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1. Chegando a Universidade 17

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Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
Introdução à Engenharia Página 1 
 
 
1. CHEGANDO À UNIVERSIDADE 
Para este tema serão abordados os seguintes assuntos: 
1.1. Alerta aos iniciantes. 
1.2. Uma nova fase. 
1.3. Porque estudar? 
1.4. Considerações sobre um método de estudo. 
1.5. Condições para viabilizar o estudo. 
1.6. Fases do estudo. 
 
1.1. ALERTA AOS INICIANTES 
Chegar a Universidade representa um acontecimento marcante na vida de todos que têm o 
privilégio de por ela passar, pois a expectativa de adquirir novos conhecimentos e novas 
amizades renova as esperanças de um futuro melhor, de um futuro promissor. 
 fig.1.1 
Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
Introdução à Engenharia Página 2 
 
 
Mas para que isso aconteça, é necessário que o estudante tenha uma postura que se reveja 
numa decisão pessoal firme de aproveitar tudo o que a universidade oferece. É preciso 
procurar conhecer em profundidade a instituição, objectivo que pode ser alcançado, 
participando intensamente de suas actividades. 
Aguardar que os professores entreguem os conhecimentos previamente elaborados é uma 
atitude muito comodista e deste modo se desperdiça oportunidades de crescimento 
intelectual. 
A qualidade de um curso de engenharia, não depende apenas do corpo docente e dos 
apetrechos de que a universidade dispõe; depende também da qualidade do estudante que 
nele ingressa. Mas ainda, depende de um clima geral que favoreça os estudos, que estimule 
a criatividade e que instigue os estudantes a progredir. Para que o estudante faça parte deste 
ambiente de progresso, este deve participar activamente do processo de formação, que 
começa por conhecer a instituição. 
Para que tudo isto aconteça, é necessário que se esteja motivado a cursar o nível superior, 
pois caso contrário deve-se procurar fazer outra coisa. Deve ser frustrante estar na 
universidade, estudando com a intenção de receber o diploma e futuramente ganhar salários 
altos; ou para agradar os pais, que querem ver o “filho engenheiro”, assim como para 
comparar com alguém. Para evitar futuros arrependimentos, deve ser feito um exame de 
consciência apurado. Todas as profissões são honradas e não dependem de curso superior. 
 
1.2. UMA NOVA FASE 
Ao passar do curso secundário para o universitário, muita coisa muda; talvez a forma de 
abordar os ensinamentos recebidos seja a mais importante mudança. O estudante passa de 
agente passivo para agente activo no processo educacional. Nesta nova fase, pode-se 
direccionar e programar livremente o seu aprendizado, doseando-o de acordo com suas 
potencialidades e interesses. 
Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
Introdução à Engenharia Página 3 
 
 
 fig.1.2 
Esta maior liberdade, deve ser usufruída com maturidade. É comum encontrar estudantes que 
em nome desta liberdade, chegam tarde ou saem antes do final das aulas; ou mesmo 
“gazetam” as mesmas – o que representa uma falta de seriedade indigna de futuros 
profissionais. 
Outra mudança importante que os alunos notam é a relação professor – aluno. Nesta nova 
fase, o professor passa a ser mais orientador do que fiscalizador. Também rapidamente 
percebem que nem todos os professores correspondem ao modelo ideal que eles tinham de 
mestre de ensino superior. Entretanto, devem aprender a enfrentar de forma madura estas 
questões e contribuir na resolução deste tipo de caso. 
Para se adaptar a vida universitária, o estudante deve procurar se colocar a par de inúmeras 
novas situações que irá enfrentar. Os aspectos de moradia, alimentação e assistência médica, 
geralmente afectam mais aqueles que se deslocam de seus lugares de origem e tem que se 
adaptar a nova situação. Neste caso, deve-se estar preparado para coabitar em “ residências ”, 
o que exige um comportamento social mais equilibrado para harmonizar a convivência. 
Nessas condições, aparecerão com mais frequência programas extra-estudos, que poderão 
colocar em segundo plano a dedicação aos estudos. 
Para quem tem domicílio no local de estudo e uma vida social mais estabilizada, este 
problema é menos sentido. Pode parecer irrelevante, mas se esse aspecto não é tratado com a 
devida atenção, pode prejudicar ao estudante que não consiga dosear equilibradamente as 
suas actividades. 
A saúde física é fundamental para o pleno desenvolvimento das actividades intelectuais. Por 
isso, deve-se ter cuidados constantes com a alimentação, repouso e actividades físicas. 
Outros recursos que a Universidade tem a disposição do estudante são: 
Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
Introdução à Engenharia Página 4 
 
