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Asfalto (2)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB 
CENTRO DE TECNOLOGIA – CT 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I 
Prof. Belarmino B. Lira 
 
ASFALTO 
 
SUMÁRIO 
 
1.0 Origem do alfalto – O Petróleo...........................................................................3 
1.1 História do Petróleo.........................................................................................4 
1.2 Petróleo no Brasil.............................................................................................5 
1.3 Tecnologia de exploração 
1.3.1 Introdução.................................................................................................6 
1.3.2 Prospecção...............................................................................................6 
1.4 Tipos de petróleo.............................................................................................7 
 
2.0 Residuos e meio ambiente.................................................................................8 
 2.1 Reservas mundiais..........................................................................................9 
 
3.0 Refino do petróleo 
 3.1 História do refino no Brasil.............................................................................10 
 3.2 Refinação.......................................................................................................10 
 3.2.1 Esquema dos processos de refinação de derivados de petróleo............12 
 3.3 Distribuição....................................................................................................13 
 
4.0 O Asfalto 
 4.1 Definição.......................................................................................................13 
 4.2 Produtos aplicados a quente........................................................................14 
 4.3 Produtos aplicados a frio..............................................................................16 
 4.4 Produtos especiais para pavimentos............................................................17 
 
5.0 Normalização 
 5.1 Definição ......................................................................................................18 
 5.2 Algumas Normas referentes ao asfalto.........................................................19 
 5.3 Algumas normas para agregados segundo o DNIT......................................20 
 
6.0 Aplicações e especificações 
 6.1 Aplicações.....................................................................................................21 
 6.2 Especificações..............................................................................................22 
 
7.0 Bibliografia........................................................................................................23 
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1.0 ORIGEM DO ASFALTO – O PETRÓLEO 
 
 
O petróleo é considerado uma fonte de energia não renovável, de origem fóssil e é 
matéria prima da indústria petrolífera e petroquímica. O petróleo bruto possui em sua 
composição uma cadeia de hidrocarbonetos, cujas frações leves formam os gases e as 
frações pesadas o óleo cru. A distribuição destes percentuais de hidrocarbonetos é que 
define os diversos tipos de petróleo existentes no mundo. 
 
Na natureza quando encontrado está nos poros das rochas, chamadas de rochas 
reservatórios, cuja permeabilidade irá permitir a sua produção. Permeabilidade e 
porosidade são duas propriedades características de rochas sedimentares, motivo pelo 
qual as bacias sedimentares são os principais locais de ocorrência. Porosidade é uma 
característica física, definida como o percentual entre volume vazio e o volume total 
das rochas. Permeabilidade é a característica física relacionada com a 
intercomunicação entre os espaços vazios, e permite que ocorra a vazão de fluidos no 
meio poroso. Na natureza as rochas sedimentares são as mais porosas, e quando 
possuem permeabilidade elevada, formam o par ideal para a ocorrência de 
reservatórios de petróleo economicamente exploráveis. O Petróleo por possuir uma 
densidade média de 0,8 Kg/m3, inferior a das rochas que constituem o subsolo, tende a 
migrar para a superfície provocando os clássicos casos de exudações (os egípicios 
utilizaram esse óleo como fonte de energia, como remédio e matéria prima para os 
processos de embalsamento). Se no caminho para a superfície encontra uma estrutura 
impermeável (armadilha), que faça o seu confinamento e impeça a sua migração, 
acaba formando um reservatório de petróleo. Vale salientar que esse processo ocorre 
lentamente (alguns milhares de anos), e gota a gota. 
 
Essas armadilhas impermeáveis são estruturas de grande proporção, que podem ser 
anticlinais, falhas geológicas, derrame de basalto ou domos de sais, identificados por 
estudos sísmicos e geológicos, mas o mais importante é observar que devem existir 
várias camadas de solo, outro motivo pelo qual o petróleo é mais facilmente encontrado 
em bacias sedimentares. A origem do petróleo é bastante polêmica, existindo teorias 
orgânicas e inorgânicas. As mais curiosas delas são a da formação principalmente pela 
decomposição da matéria orgânica do plâncton marinho, sobretudo o remanescente 
das plantas marinhas (fitoplâncton transformado em sedimentos no momento da 
deposição), e a da inversão da atmosfera da terra originalmente composta por gás 
carbônico (CO2), que explicaria o volume de petróleo existente no subsolo da terra. 
 
Existem reservatórios de petróleo em diversas profundidades e os mais rasos (- 10 m 
que podem ser explorados por mineração) são os mais pastosos e com predominância 
na composição com hidrocarbonetos de cadeias carbônicas pesadas (graxas), e os 
mais leves em grandes profundidades (na faixa de - 2.500 m a - 5.000 m). 
 
O petróleo ocorre em muitas partes do mundo: extensos depósitos têm sido 
encontrados no golfo Pérsico, nos Estados Unidos, no Canadá, na Rússia (nos Urais e 
na Sibéria ocidental), na Líbia, no delta do rio Níger, na Venezuela, no golfo do México 
e no mar do Norte. 
 3 
 
O Petróleo existe na Terra nos estados sólido, líquido e gasoso — mas só o líquido tem 
merecido o direito ao uso do nome e o reconhecimento como grande benfeitor da 
humanidade (embora o gás já esteja ameaçando tomar-lhe a dianteira). Era conhecido 
e usado pelos povos mais antigos, sobretudo na forma de betume, que servia para 
muitas coisas, entre as quais construir estradas e calafetar embarcações. 
 
 
1.1 História do Petróleo 
 
A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, na Escócia, 
James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e do xisto 
betuminoso, e criou processos de refinação. Em agosto de 1859 o americano Edwin 
Laurentine Drake perfurou o primeiro poço para a procura do petróleo, na Pensilvânia. 
O poço revelou-se produtor e a data passou a ser considerada a do nascimento da 
moderna indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois mil 
barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 1863, e para dez 
milhões de barris em 1874. 
 
Até o final do século XIX, os Estados Unidos dominaram praticamente sozinhos o 
comércio mundial de petróleo, devido em grande parte à atuação do empresário John 
D. Rockefeller. A supremacia americana só era ameaçada, nas últimas décadas do 
século XIX, pela produção de óleo nas jazidas do Cáucaso, exploradas pelo grupo 
Nobel, com capital russo e sueco. Em 1901 uma área de poucos quilômetros 
quadrados na península de Apsheron, junto ao mar Cáspio, produziu 11,7 milhões de 
toneladas, no mesmo ano em que os Estados Unidos registravam uma produção de 9,5 
milhões de toneladas. O resto do mundo produziu, ao todo, 1,7 milhão de toneladas. 
 
