CCJ0035-WL-B-PP-Processo Civil I - Atos Processuais - Rodrigo Duarte

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Processo Civil I – Prof. Rodrigo Duarte 
 
ATOS PROCESSUAIS 
 
São manifestações de vontade dos sujeitos processuais e dos auxiliares da 
justiça que visam criar, modificar e extinguir a relação jurídica processual. 
(Atos X Fatos) 
 
FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
Os atos processuais não dependem de forma determinada, senão quando a lei 
assim exigir. – PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. 
 
Em regra, os atos processuais são públicos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
a. Atos das Partes: o processo é inaugurado por iniciativa da parte. Além do 
ato inicial, as partes devem realizar outros atos processuais, tais como: atos 
postulatórios, probatórios e etc... 
 
b. Atos do Juiz: ao juiz compete prestar a tutela jurisdicional, praticando atos 
de ofício ou a requerimento da parte, praticando os seguintes atos (art. 162 
do CPC) SENTENÇAS – DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS – 
DESPACHOS. 
 
c. Atos do escrivão ou do chefe de secretaria: praticam atos de 
documentação, de movimentação e de certificação, no âmbito do 
cartório/secretaria judicial. 
 
OBS: Os atos do juiz não levam em consideração a nomenclatura e sim o 
conteúdo! 
TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS (arts. 172 ao 176 do CPC) 
Os atos processuais deverão ser realizados em dias úteis, das 6h às 20h. 
- Excepcionalmente, serão concluídos depois das 20h os atos iniciados antes 
desse horário, quando o adiamento prejudicar a diligência. 
 
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- Ainda em caráter excepcional e mediante autorização expressa do juiz, a 
citação e a penhora poderão ser realizadas em domingos e feriados, ou nos dias 
úteis, fora do horário legal, observada a inviolabilidade domiciliar. 
Feriados, para efeito forense: DOMINGOS e OS DIAS DECLERADOS POR 
LEI. 
Obs: Para a realização dos atos processuais EXTERNOS, o sábado é 
considerado dia útil. Apenas é tido como dia não útil, para efeito de 
contagem de prazo, uma vez que nele, normalmente, não há expediente 
forense (STJ. REsp 122.025/PE). 
FÉRIAS e FERIADOS 
Dispõe o art. 173 do CPC que não se praticarão atos durante as férias e feriados. 
Os prazos ficam suspensos! (SUSPENSÃO X INTERRUPÇÃO) 
Alguns atos, contudo, são praticados nas férias e feriados, a fim de evitar o 
perecimento do direito. 
LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS 
Art. 176, CPC – “Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, 
todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de 
obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo juiz.” 
INFORMATIZAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL 
A Lei 11.419/06 regulamentou o processo eletrônico no âmbito do Poder 
Judiciário. 
- Todas as petições serão protocoladas “on line” até as 24h do último dia do 
prazo. 
- Havendo qualquer impossibilidade técnica de protocolar, atribuída ao sistema, o 
prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à 
resolução do problema. 
 
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PRAZOS PROCESSUAIS 
CLASSIFICAÇÃO: 
a. Prazos Legais – prescritos em lei; 
b. Prazos Judiciais – determinados pelo juiz; 
c. Prazos Peremptórios – as partes não podem sobre eles convencionar, 
nem o juiz dilatá-los discricionariamente. (salvo, casos de calamidade 
pública ou comarcas de difícil acesso, poderá o juiz dilatar por no máximo 
60 dias); 
d. Prazos Dilatórios – podem ser prorrogados pelo juiz, ou, de comum 
acordo entre as partes, podem ser reduzidos ou prorrogados; 
e. Prazos Próprios – relativos às partes e aos terceiros interessados; 
f. Prazos Impróprios – dirigidos à observância do juiz ou dos auxiliares da 
justiça. 
OBS: “Art. 185, CPC – Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 
(cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.” 
CONTAGEM DOS PRAZOS 
A contagem pode seguir vários critérios: minutos, horas, dias, meses e anos. 
No prazo em DIAS, computar-se-ão EXCLUINDO O DIA DO COMEÇO 
e INCLUINDO O DO VENCIMENTO, considera-se prorrogado o prazo 
até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado. 
Atenção: Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para 
recorrer quando a parte for a Fazenda Pública (exceto nos casos das demandas 
em trâmite perante os juizados especiais, cujos prazos serão simples) ou o 
Ministério Público (art. 188, CPC) 
Já para a Defensoria Pública, todos os prazos serão dobrados (§ 5º do art. 5º 
da Lei n. 1.060/50 e inciso I do art. 44 da LC 80/94). 
A lei estabelece que litisconsortes com diferentes procuradores, ser-lhe-
ão contados em dobro. (art. 191, CPC) 
 
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SUSPENSÃO DOS PRAZOS 
Apesar de contínuos, os prazos processuais suspender-se-ão: 
a. Com a superveniência das férias ou recesso forenses; 
b. Quando criado óbice pela parte adversa (ou mesmo pelo juiz e auxiliares); 
c. Pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de 
seu representante legal ou de seu procurador; 
d. Pela convenção das partes, se o prazo for dilatório e o pedido ocorrer 
antes do término; 
e. Quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do 
tribunal, bem como de impedimento ou suspeição do juiz. 
PRECLUSÃO (situações que não podem ocorrer) 
Temporal – pratica o ato fora do prazo; 
Consumativa – o ato já foi praticado; 
Lógica – pratica o ato incompatível com aquele que deveria ter sido praticado 
dentro do prazo legal correspondente. 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
As comunicações dos atos processuais ocorrem por meio: 
1. Citação (em suas diversas modalidades); 
2. Intimações; 
3. Cartas (sejam rogatórias, precatórias ou de ordem). 
CITAÇÕES 
Art. 213, CPC – Ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de 
se defender, sendo indispensável para a VALIDADE do processo. 
Existem algumas situações em que a ausência de citação não invalida o processo: 
a. Quando o réu comparece espontaneamente e apresenta resposta; 
 
