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CCJ0058-WL-B-LC-Sobre a Universalidade rumo aos Direitos Internacional dos Direitos Humanos

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Direitos humanos: 
Sobre a universalidade rumo aos Direitos
 Internacional dos Direitos Humanos
Edna Raquel R. S. Hogemann*
1. Introdução.
2. Os Direitos Humanos.
2.1 Significado da expressão.
2.2. As diversas gerações de Direitos Humanos.
3. Breve histórico.
3.1. As Declarações de Direitos.
3.2. Os Direitos Humanos pós Segunda Guerra Mundial.
4. Direitos Humanos e e globalização.
4.1. O fenômeno da globalização.
4.2. Algumas críticas ao processo da globalização.
5. Universalismo e relativismo nos direitos humanos.
5.1. O princípio da universalidade.
5.2. O relativismo e as especificidades regionais.
5.3. O exemplo da mutilação genital feminina.
5.4. Especificidades político-religiosas.
6. Rumo a um Direito Internacional dos Direitos Humanos. 
7. Conclusão.
Abstract
Este ensaio tem por objetivo delinear alguns pontos da fundamental discussão sobre a 
universalidade na aplicação dos Direitos Humanos num cenário mundial globalizado, porém 
ponteado por especificidades sociais e culturais de caráter regional e tribal que colocam em 
destaque a discussão acerca de questões como soberania, auto-determinação dos povos e 
dignidade humana em contraposição face a valores ligados particularmente às tradições 
religiosas e ao poder político.
É neste marco que vem se configurando paulatinamente, fruto dos acordos, protocolos, 
convênios e tratados, a normatização de um novo Direito, de caráter universal, cujo objeto são os 
Direitos Humanos.
Eis que, com essa abordagem, abre-se uma oportunidade para enxergar o assunto sob o prisma 
da preocupação com a garantia da efetividade universal dos Direitos a regular a vida em 
sociedade sob a égide da legitimidade normativa.
“...nestes últimos anos, falou-se e continua a se falar de direitos do homem, entre eruditos, 
filósofos, juristas, sociólogos e políticos, muito mais do que se conseguiu fazer até agora para 
que eles sejam reconhecidos e protegidos, efetivamente, ou seja, para transformar aspirações 
(nobres, mas vagas), exigências (justas, mas débeis), em direitos propriamente ditos (isto é, no 
sentido em que os juristas falam de “direito”)”.
Norberto Bobbio[1]
1. Introdução
Web DHnet
Pesquisar
Página 1 de 13DHnet - Direitos Humanos na Internet
25/08/2013http://www.dhnet.org.br/direitos/brasil/textos/dh_univ.htm
O conceito e as declarações dos direitos humanos preconizam que todo indivíduo pode fazer 
reivindicações legítimas de determinadas liberdades e benefícios. Os direitos humanos são uma 
idéia política com base moral e estão visceralmente relacionados com os conceitos de justiça, 
igualdade e democracia. Eles são uma expressão viva do relacionamento que deveria prevalecer 
entre os membros de uma sociedade e entre indivíduos e Estados.
Os direitos humanos devem ser reconhecidos em qualquer Estado, grande ou pequeno, pobre ou 
rico, independentemente do sistema social e econômico que essa nação adota. Nenhuma 
ideologia política que não incorpore o conceito e a prática dos direitos humanos pode fazer 
reivindicações de legitimidade. Apesar dos vários tratados e declarações adotados com a 
consciência e o consenso da comunidade internacional a triste realidade é que nenhum dos 
direitos declarados é respeitado uniformemente no mundo inteiro.
A adoção pela Assembléia Geral das Nações Unidas da Declaração Universal de Direitos 
Humanos, em 1948, constitui o principal marco no desenvolvimento da idéia contemporânea de 
direitos humanos. Os direitos inscritos nesta Declaração constituem um conjunto indissociável e 
interdependente de direitos individuais e coletivos, civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, 
sem os quais a dignidade da pessoa humana não se realiza por completo. A Declaração 
transformou-se, nesta última metade de século, numa fonte de inspiração para a elaboração de 
diversas cartas constitucionais e tratados internacionais voltados à proteção dos direitos 
humanos.
Este documento, chave do nosso tempo, tornou-se um autêntico paradigma ético a partir do qual 
se pode medir e contestar a legitimidade de regimes e Governos. Os direitos ali inscritos 
constituem hoje um dos mais importantes instrumentos de nossa civilização visando a assegurar 
um convívio social digno, justo e pacífico.
No entanto, a maciça violação dos direitos e liberdades básicos faz com que o ideal de uma vida 
digna e decente para todos os cidadãos do mundo torne-se algo ainda muito distante. Ao mesmo 
tempo, vivemos em uma era que apresenta oportunidades, únicas para levar adiante a causa dos 
direitos humanos.
A fase beligerante da Guerra Fria, em cujo nome cometeu-se e justificou-se tantos abusos, 
acabou. Os movimentos para a democracia, guiados por um compromisso de promover os 
direitos humanos, continuam obtendo bons resultados em todo o mundo. E, finalmente, há o 
reconhecimento crescente de que o respeito aos direitos humanos é imperativo para a 
sobrevivência de toda a humanidade.
No entanto, há quem afirme, por exemplo, que a mutilação do clitóris de mulheres no mundo 
islâmico seria um componente cultural integrado à cultura islâmica, e, portanto, amplamente 
legitimado. Essa concepção, relativizadora dos Direitos Humanos, contrapõe-se à universalidade 
da categoria dos Direitos Humanos colocada fundamentalmente a partir do racionalismo 
jusnaturalista do século XVII e à tendência cada vez mais objetiva da globalização desses 
mesmos direitos que, para sua garantia e eficácia necessitam por parte da comunidade 
internacional um tratamento protetivo específico, em relação à normatividade já existente através 
das Declarações, Pactos e Tratados.
Eis pois, o objeto deste breve trabalho de iniciação científica, no qual, fruto da pesquisa 
bibliográfica realizada, buscar-se-á apresentar, ainda que sem a pretensão de ter por esgotado o 
tema, a atualidade da discussão relativa à universalidade dos direitos humanos no marco do 
processo de globalização em curso no planeta, no marco da configuração de um novo ramo do 
Direito Internacional ligado aos Direitos Hunamos.
Iniciar-se-á discorrendo, ainda que brevemente, sobre o significado da expressão Direitos 
Humanos, apresentando uma síntese histórica de sua trajetória desde a Revolução Francesa de 
1789 até os dias de hoje, além da configuração das diversas gerações de Direitos Humanos 
existentes.
