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Questionário n. 3 Disciplina: Atos e Negócios Jurídicos (2º semestre) Profa. Mônica Y. Bierwagen Material de Apoio para Fixação de Conteúdo Defeitos do negócio jurídico – Vícios de consentimento e vícios sociais Erro – Dolo – Coação – Lesão – Estado de perigo – Simulação – Fraude contra Credores Nulidades e Anulabilidades 1. O que é o erro? Erro é o mesmo que ignorância? Quais as características que o erro deve ter para que leve à anulabilidade do ato? 2. Quais os requisitos necessários para que se configure erro no negócio jurídico? Explique cada um deles. 3. O que é erro substancial e erro acidental? Quais são as consequências que o CC prevê para cada um? 4. Dê exemplos de erro substancial e acidental. 5. Cite as espécies de erro substancial que estão previstos no art. 139 do CC, explicando- os. 6. O que é erro escusável e erro inescusável? Quais seus efeitos no campo da validade do negócio jurídico? Dê exemplos de erro escusável e inescusável. 7. O erro de direito (error juris) é o mesmo que o desconhecimento da lei (ignoratia legis)? Justifique. 8. Dê um exemplo de erro de direito. 9. O que é convalidação do negócio jurídico? Quais as hipóteses que o CC prevê a convalidação do negócio realizado em erro? 10. O CC especifica situações em que, apesar de haver erro, é possível evitar a anulação do negócio. Quais seriam estas situações? Justifique. 11. Ocorre um incêndio na mansão de José e este e sua família são salvos pelo bombeiro Pedro. Pela ação heroica, José doa a Pedro R$ 10.000,00, presenteando-o em cerimônia de homenagem, onde, em seu discurso emocionado, José relatou a gratidão que sentia pelo bombeiro. No entanto, dois meses depois, José descobre que não foi Pedro o seu salvador, mas um desconhecido, que passava pelo local. Há possibilidade de invalidação do negócio? Por que? 12. Na hipótese anterior, se o sujeito que de fato salvou a família de José não fosse Pedro, como se apurou, mas um colega de Pedro, o bombeiro João, qual seria a solução? Fundamente. 13. O que é dolo? Distinga o dolo civil do dolo penal. 14. João quer presentear sua filha com um gato e compra um filhotinho, via Internet. Quando o animalzinho chega em sua casa, descobre que lhe foi enviado uma lebre. Inconformado, João resgata seus e-mails e entra novamente no site, verificando que há uma pequena foto do animal, mas que, uma vez ampliada, podia se reconhecer uma lebre. Além disso, na parte textual descritiva do produto, bem abaixo do fechamento do pedido (seria necessário rolar a página para visualizar), diz-se que é lebre. Trata-se de dolo ou erro? Justifique. 15. O que é o dolus bonus e o dolus malus? Explique, exemplificando. 16. Comercial de TV que mostra modelo conhecida internacionalmente dirigindo um veículo e se dirigindo ao público dizendo “este é o carro mais econômico e menos poluente do mercado”. Meses depois de estrear na TV, por determinação judicial o anúncio é retirado do ar, pois pesquisas indicavam que o veículo não seria o número um, mas seria o oitavo melhor em matéria de economia e emissão de gases. Uma ONG ambientalista, que havia criado sua frota de veículos com estes veículos acreditando que seriam os mais “ecologicamente corretos” do mercado, ajuíza ação para desfazer o negócio. Qual seria o fundamento jurídico para essa ação, considerando a teoria dos defeitos do negócio jurídico? Fundamente. 17. O que é dolo de terceiro? Quais são as hipóteses descritas no CC e as respectivas consequências para o negócio jurídico quando ocorre dolo de terceiro? 18. Maria está se iniciando na carreira de pintora e coloca à venda seus quadros. Seu tio, que é um de seus maiores incentivadores, organiza um jantar em sua casa para apresentar os trabalhos da sobrinha a seus amigos ricos. O tio, sem conhecimento de Maria, mente aos compradores, dizendo que Maria é sobrinha-neta de Di Cavalcanti e que exporá em Milão no mês seguinte. Por conta disso, a venda é um sucesso. Uma das compradoras, Doralice, manda publicar no jornal a aquisição das obras da “pintora-revelação”, mas é cientificada por alguns amigos de que as informações sobre o parentesco e sobre a exposição são falsas. Qual é o defeito que eiva a compra de Doralice? O tio de Maria responderá de alguma maneira? E Maria, como se responsabilizaria neste caso? Justifique. 19. De acordo com o que dispõe o art. 149, CC, se o procurador nomeado pelo proprietário, que tem poderes para vender o imóvel a um preço mínimo de R$ 100.000,00 e efetua o negócio a R$ 115.000,00, obtendo preço maior na venda enganando o comprador, que é levado a acreditar que haverá a construção de um shopping center próximo ao local, quais são as possibilidades do comprador para reaver o que pagou a mais? A ação deverá ser intentada contra quem? O que acarreta o termo “solidariamente” em relação à responsabilidade de procurador e vendedor? Justifique. 