 
 Áreas de lazer, actividades desportivas, bibliotecas; 
 Cursos extra-curriculares, directórios académicos, laboratórios; 
 Moradia estudantil, promoções culturais, restaurante do campus; 
 Etc. 
Os comentários acima apresentados são muito importantes, porém o fundamental é fazer o 
melhor uso dos conhecimentos adquiridos durante a permanência na Universidade. 
Ao empregar uma metodologia de trabalho, o estudante poderá utilizar com mais eficiência 
suas potencialidades, para aproveitar intensamente aquilo que a Universidade oferece. 
 
1.3. PORQUÊ ESTUDAR? 
Eis a pergunta que muitos de nós fazemos. Sua resposta será apresentada numa perspectiva 
que se pensa justificar o estudo. 
 
fig. 1.3 
Em muitas empresas modernas, acredita-se que a meia-vida de um eng
0
. Seja de 10 anos, isto 
é, metade do que ele aprendeu será considerado “conhecimento obsoleto” no decorrer de uma 
década. 
No ritmo da evolução da ciência e da tecnologia, calcula-se que dentro de 25 anos, o 
montante de conhecimentos no mundo será quatro vezes (4x) mais que actualmente, em 50 
Capítulo 1 2017 
 
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anos acerca de trinta vezes (30x) maior e então 97% de tudo aquilo que for conhecido terá 
sido descoberto ou inventado a partir de hoje. 
Assim, o que se sabe agora representará apenas 3% das informações dominadas daqui a 50 
anos. Embora essas estimativas requeiram alguma reflexão, elas corroboram a idéia de que o 
futuro da Humanidade estará calcado no domínio e manipulação da informação. 
Considerando o facto de que está a iniciar um curso superior, deve ter tido pelo menos doze 
(12) anos de estudo e que, se pretende ser um profissional activo, deverá actualizar-se 
continuamente, nada mais lógico do que aprender a estudar com eficiência e com eficácia. 
Para isso deve-se saber usar adequadamente os recursos disponíveis para conseguir uma boa 
aprendizagem. 
 
1.4. CONSIDERAÇÕES SOBRE UM MÉTODO DE ESTUDO 
A transição do nível médio para o curso superior exige uma série de alterações no 
comportamento do estudante, pois no ensino superior cada um deve assumir uma conduta 
responsável, conciliando a sua vida social com os estudos, o que nem sempre é fácil de 
conseguir. 
Outro aspecto preliminar de se registar é que saber estudar com eficiência e eficácia não é 
inato no ser humano, é algo que precisa ser aprendido. Aprender a estudar é necessário, pois 
o indivíduo ao passar para o curso superior, deixou de ser aluno (aquele que é ensinado) e 
passou a ser estudante (aquele que aprende e estuda porque quer, com motivação e sob 
orientação, devendo ele próprio, agora, tomar muitas das iniciativas). 
Estudar não é apenas captar um assunto, mas principalmente organizar na mente, com 
fluidéz, continuidade e encadeamento lógico, diversos tópicos, formando uma postura crítica 
e coerente. Não se deve confundir aprender com estudar. Estudar é uma faculdade particular 
do ser humano; aprenderé uma característica dos seres vivos, que o Homem pratica desde 
que nasce aprendendo a falar, andar ou a usar utensílios. 
Com esta proposta, pretende-se apresentar uma metodologia de trabalho, visando a um 
melhor e mais sólido processo de aprendizagem. Ressalta-se que o primeiro objectivo deste 
Capítulo 1 2017 
 