A seguir serão apresentadas algumas considerações acerca do fenômeno da globalização 
mundial e da internacionalização dos Direitos Humanos, processo em pleno curso neste final de 
milênio, trazendo concretude aos ideais de universalidade dos direitos humanos constantes da 
Declaração de 1948.
Entretanto, apresenta-se também algumas críticas ao modo de como a globalização está sendo 
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25/08/2013http://www.dhnet.org.br/direitos/brasil/textos/dh_univ.htm
concretizada entre os diversos países, em particular relativa às questões econômicas e 
ambientais.
Será abordada, ainda que de forma não exaustiva, a polêmica entre a universalidade dos Direitos 
Humanos em contraposição ao relativismo destes diante das especificidades culturais e 
religiosas, utilizando-se para tal alguns exemplos da atualidade.
Far-se-á uma abordagem relativa à emergência de um novoramo do Direito, ou seja, o Direito 
Internacional dos Direitos Humanos, com princípios e regras próprias do Direito Internacional, 
fruto de todo o cabedal acumulado a partir dos diversos tratados, convenções, pactos e 
protocolos existentes.
2. Os Direitos Humanos
2.1. Significado da expressão
A questão relativa às várias denominações dos direitos humanos[2], pode ser convergida para 
uma só: Direitos Fundamentais. É o que aponta a lição de José Luiz Quadros de Magalhães[3], 
para quem "quando falamos em Direitos Humanos, utilizamos esta expressão como sinônimo de 
direitos fundamentais."
A partir da visão de Cançado Trindade[4], pode-se vislumbrar que os direitos humanos têm um 
lugar cada vez mais considerável na consciência política e jurídica contemporânea e os juristas 
só podem se regozijar com seu progresso. Implicam eles com efeito um estado de direito e o 
respeito das liberdades fundamentais sobre as quais repousa toda democracia verdadeira, e 
pressupõem a um tempo um âmbito jurídico pré-estabelecido e mecanismos de garantia que 
assegurem sua efetiva implementação. Os direitos humanos tendem a tornar-se, por todo o 
mundo, a base da sociedade.
Impende, portanto, conhecer a noção do que são direitos humanos ou direitos fundamentais. 
Nessa tarefa, pode-se incorrer em tautologias, no sentido de afirmar que direitos humanos são os 
da humanidade ou os do homem, ou coisas do gênero. Ensina Antônio Enrique Perez Luño[5]
que os direitos humanos são:
"Un conjunto de facultades e instituciones que, en cada momento histórico, concretan las 
exigencias de la dignidad, la liberdad y la igualdad humanas, las cuales deben ser reconocidas 
positivamente por los ordena-mientos jurídicos a nivel nacional e internacional."
2.2. As diversas gerações de Direitos Humanos
A primeira geração dos direitos humanos formalmente emoldurados - direitos individuais[6], foi 
gestada no século XVII, com a formulação da doutrina moderna sobre os direitos naturais, que 
embasou ideologicamente a luta que culminou com a criação do Estado Moderno e a transição 
do sistema feudal para o capitalismo. O direito de liberdade era a garantia da livre iniciativa 
econômica, livre manifestação da vontade, livre câmbio, liberdade de pensamento e expressão, 
liberdade de ir e vir, liberdade política, mão-de-obra livre.
 A segunda geração dos direitos humanos - os direitos metaindividuais, coletivos ou difusos, é 
resultado do embate entre as forças sociais, que se dá com o desenvolvimento do modelo 
burguês de sociedade, de um Estado liberal que se consolida através de um espetacular 
desenvolvimento da economia industrial. Compreendem os Direitos Sociais, os direitos relativos à 
saúde, educação, previdência e assistência social, lazer, trabalho, segurança e transporte.
Os Direitos Econômicos são aqueles direitos que estão contidos em normas de conteúdo 
econômico que viabilizarão uma política econômica. Classifica-se entre direitos econômicos, 
pelas características marcantes destes direitos, o direito ao pleno emprego, transporte integrado 
à produção, e direitos do consumidor.
Os Direitos políticos são direitos de participação popular no poder do Estado, que resguardam a 
vontade manifestada individualmente por cada eleitor sendo que a sua diferença essencial para 
os direitos individuais é que, para estes últimos, não se exige nenhum tipo de qualificação em 
razão da idade e nacionalidade para o seu exercício, enquanto que para os Direitos Políticos, 
determina a Constituição requisitos que o indivíduo deve preencher.
A terceira geração de direitos humanos - os denominados direitos dos povos ou direitos da 
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solidariedade, também é fruto das lutas sociais e das transformações sócio-político-econômicas 
ocorridas nesses últimos três séculos de história da humanidade e que resultaram em conquistas 
sociais e democráticas que envolveram as expectativas em torno de temas do interesse geral, 
quais sejam, a biodiversidade, o meio-ambiente, entre outros.
Por fim fala-se já numa quarta geração de direitos ligados à comunicação, à democratização da 
informação, entre outros.
3. Breve Histórico
3.1. As Declarações de Direitos
A preocupação com os Direitos do Homem começa com o estabelecimento da ordem burguesa, 
associada à idéia de liberdade e igualdade.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a formular expressamente uma declaração de direitos 
do homem, a de Virgínia, em 1776. É, no entanto, a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, de 1789, que obteve maior expressão, devido às repercussões da Revolução Francesa.
A constituição francesa de 1791 incorpora a Declaração de 1789, e a partir daí os direitos do 
homem ingressam no constitucionalismo moderno, expressos nos direitos do cidadão.
Ressalte-se o perfil liberal dos direitos consagrados nas constituições burguesas, cuja concepção 
revela-se formal e abstrata, sem considerar as condições materiais de sua aplicação.
A incorporação dos Direitos Humanos à ordem internacional é decorrência de um longo período 
de avanços e retrocessos políticos e sociais. Paulatinamente os Estados começaram a 
estabelecer normas internacionais que, embora não reconhecessem a personalidade, pretendiam 
proteger a pessoa humana.
De tal forma que, a princípio, ainda no século XIX, é proibido o tráfico de escravos, para somente 
ao tempo da Liga das Nações, serem criadas normas relativas à proteção das minorias, a 
proibição do tráfico de mulheres e de armas.
3.2. Os Direitos Humanos pós Segunda Guerra Mundial
Após a 2ª Guerra Mundial sente-se a necessidade de criar mecanismos eficazes que protejam os 
Direitos Fundamentais do homem nos diversos Estados. Já não se podia mais admitir o Estado 
nos moldes liberais clássicos de não intervenção. O Estado está definitivamente consagrado 
como administrador da sociedade e convém, então, aproveitar naquele momento, os laços 
internacionais criados no pós-guerra para que se estabeleça um núcleo fundamental de Direitos 
Internacionais do Homem .
