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Controle Difuso de Constitucionalidade

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Valber Silva Coelho – Aluno do Curso de Direito 
 
Controle Difuso de Constitucionalidade 
O controle de constitucionalidade fundamenta-se na supremacia e na 
rigidez da Constituição. Visa primordialmente, preservar os fundamentos 
basilares do Estado de Direito e garantir a unidade do sistema, através do 
expurgo das normas infraconstitucionais que se apresentem incompatíveis com 
as regras e princípios constantes da Lei Maior. 
A supremacia da Constituição importa no reconhecimento da Carta 
Constitucional como Lei Fundamental do Estado, elaborada pelo Poder 
Constituinte Originário, e expressão da vontade social, figurando como o texto 
inicial e fundante da ordem jurídica, dotado de posição hierárquica superior às 
demais normas componentes do ordenamento. 
Pressupõe, assim, um sistema de escalonamento normativo, ou seja, a 
hierarquia das leis e a adoção de Constituição escrita e rígida, além da existência 
de ao menos um órgão incumbido de exercer esse controle. 
O controle de constitucionalidade é, pois, o mecanismo que visa 
resguardar a supremacia constitucional, de forma que o sistema normativo 
infraconstitucional esteja de acordo com a Constituição. 
Paulo Bonavides afirma que a hierarquia existente entre normas decorre 
do “reconhecimento da ‘’ Super legalidade constitucional’’, que faz da 
Constituição a lei das leis, a lex legumI, ou seja, a mais alta expressão jurídica de 
soberania”. 
O Controle de Constitucionalidade, quanto a forma de exercício, pode ser 
concentrado ou difuso. Neste trabalho teremos o enfoque principal o Controle 
Difuso, mas em suma, Controle Concentrado de Constitucionalidade é o 
exercido pelo Supremo Tribunal Federal(STF), o STF nessa forma de controle 
produz efeitos, em regra, ex tunc e erga omnes, sendo que “uma vez declarada 
inconstitucional, a lei é removida da ordem jurídica com a qual se apresenta 
incompatível.” 
Controle Difuso de Constitucionalidade todos os juízes detêm 
competência para, incidentalmente, declarar a inconstitucionalidade de 
determinada lei, sendo que tal declaração terá efeitos apenas para o caso 
concreto ou “inter pars”, embora produza efeitos “ex tunc”. 
 
Valber Silva Coelho – Aluno do Curso de Direito 
O controle difuso é exercido no âmbito de casos concretos tendo, 
portanto, natureza subjetiva, por envolver interesses de autor e réu. Assim, 
permite a todos os órgãos do Poder Judiciário, desde o juiz singular de primeira 
instância, até o Tribunal de superior instância que é o Superior Tribunal Federal, 
guardião da Constituição, apenas apreciar matéria constitucional em situações 
de violação concreta de direitos constitucionais. Estes não julgam a 
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, apenas apreciam a questão 
e deixam de aplicá-la por achar inconstitucional àquele caso específico que está 
julgando. 
O artigo 97 da CF consagra uma cláusula chamada de reserva de plenário, 
onde nela especifica que ao ser declarada a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo, esta deve ser feita através da maioria absoluta da totalidade dos 
membros do tribunal, sob pena de nulidade da decisão. 
Tanto autor quanto réu pode propor uma ação de inconstitucionalidade, 
pois o caso concreto é inter partes, como já fora mencionado. Assim, a 
abrangência da decisão que será sentenciada pelo juiz, é apenas entre as partes 
envolvidas no processo. Consequentemente terá efeito retroativo, pois foi 
aplicado o dogma da nulidade. 
Há a possibilidade de que a decisão proferida em um caso concreto tenha 
a sua abrangência ampliada, passando a ser oponível contra todos, ou seja erga 
omnes. A constituição prevê que poderá o Senado Federal suspender a 
execução de lei (municipal, estadual ou federal), declarada inconstitucional por 
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. Tal atribuição prevista no artigo 
52, X, CF, permitirá, portanto, a ampliação dos efeitos da declaração de 
inconstitucionalidade originária de casos concretos (via difusa). A suspensão da 
execução será procedida por meio de resolução do Senado federal, que é 
provocado pelo STF, cujos efeitos vincularão a todos apenas após a publicação 
da resolução, é o efeito ex nunc, ou seja, irretroativo, pois será terceiros. 
A interpretação conforme a constituição é uma técnica de interpretação 
das leis inconstitucionais, utilizada em razão do princípio da presunção de 
constitucionalidade das leis e atos normativos. Este princípio faz com que a 
declaração de inconstitucionalidade seja uma medida excepcional, pois não 
cabe ao juiz deixar de aplicar uma lei por mera suspeita, sem que haja robusta 
comprovação de sua incompatibilidade vertical. 
 
Valber Silva Coelho – Aluno do Curso de Direito 
Não se deve antecipar a declaração da inconstitucionalidade de uma lei, 
antes do julgador tentar interpretá-la de alguma maneira que seja possível 
compatível com a constituição. Pra tanto deve existir o chamado "espaço de 
decisão", ou seja, um espaço para o julgador encontrar mais de uma forma de 
interpretação do dispositivo legal e verificar se uma delas é compatível com a 
Constituição. Essa interpretação aplica-se tanto ao controle difuso, como ao 
concentrado 
Ademais. Há possibilidade de haver decisões com efeito erga omnes 
Fatos históricos: 
Controle difuso tem origem em caso julgado pela Suprema Corte dos 
Estados Unidos conhecido como Marbury versus Madison, de 1803. 
William Marbury havia sido nomeado juiz de paz pelo presidente norte-
americano John Adams no final do seu mandato, quando já havia sido derrotado 
por Thomas Jefferson nas eleições presidenciais de 1800. Essa nomeação, junto 
com várias outras, foi feita por Adams em decorrência dessa derrota, com o 
objetivo de manter sua influência política mesmo após deixar a presidência. 
No caso de Marbury, embora este houvesse assinado sua nomeação, o 
documento não foi lhe entregue em mãos antes da saída de Adams. Por esse 
motivo, Jefferson determinou ao seu secretário de estado recém empossado, 
James Madison, que não efetivasse a nomeação de Marbury, por considerar que 
ela não havia sido completada pelo seu antecessor, e por isso não teria 
validade. 
Inconformado, Marbury, com base em uma lei norte-americana, apelou à 
Suprema Corte para garantir sua nomeação. Essa lei determinava que a Corte 
era competente para conceder a nomeação neste caso. 
A lide foi julgada pelo juiz John Marshall. Na sua decisão, ele apontou que 
a Constituição americana, ao contrário da lei, não previa essa competência. 
Logo, havia um conflito de normas, que foi resolvido por Marshall por meio de 
uma interpretação ampliada da Constituição. Ele conclui que esta era norma 
hierarquicamente superior a qualquer outra e devia prevalecer sobre todas as 
demais. Dessa forma, qualquer lei contrária à Constituição deveria ser 
considerada nula e sem efeito. 
 
Valber Silva Coelho – Aluno do Curso de Direito 
No Brasil, o Controle Difuso de Constitucionalidade surgiu na segunda 
constituição de 1891 do país, que ficou conhecida como a “Constituição de Rui 
Barbosa”, que tinha como base a Constituição dos Estados Unidos da América. 
 
Referências bibliografias: 
LENZA, Pedro Direito Constitucional Esquematizado. 11ª ed. São Paulo: 
Método. 2007. 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 22º edição. São 
Paulo: Malheiros Editores, 2008 
https://www.youtube.com/watch?v=Gbh37iOksnY&list=PL21C17
C28496F386B

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