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CCJ0022-WL-D-SIA-08-Justiça da Infância e da Juventude

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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Aula 08 – Justiça da Infância e da Juventude e 
Proteção Judicial dos Interesses Individuais , 
Difusos e Coletivos. 
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Conteúdo Programático desta aula
• Justiça da Infância e da
Juventude e as regras que
permitem o acesso a esta
justiça;
• Órgãos que fazem parte
desta justiça bem como as
suas funções;
• Sistema recursal peculiar da
Justiça da Infância e da
Juventude bem como suas
regras;
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Direitos individuais, difusos e coletivos e os mecanismos de
proteção dos mesmos no âmbito da Justiça da Infância e da
Juventude.
As próprias crianças e adolescentes, utilizando-se de sua
condição de sujeitos de direitos, têm, hoje, uma maior
consciência desses direitos, o que os faz buscar, junto à
família, à sociedade e ao Estado, o cumprimento dos
mesmos. Isso é um aspecto bastante positivo trazido em
razão do legislador ter tido a preocupação de traçar as linhas
mestras para garantir às crianças e aos adolescentes o acesso
à justiça.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Assim, especificou-se toda a parte processual do direito da
Infância e da Juventude: normas referentes à capacidade, à
gratuidade de justiça, ao segredo de justiça, à competência,
às ações e seus procedimentos, aos recursos e às partes que
atuam nos processos (juiz, Mistério Público, advogado).
Portanto, vamos conhecer essa justiça especializada, bem
como os mecanismos de defesa de direitos de crianças e
adolescentes, sejam eles individuais, difusos ou coletivos,
que ela proporciona. O 1º Juizado de Menores do Brasil e da
América Latina foi criado em 20 de dezembro de 1923, no
Rio de Janeiro, localizado onde atualmente funciona o
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). O primeiro
Juiz de Menores, como chamado na época, foi empossado em
02 de fevereiro de 1924, sendo o Dr. José Cândido de
Albuquerque Mello Mattos.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Daí o primeiro Código de Menores ter sido conhecido e
chamado de “Código Mello Mattos”.
Com a criação do ECA, cada Estado e o Distrito Federal
puderam criar varas especializadas e exclusivas da infância e
da juventude. Cabe ressaltar que as Varas da Infância e da
Juventude não integram a denominada Justiça Especializada,
e sim são uma especialização da justiça comum, sendo do
Poder Judiciário Estadual a atribuição de criação e instalação
destes órgãos, conforme determina o art. 146 do ECA. Do
acesso à Justiça da Infância e da Juventude
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
À toda criança ou adolescente, sem distinção, é garantido
o acesso à Justiça da Infância e da Juventude. E esse
acesso deve ser interpretado de forma ampla, ou seja,
não somente à figura do Juiz, mas a todos aqueles que
fazem parte desta justiça, como a Defensoria Pública e o
Ministério Público.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Assim, o legislador definiu regras de acesso a esta justiça
especializada, como forma de facilitar e incentivar a
utilização da mesma, sem deixar de garantir a proteção aos
preceitos do ECA. As regras do Estatuto da Criança e do
Adolescente, por ser este uma lei especial, prevalecem sobre
as leis tidas como gerais. A partir dessa premissa, dispôs o
legislador, no art. 152, que as normas gerais processuais
previstas nas legislações pertinentes se apliquem
subsidiariamente às regras do ECA.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Alguns exemplos dessas regras são:
- Garantia de assistência judiciária gratuita aos que dela
necessitarem, através de defensor público ou advogado
nomeado.
- Isenção de custas e emolumentos para as ações judiciais e
da sua competência bem como para os recursos.
- As crianças e adolescentes devem ser devidamente
representados ou assistidos por seus pais ou responsáveis ou
curadores nomeados, nos processos judiciais.