20. O que é dolo positivo e dolo negativo? Dê exemplos. 21. O que é dolo bilateral? Qual a consequência que o CC prevê para o negócio jurídico eivado de dolo bilateral? 22. A empresa Agromak apresenta uma cotação de preços falsa, a fim de utiliza-la na negociação com seu fornecedor de pneus de trator, a Pneutrat e, com isso, obtém desconto de 20% na compra. Para definir a quantidade a ser adquirida, a Agromak pede à Pneutrat que avalie o estado dos pneus em uso. A Pneutrat exagera na avaliação, considerando inservíveis pneus que estavam em bom estado, levando a Agromak a comprar 28 pneus a mais do que necessário. Como se classifica, dentro da teoria dos vícios do negócio jurídico, o defeito que este contrato contém? Diante disso, podem reclamar judicialmente a anulação do negócio? Justifique. 23. O que é dolo principal e dolo acidental? Que consequências geram para o negócio jurídico? Fundamente e dê exemplos. 24. José e João abrem o jornal pela manhã e veem o mesmo anúncio: queima de estoque de uma loja de veículos. Ambos vão ao local para verificar as condições do negócio. José quer um veículo vermelho, pois sua empresa só usa esta cor e esta é fundamental para o modelo de identificação visual que utiliza na sua frota. João quer dois veículos para compor sua frota e, para ele, pouco importa a cor, pois todos os veículos da sua empresa utilizam adesivos que não permitem reconhecer a cor original. José explica sua preferência para o vendedor e este garante que no preço promocional obterá um veículo vermelho, levando-o a fechar negócio. O mesmo vendedor diz a João que possuem apenas veículos pretos e fará o pedido nesta cor, e assim concluem a venda. No dia de retirar os veículos, José é informado de que no preço da promoção só há veículo preto e, vermelho, só no preço sem desconto; João, por sua vez, recebe em sua loja veículos brancos, mas no preço promocional. Quem poderá pedir a anulação do negócio? E pedir perdas de danos? Como se classificariam os defeitos desses negócios, considerando a teoria dos defeitos do negócio jurídico? Justifique. 25. O que é a coação? Quais são os seus requisitos? 26. O que é coação absoluta e coação relativa? Por que uma gera inexistência do negócio enquanto a outra, apenas anulabilidade? 27. O que é temor reverencial? O que ocorre com o negócio jurídico que se celebra com temor reverencial? 28. Filho que obriga pai a depositar cem mil reais em sua conta, sob o argumento de que, se não o fizer, irá se matar. O pai pode posteriormente anular o negócio, dizendo que foi coagido? 29. José, conduzindo veículo embriagado, causa acidente e torna uma das vítimas, Ronaldo, de 18 anos, paraplégico. Na ação indenizatória promovida por Ronaldo, José encontra a mãe deRonaldo na antessala da audiência e nesta ocasião ela manda José fazer um acordo no valor de R$ 320.000,00, pois, do contrário, ela perseguirá os filhos de José, fazendo com eles o que fez ao filho dela. Ocorre que José não tem filhos, embora esteja com casamento marcado para daqui 2 anos. Se José celebrar o acordo, poderá pedir anulação, considerando a ameaça feita pela mãe de Ronaldo? Justifique. 30. O que é a coação de terceiro e como o CC disciplina o assunto? 31. Roberto Silva é apaixonado por Lucélia Borja, embora este amor não seja correspondido. Roberto fica sabendo que Severino Maia, ex-marido de Lucélia, lhe deve a metade do valor relativo à venda de um imóvel do casal. Sem conhecimento de Lucélia, Roberto, acompanhado de dois capangas, encurrala Severino em um beco e dá-lhe uma surra, avisando-o de que se não fizer o depósito do dinheiro em 24 horas, “nunca mais verá a luz do dia”. Severino faz o depósito no dia seguinte e procura um advogado, que lhe orienta a ajuizar ação contra Lucélia e Roberto, para ajuizar ação a fim de desfazer o negócio por coação e pedir danos morais. Como se classificaria o pagamento feito por Severino, dentro da teoria dos defeitos do negócio jurídico? Estaria correta a orientação do advogado em incluir Lucélia no pedido de danos morais? E quanto à inclusão de Roberto na ação anulatória do negócio jurídico, também está correta? 32. O que é estado de perigo? Exemplifique. 33. Quais são os pressupostos para que o negócio seja anulado por estado de perigo? 34. Se o estado de perigo disser respeito a filho de criação, haverá possibilidade de anulação? Justifique. 35. Notas promissórias obtidas no momento de internação de paciente, assinadas pela esposa, em situação de grave risco de vida do internado, constitui estado de perigo? Por que? 36. Advogado que atende cliente à noite, às vésperas de feriado prolongado, para pedir relaxamento de prisão em flagrante, e que cobra valor 10 vezes maior do que recomenda a tabela de honorários da OAB, poderia ter o contrato de prestação de serviços advocatícios anulado por estado de perigo? Se não fosse o caso de se anular, que outra solução poderia ser aplicada ao caso concreto? Justifique. 