Outra empresa, a Royal Dutch-Shell Group, de capital anglo-holandês e apoiada pelo 
governo britânico, expandiu-se rapidamente no início do século XX, e passou a 
controlar a maior parte das reservas conhecidas do Oriente Médio. Mais tarde,a 
empresa passou a investir na Califórnia e no México, e entrou na Venezuela. 
Paralelamente, companhias européias realizaram intensas pesquisas em todo o 
Oriente Médio, e a comprovação de que essa região dispunha de cerca de setenta por 
cento das reservas mundiais provocou uma reviravolta em todos os planos de 
exploração. 
A primeira guerra mundial pôs em evidência a importância estratégica do petróleo. Pela 
primeira vez foi usado o submarino com motor diesel, e o avião surgiu como nova 
arma. A transformação do petróleo em material de guerra e o uso generalizado de seus 
derivados -- era a época em que a indústria automobilística começava a ganhar corpo -
- fizeram com que o controle do suprimento se tornasse questão de interesse nacional. 
O governo americano passou a incentivar empresas do país a operarem no exterior. 
 
Em setembro de 1960, por iniciativa dos grandes produtores do Oriente Médio (Arábia 
Saudita, Irã, Iraque e Kuwait) e da Venezuela, foi fundada a Organização dos Países 
Exportadores de Petróleo (OPEP). Em 1973, após a quarta guerra entre árabes e 
israelenses, os países exportadores de petróleo decidiram tomar algumas medidas -- 
 4 
como reduzir quotas de produção, embargar exportações para os Estados Unidos e 
alguns países da Europa, triplicar os preços do óleo cru -- o que causou uma crise 
mundial e mostrou claramente o quanto o Ocidente dependia do petróleo dos países 
árabes. Desde então, os aumentos sucessivos de preços determinados pela OPEP 
levaram os países importadores a uma revisão de sua política energética, com controle 
rigoroso do consumo, utilização de fontes de energia alternativa e, quando possível, 
como no caso do Brasil, incremento da exploração de suas jazidas. 
 
 
1.2 Petróleo no Brasil 
 
A primeira referência à pesquisa do petróleo no Brasil remonta ao final do século XIX. 
Entre 1892 e 1896, Eugênio Ferreira de Camargo instalou por conta própria, em Bofete 
SP, uma sonda junto ao afloramento de uma rocha betuminosa. O furo atingiu mais de 
400m, mas o poço encontrou apenas água sulfurosa. Foi somente em janeiro de 1939 
que se revelou a existência de petróleo no solo brasileiro, no poço de Lobato BA, 
perfurado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão do governo federal. 
O poço de Lobato produziu 2.089 barris de óleo em 1940. 
 
Em outubro de 1953 instituiu-se o monopólio estatal da pesquisa, lavra, refinação, 
transporte e importação do óleo no Brasil, pela Petrobrás (Petróleo Brasileiro S.A.), sob 
a orientação e a fiscalização do Conselho Nacional de Petróleo (CNP). 
 
Na década de 1970, intensificou-se a exploração de bacias submersas. A identificação 
de petróleo na bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, duplicou as reservas 
brasileiras. Mais de vinte campos de pequeno e médio portes foram encontrados mais 
tarde no litoral do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Alagoas e Sergipe. Em 1981, 
pela primeira vez, a produção dos campos submarinos ultrapassou a dos campos em 
terra. No início da década de 1980, o Brasil era, depois dos Estados Unidos, o país que 
mais perfurava no mar, mas, no final do século, ainda precisava importar quase a 
metade do petróleo que consumia, apesar de suas reservas provadas de 
aproximadamente 3,8 bilhões de barris (0,2% das reservas internacionais). 
 
 
1.3 Tecnologia de exploração 
 
1.3.1 Introdução 
 
As características físicas e químicas do óleo cru, juntamente com a localização e a 
extensão das jazidas, são os principais fatores na determinação de seu valor como 
matéria-prima. O petróleo jaz oculto no fundo da terra, e nenhuma de suas 
propriedades físicas ou químicas permite detectá-lo com certeza da superfície. 
Técnicas geológicas, geofísicas e geoquímicas desenvolvidas para a exploração não 
fornecem prognósticos precisos sobre a existência de petróleo em determinada área e, 
quando muito, dão uma indicação de boas possibilidades de encontrá-lo. 
 
 5 
Até o início do século XX, a exploração consistiu em detectar indícios de petróleo na 
superfície terrestre. Perfuravam-se então poços em locais de exsudações e 
afloramentos, ou a sua volta. A prospecção científica desenvolveu-se no começo do 
século XX, quando os geólogos começaram a mapear as características terrestres 
indicadoras de sítios favoráveis à perfuração. 
 
1.3.2 Prospecção 
 
A partir da década de 1950, a pesquisa do petróleo começou a ser feita com técnicas 
geofísicas -- gravimétricas, magnetométricas e sísmicas -- que permitem mapear as 
estruturas de subsuperfície. O gravímetro é um instrumento sensível que mede as 
variações da força de gravidade provocadas, entre outros fatores, pelas diferenças de 
densidade das rochas. Rochas densas, quando próximas da superfície, aumentam a 
atração da gravidade, o que não ocorre com as rochas sedimentares, que são porosas. 
A técnica magnetométrica utiliza as variações do campo magnético da Terra, causadas 
pela existência de corpos magnéticos sob a superfície. As rochas plutônicas, que em 
geral contêm mais magnetita, aumentam as leituras do magnetômetro e, assim, pode-
se verificar a profundidade das rochas. 
 
