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CCJ0052-WL-A-PA-11-TP Redação Jurídica-106792

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			 Plano de Aula: Teoria e Prática da Redação Jurídica
			 TEORIA E PR�TICA DA REDAÇÃO JUR�DICA
			
		
		
			Título
			Teoria e Prática da Redação Jurídica
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				
			
			Número de Semana de Aula
			
				11
			
 
 Tema
		 Fundamentação do Parecer: técnicas e estratégias argumentativas (2).
		
		 Objetivos
		 
- Incrementar a prática da produção do texto jurídico-argumentativo;
- Redigir outros tipos de argumento, além dos já desenvolvidos na aula anterior;
- Compreender a necessidade de recorrer a diversas estratégias argumentativas a fim de favorecer a persuasão do magistrado.
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 
1. Tipos de Argumento
1.1. Argumento ad hominem.
1.2. Argumento de fuga.
1.3. Argumento a fortiori.
2. Relação entre os tipos de argumento e as estratégias argumentativas
3. Persuasão e coerência argumentativa.
	
	 Aplicação Prática Teórica
 
O sucesso na defesa de uma tese depende de um raciocínio fundamentado por meio de uma série associações a serem feitas pelo argumentador. A maneira como o operador do direito deve direcionar o raciocínio para a tese depende, portanto, de planejamento minucioso do texto e seleção apurada de informações.
Na construção das peças processuais, o prejuízo decorrente da falta de organização de um plano textual talvez fique mais evidente, porque a persuasão do juiz e o conseqüente sucesso no pleito dependem desse encadeamento (seleção, análise e síntese).
Para esclarecer como deve ocorrer essa organização do texto jurídico-argumentativo, sugerimos ler o capítulo 4.2 de Lições de Argumentação Jurídica, de FETZNER, Néli Luiza Cavalieri; TAVARES, Nelson ; VALVERDE, Alda da Graça.
 
Para diversificar os tipos de argumento que já foram aprendidos, sugerimos alguns outros.
 
Estrutura do argumento[1]
A forma básica de um Argumento ad hominem é a seguinte:
1.     A considera B verdadeiro;
2.     A possui é algo criticável;
3.     então B é falso.
Claramente, B não deixa de ser verdadeiro ou falso dependendo das pessoas que o consideram verdadeiro.
O argumento ad hominem é uma forte arma retórica, apesar de não possuir bases lógicas.
O ataque à pessoa trata-se de um ataque direto à pessoa contra quem se argumenta, colocando em dúvida suas circunstâncias pessoais, seu caráter ou sua confiabilidade.
 
Tipos
Há dois tipos de ataques ad hominem que são mais eficientes:
·                     Argumento ad hominem abusivo: é o ataque direto à pessoa, colocando seu caráter em dúvida e, portanto, a validade de sua argumentação. Exemplo:
?As afirmações de Richard Nixon a respeito da política de relações externas em relação à China não são confiáveis pois ele foi forçado a abdicar durante o escândalo de Watergate.?
·                     Argumento ad hominem circunstancial: é o ataque que atinge a circunstante do adversário em um debate. O fato de se tratar de uma pessoa que está sofrendo, no momento, de uma forte raiva pode ser usado para esse tipo de ataque. Exemplo:
A: Foi este o homem que vi roubando aquele carro!
B: Como pode afirmar isso sendo você um conhecido bêbado?
 
Argumento de fuga é o argumento de que se vale o advogado para escapar à discussão central, em que seus argumentos provavelmente não prevaleceriam. Apela-se, em regra, para a subjetividade. É o argumento, por exemplo, que o advogado utiliza quando enaltece o caráter do acusado, lembrando tratar-se de pai de família, de pessoa responsável, de réu primário, quando há acusação de lesões corporais (ou homicídio culposo) na direção de veículo. Perceba que qualquer pessoa "de bem" pode, em algum momento, praticar um crime culposo. Se a autoria, a materialidade e a culpabilidade desse crime forem inegáveis, resta ao advogado apenas enaltecer suas qualidades, a fim de conseguir a fixação de uma pena branda, ou - quem sabe - desqualificar o crime a ele imputado.
 
Argumento a fortiori (com maior razão) é o argumento que deriva do brocardo "quem pode o mais, pode o menos". Seu objetivo é conseguir uma aplicação mais extensiva da lei, para que se aplique à situação fática que, nela, não está explícita.
Exemplo: se a lei exige, dos Promotores de Justiça, que, nas Denúncias, discriminem as ações de cada um dos acusados, com mais razão deve-se exigir que o Magistrado as individualize na Sentença.
 
 
QUESTÃO
Leia o caso concreto seguinte e produza a ementa e a fundamentação do Parecer. Utilize, além dos argumentos sugeridos na aula anterior, os que são trabalhados neste encontro.
 
Texto
João da Silva e outros detentos da cela quatro, custodiados na 20º Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, ingressaram com ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de reparação por danos morais em face do Estado do Rio de Janeiro, com fulcro no art. 37, § 6º da CRFB/88.
Alegam em síntese que por culpa do Estado se encontram submetidos a situação degradante, custodiados em local sem aeração adequada, insalubre e com problemas de superlotação. Além disso, informam que convivem diuturnamente com pessoas que possuem doenças contagiosas e que não existe qualquer privacidade no referido local.
No pedido da ação, os detentos requerem a transferência para unidade prisional adequada e a condenação do Estado ao pagamento por danos morais.
O Estado réu em sua defesa alegou que não desconhece a precariedade das carceragens da 20ª Delegacia de Polícia, bem como de todo o conjunto carcerário, porém afirmou que não se encontra omisso quanto à busca da solução dos problemas dessa área, citando como exemplo a aprovação de créditos para a construção de cinco novos estabelecimentos prisionais, o que afastaria por completo qualquer responsabilidade por parte da Administração Pública.
Acrescentou o Estado que é fato notório o aumento da criminalidade, o que prejudica qualquer planejamento estatal sobre a matéria, sustentando que a propositura de ações como a presente não soluciona o problema.
Enfatizou ainda a impossibilidade fática do cumprimento de uma eventual sentença de procedência para promover a transferência dos autores para outros estabelecimentos prisionais, diante da necessidade de se alocar recursos não previstos, não se levando em consideração todas as dificuldades do Estado. Pleiteou a improcedência total dos pedidos formulados pelos autores.
Sugerimos consultar as seguintes fontes jurisprudenciais:
1) TJRJ - Embargos infringentes proc. nº. 0009573-98.2005.8.19.0061
2) Em nada contribui para a melhoria do sistema prisional do Brasil a concessão, individualmente, de indenização por dano moral a detento submetido à superlotação e a outras agruras que permeiam (e envergonham) nossos  estabelecimentos carcerários. A medida, quando muito, servirá tão-só para drenar e canalizar escassos recursos públicos, aplicando-os na simples mitigação do problema de um ou só de alguns, em vez de resolvê-lo, de uma vez por todas, em favor da coletividade dos prisioneiros. A condenação do Estado à indenização por danos morais individuais, como remédio isolado, arrisca a instituir uma espécie de "pedágio-masmorra", ou seja, deixa a impressão de que ao Poder Público, em vez de garantir direitos inalienáveis e imprescritíveis de que são titulares, por igual, todos os presos, bastará pagar, aos prisioneiros que disponham de advogado para postular em seu favor, uma "bolsa-indignidade" pela ofensa diária, continuada e indesculpável aos mais fundamentais dos direitos assegurados constitucionalmente. (RECURSO ESPECIAL Nº 962.934 - MS (2007/0145328-6))

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