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CCJ0058-WL-O-LC-07-01-Mandado de Seguranca

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Aula 7 – Mandado de Segurança 
 
Por direito líquido e certo se entende aquele que independe de qualquer 
outra prova além das apresentadas por ocasião da petição inicial. Assim 
sendo, falta de demonstração cabal dos fatos junto com a inicial implica na 
rejeição do writ. Na lição de Hely Lopes Meirelles direito líquido e certo é o 
que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e 
apto ser exercitado no momento da impetração (Meirelles: 76). Não há 
espaço para dilação probatória. 
 
Da lição de Alexandre de Moraes, retira-se que a natureza jurídica do 
mandado de segurança é a de ação constitucional, de natureza civil, cujo 
objeto é a proteção de direito líquido e certo. A natureza civil não se 
altera, nem tampouco impede o ajuizamento de mandado de segurança em 
matéria criminal, inclusive contra ato de juiz criminal, praticado no 
processo penal O mandado de segurança é um instrumento de garantia sem 
paralelo no direito estrangeiro. O impetrante pode ser pessoa física ou 
jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada ou não no país, além das 
universalidades reconhecidas por lei (espólio, massa falida) e os órgãos 
públicos despersonalizados, mas dotados de capacidade processual (chefia 
do Poder Executivo, Mesas do Congresso Nacional, Assembléias, Ministério 
Público). O prazo para impetração é de 120 dias. Reafirme-se que a pessoa 
jurídica de direito público sempre será parte legítima para integrar a lide 
em qualquer fase, pois suportará o ônus da decisão proferida em sede de 
mandado de segurança (Moraes: 158, 161). 
 
É possível a concessão de liminar em mandado de segurança. Não é preciso 
esgotar todas as instâncias administrativas para o ingresso, embora não se 
admita a medida se o ato administrativo, por força de efeito suspensivo, 
 
 
 
 
 2 
ainda não estiver causando lesão (art. 5º, I, Lei nº1533/51). A existência de 
recurso administrativo com efeito suspensivo não impede, porém, o uso do 
mandado de segurança contra omissão da autoridade, nos termos da Súmula 
429 do STF. 
 
Conforme dito antes, a construção jurisprudencial do STF sobre o mandado 
de segurança é extensa, valendo destacar algumas de suas súmulas: o 
mandado de segurança não substitui a ação popular (súmula 101); é 
competente, originariamente, o STF para mandado de segurança contra ato 
do Tribunal de Contas da União (súmula 248); o mandado de segurança não 
é substituto de ação de cobrança (súmula 269); não cabe mandado de 
segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição (súmula 267); 
concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em 
relação a período pretéritos, os quais devem ser reclamados 
administrativamente ou pela via judicial própria (súmula 271); não se 
admite como ordinário recurso extraordinário de decisão denegatória de 
mandado de segurança (súmula 272); o STF não é competente para 
conhecer de mandado de segurança contra atos dos Tribunais de Justiça dos 
Estados (súmula 330); Por fim, é pacífico o não-cabimento do writ contra 
decisão judicial com trânsito em julgado (súmula 268) e contra lei em tese 
(súmula 266). 
 
O mandado de segurança tanto pode ser repressivo de uma ilegalidade já 
cometida, como preventivo quando o impetrante puder sofrer violação de 
direito líquido e certo por parte de autoridade. Pode ainda ser individual ou 
coletivo. Ao contrário do mandado de segurança individual, o coletivo pode 
ser impetrado por partido político com representação no Congresso 
Nacional, bem como por organização sindical, entidade de classe ou 
 
 
 
 
 3 
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um 
ano. 
 
Não se deve confundir mandado de segurança coletivo com mandado de 
segurança individual com vários autores, ou seja, enquanto o mandado de 
segurança coletivo visa à defesa de interesses de seus membros ou 
associados e, por isso mesmo, não há nem mesmo necessidade de 
autorização dos seus integrantes (o texto constitucional já dá tal 
autorização). No segundo caso, os direitos continuam individuais, apenas 
sendo postulados em uma única ação (litisconsórcio ativo em mandado de 
segurança individual). 
 
Michel Temer levanta questão interessante no que tange à formação de 
coisa julgada material da decisão que julgar o mandado de segurança 
coletivo, ou seja, uma decisão desfavorável em mandado coletivo impediria 
a impetração do writ individual de um filiado a uma organização coletiva 
(partido político, associação, organização sindical ou entidade de classe). A 
resposta é a seguinte; se a decisão for favorável faz coisa julgada, se 
desfavorável não faz, o que significa dizer que fica autorizado o mandado 
individual quando a organização coletiva tiver insucesso (Temer: 203).

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