Embora mais dispendiosos e complexos, os métodos sísmicos são mais precisos. 
Baseiam-se no fato de que ondas de choque provocadas por fontes artificiais de 
energia, descrevendo uma trajetória descendente, são refletidas ou refratadas pelas 
superfícies de contato entre as camadas. Ao retornarem à superfície, as ondas de 
choque são registradas por geofones (sensíveis aos ruídos subterrâneos), localizados 
em diferentes pontos das linhas que irradiam da fonte de energia. De acordo com o 
princípio de refração, as ondas de choque que atingem a superfície de contato 
("horizonte") com pequeno grau de inclinação podem ser contidas e prosseguem ao 
longo da camada. Se a camada de rocha for particularmente densa, as ondas não 
serão completamente amortecidas e poderão ser observadas a vários quilômetros da 
fonte de energia. 
 
 
Métodos geoquímicos de superfície são utilizados na tentativa de descobrir a presença 
de acumulações de hidrocarbonetos em subsuperfície. Nesses métodos se usam 
análises geoquímicas a fim de detectar a presença de anomalias de hidrocarbonetos 
gasosos no solo, na água ou no ar. Também podem ser empregadas análises do solo a 
fim de localizar concentrações de bactérias que se alimentam de hidrocarbonetos 
gasosos provenientes das jazidas da profundidade. 
 
Apesar dessas modernas técnicas de exploração, o único meio de se ter certeza 
absoluta da existência de petróleo ainda é a perfuração. Por economia de tempo e de 
capital, costuma-se perfurar primeiro um poço para colher informações. Análises de 
fragmentos das rochas colhidas revelam características físicas e químicas e são 
examinados por paleontólogos, que estabelecem a correlação entre os horizontes 
geológicos, mediante a análise de microfósseis. 
 
1.4 Tipos de Petróleo 
 6 
 
O petróleo consiste basicamente em compostos de apenas dois elementos que, no 
entanto, formam grande variedade de complexas estruturas moleculares. 
Independentemente das variações físicas ou químicas, quase todos os petróleos 
variam de 82 a 87% de carbono em peso e 12 a 15% de hidrogênio. Os asfaltos mais 
viscosos geralmente variam de 80 a 85% de carbono e de 8 a 15% de hidrogênio. 
 
O óleo cru pode ser agrupado em três séries químicas básicas: parafínicas, naftênicas 
e aromáticas. A maioria dos óleos crus compõe-se de misturas dessas três séries em 
proporções variáveis, e amostras de petróleo retiradas de dois diferentes reservatórios 
não serão completamente idênticas. 
 
As séries parafínicas de hidrocarbonetos, também chamadas de série metano (CH4), 
compreendem os hidrocarbonetos mais comuns entre os óleos crus. É uma série 
saturada de cadeia aberta com a fórmula geral CnH2n+2, na qual C é o carbono, H é o 
hidrogênio e n um número inteiro. As parafinas, líquidas a temperatura normal e que 
entram em ebulição entre 40o e 200o C, são os constituintes principaisda gasolina. Os 
resíduos obtidos pelo refino de parafinas de baixa densidade são ceras parafínicas 
plásticas e sólidas. 
 
A série naftênica, que tem fórmula geral CnH2n, é uma série cíclica saturada. Constitui 
uma parte importante de todos os produtos líquidos de refinaria, mas forma também a 
maioria dos resíduos complexos das faixas de pontos de ebulição mais elevados. Por 
essa razão, a série é geralmente de maior densidade. O resíduo do processo de refino 
é um asfalto, e os petróleos nos quais essa série predomina são chamados óleos de 
base asfáltica. 
 
A série aromática, de fórmula geral CnH2n-6, é uma série cíclica não-saturada. Seu 
membro mais comum, o benzeno (C6H6), está presente em todos os óleos crus, mas 
como uma série os aromáticos geralmente constituem somente uma pequena 
porcentagem da maioria dos óleos. 
 
Além desse número praticamente infinito de hidrocarbonetos que formam o óleo cru, 
geralmente estão presentes enxofre, nitrogênio e oxigênio em quantidades pequenas 
mas muito importantes. Muitos elementos metálicos são encontrados no óleo cru, 
inclusive a maioria daqueles encontrados na água do mar, como vanádio e níquel. O 
óleo cru pode também conter pequenas quantidades de restos de material orgânico, 
como fragmentos de esqueletos silicosos, madeira, esporos, resina, carvão e vários 
outros remanescentes de vida pretérita. 
 
 
2.0 RESIDUOS E MEIO AMBIENTE 
 
O primeiro impacto da exploração do petróleo, ocorre quando do estudo sísmico. Esse 
estudo permite a identificação de estruturas do subsolo, e seu princípio tem como base 
à velocidade de propagação do som e suas reflexões nas diversas camadas do 
subsolo. Em terra os dados sísmicos são coletados por meio de uma rede de 
 7 
microfones no solo, que receberão o retorno das ondas sonoras provocadas por 
explosões efetuadas na superfície. São abertas trilhas para a colocação dos 
microfones, instalados acampamentos e provocadas explosões para a emissão das 
ondas sonoras. No caso do mar, essas explosões são efetuadas em navios com 
canhões de ar comprimido, com o arraste de microfones na superfície da água. 
 
Junto com toda a produção de petróleo, existe uma produção de água, cuja quantidade 
dependerá das características dos mecanismos naturais ou artificiais de produção, e 
das características de composição das rochas reservatórios.Essa água produzida da 
rocha reservatório, é identificada pela sua salinidade e composição destes sais, 
normalmente sais de magnésio e estrôncio. 
 
Para manter as condições de pressão na rocha reservatório (fundamentais para a 
migração do petróleo para os poços, pode ser efetuada uma operação de injeção de 
água nas camadas inferiores da rocha reservatório, e ou gás nas camadas superiores). 
Para impedir a precipitação de sais nos poros das rochas no subsolo, muitas vezes são 
utilizados produtos químicos que são injetados no subsolo, o que implica na existência 
destes produtos nas localidades de produção, e seus cuidados relativos a sua 
presença no meio ambiente. Cuidados especiais devem ser tomados com o descarte 
destas águas produzidas. 
 
Durante a perfuração de poços de petróleo, usa-se um fluído de perfuração, cuja 
composição química induz a comportamentos físico químicos desejados, para permitir 
um equilíbrio entre as pressões das formações e a pressão dentro dos poços. Esse 
equilíbrio é fundamental impedindo que o fluído de perfuração invada a formação de 
petróleo danificando a capacidade produtiva do poço, bem como impedir que o 
reservatório de petróleo possa produzir de forma descontrolada para dentro do poço, 
provocando o que é chamado de kick de óleo ou gás. Para o controle destes fluídos de 
perfuração são usados aditivos a lama de perfuração, normalmente baritina e outras 
argilas. É de fundamental importância que esses fluídos e produtos sejam devidamente 
armazenados e manipulados, evitando com isso um impacto ecológico localizado. 
 