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tópico é o de desmistificar a idéia de que existe uma maneira de estudar pouco e aprender 
muito, cujo método dispense o trabalho que não se quer ter. 
Outro ponto importante é o facto de que a falta de tempo é inconciliável com os estudos; 
quem pretende estudar deve criar o seu tempo para isto. 
Outros pontos como a preparação psicológica – condição básica para viabilizar um estudo 
que culmine numa aprendizagem substanciosa – e uma boa programação do tempo tanto para 
o estudo, trabalho, como para o lazer, são aqui abordados como condições primordiais para 
se aplicar qualquer técnicas de estudo. 
O estudo eficáz é um processo que não pode ser compartilhado com outra actividade. Por 
isso recomenda-se um verdadeiro isolamento quando se estuda, intercalando pequenos 
intervalos, para evitar o cansaço prematuro. 
 
fig. 1.4 
Devem nortear o estudante nas suas actividades, as seguintes observações: 
a) Não há regras absolutas para um método de estudo; o que existe são recomendações, que 
devem ser adaptadas a cada individuo e a cada assunto a ser estudado, por exemplo: estudar 
Oficinas Gerais exige comportamentos diferentes dos necessários para estudar Inglês. 
b) O estudante deve estar ciente de que deve aprender a ver um determinado assunto sob 
vários ângulos, compará-los e reflectir criticamente sobre o tema. 
c) Saber fazer perguntas é uma ferramenta bastante útil para a orientação. 
 
 
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1.5. CONDIÇÕES PARA VIABILIZAR O ESTUDO 
A primeira condição básica para viabilizar o estudo é a racionalização do tempo. Este aspecto 
é preponderante, pois um estudante que se pretenda bem sucedido tem necessariamente que 
saber determinar o que fazer em cada momento. A não programação, geralmente leva 
estudantes a indecisões e adiamentos que o fazem preterir de determinadas actividades em 
favor de outras que lhe são mais agradáveis, o que de certa forma acaba prejudicando o 
estudo. Para que isto não aconteça, recomenda-se fazer uma boa programação de tempo, 
evitando assim que se deixem de lado assuntos que mereçam mais dedicação, ou mesmo que 
se deixe de estudar com o pretexto de que outras actividades extra-ensino também devam ser 
realizadas. 
Uma boa programação deve contemplar, para além dos tempos de aula e trabalho, períodos 
bem doseados de extra-classe para cada matéria, de acordo com o grau de dificuldade de cada 
assunto, avaliado pelo próprio estudante. Assim, sugere-se o preenchimento de um quadro 
de horários como apresentado na figura abaixo, em que destacam-se actividades a serem 
cumpridas - aulas, trabalhos, lazeres, etc. 
Na realidade, o importante na confecção de um horário é que este seja realístico, para uma 
boa execução. Um horário não cumprido não é só inútil, como também nocivo, pois cria a 
ilusão de que se está fazendo algo, quando na realidade isto não acontece. 
Um horário deve permitir correcções e adaptações constantes, para satisfazer as necessidades 
do período. P.ex. numa semana de testes, deve-se dedicar um tempo maior as revisões 
globais da disciplina, não podendo deixar-se de lado os tempos dedicados as recomposições 
das aulas, lazer, etc. 
 O aproveitamento de pequenos períodos é também uma sábia medida. Façamos as contas: 15 
minutos de estudo diário representam mais de 100 minutos por semana, 450 minutos (7,5 
horas) mensais e mais de 5400 minutos (+ de 90 horas) anuais. Estes tempos não podem ser 
desperdiçados. 
Não raramente, estudantes que trabalham tem bom desempenho nos estudos. Isto deve-se, 
primeiro ao facto de que ao custear o seu próprio estudo, estes dão-lhe muita importância. O 
segundo aspecto é que para conciliar estudo com trabalho, terão que valorizar ao máximo 
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todo o seu tempo, pois sabem que dificilmente terão outra oportunidade. Assim, eles 
automaticamente estarão valorizando o seu tempo. 
Um último ponto a ressaltar é a dedicação de tempo para o descanso e lazer, o que é essencial 
para a saúde física e mental. Para quem desenvolve actividades intelectuais, é importante 
desenvolver em paralelo actividades que estimulam o sistema psicomotor ou cultivar um 
passa tempo em áreas bastante diferente do trabalho usual. Ao estudar, deve-se lembrar que 
aproveitar o tempo de estudo ao máximo é uma forma de dar sentido as horas de lazer. 
 
