Buscar

CCJ0053-WL-B-AMRP-05-Equivalentes Jurisdicionais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DO PROCESSO. Aula nº 05. 
Professor: Rodolfo Kronemberg Hartmann / www.rodolfohartmann.com.br 
 
1. Equivalentes jurisdicionais para litígios de natureza cível: autotutela, 
autocomposição, mediação e arbitragem. 
 A “autotutela” é um mecanismo que se destina a solução de litígios e 
que decorre da imposição da vontade de uma das partes envolvidas em 
detrimento da outra, por intermédio da força ou qualquer outro meio suasório 
ilegítimo. Já a “autocomposição” é amplamente adotada, pois ocorre quando os 
próprios litigantes conseguem se compor amigavelmente e independentemente 
da atuação de qualquer órgão público ou privado. Pode ser exemplificada por 
meio de transações ou novações realizadas entre os contendores. 
Diferentemente da “autocomposição”, tanto a “conciliação” quanto a “mediação” 
já demandam a presença de um terceiro, que seria o conciliador ou mediador, 
para que o litígio possa ser resolvido entre as partes. Se este terceiro interfere 
no diálogo entre os contendores como, por exemplo, para demonstrar os lados 
positivos ou mesmo os aspectos negativos de eventual solução proposta, o 
mesmo atua como “conciliador”. Ao revés, se a sua postura é limitada a 
apartear o diálogo entre os envolvidos, que isoladamente vão chegar a uma 
solução, o mesmo se restringe a atuar como “mediador”. 
A arbitragem é atualmente regulada por meio da Lei nº 9.307/96, 
grassando séria divergência se a mesma resulta no exercício de atividade 
jurisdicional ou se deve ser encarada sob o prisma de um equivalente 
jurisdicional. É que, por um lado, a sentença arbitral é equiparada à de um juiz 
togado, tanto que é considerada como título judicial, ex vi art. 475-N, inciso IV. 
E, da mesma maneira, esta sentença arbitral não se sujeita a homologação 
pelo Poder Judiciário (art. 18, Lei nº 9.307/96) e nem pode ter o seu conteúdo 
por ele modificado, muito embora a mesma possa vir a ser anulada, em razão 
de um dos vícios indicados no art. 32 da Lei nº 9.307/96. Além disso, não seria 
correto falar em procedimento arbitral, mas sim em processo arbitral, que 
guardaria enormes semelhanças com o processo judicial propriamente dito, 
inclusive com observância dos mesmos princípios constitucionais. E, da 
mesma maneira, para tanto seria necessária uma visão mais flexível da forma 
de investidura do árbitro, pois a mesma não decorreria da aprovação em 
concurso de provas e títulos como sói acontecer com o magistrado, mas sim de 
uma maneira pouco distinta, tal como ocorre também com os jurados que são 
nomeados para participar de um tribunal do júri. 
 
2. Medidas despenalizadoras no direito processual penal. 
 A transação penal possui previsão no art. 76 da Lei nº 9.099/95 e, ao 
lado da suspensão condicional do processo, busca evitar os eventuais 
malefícios que uma condenação pode gerar. Ambas são consideradas como 
espécies de “medidas despenalizadoras”, nomenclatura esta que não escapa 
de críticas, ao menos em relação a transação penal, pois nesta haverá a 
imposição de pena restritiva de direito ou de multa. É discutível se a primeira 
pode ser considerada como exemplo de jurisdição voluntária no processo 
penal. 
 
3. Solução de conflitos trabalhistas: autodefesa, autocomposição e 
comissão de conciliação prévia. 
Autodefesa é semelhante a “autotutela” e poderia ser exemplificada 
como o direito a greve. A autocomposição é a mesma já abordada no item nº 1. 
Quanto a conciliação de conciliação prévia, é importante destacar o que se 
segue. Estas Comissões de Conciliações Prévias foram criadas pela Lei nº 
9.958/2000 e possuem composição paritária, ou seja, contam com 
representantes dos empregados e dos empregadores, possuindo atribuição de 
tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, porém limitados à categoria 
profissional e à base territorial das entidades sindicais que as tiverem instituído. 
No entanto, o uso das mesmas não é obrigatório ou sequer se constitui em 
condição prévia para acesso ao Poder Judiciário, conforme já reconhecido 
anteriormente pelo STF, em que pese o art. 625-D e parágrafos da CLT 
disporem em sentido contrário. Estas comissões, que não integram o Poder 
Judiciário, irão referendar o termo de conciliação eventualmente firmado entre 
as partes, fazendo com que os mesmos possam ostentar a natureza jurídica de 
título executivo extrajudicial (art. 876, CLT), ou seja, documento este que já 
permite a instauração imediata de um processo autônomo de execução caso a 
obrigação nele contida não seja honrada. Servem, portanto, para pôr fim ao 
litígio, o que atesta o seu caráter de equivalente jurisdicional. 
 
Síntese extraída da obra: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral 
do Processo. Niterói: Impetus, 2012.

Outros materiais