Também para análise das formações atravessadas pelo poço perfurado, utliza-se 
ferramentas de perfilagem radioativas e todo o cuidado tanto com os fluídos utilizados 
para amortecimento dos poços como com a manipulação, transporte e armazenagem 
dessas ferramentas, deve ser tomado. 
 
Das operações de tratamento do petróleo resultam resíduos oleosos que, mesmo em 
pequenas quantidades, recebem cuidados. Inovações tecnológicas vem permitindo a 
reutilização de efluentes líquidos resultantes das operações de produção. 
 
Os cuidados no refino, são muito importantes. As refinarias tem desenvolvido sistemas 
de tratamento para todos os efluentes. 
 
Chaminés, filtros e outros dispositivos evitam a emissão de gases, vapores e poeiras 
para a atmosfera; unidades de recuperação retiram o enxofre dos gases, cuja queima 
produziria dióxido de enxofre, um dos principais poluentes dos centros urbanos. 
 8 
 
Os despejos líquidos são tratados por meio de processos físico-químicos e biológicos. 
Além de minimizar a geração de resíduos sólidos, as refinarias realizam coleta seletiva, 
que permite a reciclagem para utilização própria ou a venda a terceiros. 
 
O resíduo não-reciclado é tratado em unidades de recuperação de óleo e de 
biodegradação natural, onde micoorganismos dos solos degradam os resíduos 
oleosos.Outros resíduos sólidos são enclausurados em aterros industriais 
constantemente controlados e monitorados. 
 
As refinarias vem sendo renovadas para processar petróleos brasileiros com baixo teor 
de enxofre, que dão origem a combustíveis menos poluentes. 
 
2.1 Reservas mundiais 
 
Embora os derivados do petróleo sejam consumidos no mundo inteiro, o óleo cru só é 
produzido comercialmente num número relativamente diminuto de lugares, e muitas 
vezes em áreas de deserto, pântanos e plataformas submarinas. O volume total de 
petróleo ainda não descoberto em terra e na plataforma continental é desconhecido, 
mas a indústria petrolífera desenvolveu o conceito de "reserva provada" para designar 
o volume de óleo e gás que se sabe existir e cuja extração é compensadora, 
considerados os custos e os métodos conhecidos. 
 
Conforme relatório das Nações Unidas (Ocean Oil Weekly Report, de 7 de fevereiro de 
1994), que toma como base a produção média de 1991, o estoque mundial de óleo 
estaria esgotado em 75 anos. Das reservas atuais, 65% estão no Oriente Médio. 
Segundo o relatório, o volume de óleo remanescente na Terra é de 1,65 trilhões de 
barris, constituídos de 976,5 bilhões de barris de óleo de reserva provada e de 674 
bilhões de barris de óleo. (O barril, medida habitual dos óleos, contém 159 litros. A 
densidade do petróleo é variável, com valor médio de 0,81, o que significa 129 quilos 
por barril. Um metro cúbico contém 6,3 barris, e uma tonelada, 7,5 barris). 
 
 
3.0 REFINO DO PETRÓLEO 
 
3.1 História do refino no Brasil 
 
O refino de petróleo no Brasil começou em 1932, ao ser instalada a Destilaria Sul-
Riograndense em Uruguaiana RS, com capacidade de 25m3. Em 1936 inauguraram-se 
duas outras refinarias: a de São Paulo, com capacidade de oitenta metros cúbicos, e a 
de Rio Grande RS, capaz de produzir o dobro. Em 1959, o CNP instalou em Mataripe 
BA a Refinaria Nacional de Petróleo, mais tarde denominada Refinaria Landulfo Alves. 
 
Na década de 1990 a Petrobrás contava com uma fábrica de asfalto, em Fortaleza CE, 
e dez refinarias: Refinaria de Manaus (Reman); de Paulínia (Repkan); Presidente 
Bernardes (RPBC); Henrique Lage (Revap); Presidente Getúlio Vargas (Repar); Alberto 
Pasqualini (Refap); Duque de Caxias (Reduc); Gabriel Passos (Regap); Landulfo Alves 
 9 
(RLAM); e Capuava (Recap). Em meados da década de 1990, o Brasil produzia cerca 
de 750.000 barris de petróleo por dia, com a possibilidade de aumento gradativo desse 
número, com a exploração de campos gigantes da bacia de Campos. 
 
3.2 Refinação 
 
 A função das refinarias consiste em dividir o óleo cru em frações (grupos) delimitadas 
pelo ponto de ebulição de seus componentes, e em seguida reduzir essas fraçõesa 
seus diversos produtos. Quando possível, os processos de refinação são adaptados à 
demanda dos consumidores. 
 
Na refinaria, o óleo cru e os produtos semifinais e finais são continuamente aquecidos, 
resfriados, postos em contato com matérias não-orgânicas, vaporizados, condensados, 
agitados, destilados sob pressão e submetidos à polimerização (união de várias 
moléculas idênticas para formar uma nova molécula mais pesada) sem intervenção 
humana. 
 
 Os processos de refino podem ser divididos em três classes: separação física, 
alteração química e purificação. 
 
Separação física 
 
A destilação, a extração de solventes, a cristalização por resfriamento, a filtração e a 
absorção estão compreendidas nos processos de separação física. A destilação é 
realizada em estruturas altas e cilíndricas chamadas torres. Depois de bombeado para 
os tubos de um alambique, onde é aquecido até vaporizar-se (exceto em sua porção 
mais pesada), o óleo cru é dispersado para uma coluna de destilação de um 
vaporizador localizado acima da base. Um gradiente térmico é estabelecido através da 
torre, de tal modo que a temperatura é mais alta na base e mais baixa no topo. Os 
vapores ascendentes condensam-se à medida que sobem pela torre, e os líquidos 
condensados juntam-se a espaços predeterminados, de onde são recolhidos. 
 