 É desta forma que se fará a Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, a 
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (Bogotá, 1948), a Convenção 
Americana dos Direitos do Homem, assinada em 22 de novembro de 1.969, em São José da 
Costa Rica, entre outras declarações, convenções e pactos, além de organizações não estatais, 
sendo que entre estas organizações, atuam hoje com maior destaque, a Anistia Internacional, a 
Comissão Internacional dos Juristas, o Instituto Interamericano de Direitos Humanos, este último, 
com sede na Costa Rica, tendo como finalidade a divulgação de idéias e a educação em Direitos 
Humanos.
 Entretanto, o mundo pós Segunda Guerra, após um curto período de calma encontra a novidade 
da divisão do mundo em duas áreas de influência: uma norte americana e a outra soviética. 
Assiste-se neste período à investida norte americana contra o Vietnã, Cuba, Granada, Nicarágua 
e quase todos os países latino-americanos que receberam regimes autoritários apoiados pelos 
Estados Unidos. A tortura, as perseguições e assassinatos praticados pelo Estado e por grupos 
para-militares é comum no Chile, na Argentina, Uruguai, Brasil, Honduras e El Salvador.
Do outro lado, o exército soviético impõe, à força, a política soviética na Hungria, 
Tchecoslováquia, Afeganistão.
O processo de libertação das colônias africanas é doloroso e cruel, protagonizado por aqueles 
mesmos países que se comprometeram a respeitar os Direitos Humanos de 1948 os quais 
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violam de forma agressiva estes direitos. É o caso da França na Argélia. As colônias portuguesas 
após uma longa guerra delibertação, recebem seus países arrasados, sendo que o difícil 
processo de reconstrução é tumultuado quando não impedido por movimentos guerrilheiros em 
Moçambique e Angola, financiados pelo governo do aparthied sul-africano e o democrático 
norte-americano.
A partir de 1989, com a queda do Muro de Berlim e o processo que culminou com o 
esfacelamento da Ex-URSS, o mundo se depara com uma nova realidade na correlação das 
forças políticas e ideológicas, com o avanço da democracia nos países que outrora configuravam 
o bloco comunista.
Entretanto, constata-se que a mesma ordem econômica mundial que favorece os países 
desenvolvidos é responsável pelo extermínio de adultos e crianças diariamente em todo o 
chamado terceiro mundo, por fome e pela violência gerada pela injustiça social, que gera o atraso 
cultural, o trabalho escravo, a prostituição infantil, a exclusão social e econômica e avilta a 
condição humana de muitos em benefício exclusivo de uns poucos detentores do poder local.
Esta realidade é o desafio para os teóricos dos Direitos Humanos, responsáveis pela divulgação 
da idéia, pela formação de consciências, único meio eficaz de se realizarem os Direitos 
Humanos.
4. Direitos Humanos e e globalização
4.1. O fenômeno da globalização
A globalização ou internacionalização é um fenômeno que envolve as mais variadas relações 
entre pessoas e entre instituições, resultando do profundo desenvolvimento da ciência e da 
tecnologia, principalmente no campo da comunicação, numa redefinição dos papéis dos Estados, 
dos indivíduos, das comunidades, da sociedade, das empresas e dos novéis blocos político-
econômicos regionais.
Renato Sócrates Pinto[7] leciona que este processo que se dá nos vários campos da atuação 
humana, não tem um vetor comum, contudo os resultados alcançados e os que estão por ser, 
têm o condão de possibilitar uma maior interação das relações, seja no nível da economia, seja 
no nível da cultura, enfim, seja em qual nível for, entre as pessoas e instituições em todos os 
quadrantes do globo terrestre.
Indiscutivelmente, só se atingiu esse estágio de interrelacionamento graças, sobretudo, ao 
formidável desenvolvimento científico, tecnológico e dos meios de comunicação. O saber e a 
notícia, durante longo tempo privativos de uns poucos e por isso mecanismo de controle e uso do 
poder, estão se diluindo, aos poucos deixarão de pertencer a uma casta privilegiada.
Ademais, com a globalização rediscute-se o valor e o papel dos Estados-soberanos e das 
fronteiras nacionais em face dos blocos regionais e dos indivíduos e das pequenas comunidades 
ou tribos.
Atualmente, como notam alguns especialistas, o paradigma clássico das Ciências Sociais, 
baseado nas sociedades nacionais, está sendo substituído por outro, o da sociedade global, 
levando à reformulação dos conceitos clássicos de soberania e de hegemonia, ainda firmemente 
arraigados na doutrina política e jurídica das nações.
A globalização ou internacionalização dos direitos humanos é uma das mais importantes 
questões do final deste século. No entanto, "o grande problema deste tema é que ele versa sobre 
a essência da relação política, isto é, Poder e pessoa, isto é, quanto mais direitos do homem 
menos Poder e vice-versa."[8]
Os ideais de universalidade dos direitos humanos defendidos pela ONU desde de sua criação, 
manifestados com a Declaração Universal do Direitos do Homem, 1948, estão adquirindo uma 
maior consistência, a despeito da evidente constatação de desrespeitos em vários pontos do 
mundo. Contudo, recentemente na II Conferência Mundial de Direitos Humanos, Viena, 1993, 
foram temáticas principais a pobreza, a democracia e os instrumentos legais e jurídicos de 
efetivação dos direitos humanos. A preocupação internacional sai da retórica e procura a 
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concretude.
Tal como o afirma Cançado Trindade[9], percebe-se com clareza que "há uma tendência para o 
processo de construção de uma cultura universal de observância dos direitos humanos."
Assim, a globalização não ocorre apenas em razão da intensa circulação de bens, capitais, 
informações e de tecnologia através das fronteiras nacionais, com a conseqüente criação de um 
mercado mundial, mas também em função da universalização dos padrões culturais e da 
necessidade de equacionamento comum de problemas que afetam a totalidade do planeta, como 
o combate a degradação do meio ambiente, a proteção dos direitos humanos, o desarmamento 
nuclear, o crescimento populacional etc.
4.3. Algumas críticas ao processo da globalização
Uma das críticas que é feita contra a globalização[10], sobretudo a econômica, é em razão do 
aviltamento imposto contra o homem. A filosofia do lucro acima de tudo cega a visão do homem 
como o bem supremo. Mais do que nunca a sociedade internacional tem que ficar alerta aos 
jogos de poder, canalizados muito mais pelos interesses econômicos do que por princípios 
humanitaristas.
