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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I. Aula nº 14. Professor: Rodolfo Kronemberg Hartmann / www.rodolfohartmann.com.br TEMA: CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. Cumulação de pedidos. Espécies. É assunto tratado no art. 292 do CPC, que impõe algumas exigências para a sua admissão. Se trata de uma cumulação objetiva que não se confunde com a cumulação subjetiva (litisconsórcio). Não se deve confundir, porém, cumulação de pedidos com cumulação/concurso de ações. É que na cumulação de pedidos a ação é uma só, ao passao em que, na cumulação de ações, “a lei pode atribuir ao titular do direito subjetivo e à sua escolha diversas ações visando tutelá-lo. Mas a coisa, o bem que objetivamos por meio de uma ação, não pode, em regra, ser segunda vez reclamado por nova ação” (Moacyr Amaral Santos, Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, Vol. I, Ed. Saraiva, 19ª edição, p. 189). A cumulação de pedidos pode ser de várias espécies. Será: * Simples: quando somente tiver em comum as próprias partes. O juiz poderá julgar todos procedentes, todos improcedentes ou somente alguns procedentes. Não guardam, portanto, relação de precedência lógica. Exemplo: pedido de danos morais e danos materiais; * sucessiva: nesta situação o segundo pedido somente será analisado se o primeiro tiver sido acolhido. O primeiro pedido é, portanto, uma questão prejudicial para a análise do segundo. Exemplo: pedido que objetiva a declaração de inexistência da dívida e, caso isso seja acolhido, também a condenação do demandado a lhe pagar danos morais em razão da negativação indevida; * eventual/subsidiária: é o oposto da cumulação sucessiva. Nesta, o segundo pedido somente será apreciado se o primeiro não tiver sido acolhido. Exemplo: o demandante busca rever condições previstas no contrato celebrado, mas deixa claro ao juiz que, se isso não for possível, que então irá pretender a rescisão judicial, sem que seja imposto a qualquer das partes alguma cláusula penal. Sob este ponto, atentar que para o doutrinador Fredie Didier Jr: “a sucumbência total do autor, quando formula pedido sucessivo, só existe se todos os seus pedidos forem rejeitados. Acolhido o pedido subsidiário, não haveria porque falar-se em sucumbência parcial: cabe relembrar que, em demanda formulada com cumulação eventual, não é possível o acolhimento de mais de um pedido. Acolhido totalmente um dos pedidos, o autor é o vencedor exclusivo” (Curso de Processo Civil, Vol. I, Ius Podium, p. 380). A observância do art. 292 do CPC para que seja possível esta cumulação é imperiosa. Os requisitos para a cumulação são: competência, compatibilidade dos pedidos (não pode, por exemplo, revisão com nulidade de contrato), identidade de procedimento ou conversibilidade no rito ordinário. Modificações qualitativas e quantitativas dos pedidos. É possível a alteração do pedido somente até determinado momento do processo. Assim, antes da citação será lícito ao autor alterar livremente o seu pedido. Todavia, após a citação caberá analisar se a alteração do pedido é de natureza qualitativa ou quantitativa. Se a alteração for quantitativa, ela não mais poderá ser efetuada após a citação do demandado (art. 294, CPC). Se, porém, a alteração for qualitativa, a mesma poderá ser efetuada mesmo após a citação, mas somente até o saneamento do processo, desde que o réu concorde com a alteração (art. 264, CPC). Síntese extraída da obra: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. Teoria Geral do Processo. Niterói: Impetus, 2012.
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