Quadro de horários 
Hor
a 
Doming
o 
Segund
a 
Terç
a 
Quart
a 
Quint
a 
Sext
a 
Sabad
o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.6. FASES DE ESTUDO 
Num curso de engenharia destacam-se os seguintes objectivos: 
o estimular a criatividade do indivíduo; 
o fornecer-lhe ferramentas básicas para enfrentar os problemas com que se vai deparar na 
sua profissão; 
o estimulá-lo a adoptar uma postura crítica e consciente para com a sociedade. 
Para um êxito favorável destes objectivos, o estudante deverá atender a uma série de 
recomendações sobre como proceder para tirar o maior proveito dos seus estudos e trabalhos 
durante a sua formação. Isto levá-lo-à, logo cedo, a perceber a existência de melhores 
maneiras de se resolver problemas, sejam eles de que tipos forem. 
A Seguir, é proposto em método de estudo que visa melhorar o desempenho nos estudos, 
optimizando procedimentos de trabalho. Este método consiste em três (3) etapas que são: 
 preparação; 
 captação; e 
 processamento. 
É importante ressaltar que as recomendações aqui colocadas, tem como compromisso 
sintetizar procedimentos adequados para o estudo da engenharia, o que diferirá de outras 
recomendações, que talvez sirvam para o processamento de formação de profissionais de 
outras áreas. O estudo das ciências, para a formação do eng
0
., difere em relação a outras 
áreas, pois o eng
0
., lidará mais com a tecnologia do que com o processo científico, que lhe 
serve de base e fundamento e não necessariamente propósito. 
 
1.6.1. PREPARAÇÃO 
Em geral, pode-se afirmar que para se trabalhar com eficiência, são imprescindíveis os 
cuidados com a preparação para o estudo. Tais cuidados vão desde a escolha de um 
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ambiente, arejado, com boa iluminação, silencioso e agradável, até a preparação psicológica 
como condição para viabilizar o estudo. 
O ambiente pode-se tornar num ponto vital para se obter um bom desempenho, por exemplo, 
em casos de assimilação de conhecimentos através de livros didácticos que exigem uma 
atenção exclusiva e uma alta dose de compenetração. 
Sugere-se ainda que o estudante esteja sentado numa posição cómoda, frente a uma mesa 
para apoiar os demais instrumentos necessários para o tipo de assunto com que se esta 
lidando. É necessário notar que o estudo de matérias diferentes exige logicamente materiais 
diferentes. 
 O hábito de estudar, de preferência nos mesmos locais e horários de costume, facilita em 
muito a aprendizagem pois, porestarem vários aspectos sendo cumpridos automaticamente, 
tem-se menos barreiras a transpor, permitindo maior concentração naquilo que é novo, ou 
seja, no assunto de estudo. 
 Para casos em que estes ambientes de estudo não são possíveis de serem conseguidos o 
estudante deve, como medida prática utilizar de melhor forma possível o ambiente 
disponível. 
 A atitude psicológica deve-se tornar numa característica fundamental para se alcançar 
objectivos. O estudante deve ser perseverante na resolução de problemas, reconhecer os seus 
erros, usá-los para proceder novas tentativas, através de novo estudo ou novo enfoque. 
 Para um êxito efectivo nos seus estudos, o estudante deverá ter consciência de que o seu 
árduo trabalho de formação está a serviço de uma causa maior, independentemente de suas 
metas e da sua integração social. 
 Num currículo de um curso, não existem temas pelos quais a sua aquisição pelo estudante 
seja inútil, pois todos assuntos tratados tem um papel bem definido. E a forma como estes 
conhecimentos são repassados, não deve servir de justificação para considerá-los 
desnecessários. Deve-se também lembrar que tais assuntos algum dia já mereceram um alto 
interesse e dedicação de algum indivíduo, pela sua especialidade. 
 
Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
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1.6.2. CAPTAÇÃO 
A captação de conhecimentos, se dá basicamente por iniciativa de alguém interessado em 
aprender algo que se utilize em alguma técnica de trabalho que possa levá-lo a alcançar os 
seus objectivos. 
Num processo de ensino - aprendizagem a captação ocorre essencialmente: 
o Aquando da apreensão de conhecimentos transmitidos por um professor na sala de aula; 
o Quando os conhecimentos são adquiridos através da leitura de livros didácticos; ou 
o Através da participação em experiências e observações. 
A captação depende da individual atitude psicológica favorável, de onde nasce a necessidade 
ou motivação para o estudo. 
 