Quanto ao rol de direitos humanos que estão globalizados, um outro merece a atenção de todos, 
que é a questão ambiental. Os malefícios ambientais, independentemente donde sejam 
causados, têm conseqüências em todo o globo, de acordo com a proporção do dano, é claro. 
Vaticina Cançado Trindade pela imposição de particular realce à questão da relação entre a 
proteção dos direitos humanos e a proteção ambiental um tratamento sistematizado, dado a sua 
transcendental importância em nossos dias. Ao preconizar que muito embora tenham os 
domínios da proteção dohomem e da proteção ambiental sido tratados até o presente 
separadamente, é mister buscar maior aproximação entre eles,pelo fato de correspoderem aos 
principais desafios de nosso tempo, a afetarem em última análise os rumos e destinos do gênero 
humano.
Outro fator deveras importante em sede de globalização dos direitos humanos e proteção 
ambiental reside nas obrigações erga omnes. Aponta desse modo o autor retro referenciado:
 "Pode-se atestar a globalização da proteção dos direitos humanos e da proteção ambiental 
também a partir de um enfoque distinto, qual seja, o da emergência de obrigações erga omnes e 
os conseqüêntes declínio e fim da reciprocidade. No campo da proteção dos direitos humanos, a 
reciprociedade é superada e suplantada pela noção de garantia coletiva e considerações de 
ordre public. Isto opera uma revolução nos postulados do direito internacional tradicional. Os 
tratados de direitos humanos incorporam obrigações de caráter objetivo, voltados à salvaguarda 
dos direitos dos seres humanos e não dos Estados, com base em um interesse público geral 
superior (ou ordre public). Donde a especificidade dos tratados de direitos humanos."[11]
O debate travado na Eco 92, no Rio de Janeiro, centrou no fato de que a proteção ambiental e a 
racionalização dos recursos naturais, sobretudo nos países subdesenvolvidos, requer um 
sacrifício de empregos e oportunidades econômicas. É um testemunho sintomático da dialética 
entre pobres e ricos. "É de se observar que os recursos fornecidos pelos ricos são apenas para a 
ecologia e não para o homem no sentido do Terceiro Mundo vir a erradicar a miséria, quando não 
há maior poluição do que a miséria."[12]
5. Universalismo e relativismo nos direitos humanos
5.1. O princípio da universalidade
Os tempos atuais caracterizam-se por uma construção paradoxal que envolve, de um lado, um 
programa universalista inaugurado pela modernidade globalizante e, de outro, um conjunto de 
práticas e discursos que efetivam o abandono do humano e legitimam esse esquecimento. a 
própria idéia de Direitos Humanos pressupõe a recepção do conceito de humanidade; o que só 
pode ser feito, se se mantém operante a identidade vinculadora a todos os demais.
Segundo André-Jean Arnaud[13], a idéia do universalismo éfruto do pensamento filosófico 
ocidental caracterizado pela visão etnocentrista de que os valores válidos para o ocidente o são 
 urbi et orbi. Está pautada fundamentalmente sobre o sujetivismo[14], do qual surgiram as 
Declarações dos Direitos Do Homem e do Cidadão. É a partir do conceito de subjetivismo que se 
extrai o caráter humanístico das regras mais essenciais que ordenam as relações jurídicas, 
norteadas pelo princípio da valoração da vida em sociedade.
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Sempre que se exclui alguém da idéia definida de direito, está decretada a ruína do princípio da 
universalidade e ocorre consequentemente a regressão para aquém da própria noção de direito.
Aduz Arnaud, in litteris:
“... a junção entre abstração, axiomatização e subjetivismo que permitiu aos autores da época 
moderna – notadamente os da corrente jsunaturalista racionalista – construir axiomaticamente 
uma ciência de direito fundada na primazia do sujeito. Subtende-se que este último é “sujeito de 
direitos; isto é, titular de direito “subjetivos”.(...)
A idéia de que os valroes estabelecidos na base dos fundamentos de nossos direitos, pelos 
filósofos europeus da época “moderna”, seriam univerais, penetrou tão profundamente nas 
mentalidades que a encontramos nos mínimos recantos da cultura ocidental.”[15]
Não por acaso, todas as versões do anti-humanismo, à direita ou à esquerda, consagram a 
intolerância como estilo, a violência como método e a irracionalidade como conteúdo. Por esta 
via , que se renova contemporaneamente no abandono e descaso aos Direitos Humanos, o que 
se perde de vista, sempre, são os indivíduos concretos. Afinal, os particularismos não podem 
conceber as pessoas como intransponíveis. As plataformas extremas apenas o evidenciam pelo 
que possuem de incontrastável.
Assim, como o exemplifica Marcos Rolim, Hitler podia nos falar "(..) do nada do ser humano 
individual e da sua existência prolongada na imortalidade visível da nação."[16] No entanto, a 
realidade histórica objetiva demonstrou que o ser humano e o desenvolvimento pleno de suas 
potencialidades é o que de verdade importa, independente dos marcos configurados das 
fronteiras, sejam elas de caráter geográfico, cultural ou social. E de maneira incondicionada visto 
que elas extrapolam em muito suas circunstâncias. Marcos Rolim preconiza que:
“...os conceitos de raça e classe social emergiram na experiência totalitária como particularismos 
absolutos porque estavam, de uma ou outra forma, no centro de ideologias cuja pretensão foi a 
de revelar o absoluto fosse como natureza ou "sentido da história". Tais experiências 
demonstraram o que há de temível na idéia de "verdade" e sua virulência frente ao ideal 
democrático. Demonstraram mais, não obstante. Pelo totalitarismo, sabemos que a figura do mal 
radical neste século só pode ser vitoriosa sobre a destruição do princípio de universalidade, o 
mesmo princípio que sustenta a luta pelos Direitos Humanos”.[17]
Os ataques contrários à nova universalidade dos direitos fundamentais são verdadeiros 
despautérios. Leciona Paulo Bonavides[18]:
 "a nova universalidade dos direitos fundamentais os coloca assim, desde o princípio, num grau 
mais alto de juridicidade, concretude, positividade e eficácia. é universalidade que não exclui os 
direitos da liberdade, mas primeiro os fortalece com as expectativas e os pressupostos de melhor 
concretizá-los mediante a efetiva adoção dos direitos da igualdade e da fraternidade".
Continua o mestre: "A nova universalidade procura, enfim, subjetivar de forma concreta e positiva 
os direitos da tríplice geração na titularidade de um indivíduo que antes de ser o homem deste ou 
daquele País, de uma sociedade desenvolvida ou subdesenvolvida, é pela sua condição de 
pessoa um ente qualificado por sua pertinência ao gênero humano, objeto daquela 
universalidade." 
