados como vítimas neste processo, tem especial valor,
pois o referido delito tem como sujeito passivo o Estado, e não a
pessoa dos policiais militares. Dolo configurado.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
CONTRAVENÇÃO PENAL DE VIAS DE FATO. Comprovada
a prática da contravenção penal pelo acusado. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. Afastado. Os delitos praticados em
situação de violência doméstica contra a mulher não se
coadunam com a insignificância penal, independentemente de
sua gravidade. POSSE DE ENTORPECENTES.
Inaplicabilidade do princípio da insignificância aos delitos
relacionados a entorpecentes. A quantidade de entorpecente
apreendida já presume ameaça a bem jurídico e constitui-se
proteção a bem de titularidade difusa. Inexistência de abolitio
criminis. Ocorrência de mero desencarceramento do usuário,
com cominação de penas mais brandas de caráter educativo.
Lesividade da conduta, que extrapola a esfera de
discricionariedade do indivíduo de causar dano a si mesmo,
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
O estado de embriaguez não impede a caracterização do
crime, salvo se decorrente de caso fortuitoou força maior,
o que não se evidencia nos autos. para atingir à sociedade,
configurando o dano à saúde pública. Adequada a aplicação
das medidas de comparecimento a programa ou curso
educativo. Incabível a pena de tratamento ambulatorial
especializado, por não cominada. RECURSO DESPROVIDO.
(Recurso Crime Nº 71002679215, Turma Recursal Criminal,
Turmas Recursais, Relator: Laís Ethel Corrêa Pias, Julgado
em 16/08/2010).
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► Confronto com o delito de desobediência:
Caso o agente pratique a denominada resistência
passiva, sem o emprego de violência ou ameaça, restará
caracterizado o delito de desobediência, previsto no art.330,
do Código Penal.
Por outro lado, no caso da prática de resistência ativa, a
conduta será tipificada como incursa na figura da resistência
sendo, desta forma, o delito de desobediência absorvido.
► A prática do delito de resistência em seguida ao delito de
roubo: concurso de crimes?
1ª situação: a violência é empregada contra o agente
público após a consumação do roubo – neste caso haverá
concurso de crimes entre a figura do roubo próprio (art.157,
caput, CP)e o delito de resistência.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
2ª situação: o agente subtrai a res e, em seguida, emprega
violência ou grave ameaça contra policial a fim de evitar sua
prisão em flagrante. Neste caso, a violência ou grave ameaça
integram a figura típica do roubo impróprio (art.157, §1º, CP).
(Neste sentido Fernando Capez, op. cit. p 549).
Ainda, assevera Guilherme de Souza Nucci que “a violência
para assegurar a posse da coisa é uma, não se podendo
confundir com a outra, usada para afastar o funcionário público
do exercício de sua função, ainda que no mesmo contexto”
(Material Didático, p. 1025)
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
III. Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
3.1. Análise da figura típica.
► Essencial para a caracterização do delito que haja o
descumprimento de ordem legal por quem tem, diretamente, o
dever legal de cumpri-la.
► Delito formal que se consuma no momento em
que o agente desobedece ou infringe ordem legal
endereçada diretamente a ele,
independentemente da ocorrência de efetivo
prejuízo à administração.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
3.2. Questões relevantes.
► Desobediência e o princípio que veda a
autoincriminação compulsória.
A proteção contra a auto-incriminação compulsória
encontra sua sede no inciso LXIII do art. 5º da CRF/88 e, mais
expressamente, no artigo 8º, nº 2, alínea ‘g’, do Decreto 678/92
(Pacto de São José da Costa Rica).
Trata-se de garantia muito relacionada ao princípio da
proibição da prova ilícita e deriva-se do direito ao silêncio.
► Desobediência e sigilo médico.
Nos casos em que o médico, sob o
argumento de assegurar o direito à intimidade de
seu paciente, consoante o Código de Ética Médica,
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
negar-se a prestar informações solicitadas pelo Poder Judiciário,
surge a controvérsia sobre a caracterização ou não do delito de
desobediência. (Material Didático, p. 1030).
Como nos demais casos de direito à intimidade, este não
configura-se como absoluto, podendo, face à relevância das
informações, por exemplo, para fins de comprovação de
materialidade do delito, ser flexibilizado.
IV. Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função
ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
4.1. Análise da figura típica.
► Esta figura típica contempla como objetos materiais o
funcionário público e sua honra. Significa dizer que a
expressão “desacatar” compreende as condutas de
menosprezar, desrespeitar ou humilhar o funcionário público
no exercício de sua função ou em razão dela (Material
Didático, p. 1031).
► Delito formal que se consuma no momento em que o
agente desacata o agente público, independentemente da
ocorrência de efetivo prejuízo à administração.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
4.2. Questões relevantes
► No caso de exaltação de ânimos restará caracterizado o
delito de desacato?
Questão controvertida na doutrina e jurisprudência
tem como ponto nodal a exigência da seriedade
da ofensa, ou seja, dolo de ultrajar ou
desprestigiar a função pública exercida.
AULA 7. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► Confronto entre os delitos de resistência e desacato
“O desacato difere da resistência, já que nesta a
violência ou ameaça direcionada a funcionário visa à não
realização de ato de ofício, ao passo que, naquele eventual
violência ou ameaça perpetrada contra funcionário público tem
por finalidade desprestigiar a função por ele exercida” (CALHAU,
Lélio Braga apud Greco, Rogério. Código Penal Comentado.
6.ed. Niterói, RJ: Impetus, 2012, p.986)
► Confronto com os delitos contra a Honra.
No caso dos delitos de difamação e injúria, estes serão
absorvidos pelo delito de desacato. Por outro lado, no caso de
calúnia, caso o desacato constitua uma calúnia, restará
caracterizado o concurso formal imperfeito de crimes.

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