37. O que é a lesão, na teoria dos defeitos do negócio jurídico? Exemplique. 38. O que significa premente necessidade? Dê exemplos. 39. O que é a inexperiência, para a lesão? Dê exemplos. 40. Bacharel em direito que é abordada por gerente de negócios do banco para aplicar seus recursos em aplicações com rendimento atrelado à bolsa de valores, uma vez que tenha feito negócio manifestamente desvantajoso para si, pode alegar inexperiência, apesar de ter formação em direito? Justifique. 41. Imóvel é financiado pelo preço de mercado, com juros praticados no momento do negócio. Três anos depois, por conta de aquecimento do mercado imobiliário, além de valorização do imóvel pela construção de um shopping center no bairro, o imóvel passou a ter valor 3 vezes maior que o inicial. Poderá o vendedor, com base na lesão, alegar desproporção entre as prestações para desfazer o negócio e retomar o imóvel, com devolução do que já foi pago corrigido? Justifique. 42. Indique pelo menos três características em que a lesão e o estado de perigo se distinguem. Explique cada uma das diferenças. 43. O que é a simulação? Explique e dê exemplos. 44. O que caracteriza a simulação? 45. O que é simulação absoluta? E simulação relativa? Dê exemplos. 46. Por que a simulação é considerada vício que leva à nulidade? 47. O que significa a última parte do art. 167, CC, “mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma”? Dê um exemplo. Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 48. O que é a simulação inocente? 49. O que é a fraude contra credores? Por que se diz que é um vício social? 50. O que é insolvência? Qual a importância a insolvência para a configuração da fraude contra credores? 51. Quais são os elementos constitutivos da fraude contra credores? 52. Explique o que o art. 158, CC quer dizer com transmissão gratuita de bens e remissão de dívida. Dê exemplos. 53. O que são os credores quirografários a que se refere o art. 158, CC? 54. O que é credor real? Dê um exemplo. 55. O que são atos de transmissão onerosa, a que se refere o art. 159, CC? Dê exemplos. 56. O que se quer dizer com insolvência “notória” ou que tenha “motivo para ser conhecida” pela outra parte, referida no art. 159? 57. O que é preço vil? 58. Se o devedor encontra-se em estado de insolvência e efetua o pagamento de um dos seus credores quirografários, antes de vencida a dívida, o que ocorre, segundo o art. 162, CC? Por que o legislador impôs esta consequência? 59. O que são garantias de dívidas, a que se refere o art. 163, CC? Dê exemplos. 60. Por que o devedor que tem mais de um credor, não pode dar, a um de seus credores, garantia de dívidas? 61. Qual é a consequência para um negócio que é celebrado em fraude contra credores? 62. O que é a ação pauliana (ou revocatória)? 63. Sujeito que, endividado, escolhe pagar o aluguel em vez do cartão de crédito, ambos vencidos, comete fraude contra credores em desfavor da administradora do cartão? Fundamente. 64. Indique as diferenças entre nulidade absoluta e relativa. 65. Considere a seguinte situação e responda se a ação do juiz está correta ou não, fundamentando: Contrato de compra e venda viciado por dolo, em que o comprador atrasa o pagamento das prestações, obrigando o comprador a ajuizar ação de cobrança. No curso da ação, o juiz observa pelas afirmações das partes, ter ocorrido o mencionado vício de consentimento e, diante disso, desfaz o contrato, mesmo se pedido expresso de nenhuma das partes. 66. O que é convalidação de nulidade? É possível haver convalidação em toda e qualquer nulidade? 67. Fiança que é dada, em contrato de locação válido, mas que contém vício de vontade, pois o fiador foi “obrigado” pelo afiançado a firma-la sob pena de ter um segredo vexatório revelado. Há nulidade? Em que parte do contrato? É possível preservar o negócio, ainda que parcialmente? Fundamente. 68. Advogado vai a audiência com poderes para fazer acordo e recebe instruções do cliente, para não ultrapassar o valor de R$ 3500,00. A negociação é difícil, e depois de 2 horas, o advogado consegue acordo de R$ 3800,00. O cliente fica contrariado, mas aceita o acordo, pois o valor é superior ao que havia ordenado, porém, ainda é um valor razoável. Paga o acordo e, posteriormente, ajuíza ação contra advogado, afirmando que este agiu em excesso de poder. Sua ação terá sucesso? Fundamente. 69. O que significa a restituição das partes ao estado anterior, prevista no art. 182, CC? Na prática, aplicando-se o art. 182, como ficaria a situação de um contrato de permuta (troca) de veículos, havida em erro? E se um dos veículos envolvidos no negócio tiver sido objeto de perda total, como aplicar o art. 182 ao caso? Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí- las, serão indenizadas com o equivalente.
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