Buscar

CCJ0053-WL-B-LC-Ato Processual no Tempo e no Espaço

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ato processual no tempo e no espaço 
 
 
 1. É sabido que o tempo tem uma salutar importância para o 
direito, posto que as relações jurídicas se formam e, para se 
dissolverem, necessitam do tempo consumido pelo processo, a 
fim de solucionar as lides. 
 
Todo o processo é realizado pelo procedimento previsto em 
lei, sendo este uma seqüência de atos coordenados direcionados 
a um sim, que é a sentença. 
 
 Esses atos têm um momento adequado e útil para serem 
praticados, vale dizer, não podem ser praticados a qualquer 
tempo e lugar. 
 
Neste contexto é que localizamos os prazos, posto que os 
atos processuais devem ser praticados no tempo -prazo- previsto 
em lei, ou ainda determinado pelo juiz, para sua concretização. 
 
2. O CPC de 1973 previu lugar para a prática do ato 
processual, sendo este, via de regra, a sede do juízo (o fórum). 
Em casos excepcionais, contudo, poderá ser realizado em outro 
lugar, desde que o interesse da justiça assim determine, ou 
ainda em razão de algum obstáculo que impossibilite a 
realização no fórum. (Art. 176). 
 
 3. Os prazos previstos em lei são os chamados legais, ao 
passo que os assinados pelo juiz, judiciais. Há ainda os 
chamados prazos convencionais, quando a lei faculta às partes a 
estipulação deles (Art. 265, II do CPC), sendo esta modalidade 
mais escassa. 
 
Para Humberto Teodoro Junior, prazo é o “espaço de tempo 
em que o ato processual da parte pode ser validamente 
praticado”. 
 
Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das seis às 
vinte horas (Art. 172). 
 
Poderão ser praticados fora deste horário se iniciados dentro 
do mesmo, assim como poderão ser praticados em domingos, 
feriados ou dias úteis, fora do expediente, desde que observado 
o disposto no Art. 5º, XI, CF/88 (Art. 172, §§ 1º e 2). 
 
Em regra, durante feriados e férias forenses não se praticam 
atos processuais. Há, contudo, exceções às regra, como se 
observa nos incisos do Art. 173. 
 PS: Este Art. 173 se refere apenas ás férias coletivas -
forenses-, não as individuais, afetas a cada magistrado. Assim, 
como as férias forenses foram extintas pela EC nº 45/2004, 
sendo direcionado apenas às cortes supremas (STJ e STF). 
 
 Tem aplicabilidade o dispositivo no que se refere aos feriados. 
 
 Os prazos podem ser: 
 dilatórios: são prazos destinados ao “aumento” do tempo 
processual, a fim de possibilitar, por exemplo, a mais ampla 
e irrestrita defesa.no dizer de Cândido Dinamarco, são 
aqueles que visam refrear a dinâmica do processo em 
nome da efetividade da defesa dos direitos.1 São 
chamados de prazos de espera, para evitar que o ato se 
pratique antes do vencimento do prazo. Podemos citar 
como exemplos destes prazos a determinação da 
realização da citação, no processo sumário, em no mínimo 
dez dias antes da realização da audiência. São chamados 
também de prazos mínimos; 
 aceleratórios: são prazos que impulsionam o processo, 
que delimitam o tempo de sua realização, como por 
exemplo, a determinação de depósito de rol de 
testemunhas com antecedência mínima, nos termos do Art. 
407, CPC. São os que fixam uma distância máxima, dentro 
da qual o ato pode ser praticado. São também chamados 
de prazos máximos; 
 peremptórios: são os prazos processuais que não 
comportam dilação por convenção das partes. Via de 
regra, vêm previstos em normas cogentes. Observe-se 
que a peremptoriedade não é absoluta, podendo o juiz 
dilatar qualquer prazo, independentemente da espécie 
(Art. 182); 
 dispositivos/ordinatórios: são os prazos processuais que 
comportam dilação por convenção das partes. 
 PS: A lei não diz quais são os prazos peremptórios e os 
dispositivos. Daí a dificuldade de identificá-los. 
 
1 DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de Direito Processual Civil, vol. II, 5ª Ed., 
Malheiros: São Paulo, 2005, p. 551. 
 próprios: são os prazos que se submetem à preclusão. Os 
prazos aceleratórios são preclusivos, portanto, próprios; 
 impróprios: os que não induzem em preclusão. Podemos 
citar como exemplos desses a não devolução dos autos 
pelo advogado que os retirou em carga; a parte que não se 
manifestar nos cinco dias conferidos para fazê-lo com 
relação aos documentos novos (Art. 398), poderá fazê-lo 
quando da apresentação das alegações finais ou ainda 
razões recursais. Os prazos estipulados para juízes e 
promotores são, também impróprios. 
 
