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CCJ0058-WL-O-LC-03-01-Direitos da Segunda Dimensão

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Direitos da segunda dimensão 
 
A maior parte da doutrina aponta a Constituição mexicana de 1917 e em especial a 
de Weimar de 1919 na Alemanha como marcos de inovação na ordem constitucional 
no que diz aos direitos de segunda dimensão. Realmente, não seria justo deixar de 
homenagear tais Constituições, vez que pioneiras na positivação sistemática de 
direitos sociais, econômicos, culturais e trabalhistas. Destarte, sob os influxos de 
Weimar, desponta o constitucional social bem mais intervencionista e almejando a 
realização da justiça social e a proteção dos hipossuficientes, enquanto classe menos 
favorecida. Na lição de Ingo Sarlet tem-se que: 
 
os direitos da segunda dimensão podem ser considerados uma 
densificação do princípio da justiça social, além de corresponderem à 
reivindicações das classes menos favorecidas, de modo especial da classe 
operária, a título de compensação, em virtude da extrema desigualdade 
que caracterizava (e, de certa forma, ainda caracteriza) as relações com 
a classe empregadora, notadamente detentora de um maior ou menor 
grau de poder econômico. (cf. BONAVIDES, P. Curso de Direito 
Constitucional. 7ª ed. São Paulo: Ed. Malheiros, 1997. p. 53). 
 
Com efeito, as liberdades formais do paradigma liberal burguês foram insuficientes 
para salvaguardar a dignidade humana dos trabalhadores. Urgia, por conseguinte, 
ampliar o catálogo de direitos fundamentais a partir da inclusão de uma segunda 
dimensão com potencial para realizar a justiça social mediante ações positivas do 
Estado. 
 
Em suma, a nova elaboração teórica do Estado Social se estriba na idéia de liberdade 
por intermédio do Estado, e, não, mas, na liberdade perante o Estado do modelo 
liberal burguês. Sem negar as conquistas das liberdades individuais negativas da 
primeira dimensão, o catálogo jusfundamental do cidadão é acrescido dos direitos 
sociais, econômicos, culturais e trabalhistas, formando assim sua segunda dimensão.

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