5.2. O relativismo e as especificidades regionais
Arnaud[19] preconiza que entre os diversos e numerosos paradoxos enfrentados pelo pós-
modernismo, dois são particularmente apontados ao longo do processo de globalização: o 
primeiro tem a ver com o próprio pós-modernismo que opõe o universal ao particular, e o 
segundo – a globalização, por colocar em pólos opostos global e local.
Por outro lado, o mesmo autor admite em sua obra que o “universal e o particular se opõem , mas 
são indissociáveis, tanto em uma perspectiva de reconstruçào do direito na base dos 
fundamentos pós-modernos, como na implementaçào da relaçào jurídica no âmbito da 
globalização das trocas”. Defende o relativismo a partir de uma visão pela qual a redescoberta do 
“local” faz com que as identidades culturais se afirmem, fato que o universalismo não o permite.
Considera Rolim[20], por seu turno, que polêmica proposta pelo relativismo acerca das 
especificidades regionais, como limitadoras da amplitude e eficácia dos direitos humanos, 
carecendo de sustentação se analisada com profundidade e método adequados. Significa 
afirmar que possui limitações teóricas constitutivas que terminam por desacreditar seus próprios 
pressupostos. Isto não implica em afirmar que os adeptos do relativismo não forneçam ao debate 
público questões que empalmam com a realidade objetiva. Não parece ser possível enfrentar 
qualquer dilema político relevante a partir de uma posição relativista, se a entendermos, 
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genericamente, como a afirmação de uma ética "comunitária" – legitimada por comunidades –
contraposta aos imperativos de uma ética universalista, como aquela pressuposta no próprio 
ideário dos Direitos Humanos.
O relativismo indiscriminado exclui valores e práticas de uma cultura da avaliação moral de 
indivíduos de outras culturas, como se o aporte de todas para a liberdade e a igualdade fosse 
igualmente valioso. Ou como se os direitos humanos não constituíssem o próprio limite à 
diversidade. Urgente então seria preservar critérios universais que retiram a legitimidade de todos 
os valores e práticas baseados na dominação e na discriminação, inclusive de gênero, e 
endossam a responsabilidade internacional pela proteção da pessoa, consagrada na Declaração 
Universal dos Direitos Humanos de 1948.
5.3. O exemplo da mutilação genital feminina
A mutilação genital feminina, por exemplo, como o informa Carlos Alberto Idoeta[21]é prática 
comum na África e em alguns países do Oriente Médio. Ocorre também em comunidades de 
imigrantes em países latino-americanos, asiáticos, europeus, Canadá e EUA. Está ligada à 
castidade e à crença de que diminui o desejo sexual e reduz o risco de infidelidade (na 
infibulação, a mulher "costurada" só é "aberta" para o marido). Outros supostos argumentos a dar 
respaldo consistem em motivos de higiene e estética, com a genitália feminina tida como feia e 
volumosa. Em algumas culturas, às mulheres não mutiladas é vedado o manuseio de alimentos e 
água.
O autor aponta que é desconhecida a origem da mutilação. Precedeu o cristianismo e o 
islamismo, era praticada pelos "falashas" (judeus etíopes), não é preceito de nenhuma das 
chamadas grandes religiões.
A violência contra as mulheres é uma realidade antiga. Mas, ao contrário de outros grupos 
oprimidos, as mulheres raramente têm recorrido à violência para a afirmação de seus direitos. Até 
as declarações de direitos humanos enunciaram direitos do homem e excluíram de sua 
abrangência formas de violência doméstica ou comunitária como a mutilação genital feminina. A 
subordinação foi aceita como inelutável enquanto um dos sexos foi, por séculos, assumido como 
física e intelectualmente inferior ao outro.
Quando a humanidade passa a desafiar, além do racismo e do colonialismo, o patriarcalismo,a 
violência contra a mulher deixa de ser "pessoal" e adquire a condição de problema político e 
social. Os próprios defensores de direitos humanos carecem de encontrar quais as formas de 
lidar com violações cometidas pelo indivíduo contra o indivíduo, em escala ainda maior e 
autorizadas pela própria família da vítima.
Às dificuldades de ordem prática, soma-se o argumento muitas vezes aplicado de fazer do 
multiculturalismo um obstáculo ao universal. Enfrentar a mutilação genital feminina, por exemplo, 
seria uma causa "eurocêntrica", ou ocidental que despreza valores de culturas milenares? Nesse 
debate, imperativo se fazer dar voz e vez às próprias vítimas.
A prática da excisão de clitóris encontra amplo respaldo cultural nos países muçulmanos. Conta 
com o apoio, inclusive, da grande maioria das mulheres. Ora, o próprio ideário dos Direitos 
Humanos integra o direito à autodeterminação das nações como um dos seus valores. Com isto, 
não se pretende negar a nenhum povo a prerrogativa de estabelecer os seus próprios 
regramentos. Este mesmo ideário, entretanto, é incompatível com a oferta de dor e sofrimento a 
quem quer que seja e queda por oferecer elementos suficientes para um juízo moral a respeito 
daquela prática de mutilação que é, também, sustentada por uma cultura amplamente repressora 
frente às mulheres. Está-se, então, diante de um conflito ético que justapõe dois valores 
absolutamente imponderáveis: a consideração pela independência, autonomia e soberania dos 
povos, de um lado, versus a intolerância diante da violência, de outro. Apenas a ética 
universalista dos Direitos Humanos pode manter a exigência de respeito e luta pela afirmação 
dos dois valores. Se, pelo contrário, toma-se como suficiente a aceitação cultural de 
determinadas práticas nesta ou naquela comunidade situada historicamente – abandonando, 
portanto, a perspectiva universalista – estar-se-ia absolutamente desarmado teórica e 
politicamente para questionar o mal radical produzido com grande aceitação interna pelo nazismo 
na Alemanha, por exemplo.
5.4. Especificidades político-religiosas
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As objeções suscitadas quanto à universalização dos direitos humanos são particularmente 
levantadas pelos países islâmicos e asiáticos. Estes acusaram que os propósitos universalistas 
dos direitos humanos são, na verdade, princípios ocidentais, que desprezam as particularidades 
regionais de cada povo. É uma discussão que deve ser aprofundada, ainda mais em face dos 
recentes acontecimentos político-religiosos do Islã e da China, só para fornecer um exemplo.
O fundamentalismo religioso nega uma série de direitos que os ocidentais, reputam como ínsitos 
à natureza humana, principalmente a liberdade religiosa e de expressão. O Islã vem fechando 
cada vez mais as suas portas, procurando um isolamento frente ao Ocidente, no ideal de formar 
uma comunidade vinculada aos preceitos do Corão. Tal política isolacionista dificulta 
sobremaneira a vigilância internacional sobre os direitos humanos. É o tribalismo maléfico.