 4.- Curso e contagem dos prazos: 
 Os prazos têm seu curso contínuo, ou seja, depois de 
iniciados, não se suspendem ou interrompem se no decorrer 
dele existir um feriado ou domingo. 
 Assim, caso o prazo contenha domingos e feriados, mas não 
se inicie e nem termine em tais datas, a fluência do prazo tem 
seu curso normal. 
 Os prazos iniciam-se excluindo o dia do começo e incluindo o 
dia do fim (Art. 184; 240/241). Assim, se a intimação foi 
recebida na segunda, o prazo inicia-se na terça. Se recebida a 
intimação na sexta, o prazo inicia-se na segunda, posto que 
não há expediente forense aos sábados. Da mesma forma, 
quando termina em dias onde não há expediente forense, 
prorroga-se para o primeiro dia útil. 
 Os prazos em anos contam-se em anos, ou seja, no dia e mês 
do outro ano. (Ação Rescisória – 2 anos do trânsito em 
julgado –Art. 485, CPC. Se o trânsito em julgado deu-se em 
10.10.2003, o prazo expira-se em 10.10.2005): 
 Os prazos em meses, contam-se em meses, ou seja, no 
mesmo dia do começo do mês seguinte. Não importa aqui se 
o mês tem 30 ou 31 dias. (Suspensão do processo por seis 
meses em 10.10.2003, o prazo expira-se em 10.4.2006) 
 Os prazos em dias contam-se em dias. (recebida a intimação 
da sentença em 10.10.2003, o prazo para apelação expira-se 
em 25.10.2006) 
 Há prazos em horas e minutos conta-se em cada fração. 
Exemplo: prazo para o devedor paga, depois de citado da 
execução: 24 horas. 
 
5.- Prazo geral: não havendo previsão legal e não sendo 
assinado prazo pelo juiz, será ele de cinco dias (Art. 185, CPC). 
 
 6.- Preclusão: caso a parte não pratique o ato processual 
dentro do prazo previsto, extinguir-se-á o direito de praticá-lo, 
independentemente de qualquer pronunciamento jurisdicional, 
exceto se a parte provar a impossibilidade de fazê-lo (Art. 183). 
 
 Não haveria sentido prever prazos se, o seu não 
cumprimento, em nada importaria à parte. 
 
 Esta é a chamada preclusão temporal. Ao lado desta, mais 
duas existem: a lógica, que decorre da incompatibilidade de um 
ato com outro, que se quereria praticar também (por exemplo: a 
parte que, por exemplo, aceitar expressa ou tacitamente a 
sentença ou a decisão não poderá recorrer – Art. 503); a 
consumativa refere-se á pratica do próprio ato, de modo que se 
torna impossível realizá-lo novamente. 
 
 7.- Prazos para as partes: o prazo para as partes será 
aquele previsto em lei. Caso não haja previsão, será aquele que o 
juiz assinar. Caso não assine, será o prazo geral, de cinco dias (Art. 
185). 
 A parte pode renunciar ao prazo que a tem direito, sem que 
para isso precise anuir a parte contrária, como se observa do Art. 
186, CPC. Esta renúncia pode ser total ou parcial. Praticado o ato 
antes de completado o lapso, há renúncia tácita com relação aos 
dias faltantes. 
 
 Aumento dos prazos legais por motivo justificado é permitido, 
como se observa do Art. 187. Vide inciso LXXVIII, Art. 5º, CF/88: 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
 O Código não esclareceo que poderia ser considerado como 
“motivo justificado”, sendo conceito vago, cabendo então, ao juiz, 
diante de cada caso concreto. 
 
 8.- Prazos para o Ministério Público e Fazenda Pública: 
prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. 
 
 Na expressão “Fazenda Pública” enquadram-se União, 
Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações 
publicas. 
 
 9.- Prazos para o Juiz: despachos ordinatórios: 2 dias; 
decisões: 10 dias. (Art. 189). 
 
 Na expressão “Fazenda Pública” enquadram-se União, 
Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações 
publicas. 
 
 Como já mencionado, estes prazos são impróprios, ou seja, 
nenhuma conseqüência ocasiona o seu não cumprimento. 
 
 Há outros prazos previstos: cinco dias para sentenciar na 
cautelar, quando não contestada (Art. 803); procedimentos de 
nunciação de obra nova (Art. 939); embargos de terceiro (Art. 
1053). 
 
 10.- Prazos para o serventuário: remessa à conclusão em 
24 horas; pratica dos atos determinados pelo juiz: 48 horas. 
 Também são prazos impróprios. 
 
 11.- Prazo em dobro: sendo caso de litisconsórcio e sendo 
diferentes os procuradores das partes, os prazos serão 
considerados em dobro. PS: advogados constantes do mesmo 
escritório podem pedir o prazo em sobro, desde que cada qual 
esteja patrocinando os interesses de uma das partes. 
 
Se o litisconsórcio se der com as pessoas previstas no Art. 
188, não há duplicação dos prazos para elas. PS: É necessário 
pedir a concessão do prazo em dobro, por meio de petição? 
Entendo que não, uma vez que se trata de norma de caráter 
público, devendo ser aplicada de ofício pelo juiz. 
 