- Garantia de sigilo de atos judiciais, policiais e
administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes
a que se atribua autoria de ato infracional: segundo o
disposto no parágrafo único do art. 143, a violação dessa
regra configura a prática da infração administrativa prevista
no art. 247 do ECA.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
E deve ser ressaltado que não estão amparadas pela regra do
mesmo art. 143, as vítimas do ato infracional, mesmo que
sejam crianças ou adolescentes, já que a regra é específica
para o autor do ato infracional.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O art. 147, do ECA, trata da competência em razão do lugar
ou territorial. Ela define o local da propositura das ações.
Vale ressaltar que ela é diversa da regra da competência
territorial geral, prevista pelo CPC. Ela se aplica nas
hipóteses dos arts. 98 e 148, III, VII e § único, do ECA. O
art. 147 possui dois incisos, sendo a regra o inciso I, e a
exceção, o inciso II. Desta forma, a competência do juízo
será fixada pelo domicílio dos pais ou responsáveis, desde
que a criança ou o adolescente esteja na companhia dos
genitores ou acolhido em entidade. E, não havendo pais ou
responsável, ou estando eles em local incerto e não sabido, o
foro competente será o do local onde se encontra a criança
ou adolescente.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Isto porque o legislador aderiu à regra do juízo imediato do
CPC, ou seja, aquele mais próximo de onde se encontra a
criança ou o adolescente, para uma prestação jurisdicional
mais rápida e eficaz. Não se aplica portanto, a perpetuatio
jurisdictionis, diferindo do CPC, já que quando o Juiz da
Infância e da Juventude despacha nos autos isto não o
vincula ao processo, que pode ser remetido ao Juiz
competente mais próximo da criança ou adolescente, em
caso de acolhimento, mudança de endereço, etc., quantas
vezes forem necessárias, também como forma de se obter
uma prestação jurisdicional mais rápida e eficaz.
IMPORTANTE: Em caso de genitores com domicílios
diferentes, deve-se escolher o que melhor atenda aos
interesses da criança ou adolescente.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Competência para conhecer e julgar as ações
socioeducativas (§ 1º do art. 147)
O critério adotado é o do local da prática do ato infracional
e não o local do resultado. Esse critério visa facilitar a
colheita de provas, em face da proximidade, fazendo com
que o processo tenha o curso mais célere. Já para o processo
de execução das medidas socioeducativas, o juízo
competente será o mesmo que julgou a ação. O § 2º do art.
147 traz exceção a esta regra quando os pais ou os
responsáveis residem em comarca diversa do local onde
ocorreu o ato infracional. Nesse caso, a lei determina que
poderá haver delegação da execução da medida.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Competência para processar infração cometida através de
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja
mais de uma comarca (§3º do art. 147)
Será competente a autoridade judiciária do local da sede
estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para
todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo
estado. O art. 148, do ECA, trata da competência em razão
da matéria abrangida pela Justiça da Infância e da
Juventude, ou seja, define as situações que exigem a
atuação desta justiça. Importante: O rol do artigo 148 não é
taxativo, podendo outras situações previstas em lei exigir a
atuação da Justiça da Infância e da Juventude.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Os incisos I a VII são aplicáveis a crianças e adolescentes em
qualquer situação: regular ou não. É a competência
exclusiva, já que só a Justiça da Infância e da Juventude
pode atuar nestes casos. Já o § único, trata de casos de
crianças e adolescentes incursas nas hipóteses do art. 98 do
ECA. Logo, não se tratando destas hipóteses,a competência
será da Vara de Família. É a competência concorrente.