Com a China, o processo de abertura econômica não causou a devida abertura política e, por 
conseguinte, a sua democratização. Atualmente a situação é delicada, principalmente para os 
EUA, posto que os maciços investimentos das empresas ocidentais e, evidentemente, os 
avantajados lucros, estão em conflito com as posturas políticas de seus países, no tocante às 
exigências de respeito aos direitos humanos pelos chineses. Pequim ameaçou retaliar se 
continuassem as intromissões em sua política interna. Os prejuízos econômicos podem ser 
enormes. Eis o dilema. Qual a prioridade: investimentos ou direitos humanos?
6. Rumo a um Direito Internacional dos Direitos Humanos
Renato Sócrates Gomes Pinto[22] observa que, na atualidade, em face da tendência à 
universalidade dos direitos humanos configura-se uma nova seara jurídica, com com âmbito 
próprio a denominar-se Direito Internacional dos Direitos Humanos .
Na normatização deste florescente Direito, que tem dimensão universal, estão a consubstanciar-
se declarações, pactos, convenções e protocolos. As declarações, como é o caso da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos e da Declaração Americana dos Direitos Humanos, são 
instrumentos que congregam regras de Direito Internacional e princípios gerais do direito. Os 
pactos, convenções e protocolos adicionais constituem tratados que vinculam os Estados 
signatários, sendo incorporados no Direito Constitucional e infra-constitucional dos diversos 
países.
Esse novo ramo do Direito emerge com princípios próprios. Suas normas, tal como o autor o 
afirma “têm hierarquia constitucional e se caracterizam por sua força expansiva decorrente da 
abertura tipológica de seus enunciados. O Direito Internacional dos Direitos Humanos também 
rompe com a distinção rígida entre Direito Público e Direito Privado, libertando-se dos 
paradigmas clássicos”.[23]
Como base jurídico-política do que pode ser considerada a vertente humanista da globalização, o 
"Direito Internacional dos Direitos Humanos", por ter também uma função de dissolver fronteiras, 
a operar a proteção do ser humano intrinsecamente considerado, tangencia o tradicional conceito 
de soberania irrestrita, reivindicando a universalidade como valor colocado na ordem do dia das 
relações internas e externas das sociedades humanas.
O que se vislumbra em todo esse processo de internacionalização dos direitos humanos, a que 
Norberto Bobbio[24] se refere como essencial no caminho obrigatório para a busca da "paz 
perpétua", no sentido Kantiano da expressão, é a configuração de um fenômeno da mesma 
natureza da globalização econômica.
A estrutura normativa de proteção internacional dos direitos humanos abrange os instrumentos 
de proteção global, cujo código básico é a chamada international bill of human rights, 
compreendendo o pacto e o protocolo facultativo internacional dos direitos civis e políticos, o 
pacto internacional dos direitos econômicos, sociais e culturais e os instrumentos de proteção 
regional, que são aqueles pertencentes aos sistemas europeu, americano, asiático e africano.
Gomes Pinto[25] informa que “o primeiro marco histórico referido à internacionalização dos 
direitos humanos terá sido a Convenção de Direito Humanitário de 1864” . O Direito Humanitário 
surgiu então como primeira positivação, no campo do Direito Internacional, dos direitos humanos.
Acrescenta o autor que outro marco decisivo foi a Convenção da Liga das Nações de 1920 , que 
continha previsões genéricas referentes aos Direitos Humanos, obrigando os Estados signatários 
a respeitarem a dignidade dos homens, mulheres e crianças, particularmente no campo do 
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trabalho. Pela primeira vez, foram previstas sanções econômicas e militares contra os Estados 
que violassem essa Convenção.
No processo de internacionalização dos direitos humanos, foi também de fundamental 
importância a instituição da Organização Internacional do Trabalho. Nessa fase inicial, contudo, 
ainda vigorava a idéia de que os direitos humanos eram matéria que excluía de participação o 
indivíduo como ator do processo. Os instrumentos institucionais eram endereçados apenas aos 
Estados, sendo os indivíduos apenas objeto de proteção, sem direito de representação.
Após a Segunda Guerra Mundial, com a criação das Nações Unidas, em 1945, houve uma 
genuína revolução jurídica, que internacionalizou, de modo decisivo, os direitos humanos (arts. 
55 e 56 da Carta da ONU).
Em 1948, foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, enunciando direitos 
referidos à liberdade e à igualdade. Esta representou também um salto de síntese dialéticade 
superação da velha dicotomia (liberdade versus igualdade), ao reunir, num mesmo documento, 
os direitos civis e políticos, bem assim os direitos econômicos, sociais e culturais, afirmando 
então a indivisibilidade dos direitos humanos fundamentais.
Ainda em 1948, foi aprovada a convenção contra o genocídio. No mesmo ano, foi assinada, em 
Bogotá, a Convenção Interamericana sobre a Concessão dos Direitos Civis e dos Direitos 
Políticos à Mulher.
Em 1950, foi aprovada a Convenção Européia dos Direitos Humanos. O tratado europeu 
representou um dos mais significativos avanços na consolidação do Direito Internacional dos 
Direitos Humanos, com uma grande inovação: elevou o indivíduo à condição de sujeito de direito 
internacional, ao prever a possibilidade de qualquer cidadão, nacional ou estrangeiro, individual 
ou coletivamente, ajuizar petições junto à Comissão Européia de Direitos Humanos, denunciando 
violações dos direitos e liberdades enunciados na Convenção.
Numerosas outras convenções vêm sendo firmadas, a saber:
a) em 1951, a convenção relativa ao estatuto dos refugiados;
b)em 1966, o pacto internacional para a proteção dos direitos civis e políticos e o pacto 
internacional para a proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais;
c) em 1968, a convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial;
d)em 1969, a convenção americana sobre direitos humanos;
e)em 1979, a convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a 
mulher;
f) em 1984, a convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou 
degradantes;
g) em 1985, a convenção interamericana para prevenir e punir a tortura;
h) em 1989, a convenção sobre os direitos da criança;
i) em 1994, a convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a 
mulher.
A partir, portanto, de meados deste século, várias declarações, pactos e convenções sobre 
direitos humanos vêm sendo produzidas, num processo de convergência mundial pela 
positivação universalista desses direitos. E os direitos e liberdades enunciados nesses tratados 
internacionais vêm sendo internalizados no Direito Constitucional dos países, como normas 
materialmente constitucionais.