 12.- Prazos para devolução dos autos pelo advogado: o 
advogado, quando apanha o processo em carga, deve devolvê-lo 
no prazo legal, que é de cinco dias, ou outro que o juiz lhe assinar 
(Art. 40, II e III). 
 
 Caso não restitua os autos, pode o juiz mandar riscar ou 
desentranhar suas alegações e documentos PS: a jurisprudência 
entende, contudo, que apenas as alegações devem ser 
desconsideradas, não os documentos. Aqui se deve observância 
ao princípio da instrumentalidade das formas. 
 
Multa: Art. 196. 
 
 13.- Intercâmbio processual (carta de ordem, rogatória e 
precatória): Via de regra, os atos processuais devem ser 
praticados na sede do juízo: Fórum (Art. 176). 
 
Porém, há casos em que há necessidade de se fazer na sede 
de outra comarca. 
 
Surge então a necessidade de se expedir Carta de Ordem, 
Precatória ou Rogatória. 
 
A Carta de Ordem é o instrumento utilizado pelo Tribunal 
para determinar que outro Tribunal, ou juiz a ele subordinado, dê 
cumprimento a alguma decisão ou pratique determinado ato. Esta 
espécie contém uma ordem, não mera solicitação. 
 
Note-se que esta modalidade dá-se entre os Tribunais, sendo 
que um deve obediência às determinações do outro, assim como do 
Tribunal superior aos juízes do Tribunal “inferior” (EX: Carta de 
ordem do STF para o TJ do Paraná, ou para juízes paranaenses). 
PS: A comunicação do tribunal com seus juízes inferiores é feita por 
Carta Precatória, não de ordem. 
 
 A Carta Rogatória é o instrumento utilizado para se pedir a 
colaboração de um país estrangeiro para a prática de um ato 
processual. Procedimento: Art. 210, CPC. 
 
 A rogatória a ser cumprida no Brasil deve ser despachada 
pelo STJ, não mais pelo STF. O Art. 211 foi revogado pela EC 
45/2004 (CF/88, Art. 105, I, i). 
 
A Carta Precatória é o instrumento residual, ou seja, não 
sendo caso de expedição de carta de ordem ou rogatória, será de 
precatória. 
 
Embora residual, é a espécie mais utilizada. 
 
Em síntese, é utilizada para comunicação entre juízes, dentro 
do território nacional, 
 
A carta precatória não leva uma ordem, mas sim um pedido, 
posto que não existe qualquer hierarquia entre os juízes envolvidos. 
 Podem os juízos se comunicarem por meio de “ofícios”, mas 
desde que não para a prática efetiva de atos. Estes se prestam a 
dar ou fornecer informações. 
 
Via de regra, a expedição das cartas não suspendem o curso 
do processo. Todavia, há casos em que a prática do ato 
subseqüente depende do cumprimento da precatória, o que, 
obviamente, acarreta a “suspensão” do processo até que a carta 
seja cumprida. Procedimento das cartas: Arts. 202; 203. 
 Caráter itinerante: Art. 204: pode ser remetida pelo juízo 
deprecado a outro, em situações que assim determinam; 
 Urgência: fax, telegrama, telefone: Art. 205/208; 
 Recusa: Art. 209; e 
 Devolução: Art. 212. 
 
 14.- Citações. 
 Citação é o ato pelo qual se chama a parte acionada para 
defender-se (Art. 213, CP). 
 
Conceito legal aceito por quase a totalidade da doutrina. 
 
Alguns criticam a palavra “réu” constante no dispositivo. Mas 
entendo haver excesso de preciosismo, posto que esta expressão 
foi lançada de forma genérica, vale dizer, deve-se entender como 
“acionado”. 
 
Assim, devem ser considerados “réus”, para efeito da citação, 
o réu, o executado, o interessado, o embargado ... 
A citação é o ato processual que institui a relação jurídica 
processual, verdadeiro pressuposto de desenvolvimento regular e 
válido do processo. 
 
Essa exigência – de citação –, refere-se à garantia 
constitucional do devido processo legal (Art. 5º, LIV e LV), 
comparecendo espontaneamente o réu no processo, suprida 
esta a falta ou vício de citação, ainda que só para isso possa 
ele ter vindo. 
 
Citação inexistente é aquela feita em nome de outra pessoa, 
que não o réu: um homônimo, por exemplo. Também é inexistente a 
concretizada em nome de pessoa jurídica já extinta. 
 
Citação nula quando não observa os requisitos legais do ato, 
ainda que feita em nome do acionado. Por exemplo: não especificar 
qual é o prazo para a apresentação da defesa; quando concretizada 
em nome de pessoa que não tem poderes para receber a citação 
(representante); se não tiver entregue a contra-fé; no rito sumário, 
se não tiver observado o prazo do Art. 277, CPC.

Outros materiais