Os componentes cujo ponto de ebulição é semelhante ao da gasolina condensam-se 
quase no topo da torre; o querosene, logo abaixo; o óleo diesel, no meio da coluna; o 
resíduo, na base. Cada um desses fluxos passa então a novo estágio de 
processamento. Por redestilação a vácuo, o resíduo é dividido em óleos lubrificantes 
leves ou pesados e em combustível residual ou material asfáltico. 
 
Alteração química 
 
 Os processos dessa classe de refino podem ter um dos seguintes objetivos: 
decompor, ou craquear (do inglês to crack, quebrar), grandes moléculas de 
hidrocarbonetos em outras menores; polimerizar ou unir pequenas moléculas de uma 
substância para formar outras maiores; e reorganizar a estrutura molecular. O 
craqueamento do óleo cru é historicamente o mais importante. No século XIX era 
utilizado para duplicar a quantidade de querosene que se extraía do petróleo. Com o 
advento do automóvel, aumentou a demanda da gasolina, e o craqueamento passou a 
 10 
ser usado como meio de elevar a produção desse combustível. Pelo processo de 
Burton, aquece-se a matéria-prima a cerca de 500o C sob pressão e obtém-se 
gasolina. Descobriu-se depois que a gasolina assim obtida era de melhor qualidade. A 
seguir foi descoberto o craqueamento catalítico, pelo qual catalisadores como a 
alumina, a bentonita e a sílica facilitam o rompimento das moléculas. 
 
 
3.2.1 Esquema dos processos de refinação de derivados de petróleo 
 
 
 
 
A polimerização é o contrário do craqueamento. Consiste na combinação de moléculas 
menores em moléculas de hidrocarbonetos mais pesados, visando sobretudo à 
obtenção de gasolina. O primeiro processo de polimerização utilizava como matérias-
primas hidrocarbonetos gasosos não-saturados, principalmente o propileno e o 
butileno. Outro processo de polimerização, a alquilação, combina essas duas matérias-
 11 
primas com o isobutano, hidrocarboneto gasoso saturado. A alquilação contribuiu 
grandemente para a produção de gasolina para aviação. 
 
O terceiro tipo de processo químico é aquele que altera a estrutura das moléculas de 
hidrocarbonetos, a fim de aumentar o poder de combustão do produto. Em meados do 
século XX, as pesquisas orientaram-se, principalmente nos Estados Unidos, para 
apurar a qualidade da gasolina, o que foi conseguido não só com o desenvolvimento de 
novos processos de refinação, mas também com a introdução de um aditivo, o chumbo 
tetraetila. Mais tarde, porém, os compostos de chumbo foram retirados da mistura em 
muitos países por serem altamente poluentes. 
 
Purificação 
 
 A terceira classe de processos de refinação compreende aqueles que purificam os 
produtos. Há no óleo cru muitos elementos não hidrocarbonados, principalmente 
enxofre, que lhe conferem propriedades indesejáveis. Vários processos foram criados 
para neutralizá-los ou removê-los. Por meio da hidrogenação -- processo desenvolvido 
por técnicos alemães para a transformação do carvão em gasolina -- as frações do 
petróleo são submetidas a altas pressões de hidrogênio e a temperaturas entre 26o e 
538o C, em presença de catalisadores. 
 
 
3.3 Distribuição 
 
 A maioria dos produtos derivados do petróleo é constituída de líquidos, na maior parte 
das condições estáveis, que podem ser acondicionados em tanques e bombeados de 
um lugar para outro. Os produtos que apresentam maiores dificuldades de manuseio 
são os que se encontram nas extremidades da escala de ponto de ebulição: gases, 
graxas, combustíveis pesados, parafinas e asfaltos. 
 
O gás liquefeito de petróleo (GLP) tem de ser armazenado e transportado sob pressão 
e normalmente distribuído ao consumidor em cilindros. Graxas e alguns óleos 
lubrificantes são acondicionados em barris e latas. Combustíveis pesados e asfaltos, 
que se solidificam à temperatura ambiente, têm de ser armazenados e distribuídos em 
recipientes aquecidos ou isolados. 
 
 
4.0 O ASFALTO 
 
4.1 Definição 
 
Definimos asfalto como sendo um produto orgânico composto por hidrocarbonetos 
pesados, fuel oil, graxas, carvão e petrolato, oriundos de resíduos da destilação 
fracionada do petróleo. Encontrado livre na natureza, em afloramentos naturais, como 
por exemplo, o "Asfalto de Trinidad" (obtido no lago de mesmo nome), puros ou 
misturados em minerais e outras substâncias; ou ainda, impregnado em estruturas 
porosas denominadas de rochas asfálticas. Genericamente, podemos dizer tratar-se de 
 12 
material composto de hidrocarbonetos não voláteis, possuidor de uma elevada massa 
molecular com propriedades que variam dependendo da origem do petróleo e do 
processo de sua obtenção. No Brasil, o principal processo para refino é da destilação a 
vácuo e, em menor proporção, o de desfaltação por solvente. É do resíduo desses dois 
processos que se obtém o C.A.P. (Cimento Asfáltico de Petróleo) tendo como 
característica física se encontrar no estado semi-sólido ou sólido (dependendo da 
temperatura ambiente), com cor variando do negro até o pardo. Trata-se de material 
termosensível e viscoelástico totalmente isento de impurezas, solúvel em bissulfeto e 
tetracloreto de carbono, possuidor de propriedades aglutinantes e impermeabilizantes 
com características de flexibilidade, durabilidade e alta resistência à ação da maioria 
dos ácidos, sais e alcalis. 
 
Asfaltos são materiais aglutinantes, de cor escura, sólidos, semi-sólidos ou líquidos 
obtidos por um processo de destilação. A Petrobras comercializa estes através de 
distribuidoras e uma margem pequena para clientes finais. Os produtos asfálticos são: 
 
 
1. Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP): uso direto na construção de revestimentos 
asfálticos. 
 
2. Asfaltos Diluídos de Petróleo (ADP): também conhecido como asfaltos recortados ou 
"cut-backs". 
 
3. Agente Rejuvenecedor: regenera o asfalto envelhecido e oxidado. 
 
4. Emulsão Recicladora: permite reciclar até 100% das misturas envelhecidas fresadas. 
 
5. Agente Antipó: aplicado em vias não pavimentadas, serve como impermeabilizante. 
 
6. Tapa Buracos: ideal para reparo de pavimentos asfálticos no caso de pequenas 
obras urbanas de água, gás, esgoto e eletricidade. 
 
