Buscar

CCJ0058-WL-O-LC-10-01-O Direito Internacional dos Direitos Humanos e o Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Blogs Fórum Notícias Dicionários Postais Galerias Enquetes Mapa Portal Livro Visitas Tecido Social Contatos 
Inicial Banco de Dados Interatividades Cursos Vídeos Áudios Loja Virtual Enviar Email Busca 
 
 
 
 
 
 Direitos Humanos
 Desejos Humanos
 Educação EDH
 Cibercidadania
 Memória Histórica
 Arte e Cultura
 Central de Denúncias
 Banco de Dados
 Rede Brasil DH
 Sociedade Civil
 Mídia
 Conselhos de Direitos
 Executivo
 Legislativo
 Judiciário
 Ministério Público
 Redes Estaduais
 Rede Estadual RN
 ONGs Direitos 
Humanos
 ABC Militantes DH 
 Rede Mercosul
 Rede Lusófona
 Rede Cabo Verde
 Rede Guiné-Bissau
 Rede Moçambique
    
 
O Direito Internacional dos Direitos Humanos e o Brasil 
FLÁVIA PIOVESAN 
Professora Doutora em Direito Constitucional e Direitos Humanos da PUC/SP e Procuradora do Estado de São Paulo 
O movimento de internacionalização dos direitos humanos deflagrou-se no Pós Guerra, em 
resposta às atrocidades cometidas ao longo do Nazismo. Se a Segunda Guerra significou a 
ruptura do valor dos direitos humanos, o Pós Guerra deveria significar sua reconstrução. 
A partir da Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 começa a ser delineado o 
chamado Direito Internacional dos Direitos Humanos, mediante a adoção de importantes tratados 
de proteção dos direitos humanos, de alcance global (emanados da ONU) e regional (emanados 
dos sistemas europeu, interamericano e africano). Inspirados pelos valores e princípios da 
Declaração Universal, os sistemas global e regional compõem o universo instrumental de 
proteção dos direitos humanos, no plano internacional. Em face deste complexo aparato 
normativo, cabe ao indivíduo, que sofreu violação de direito, a escolha do aparato mais favorável. 
Nesta ótica, os diversos sistemas de proteção de direitos humanos interagem em benefício dos 
indivíduos protegidos. Ao adotar o valor da primazia da pessoa humana, estes sistemas se 
complementam, somando-se ao sistema nacional de proteção, a fim de proporcionar a maior 
efetividade possível na tutela e promoção de direitos fundamentais. 
É somente com o processo de democratização, iniciado em 1985, que o Estado Brasileiro passa 
a ratificar os principais tratados de proteção dos direitos humanos. Impulsionado pela 
Constituição de 1988 – que consagra os princípios da prevalência dos direitos humanos e da 
dignidade humana – o Brasil passa a se inserir no cenário de proteção internacional dos direitos 
humanos. Assim, a partir da Carta de 1988 foram ratificados pelo Brasil: a) a Convenção 
Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, em 20 de julho de 1989; b) a Convenção contra a 
Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, em 28 de setembro de 1989; 
c) a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 24 de setembro de 1990; d) o Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de janeiro de 1992; e) o Pacto Internacional 
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em 24 de janeiro de 1992; f) a Convenção 
Americana de Direitos Humanos, em 25 de setembro de 1992; g) a Convenção Interamericana 
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, em 27 de novembro de 1995; h) o 
Protocolo à Convenção Americana referente à Abolição da Pena de Morte, em 13 de agosto de 
1996 e i) o Protocolo à Convenção Americana referente aos Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais (Protocolo de San Salvador), em 21 de agosto de 1996. 
Adicione-se que, em 03 de dezembro de 1998, o Estado Brasileiro reconheceu a competência 
jurisdicional da Corte Interamericana de Direitos Humanos, por meio do Decreto Legislativo 
n.89/98. Em 07 de fevereiro de 2000, o Brasil assinou o Estatuto do Tribunal Internacional 
Criminal Permanente. Note-se ainda que, atualmente, dois brasileiros notáveis assumem a 
presidência dos principais órgãos do sistema interamericano (Antônio Augusto Cançado 
Trindade, é presidente da Corte Interamericana e Hélio Bicudo, é presidente da Comissão 
Interamericana). Recente, portanto, é o alinhamento do Brasil à sistemática internacional de 
proteção dos direitos humanos. 
Faz-se, assim, fundamental desenvolver o estudo da normatividade internacional de direitos 
humanos, na medida em que consagra parâmetros mínimos a serem respeitados pelos Estados. 
Além disso, o aparato internacional conjuga-se com o Direito interno, ampliando, fortalecendo e 
aprimorando o sistema de proteção dos direitos humanos, sob o princípio da primazia da pessoa 
humana. Há que se combinar a sistemática nacional e internacional de proteção, à luz do 
princípio da dignidade humana. 
Em um momento marcado pela crescente “justicialização” do Direito Internacional dos Direitos 
Humanos (a exemplo, vide a criação do Tribunal Internacional Criminal Permanente), bem como 
pela intensa adesão do Brasil ao aparato internacional de proteção dos direitos humanos (com 
destaque ao reconhecimento da jurisdição da Corte Interamericana em 1998), impõe-se à cultura 
jurídica o desafio de criar, desenvolver e aprofundar a doutrina nacional voltada à matéria. 
Há que se propagar o esforço de desvendar uma visão renovada e contemporânea de direitos 
 
 
 
 Web DHnet 
Pesquisar
Página 1 de 2DHnet - Direitos Humanos na Internet
26/10/2013http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/flaviapiovesan/piovesandihbr.html
 
humanos, caracterizada pela dinâmica interação da ordem jurídica nacional, regional e global, 
movidas por uma mesma racionalidade e sentido: a absoluta prevalência da dignidade humana. 
Neste cenário, a crescente internacionalização dos direitos humanos passa a invocar os 
delineamentos de uma cidadania universal, da qual emanam direitos e garantias 
internacionalmente assegurados. 
   
Projeto DHnet | Equipe | Consultores | Ombudsman | Filiações | Apoios Institucionais | Prêmios Recebidos | Sítios Hospedados 
Redes Glocais | Rede Estadual de Direitos Humanos RN | CDH e Memória Popular | CENARTE | Parcerias | Linha do Tempo 
Blogs | Fórum | Notícias | Dicionários | Postais | Galerias | Enquetes | Mapa do Portal | Livro de Visitas | Tecido Social | 
Contatos 
Desde 1995 © www.dhnet.org.br Copyleft - Telefones: 055-84-3221-5932 / 3211-5428 - Skype: direitoshumanos - dhnet@dhnet.org.br 
Página 2 de 2DHnet - Direitos Humanos na Internet
26/10/2013http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/flaviapiovesan/piovesandihbr.html

Outros materiais