1.6.2.1.FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO DA FASE DO PROCESSO DO ESTUDO 
Esta fase do processo do estudo pode ser identificada em termos gerais por três formas: 
o Leitura; 
o Audição; e 
o Observação. 
LEITURA 
Para ler com eficiência não basta apenas ser alfabetizado, é necessário predisposição, 
ambiente favorável, motivação e aplicação de uma técnica de assimilação compatível com o 
tema da leitura. Através da leitura pode-se captar palavras, frases, idéias e fórmulas 
registadas em anotações e em impressos. 
AUDIÇÃO 
Uma sugestão para melhor a absorção de conhecimentos com esta forma de captação, é 
constantemente interrogar-se sobre o tema, procurando concatenar as idéias num todo ou 
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com outros assuntos. Tanto é importante esta forma de captação, que muitas pessoas 
conseguem fixar melhor os assuntos de uma leitura quando a fazem em voz alta. Neste caso, 
estão sendo usados simultaneamente a leitura e a audição. 
OBSERVAÇÃO 
É o meio de captação de conhecimentos. Se utilizada de uma forma sistemática, e com 
critério, constitui um útil instrumento de captação. Observar é entendido aqui como um 
estágio de processo de captação de ocorrências, factos, que surgem naturalmente no decorrer 
de um trabalho. Esta forma de captação do trabalho é especialmente relevante nos estudos de 
engenharia porque deve-se estar sempre a identificar sistemas, fenómenos físicos, processos 
e variáveis para execução dos trabalhos. 
 
1.6.2.2.APRESENTAÇÃO DE DIFERENTES MEIOS DE CAPTAÇÃO 
Eis abaixo especificados os diferentes meios de captação, por forma a garantir uma fiável 
eficiência no processo da captação: 
 captação na sala de aulas; 
 captação extra-classe; 
 captação pela leitura. 
 
CAPTAÇÃO EM SALA DE AULA 
O grande momento de estudo que todos tem, é o tempo em sala de aulas. Por isso, 
recomenda-se que este período seja aproveitado integralmente através de uma participação 
activa. Não se deve levar para casa duvidas, que podem ser sanadas na sala de aulas. Para 
entender uma aula, deve-se aprender a sua organização e objectivos, assimilar a idéia central 
do professor em cada assunto à medida que o professor avança na sua explicação, o estudante 
deve interrogar-se constantemente acerca do que já sabe sobre o assunto, ou sobre a ligação 
dos tópicos estudados com outros. 
Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
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Captar e anotar idéias com palavras próprias para uma análise posterior, ajuda em muito a 
participar activamente na sala estimulando o processamento das informações. Se isto não for 
conseguido, é porque o assunto não foi bem assimilado. A atenção deve estar sempre voltada 
para aquilo que o professor diz, sem se deixar influenciar por situações de perturbações, 
tanto directa (quando o colega fala consigo directamente) como indirecta (quando dois ou 
mais colegas vizinhos conversam ao seu lado) proporcionadas pelos colegas na turma e 
incisivamente ao seu redor aquando da explicação do professor. A figura do professor, é 
importante porque acaba sendo um exemplo para o estudante. 
 
CAPTAÇÃO EXTRA-CLASSE 
É indiscutível a necessidade de uma dedicação extra-classe para recomposição dos assuntos 
vistos na aula complementando-os com leituras e discussões com os colegas, ou através de 
consultas ao professor. Duas horas de dedicação extra-classe para cada hora de aula, acredita-
se ser uma dose suficiente para recomposição e a fixação dos assuntos. 
Para garantir um equilíbrio em todas matérias, deve haver uma agenda de afazeres 
particulares, onde possa estabelecer um tempo adequado para cada tarefa. Recomenda-se que 
se estabeleça um tempo de revisão imediata depois de cada aula para recompôr e fixar a 
matéria. 
 