7. Sela Trincas: preenche e impermeabiliza o vazio das trincas, evitando a entrada de 
água para o interior do asfalto. 
 
 
4.2 Produtos aplicados a quente 
 
Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAPs) 
Em suas aplicações, o CAP deve ser homogêneo e estar livre de água, e para que sua 
utilização seja adequada, recomenda-se o conhecimento prévio da curva de 
viscosidade/temperatura. 
 
O CAP é aplicado em misturas a quente, tais como pré-misturados, areia-asfalto e 
concreto asfáltico; recomenda-se o uso dos tipos 20 e 40, bemcomo os do tipo 30/45, 
50/60 e 85/100, com teor de asfalto de acordo com o projeto respectivo. 
 13 
O cimento asfáltico pode ser encontrado em diversos graus de viscosidade e 
penetração, de acordo com sua consistência. Os CAP's que são produzidos e 
comercializados no Brasil seguem a classificação por penetração e viscosidade. 
RLAM (Bahia) / ASFOR (Ceará): Classificação por penetração 
 
CAP 
30/45 
CAP 
50/60 
CAP 85/100 
 
 
Penetração (100g, 5s, 25º) 30 a 45 50 a 60 85 a 100 
 
 
 
Demais refinarias: Classificação por viscosidade 
 
CAP-7 CAP-20 CAP-40 
 
 
Viscosidade a 60ºC (Poise) 700 a 
1500 
2000 a 
3500 
4000 a 
8000 
 
 
 
 
Agente melhorador de adesividade CAP-DOP 
O agente melhorador de adesividade CAP-DOP é um composto orgânico tensoativo 
derivado do óleo de xisto. Adicionado ao CAP em misturas asfálticas, ele tem a função 
de conferir a aderência do ligante às superfícies dos agregados que, por características 
mineralógicas, tenham deficiência de adesividade, além de permitir uma durabilidade 
maior da massa asfáltica devido à sua maior resitência à desagregação. O objetivo é 
garantir melhor desempenho do pavimento. 
 
Cap Fix 
Cimento asfáltico de petróleo aditivado com um composto tensoativo melhorador de 
adesividade derivado do óleo de xisto. Proporciona a aderência do ligante a todo tipo 
de agregado mineral, mesmo àqueles que por características mineralógicas poderiam 
apresentar problemas de adesividade. 
O CAPFIX obedece às mesmas especificações dos CAPs originais com relação às 
demais características. Sua utilização é recomendada para os mesmos serviços que o 
ligante convencional, ou seja, misturas a quente, pré-misturado a quente (PMQ), areia 
 
 Características do CAP-DOP 
 
 
 Ensaio Resultado 
 
 
 Aparência visual (aspecto a 25°C) Líquido e sem grupos 
 
 
 PT de fulgor (°C) > 150 
 
 
 Viscosidade a 40°C (sSF) 85 
 
 
 Densidade a 25°C (g/cm3) 0,97 a 1,03 
 
 
 Adesividade (teste de fervura por um minuto) Cobertura > 90% 
 
 14 
asfalto e concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) e tratamentos superficiais por 
penetração direta ou invertida. 
Este CAP permite uma durabilidade maior do pavimento devido a sua maior resistência 
à desagregação; possibilita o uso de agregados de má adesividade; e dispensa o uso 
de agentes de adesividade, eliminando sua adição no canteiro de obras. 
CAP Plus 102 
 Asfalto modificado por uma substância natural hidrocarbonada, composto 
principalmente por asfaltenos e resinas com alto grau de aromaticidade. 
 
Características 
 
Ensaios Métodos de Ensaio 
 
 
Ponto de fulgor, ºC MB 50 ou ASTM D 92 
 
 
Penetração a 25ºC, 100g, 5s, dmm MB 107 ou ASTM D 5 
 
 
Viscosidade a 60ºC, P MB 827 ou ASTM D 2171 
 
Viscosidade Brookfield a 135ºC, cP ASTM D 4402 
 
 
Ponto de amolecimento, ºC MB 164 ou ASTM D 36 
 
 
Efeito do calor e ar: MB 425 ou ASTM D 1754 
Perda em massa, % p/p 
 
 
Dutilidade a 25ºC, cm MB 167 ou ASTM D 113 
 
 
Relação viscosidade a 60ºC após / antes do efeito do calor 
e ar (1) 
MB 827 ou ASTM D 2171 
 
A utilização deste CAP reduz a formação de trilha da faixa de rodagem, melhora a 
adesividade ligante-agregado, reduz a susceptibilidade térmica e dá maior resistência 
às cargas. Estas melhorias não alteram, porém, a vida de fadiga. 
 
Asfalto-borracha 
 
O Asfalto-borracha é um asfalto modificado por borracha moída de pneus. Além de ser 
uma forma nobre de dar destino aos pneus inservíveis, resolvendo um grande 
problema ecológico, o uso de borracha moída de pneus no asfalto melhora em muito as 
propriedades e o desempenho do revestimento asfáltico. 
 
 
4.3 Produtos aplicados a frio 
 
Emulsões asfálticas (EMA) 
 
Emulsão é definida como uma mistura heterogênea de dois ou mais líquidos, os quais 
normalmente não se dissolvem um no outro, mas, quando são mantidos em suspensão 
 15 
por agitação ou, mais freqüentemente, por pequenas quantidades de substâncias 
conhecidas como emulsificantes, formam uma mistura estável. 
Emulsões asfálticas são dispersões de cimento asfáltico (CAP) em fase aquosa 
estabilizada com tensoativos. O tempo de ruptura depende, dentre outros fatores, da 
quantidade e do tipo do agente emulsificante e a viscosidade depende principalmente 
da qualidade do ligante residual. A quantidade de asfalto pode variar entre 60 a 70%. 
 
Asfaltos Diluídos de Petróleo (ADPs) 
 
Os asfaltos diluídos de petróleo (ADP) são produzidos a partir do CAP e diluentes 
adequados. São utilizados em pavimentação por penetração e aplicados em 
temperaturas mais baixas que as usualmente empregadas quando se usa CAP. 
Serviços típicos que utilizam ADP são macadames betuminosos, os tratamentos 
superficiais e alguns pré-misturados a frio, além da imprimação impermeabilizante. 
 