OBSERVAÇÃO: Em caso de ato infracional praticado contra
bem da União, a competência é da Justiça da Infância e da
Juventude. Já para restituição de coisa apreendida, é do
juízo criminal, já que o ECA só prevê o procedimento
administrativo.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
IMPORTANTE: É da competência do Juiz da Infância e
Juventude disciplinar ou autorizar a entrada ou participação
de crianças e adolescentes em locais de diversão pública,
espetáculos/eventos, atendendo aos princípios do ECA,
através de Portaria ou Alvará. Veja as situações nos incisos
do art. 149. Da leitura dos incisos, conclui-se que, nas
situações previstas no inciso I, a contrario sensu, se as
crianças e adolescentes estiverem acompanhados dos pais,
poderão frequentar tais locais. Já no inciso II, mesmo
acompanhados, necessitam de autorização. Vale ressaltar
que o legislador de estabelecer os parâmetros que visam
nortear o magistrado no momento da elaboração das
portarias ou do exame do pedido de alvará.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Como o ECA não vinculou a validade dessas portarias à
submissão de reexame a nenhum órgão, permitiu que a sua
revisão seja feita através de recurso de apelação (art. 199 do
ECA). As regras relativas aos recursos a serem utilizados nos
processos que tenham por objeto matéria regulamentada
pelo ECA está contida nos arts. 198 e 199. O legislador
estatutário elegeu o sistema recursal previsto no CPC, sem
levar em conta a matéria que está sendo objeto de
impugnação, se civil ou penal.
Porém os recursos, na Justiça da infância e da Juventude,
possuem certas peculiaridades.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
- Os recursos não possuem preparo:
isto reduz custos e incentiva o acesso à justiça,
proporcionando maior efetividade ao direito.
-O prazo para interposição e resposta:
dos recursos é sempre de 10 dias, para o Ministério Público
e para a defesa, com exceção dos embargos de declaração,
que é de 48h.: isto proporciona maior celeridade aos
processos. A redação do caput do artigo 198 foi alterada pela
Lei 12594/12, que passou a mencionar expressamente as
medidas socioeducativas, além de alteração do inciso II, para
estabelecer que o prazo dos recursos seria aplicável ao
Ministério Público e à defesa, excluindo a exceção do agravo,
tendo em vista que a antiga redação, ao estabelecer o prazo
de 10 dias, excepcionava além dos embargos de declaração,
o recurso de agravo.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
No entanto, com as alterações realizadas no CPC, o prazo de
Agravo já era de 10 dias. Desta forma, a lei adequou a
redação à realidade. - Os recursos serão processados com
prioridade absoluta, devendo ser imediatamente
distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer
situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa
para julgamento sem revisão e com parecer urgente do
Ministério Público. Além disso, têm preferência no
julgamento e dispensam revisor: também gera maior
celeridade aos processos.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
- O recurso de apelação só será recebido no duplo
efeito (devolutivo e suspensivo) se tratar-se de adoção
internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou
de difícil reparação ao adotando: a regra, pelo CPC, é
atribuir o duplo efeito à apelação, mas neste caso, a fim
de dar celeridade aos processos, só haverá o duplo efeito
nestas situações.
- O Juiz da Infância e da Juventude pode exercer o juízo
de retratação, ao receber o agravo ou a apelação,
reformando assim sua decisão, sem remeter os autos à
instância superior.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
IMPORTANTE: Também se aplica o disposto no art. 188 do CPC
no sistema judicial da Infância e da Juventude. Ou seja, o MP
tem o prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para
contestar. A Defensoria também goza de prazo em dobro. A
alteração do artigo 198, II menciona expressamente, como
mencionamos acima, o Ministério Público e a defesa. No
entanto, não se pode interpretar esta disposição de forma
contrária aos interesses da Infância e Juventude. De qualquer
forma, teremos que esperar a nossa Jurisprudência se firmar
acerca desta alteração.
AULA 8
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Os interesses individuais, difusos e coletivos correspondem à
terceira geração de direitos fundamentais. Assim, na defesa dos
direitos previstos no ECA, cabem todas as espécies de ações –
Ação Civil Pública, Ação Popular, Mandado de Segurança,
Obrigação de Fazer e de Não Fazer, Ação Mandamental, etc. –
aplicando-se as regras do CPC.
E, para essas ações, não há também custas/despesas processuais
nem emolumentos, como forma de incentivo à busca pela
justiça. Para atender a essa nova modalidade de direitos, fez-se
necessário que o ordenamento jurídico criasse novos
instrumentos para a sua proteção. E ao tratar de ações para
garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, o
legislador agrupou-as em ações individuais e coletivas.

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