 
CAPTAÇÃO PELA LEITURA 
Os livros didácticos, são as maiores fontes de pesquisa do estudante. Por isso, deve-se dar 
uma atenção especial a bibliografia indicada pelo professor e consultá-la regularmente, de 
preferência adquirindo os principais títulos. As bibliotecas das escolas, estão na maioria das 
vezes razoavelmente bem aparelhadas para os cursos básicos de graduação. A selecção 
daquilo que se vai ler é o primeiro aspecto a ser considerado, porque logicamente não se 
pode ler tudo o que é publicado sobre um determinado assunto. 
De forma geral, a escolha de textos para leitura pode ser baseada nos seguintes pontos: 
Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
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o título da obra – que normalmente indica o assunto abordado no texto, ou a qual área 
pertence o trabalho; 
o nome e currículo do autor – nomes proeminentes e cientificamente respeitáveis são bons 
indícios para a selecção da leitura, pois devem produzir trabalhos consistentes; 
o leitura do prefácio e da “orelha” da obra – isto fornece uma idéia razoável da 
abordagem do texto, podendo-se, assim, verificar se confere com o que se deseja estudar; 
o leitura do sumário – tem-se um panorama geral do conteúdo da obra, além de se conferir 
com facilidade se os tópicos procurados, estão contemplados no trabalho. 
Estando seleccionado o que ler, deve-se saber passar a leitura propriamente dita, acção que 
encerra os maiores problemas de fase de captação. Deve-se saber diferenciar os 
procedimentos da leitura. A velocidade de uma leitura informativa, principalmente a de 
distracção, é mais rápida, enquanto que a de uma leitura formativa exige reflexão, anotações, 
cálculos auxiliares e retornos constantes a trechos já lidos, sendo portanto mais lenta. 
 Não é recomendáveltempo longo de leitura de textos didácticos, pois com o cansaço vem 
a redução na fixação, e qualquer ponto que não seja bem esclarecido, pode prejudicar o 
entendimento de um assunto. 
 Cada um deve procurar a sua própria velocidade de leitura, lembrando sempre que o 
principal é a compreensão. De forma geral, deve-se procurar aumentar a velocidade, porque 
se ganha tempo e aumenta-se a compreensão. A velocidade de leitura, representa algo em 
torno de 200 a 300 palavras por minuto. Para textos técnicos, este rítmo deverá baixar 
sensívelmente. 
 Alguns sintomas comuns que identificam maus leitores são: 
o leitura de palavra por palavra. O movimento dos olhos durante a leitura, é intermitente e 
a leitura propriamente dita só se dá durante as paradas. Esta será tanto mais rápida quanto 
maior o grupo de palavras fixado em cada parada; 
o movimentação dos lábios ou vocalização. Enquanto se lê. Isto diminui a velocidade. 
Numa leitura eficiente deve-se olhar um conjunto de palavras e interpretar o significado, sem 
necessidade de pronunciá-las, nem mesmo mentalmente; 
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Introdução à Engenharia Página 15 
 
 
o retornos constantes ao que se acabou de ler. Isso é sintoma de desatenção. Não 
confundir com retornos feitos com o objectivo de integrar os assuntos de um texto. 
Num texto, cada capítulo procura transmitir uma idéia, da mesma forma que um parágrafo. 
Assim, para que se consiga uma leitura eficiente, captando, retendo e integrando as 
informações lidas, deve-se identificar e extraír as idéias principais, sabendo destacá-las das 
idéias acessórias que gravitam a sua volta. 
 Uma das formas mais eficientes de se ler um livro, é estar constantemente procurando 
pelas idéias principais, sublinhando-as ou fazendo anotações, quando for livro próprio. A 
técnica de sublinhar, além de ser simples, é de extrema utilidade para as revisões, pois evita, 
nestes casos, uma releitura completa, indo-se directo as idéias principais. Deve-se sublinhar – 
só o essencial para destacar uma idéia- e sempre com a mesma convenção. Com um traço 
horizontal sob as palavras para destacar idéias principais; com dois traços horizontais para 
marcar exemplos; com um traço vertical ao lado do texto para evidenciar orações completas. 
 No estudo da engenharia, é comum a utilização de gráficos, tabelas e fórmulas 
matemáticas como auxílio a compreensão. Por isso, recomenda-se o hábito de interpretar os 
seus significados. Uma fórmula matemática, nada mais é do que representação de uma 
situação física real – normalmente, no estudo da engenharia, um fenómeno físico -, através 
de uma linguagem de significado imutável e universal. Gráficos e tabelas, na verdade, não 
passam de recursos para mostrar alguma relação entre variáveis ou a evolução de algum 
fenómeno. Deve-se, então, garantir a perfeita interpretação destes recursos e a compreensão 
dos seus significados. 
 