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b. Quando o réu comparece para argüir a nulidade de citação; 
Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do 
direito: 
a. A quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso; 
b. Ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou 
afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no 
dia do falecimento e nos 7 dias seguintes. 
c. Aos noivos, nos três primeiros dias de bodas; 
d. Aos doentes, enquanto grave o seu estado. 
Realizada a citação validamente, esta operará os seguintes efeitos: 
1. Torna prevento o juízo; 
2. Induz litispendência; 
3. Faz litigiosa a coisa; 
4. Constitui o devedor em mora; 
5. Interrompe a prescrição (mesmo que por juiz incompetente). 
A citação pode ser: 
REAL (quando tiver a certeza de que o réu foi de fato citado) 
a. Citação pelos correios; 
Far-se-á a citação pelos correios, EXCETO: 
1. Nas demandas de estado (ex: estado da pessoa); 
2. Quando for ré pessoa incapaz; 
3. Quando for ré pessoa de direito público; 
4. Nas demandas executórias; 
5. Quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de 
correspondência; 
6. Quando o autor requerer de outra forma. Nessas hipóteses, a citação 
deverá ser realizada por meio de oficial de justiça. 
 
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Na citação conterá uma cópia da inicial (contrafé), a informação que a ausência 
de contestação no prazo legal acarretará a revelia. 
A citação comunicará, ainda, o prazo para resposta, o juízo e cartório, com o 
respectivo endereço. A ausência de qualquer desses requisitos torna nula a 
citação. 
Deve ser feita com AVISO DE RECEBIMENTO (deverá observar a 
pessoalidade). 
O prazo para resposta do réu começará a correr quando da juntada doaviso de recepção aos autos. 
Frustrada a citação pelo correio, deverá, então, ser feita por maio de oficial de 
justiça. 
b. Citação por Oficial de Justiça. 
O mandado do oficial de justiça deverá conter: 
1. Os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou 
residências; 
2. Cópia da petição inicial (devendo informar sobre os conseqüências 
oriundas da ausência de contestação); 
3. Cópia do despacho e o prazo para a defesa; 
4. A assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem juiz. 
O prazo para resposta do réu começará a correr quando da juntada do 
mandado aos autos. 
Frustrando-se, porém, a citação por meio de oficial de justiça, proceder-se-á à 
citação por hora certa (ficta). 
FICTA (quando não tiver a certeza de que o réu tomou ciência da existência da 
demanda contra ele proposta) 
a. Citação por hora certa; 
 
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Ocorre quando o oficial de justiça, após três tentativas de citar o réu, 
sem que haja encontrado, havendo suspeita de ocultação, intimará 
qualquer pessoa da família, ou em sua falta qualquer vizinho, que, 
no dia imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que 
designar. 
Na citação por hora certa o prazo para contestação começa a fluir da 
juntada do mandado. 
b. Citação por edital. 
Situações que ocorrerá a citação por edital: 
1. Quando desconhecido ou incerto o réu; 
2. Quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar – 
considerando-se igualmente inacessível, para efeito da citação por edital, o 
país que recusar o cumprimento de carta rogatória; 
3. Nos casos expressos em lei. 
REQUISITOS LEGAIS PARA CITAÇÃO POR EDITAL: 
1. A afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias 
previstas no artigo 231, I e II do CPC; 
2. A afixação do edital, na sede do juízo, certificado pelo escrivão; 
3. A publicação do edital no prazo máximo de 15 dias, uma vez no órgão 
oficial e pelo menos 2 vezes em jornal local, onde houver; 
4. A determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60 dias, 
correndo da data da primeira publicação; 
5. Advertência a que, não sendo contestada a demanda, presumir-se-ão 
aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor. 
O prazo para resposta do réu conta-se a partir do termino da dilação editalícia. 
OBS: Se a parte que requerer a citação por edital, o fizer dolosamente, 
alegando qualquer das hipóteses do art. 231, I e II, do CPC, incorrerá em 
multa de 5 vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo, a qual 
reverterá em benefício do citando. 
 
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INTIMAÇÕES 
Ato pelo qual se dá ciência às partes dos termos do processo. 
As intimações serão consideradas como realizadas, nas capitais dos Estados e no 
Distrito Federal – pela PUBLICAÇÃO DOS ATOS NO ORGÃO OFICIAL 
DE IMPRENSA (DIÁRIO OFICIAL) 
Caso inexista órgão de publicação oficial em certas comarcas, competirá ao 
escrivão intimar da seguinte forma: 
a. Pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo; 
b. Por carta registrada, com aviso de recebimento, quando domiciliado fora 
do juízo. 
OBS: O Ministério Público, Fazenda Pública, Defensoria Pública, 
Autarquias e Fundações Públicas serão intimadas pessoalmente, sob pena 
de nulidade. 
CARTAS 
Quando os atos processuais tiverem que se desenvolver além dos limites 
de sua circunscrição territorial. 
Classificam-se em: 
1. Carta de Ordem – quando expedida por Tribunal a juiz que esteja 
subordinado; 
2. Carta Rogatória – quando expedida à ou por autoridade estrangeira; 
3. Carta Precatória – para as hipóteses restantes. 
O juiz declarará o prazo para cumprimento. 
Podendo ser transmitida por telegrama, radiograma ou telefone (urgência)