São classificados pelo Departamento Nacional de Combustível (DNC) de acordo com a 
velocidade de cura em três categorias: cura rápida, cura média e cura lenta, sendo que 
os ADPs desta última categoria não são produzidos no Brasil. Quanto à viscosidade, 
são subdivididos de acordo com as seguintes faixas: 
 
Asfaltos diluídos de cura rápida 
 
Viscosidade Cinemática 
a 60ºC, cSt 
 
Penetração no Resíduo, 0,1mm
 
 
CR-30 
 
30-60 
 
80-120 
 
 
CR-70 
 
70-140 
 
80-120 
 
 
CR-250 
 
250-500 
 
80-120 
 
 
CR-800 
 
800-1600 
 
80-120 
 
 
CR-3000 
 
3000-6000 
 
80-120 
 
Asfaltos diluídos de cura média 
 
Viscosidade Cinemática 
a 60ºC, cSt 
 
Penetração no Resíduo, 0,1mm
 
 
CR-30 
 
30-60 150-250 
 
 
CR-70 70-140 150-250 
 
 
CR-250 
 
250-500 
 
150-250 
 
 
CR-800 
 
800-1600 
 
150-250 
 
 
CR-3000 
 
3000-6000 
 
150-250 
 
 
4.4 Produtos especiais para pavimento 
 
Agente anti-pó 
 16 
O agente Antipó é um derivado de óleo de xisto com frações de material asfáltico, que 
adere firmemente ao solo formando uma camada impermeável. Indicado para vias não 
pavimentadas com baixo tráfego, em vários tipos de solo, o produto permite a 
eliminação de poeira, proveniente do deslocamento dos veículos, além de prevenir a 
ocorrência de lama e os danos provocados ao leito das vias em dias chuvosos. 
 
Antipó é sinônimo de desenvolvimento para os bairros periféricos, aparecendo como 
uma alternativa economicamente viável frente ao elevado custo da pavimentação 
asfáltica. Com a sua aplicação, a prefeitura reduz significativamente a manutenção das 
ruas não pavimentadas oferecendo à população maior dignidade. 
 
A aplicação é rápida, o produto tem boa durabilidade. É possível liberar o tráfego 
quatro horas após a aplicação do produto. Há que se ressaltar que a durabilidade deste 
revestimento depende diretamente do volume de tráfego e das condições da superfície 
a ser tratada e da qualidade da aplicação. 
Elastron 
Sistema de elastômero de poliuretano e asfalto para impermeabilização, revestimentos 
industriais, pisos e diversas outras aplicações. O sistema é constituído por dois 
componentes misturados e aplicados a frio: o PREMIX e o ATIVADOR. Um primer, 
aplicado antes do sistema Elastron, pode ser utilizado como agente de adesividade, o 
que garante uma excelente aderência aos mais diversos substratos. Apresentado em 
duas versões: TR e TX. 
5.0 NORMALIZAÇÃO5.0 NORMALIZAÇÃO5.0 NORMALIZAÇÃO5.0 NORMALIZAÇÃO 
5.1 Definição 
Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, 
prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau 
ótimo de ordem em um dado contexto. 
Os Objetivos da Normalização são: 
Economia Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e 
procedimentos 
Comunicação Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o 
fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações 
comerciais e de serviços 
Segurança Proteger a vida humana e a saúde 
Proteção do ConsumidorProver a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidadedos 
produtos 
Eliminação de Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e 
 17 
Barreiras Técnicas e 
Comerciais 
serviços em diferentes países, facilitando assim, o intercâmbio 
comercial 
Na prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência 
de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida através de normas relativas à saúde, à 
segurança e à preservação do meio ambiente. 
 
5.2. Algumas Normas referentes ao asfalto 
 
Ponto de Amolecimento 
Aparelho (Anel e Bola) 
Código: VA-320 
ABNT -MB-164 ASTM-D-36-AASHO T-53 
 
Temperatura a qual uma amostra de asfalto contido em um anel de diâmetro fixo e sob 
uma esfera de densidade fixa escorrega completamente pela parte inferior do anel. 
 
Funcionamento: Manual; 
Combustível: A Gás; 
Acessórios: Anel com haste para duas provas, Esferas, Termômetro astm 15 cº e 16º c, 
Copo Becker 600 ou 1000ml, Tela de amianto 16 x 16 cm, Tampa de aço inox, Bico de 
Busen com registro, Suporte com haste 600 mm, Anel com mufa e Botija (liquinho) 2kg. 
com mangueira especial. 
 
 
Penetração de Materiais Betuminosos 
Penetrômetro Universal com Agulha 
Código: VA-610 
DNER DPT - M 03.64 - ABNT MB 107 - ASTM DS - AASHO T - 49 
 
Distancia percorrida em decímetro de milímetro por uma agulha de 100g, durante 
05(cinco) segundos à temperatura de 25ºC. 
 
Funcionamento: Manual; 
Conjunto: Agulha para penetração, Cápsula de alumínio com tampa ø = 55 x 35 mm, 
Cápsula de alumínio ø = 80 x 90 mm e Cuba de transparência 
 
Ponto de Fulgor 
Aparelho para Determinação do 
Ponto de Fulgor (Vaso aberto de Cleveland) Elétrico. 
Código: VA-312 
ABNT - MB - 50 - ASTM - D-92 - D-117 -D-803 AASHO - T-48 
 
 18 
Determina a primeira temperatura em que os gases que emanam de uma amostra 
inflamam sob a ação de uma chama piloto,de movimento único, a cada 2ºC durante 5s 
de passagem da chama sobre a superfície da amostra. 
 
Funcionamento: Elétrico; 
Tensão: 110 ou 220 V; 
Conjunto: Vaso aberto de Bronze (Cleveland), Termômetro ASTM 11 - c - 6º a 400º c, 
Aplicador de chama em ensaio, Placa Aquecedora, Suporte para Vaso, Suporte com 
haste 600 mm e Botija (liquinho 2,0 kg). com Mangueira especial. 
 
