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Processo de Conhecimento – Prof. Rodrigo Duarte PROCESSO DE CONHECIMENTO – PETIÇÃO INICIAL ARTS. 282 e seguintes 1 – DA PETIÇÃO INICIAL – ART. 282 O art. 282, CPC, indica quais são os requisitos necessários à petição inicial que dá origem ao processo. o O juiz ou o tribunal, a que é dirigida; (competência) o Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; (qualificação) o O fato e os fundamentos jurídicos do pedido; (causa de pedir) o O pedido, com suas especificações; o O valor da causa; o As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; o O requerimento para a citação do réu. Para que seja deferida, a petição inicial deve preencher os requisitos dos arts. 282 e 283, CPC e não incidir nenhuma das hipóteses do art. 295, CPC. Jurisprudência: “sem escapar ao regramento que disciplina o nosso sistema processual, o julgador não pode estar apegado ao formalismo exacerbado e desnecessário, devendo-se esforçar ao máximo para encerrar a sua prestação jurisdicional apresentando uma composição para a lide, cumprindo assim a atribuição que lhe foi deferida” (STJ, 1ª Turma, REsp 707.997/PE, rel. Min. Francisco Falcão, j. em 14.03.2006, DJ 27.03.2006, p. 182). Verificado o Juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias – Este prazo não é peremptório. Caso contrário, o juiz indeferirá a petição inicial. (instrumentalidade das formas) Processo de Conhecimento – Prof. Rodrigo Duarte 2 – DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Durante o período do juízo de admissibilidade, o órgão jurisdicional tem o dever de identificar eventuais defeitos formais da petição inicial antes de determinar a citação do réu, oferecendo oportunidade para sua correção. Entretanto, se não corrigido o vício o processo será extinto sem resolução de mérito, evitando a sua continuidade defeituosa (art. 267, I c/c art. 295, CPC). A extinção será direta se o vício for insanável Obs: O juízo de admissibilidade consiste em um dos atos passíveis de delegação expressa ao escrivão ou chefe de secretaria. HIPÓTESES: Art. 295, I – inépcia da petição inicial. A inépcia consiste em defeitos formais da petição inicial relativos à formulação da pretensão. Ex. faltar pedido ou causa de pedir, da narração dos fatos não decorrer conclusão lógica, pedido juridicamente impossível (ausência de uma das condições da ação) e pedidos incompatíveis entre si. Art. 295, II – parte manifestamente ilegítima. Em sendo o réu a parte ilegítima, cabe oportunidade para emenda. Se for o autor, o vício será insanável – extinção imediata do processo (art. 267, I e VI c/c art. 295, II, CPC) Art. 295, III – quando o autor carecer de interesse processual. Carência de ação (interesse de agir) Art. 295, IV – verificação, desde logo, da decadência ou a prescrição. (com resolução de Mérito. Art. 269, IV, CPC) Art. 295, V – procedimento inadequado. Trata-se de uma redundância do CPC, pois aqui deve ser observado o interesse de agir. Art. 295, VI – quando não atendidas as prescrições dos art. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284. Endereço do advogado e verificação dos demais vícios não arrolados. Art. 296 – Juízo de retratação. 3 – PEDIDO Processo de Conhecimento – Prof. Rodrigo Duarte Pode-se definir pedido como sendo uma pretensão material deduzida em juízo (pretensão processual), que objetiva a concessão do bem da vida em litígio através de um provimento jurisdicional de determinada natureza. - O pedido deve ser juridicamente possível; - Coerente (relacionado com a causa de pedir); - Congruente (delimitado pela causa de pedir); - Certo e determinado. OBS: Exceção de pedido certo – Honorários advocatícios (súmula 256 do STF), juros (art. 293, CPC), correção monetária, custas processuais e etc. Jurisprudência: “A regra no processo civil é que o pedido deve ser certo e determinado. A formulação de pedido genérico é excepcional e só pode ser admitida quando a lei expressamente consinta” (STJ, 4ª Turma, RMS 6.807/RS, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. em 14.05.1996, DJ 10.06.1996, p. 20.328). CUMULAÇÃO DE PEDIDOS É lícito ao autor, em única demanda, cumular pedidos. Podendo ser: INICIAL – Quando os pedidos forem formulados no ato que originariamente contém a demanda; ULTERIOR – Quando o novo pedido for formulado depois da postulação inicial. PRÓPRIA – Quando o autor requer que vários pedidos sejam acolhidos simultaneamente. A cumulação própria pode ser dividida em: SIMPLES: Quando os pedidos forem absolutamente independentes entre si, podendo ser acolhidos (no todo ou em parte) ou rejeitados. EX: A cumulação de danos morais e danos materiais. OU Processo de Conhecimento – Prof. Rodrigo Duarte SUCESSIVA: Quando a análise do pedido posterior depender da procedência do pedido anterior. Há uma relação de prejudicialidade entre os pedidos, sendo que se o anterior for rejeitado, o posterior perderá o seu objeto. IMPRÓPRIA – Quando da formulação de vários pedidos ao mesmo tempo, aspirando-se que apenas um deles seja acolhido. O acolhimento de um, necessariamente, implica na impossibilidade de atendimento do outro. ESPÉCIES Além do simples, que não guarda inter-relação com outros pedidos, o pedido também admite as seguintes espécies: a) Alternativo – O pedido será alternativo quando o autor formula mais de um pedido, aspirando que qualquer um deles, sem preferência, seja atendido. Trata-se da CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA. b) Subsidiário (ou eventual) – Existe uma ordem com relação aos pedidos. Ocorre por conta da impossibilidade do atendimento do pedido principal. c) Sucessivo (já visto) – O pedido será sucessivo quando, para o seu atendimento, for necessário o acolhimento do pedido anterior que lhe é condicionante. Isso implica concluir que, se rejeitado o pedido anterior, automaticamente estará rejeitado o pedido posterior. ALTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DA DEMANDA Em razão do princípio da estabilidade da demanda, citado o réu, o autor não pode mais, sem o consentimento deste, alterar os elementos identificadores da demanda (partes, causa de pedir e pedido). Podendo o autor modificar o pedido até a citação do réu. (art. 294, CPC) Não obstante isso, a alteração do pedido e da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.
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