1.6.3. PROCESSAMENTO 
Feita captação de um conhecimento, deve-se processá-lo para reter e integrar os assuntos. 
São fundamentais alguns procedimentos posteriores para uma boa absorção de conteúdos. 
Cita-se como exemplo a realização de revisões imediatas que podem ser feitas 
confeccionando-se esquemas e resumos dos assuntos aprendidos, depois de uma aula ou 
leitura de um livro, o que permitirá além da fixação, uma forma rápida de consulta. 
Capítulo 1 2017 
 
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Introdução à Engenharia Página 16 
 
 
Esquema – é uma representação organizada das idéias motores (principais) acerca de um 
determinado assunto, o qual representa o fio principal do pensamento do texto original. 
Resumo – é a extracção de idéias chaves de um texto, é a compactação, com frases 
completas, do assunto lido. A consequente revisão de um resumo breve, claro e objectivo irá 
levar menos tempo de revisão e de maneira dinâmica e a fixação da matéria por parte do 
estudante. 
 A revisão no final do estudo de um volume de tópicos, ajuda na integração de todos 
temas estudados para se obter um todo homogéneo e concatenado, que ajudarão o estudante a 
obter maior rendimento nas avaliações no decurso do seu curso. 
 É nesta fase do processamento das informações, que se interliga os assuntos vistos num 
texto, e em demais disciplinas, para permitir uma boa visão de conjunto e um encadeamento 
lógico. 
Disciplina – é a parte de uma estratégia de aprendizagem pré-estabelecida, com planos, 
metas e técnicas de transmissão de conhecimentos. 
Em suma: As revisões imediatas tornam o estudo mais eficáz e garantem um maior 
aproveitamento nos estudos. 
 
1.7. OUTRAS RECOMENDAÇÕES 
Em relação a fase de captação, deve-se destacar, ainda, que procedimentos semelhantes aos 
anteriormente recomendados devem ser postos em prática também em situações como as 
descritas a seguir. 
 
 
1.7.1. AULA DE LABORATÓRIO 
Com os constantes aperfeiçoamentos de medição e com o aparecimento de novos e modernos 
equipamentos industriais, é de vital importância que o estudante de graduação tenha contacto 
Capítulo 1 2017 
 
Engº Paulo J. Conselho, MSc 
Introdução à Engenharia Página 17 
 
 
com a instrumentação e aprenda a realizar ensaios de laboratórios; isto lhe conferirá maior 
versatilidade, o que será de grande valia na sua vida profissional. 
As aulas de laboratório devem ser encaradas não como meros artifícios didácticos, mas como 
uma excelente oportunidade de se verificar a teoria. É importante anotar os resultados 
obtidos, os equipamentos utilizados, etc., para confecção de um relatório técnico final, 
mesmo que o professor não exija. 
 
1.7.2. AULAS PRÁTICAS 
As aulas práticas, com o desenvolvimento de experiências em laboratórios ou em campo, tem 
como objectivos: 
a) Permitir melhor fixação dos conhecimentos abordados nas aulas teóricas; 
b) Desenvolver a sensibilidade na avaliação dos parâmetros da engenharia; 
c) Contribuir para o desenvolvimento do estudante na aplicação dos princípios; 
d) Familiarizar o estudante no uso da instrumentação empregada na engenharia; 
e) Desenvolver a habilidade para a execução de relatórios técnicos, bem como a 
apresentação de resultados através de gráficos , tabelas e equações; 
f) Ensinar a tirar conclusões, a partir dos resultados experimentais; 
g) Contribuir para desenvolver a capacidade criativa. 
 
 
CORPO DOCENTE: 
Eng
0
 Paulo J. Conselho, MSc - Regente 
Inácio L. Jonas - Monitor

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