Determinação da Viscosidade 
Viscosímetro 
Código: VA-130 
ABNT MB-49 - ASTM-D 88.56 
 
Determina o tempo em segundos que uma amostra de 60ml leva para escoar 
completamente à uma temperatura de 75ºC 
 
Funcionamento: Elétrico; 
Tensão: 110 ou 220 V; 
02 Corpos de Prova, Simultâneos com Sistema controlador de Temperatura 300ºC 
110/220 V; 
Acessórios: Chave de Bicos, Limpa tubos, Óleo Especial (Oil para Viscosimeter), 
Frasco de vidro viscosímetro 60 ml e Termômetro Mercúrio - 10 + 260º C Escala 
Interna. 
 
5.3 Algumas normas para agregados segundo o DNIT 
 
Agregados minerais constituem um dos principais componentes da pavimentação 
rodoviária, tendo como principais finalidades manter a estabilidade mecânica dos 
revestimentos, suportar o peso do tráfego e, ao mesmo tempo, transmiti-lo às camadas 
inferiores com uma pressão unitária reduzida. A grande variedade de minerais em todo 
Brasil torna inviável uma padronização de utilização dos mesmos no pavimento. A 
pedra britada é o agregado mais importante para a construção de rodovias e sua 
utilização se dá nas diversas camadas da pavimentação. Geralmente utilizam-se britas 
de basalto, pois representam a maior parcela de minerais encontrados nas regiões 
mais pavimentadas do país (sul e sudeste). Entretanto, observa-se uma grande 
quantidade de pedreiras de gnaisse e calcário nas regiões sudeste e nordeste, fazendo 
com que os mesmos também sejam utilizados em pavimentação nas suas respectivas 
regiões. Já em regiões com carência de minerais, como é o caso do centro-oeste e 
norte, utiliza-se a argila calcinada. Dessa forma, pode-se verificar que diferentes 
minerais compõem as estradas brasileiras em cada região do país. Porém, 
independentemente do tipo de mineral, os mesmos devem estar enquadrados segundo 
as normas estabelecidas pelo DNIT, em termos de granulometria, forma, densidade, 
abrasão, entre outros. 
 
 19 
Mistura Asfáltica Segundo as especificações brasileiras do Instituto Brasileiro de 
Petróleo e Gás (IBP) e do DNIT, pode-se definir mistura asfáltica como a mistura entre 
uma quantidade pré-determinada de agregados minerais e CAP, que após sofrer 
compactação é aplicada em vias públicas e estradas. 
 
Problemas encontrados no Pavimento Asfáltico Apesar das usinas de asfalto seguirem 
as especificações determinadas pelo DNIT, tanto para agregados quanto para CAPs, 
observa-se uma grande quantidade de problemas no pavimento, como 
desprendimentos da camada mais externa, rachaduras, depressões e trincas. Esses 
problemas podem estar relacionados com a grande variedade de minerais e CAPs 
encontrados no Brasil e, principalmente, com a falta de estudos mais aprofundados no 
setor. 
 
6.0 Aplicações e Especifícações Técnicas 
 
6.1 Aplicações 
 
Caixas de bateria 
Papel Betumado 
Pavimento industrial (c/ agregado mineral) 
Colagem de tacos e parquet no assoalho 
Juntas de dilatação (blocos de concreto, paralelepípedos) 
Impermeabilizações de superfícies de concreto ou alvenaria em 
túneis/galerias 
Impermeabilização em áreas horizontais e verticais 
Colagem de pedriscos em tacos 
Fabricação de tintas e vernizes betuminosos 
Isolante de cabos elétricos 
Enchimento de acumuladores elétricos 
Indústria de borracha 
Proteção interna de tanque de álcool e aguardente 
Estopim de explosivos 
Isolação de cartuchos de dinamite 
Fabricação de massas adesivas, underseal p/ veículos 
Impermeabilização de câmaras frigoríficas e geladeiras 
Impermeabilização de caixas d'água, lajes, e telhados planos Colagem 
de materiais anti-ruído e isolantes térmicos 
(cortiça /isopor) 
Selagem de acumuladores elétricos 
Selagem de caixas de baterias e pilhas 
Impermeabilização em ambientes de alta temperatura 
Fabricação de condensadores e reatores elétricos 
Isolante de equipamentos elétricos (reatores, para raios) 
Saturação de feltros e anti-ruídos p/ automóveis 
Vedação na indústria de refrigeração 
Fabricação de mantas 
B-65/O-84 
B-60/B-65 
B-60/B-65/O-115 
B-65 
B-60/O-84 
B-75 
 
B-75 
B-75 
B-75/B-80/B-90/B-105 
B-75/B80 
B-75/B-80 
B-80/O-140 
B-90 
B-105/O-94 
B-105 
B-105 
O-84 
O-84/O-94 
O-84/O-94 
 
O-94 
O-94 
O-115 
O-140 
O-140 
O-94 
O-84 
O-94/O-115 
 20 
6.2 Especificações técnicas 
 
Especificações Técnicas Asfaltos Oxidados 
 
B-60 B-65 B-75 B-90 B-105 O-84 O-94 O-115 O-140 
Ponto de Amolecimento 
Penetração 
Ponto de Fulgor 
Ductibilidade 
Solubilidade 
Perda p/ Aquecimento 
Peso específico 
55/65 60/70 70/80 85/95 110/120 75/85 85/95 110/120 130/140 
30/40 20/30 15/25 10/20 5/15 30/40 20/30 10/20 715 
230 230 230 240 240 220 220 230 240 
50 40 05 - - 05 03 - - 
99,5 99,5 99,5 99,5 99,5 99,5 99,5 99,5 99,5 
0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,3 0,3 0,2 0,1 
101/105 101/105 101/105 101/105 101/105 101105 101105 101/105 101/105 
 
 
 
 
 21 
7.0 Bibliografia 
 
 
VIATEST – Solo, Concreto e Asfalto: catálogo técnico. Disponível em: 
<http://www.viatest.com.br>. Acesso em 21 Set 2005. 
 
Ambiente Brasil: banco de dados. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br>. 
Acesso em 21 Set 2005. 
 
Portal de Serviços e Informações do Governo: banco de dados. Disponível em: 
<http://www.redegoverno.gov.br>. Acesso em: 21 Set 2005. 
 
Portal Br: banco de dados, matérias. Disponível em: <http://www.br.com.br>.Acesso 
em: 21 set 2005. 
 
Petrox: catálogos técnicos. Disponível em: <www.petrox.ind.br>. Acesso em: 21 Set 
2005. 
 
 
 
 22

Outros materiais