A existência de normas internacionais, que, pela sua própria natureza, situam-se num plano mais 
elevado que as de direito interno (apenas nesse sentido é que pode falar em supremacia), como 
situar a Declaração Universal de Direitos do Homem (que não é tratado, mas resolução da 
Assembléia Geral da ONU) e o Pacto de São José da Costa Rica em um plano 
infraconstitucional, como é o entendimento reiterado da jurisprudência.
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No Brasil, esses direitos são constitucionalizados em virtude do disposto no parágrafo 2°; do art. 
5°; da Constituição de 1988, que diz que os direitos nela enunciados não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte.
No Direito Constitucional Comparado Latino-Americano a mesma força normativa dos tratados 
internacionais sobre direitos humanos é observada. Flávia Piovesan[26], em sua excelente obra 
Direitos Humanos e Direito Constitucional Internacional faz substanciosa síntese da recepção dos 
tratados sobre direitos humanos nas constituições latino-americanas, nestes termos:
“Destaque-se, inicialmente, a Constituição do Peru de 1979, ao determinar no art. 105 que os 
preceitos contidos nos tratados de direitos humanos têm hierarquia constitucional e não podem 
ser modificados senão pelo procedimento que rege a reforma da própria constituição.
No mesmo sentido, a Constituição da Argentina, após a reforma constitucional de 1994, passou a 
dispor no art. 75, inciso 22, que, enquanto os tratados em geral têm hierarquia infra-
constitucional, mas supra-legal, os tratados de proteção dos direitos humanos têm hierarquia 
constitucional, complementando os direitos e garantias constitucionalmente reconhecidos.
Por sua vez, a Constituição da Nicarágua de 1986 integra à enumeração constitucional de 
direitos, para fins de proteção, os direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (...).
 Esta Constituição confere assim hierarquia constitucional aos direitos constantes dos 
instrumentos internacionais de proteção aos direitos humanos.
Um outro exemplo é a Constituição da Guatemala de 1986, ao prever que os direitos e garantias 
nela previstos não excluem outros que não figurem expressamente no elenco constitucional. Este 
texto adiciona que os tratados de direitos humanos ratificados pela Guatemala têm preeminência 
sobre o Direito interno, nos termos do art. 46.
Nesta mesma direção está a Constituição da Colômbia de 1991, que no art. 93 confere hierarquia 
especial aos tratados de direitos humanos, ao determinar que estes prevalecem na ordem interna 
e que os direitos humanos constitucionalmente consagrados serão interpretados em 
conformidade com os tratados de direitos humanos ratificados pela Colômbia”.
Mesmo que não se atribua status de regra constitucional às enunciações de direitos dos tratados 
internacionais sobre direitos humanos, ainda assim subsiste sua força normativa constitucional, 
pois consubstanciam princípios com carga de normatividade, inclusive como diretriz 
hermenêutica. A força normativa dos princípios já está consolidada no constitucionalismo pós-
positivista, a partir de Müller, na Alemanha, que suplantou o positivismo tradicional de Kelsen e 
seus seguidores, e a partir de Dworkin, que, no mundo anglo-saxônico, mudou o eixo de Oxford 
(Bentham e Austin) para Harvard.
Nesse final de século, desenha-se no contexto mundial a imperiosa necessidade de a cidadania 
dispor de instrumentos normativos que assegurem a inviolabilidade dos povos. Essa tendência, 
iniciada pela separação do indistinto poder soberano, premente nas antigas relações entre 
governantes e governados, tem como marco histórico e inaugural a célebre instituição do Tribunal 
de Nuremberg, responsável pelo julgamento dos crimes cometidos contra a humanidade 
patrocinados pelo nazismo hitleriano .
7. Conclusão
Os direitos humanos não são apenas um conjunto de princípios morais que devem informar a 
organização da sociedade e a criação do direito. Enumerados em diversos tratados internacionais 
e constituições, asseguram direitos aos indivíduos e coletividades e estabelecem obrigações 
jurídicas concretas aos Estados.
Mormente quando se dá conta que o próximo século que se avizinha apresentará aos países em 
desenvolvimento novos desafios, sem os quais suas inserções na ordem mundial não se 
viabililizarão, esses direitos assumem uma importância ainda mais objetiva. Embora a proposital 
referência ao processo em curso de globalização aponte para uma visão economicista, com 
finalidade de explorações financeiras e mercantis, torna-se cada vez mais inevitável contemplar o 
novo cenário planetário sem perceber a inevitável inclusão de reivindicações humanitárias, que 
venham a aproximar os povos de todos os continentes em direitos e dignidade.
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Trata-se pois de conceber o programa dos Direitos Humanos como a proposição mais avançada 
e radical de promoção da liberdade e da cidadania que se opõe, constitutivamente, ao modelo do 
sujeito alienado, desinteressado das questões públicas ou alijado das questões político-sociais 
por conta da ignorância e da miséria extemada.
A criação de mecanismos judiciais internacionais de proteção dos direitos humanos, como a 
Corte Interamericana e a Corte Européia de Direitos Humanos, ou quase judiciais como a 
Comissão Interamericana de DireitosHumanos ou Comitê de Direitos Humanos das Nações 
Unidas, deixam claro uma mudança na antiga formulação do conceito de soberania. É certo, 
porém, que a obrigação primária de assegurar os direitos humanos continua a ser 
responsabilidade interna dos Estados .
No entanto, face às constantes violações aos direitos fundamentais do ser humano escudadas 
em pretensas fundamentações que reivindicam as questões ligadas às tradições quer culturais 
ou religiosas regionais ou tribais, cresce a importância da discussão necessária acerca da 
universalidade dos Direitos Humanos consagrados nas Declarações existentes, no marco da 
globalização em curso.
Nesse quadro multiplica-se consideravelmente a importância dimensional dos tratados gerais de 
proteção internacional dos direitos humanos no plano das relações exteriores, bem como a 
configuração de um Direito Internacional dos Direitos Humanos.
8. Referências bibliográficas
ARNAUD, André-Jean. O Direito entre Modernidade e Globalização. Lições de Filosofia do Direito e do Estado, RJ: Renovar, 
1999.
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos, 11a. ed., RJ:Campus, 1992.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 11ª ed. São Paulo. Malheiros, 1999.
IDOETA, Carlos Alberto. A indivisibilidade dos Direitos Humanos, retirado de http:/www.eupg.br/rj/a1vat12.htm, 2000.
MELLO, Celso Duvivier de Albuquerque. O Brasil e o direito internacional na nova ordem mundial. Revista da Faculdade de 
Direito da UFMG. V. 34, N. 34. 1994.
