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1. Associe: imigração – colonato – mercado interno – industrialização. (3,0 pontos) Desde a segunda metade do século XIX, ainda na época do Segundo Império, a imigração de estrangeiros, sobretudo europeus, foi fomentada pelo governo brasileiro. O motivo de tal fomento era a necessidade de mão de obra livre e qualificada para o trabalho nas lavouras de café. Haja vista que, gradualmente, a mão de obra escrava, que era utilizada até então, tornou- se objeto de densa crítica e pressão por parte de grupos políticos abolicionistas e republicanos. Em 1888, efetivou-se a abolição da escravidão e, no ano seguinte, realizou-se a Proclamação da República, fatos que intensificaram a imigração e também a permanência dos imigrantes nas terras trabalhadas, tornando-se colonos. Algum tempo depois, especificamente após o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, uma nova onda migratória se dirigiu ao Brasil. Nessa época, a economia cafeeira se transformou num complexo econômico com várias extensões. Os imigrantes que vinham à procura de trabalho nas lavouras de café acabavam, muitas vezes, deslocando-se para os núcleos urbanos que começavam a despontar nessa época. O processo de urbanização de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo se desenvolveu, em linhas gerais, para facilitar a distribuição e o escoamento do café, que era direcionado à exportação. A ampliação das linhas férreas que ocorreu neste período, por exemplo, foi planejada para tornar mais fluido esse processo. Por volta de 1880, já existia a presença de várias fábricas no Brasil, mas sem uma estrutura realmente significativa. Contudo, por volta das décadas de 1910 e 1920, as atividades industriais já eram bastante expressivas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por meio da intensa exportação de café e importação de outros produtos necessários ao mercado interno brasileiro, várias estruturas de maquinário fabril também aportavam em terras brasileiras, já que muitos produtores de café também passaram a investir nas fábricas. Os principais tipos de atividades industriais do período estavam relacionados aos setores: têxtil (produção de tecido), de bebidas e de alimentos. A modernização agrícola contribuiu decisivamente para a que indústria se desenvolvesse no âmbito dos setores referidos. E, para que houvesse estabilidade na produção industrial, também foi necessário o controle do valor da moeda brasileira. O motivo para esse controle era não correr o risco de ter o principal produto de exportação, o café, desvalorizado no mercado internacional. 2. Analise os principais determinantes da recorrente desvalorização cambial do final do século XIX no Brasil. (3,0 pontos) O forte aumento da oferta de café brasileiro no mercado internacional, sem uma elevação da demanda na mesma proporção, especialmente com a crise americana do final do século XIX, determinou uma queda importantes do preço internacional (o Brasil era responsável por mais de 3/4 do total exportado no mundo). Como o café é marcado por uma importante inelasticidade preço da demanda, a receita em moeda estrangeira cai com a redução do preço. A desvalorização cambial transformava essa queda de receita externa (em moeda estrangeira) das exportações de café em elevação das receitas em moeda nacional; (b) isto estimulava um novo aumento da produção e queda do preçointernacional e, novamente, das receitas de expo tação (destacar a inelasticidade – preço da demanda e a participação brasileira no mercado internacional de café). 3. O Convênio de Taubaté de 1906 tinha como principal objetivo estabilizar o preço internacional do café e, assim, garantir a renda dos cafeicultores mesmo diante de variações importantes da produção. Explique essa afirmativa e descreva as principais medidas adotadas. (4,0 pontos) O Convênio de Taubaté de 1906 foi um acordo firmado entre os governadores dos estados de São Paulo (Jorge Tibiriçá), Minas Gerais (Francisco Sales) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha) para proteger a produção brasileira de café, que passava por um momento crítico, de preços baixos e prevendo a colheita de uma safra recorde. Engendrado dentro dos princípios da "Política dos Governadores", acordou-se uma intervenção do Governo federal em benefício da classe dos cafeicultores de determinadas regiões do país. O Convênio tinha como principais medidas: 1 - A compra de excedentes de produção; 2 - A compra seria viabilizada por meio de um financiamento de 15 milhões de libras esterlinas; 3 - O gasto com a compra do excedente de café seria coberto pela criação de um imposto em ouro aplicado a cada saca exportada de café; 4 - Um fundo seria criado para estabilizar a taxa de câmbio, impedindo sua constante valorização – que funcionaria na forma de uma Caixa de Conversão; 5 - Seriam tomadas medidas para desencorajar a expansão das lavouras no longo prazo, como a definição de taxas proibitivas. Essas medidas mudariam significativamente a orientação da política econômica do país no que diz respeito às exportações de café. O Convênio de Taubaté determinou, nesse sentido, a institucionalização da prática de controle de estoques para regular o preço internacional, artifício permitido pela enorme parcela do mercado internacional ocupada pela produção brasileira.
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