PINTO, Renato Sócrates Gomes. Globalização dos Direitos Humanos?, Retirado de http:/www.eupg.br/rj/a1vat12.htm, 2000.
RAUSCHNING, H. Hitler Speaks , Londres, T. Butterworth, 1939, p.222, in ROLIM, Marcos. A universalidade como princípio, 
retirado de:www.rolim.com.br/cronic/html.
SANTOS, Edilsom Pereira dos. Colisão de Direitos (A Honra, a Intimidade, a Vida Privada e a Imagem versus a Liberdade de 
Expressão e Informação). Porto Alegre. Sergio Antonio Fabris Editor, 1996.
TRINDADE A. Cançado. Ao Legado de Viena. A incorporação das normas internacionais de proteção dos direitos humanos no 
direito brasileiro, anais da II Conferência Mundial de Direitos Humanos (1993), 1996.
* Autora é advogada e professora universitária das disciplinas Ciência Política e História do Direito, especialista lato sensu em 
Direito Civil e Processo Civil e mestranda em Direito pela Universidade Gama Filho.
[1] BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos, p. 170.
[2] Quando se fala em Direitos Humanos, utilizamos esta expressão como sinônimo dos direitos fundamentais. Portanto, direitos 
fundamentais são, os direitos individuais fundamentais (relativos à liberdade, igualdade, propriedade, segurança e vida); os 
direitos sociais (relativos à educação, trabalho, lazer, seguridade social entre outros); os direitos econômicos (relativos ao pleno 
emprego, meio ambiente e consumidor); e direitos políticos (relativos às formas de realização da soberania popular).
Observa Carlos Alberto Bittar que os chamados direitos de personalidade recebem diferentes nomes frente à perspectiva de 
análise, verificando-se como mais comuns, os seguintes: "Direitos do Homem", "Direitos Fundamentais da Pessoa", "Direitos 
Humanos", "Direitos Inatos","Direitos Essenciais da Pessoa", "Liberdades Fundamentais" e, especialmente, "Direitos de 
Personalidade". (01) O autor citado faz diferenciação entre direitos de personalidade e liberdades públicas, e por sua vez dos 
Direitos Humanos. Isto nos desperta para a extrema diversidade de expressões que devem ser ordenadas, pois só contribuem 
para a dificuldade de compreensão do tema.
[3] Cf. Direitos Humanos na Ordem Jurídica Interna, p. 19.
[4] Cf. Antônio Augusto Cançado Trindade. Direitos humanos e meio-ambiente: paralelo dos sistemas de proteção internacional, 
prefácio, p. 19.
[5] Citado por Edilsom Pereira dos Santos. Colisão de Direitos (A Honra, a Intimidade, a Vida Privada e a Imagem versus a 
Liberdade de Expressão e Informação), p. 59.
[6] O ponto de convergência dos Direitos Individuais será a liberdade, sendo que estes direitos são relativos à vida, liberdade, 
propriedade, segurança e igualdade. Encontramos na doutrina referência a "direitos de personalidade" (vida, liberdade), "direitos 
da intimidade" (vida privada, inviolabilidade de domicílio), "liberdades públicas" (liberdade de reunião, de associação, etc.), todas 
estas denominações se incluem dentro dos direitos individuais fundamentais...
[7] PINTO, Renato Sócrates Gomes. Globalização dos Direitos Humanos?, Retirado de http:/www.eupg.br/rj/a1vat12.htm. O 
autor é Procurador de Justiça do Distrito Federal. Pós-graduado em Direito e Estado pela Universidade de Brasília e em Direitos 
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Humanos e Liberdades Civis pela Universidade de Leicester, Grã-Bretanha..
[8] Cf. Celso Duvivier de Albuquerque Mello. O Brasil e o direito internacional na nova ordem mundial, p. 306.
[9] Cf. A. A. Cançado Trindade. A II Conferência Mundial de Direitos Humanos (1993): o Legado de Viena. A incorporação das 
normas internacionais de proteção dos direitos humanos no direito brasileiro, p. 113.
[10] Nesta virada de milênio, parece evidenciada a configuração da globalização econômica e da hegemonia do neoliberalismo. À 
vista dos grandes desafios em particular para os países do denominado Terceiro Mundo ; abertura política, estabilização 
econômica e reforma social; segundo José Eduardo Faria, emergem as seguintes questões: como criar e desenvolver formas 
originais e inéditas, conciliando a racionalidade técnico-instrumental dos processos de modernização econômica com a 
racionalidade normativa dos processos de modernidade político-jurídica?
Como pode, por exemplo, a sociedade latino-americana autodeterminar sua ordem coletiva em termos de engenharia 
institucional, diante de um processo transnacional de modernização que compromete a soberania de seus Estados e torna 
obsoletos seus instrumentos tradicionais de ação, gestão, controle e planejamento?
As indagações do notável estudioso são, para muitos analistas político-sociais, procedentes , pois acreditam eles que a receita 
neoliberal, com seus ingredientes essenciais - a desconstitucionalização, a deslegalização e a desregulamentação - poderá 
resultar no esvaziamento institucional e no retorno ao "estado de natureza" hobbesiano e à barbárie, numa verdadeira catástrofe 
social para os latino-americanos.
[11] Op. cit., p. 23.
[12] Cf. Celso D. A. Mello. op. cit., p. 307.
[13] André-Jean Arnaud. O Direito entre Modernidade e Globalização. Lições de Filosofia do Direito e do Estado, RJ: Renovar, 
1999.
[14] Para Arnaud, sujetivismo “é a transformação em teoria da idéia de que o sujeito está no centro do mundo – logo, centro do 
direito”.
[15] Op. cit., p. 206.
[16] RAUSCHNING, H, "Hitler Speaks" , Londres, T. Butterworth, 1939, p.222, in ROLIM, Marcos. A universalidade como 
princípio, p.2 .
[17] Cf.op. cit. p.2.
[18] Paulo Bonavides, Curso de Direito Constitucional, p. 301.
[19] Op. cit.
[20] Op. cit.
[21] Carlos Alberto Idoeta, é diretor da Seção Brasileira da Anistia Internacional.
[22] Renato Sócrates Gomes Pinto é Procurador de Justiça do Distrito Federal. Pós-graduado em Direito e Estado pela 
Universidade de Brasília e em Direitos Humanos e Liberdades Civis pela Universidade de Leicester, Grã-Bretanha, autor do 
artigo A Globalização dos Direitos Humanos.
[23]PINTO, Renato Sócrates Gomes. A Globalização dos Direitos Humanos, p.1.
[24] BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos.p 132..
[25] Op. cit. p. 3
[26] PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Direito Constitucional Internacional
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