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FEB AD1 2017.1

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1. Associe: imigração – colonato – mercado interno – industrialização. (3,0 pontos) 
 
Desde a segunda metade do século XIX, ainda na época do Segundo Império, a imigração de 
estrangeiros, sobretudo europeus, foi fomentada pelo governo brasileiro. O motivo de tal 
fomento era a necessidade de mão de obra livre e qualificada para o trabalho nas lavouras de 
café. Haja vista que, gradualmente, a mão de obra escrava, que era utilizada até então, tornou-
se objeto de densa crítica e pressão por parte de grupos políticos abolicionistas e republicanos. 
Em 1888, efetivou-se a abolição da escravidão e, no ano seguinte, realizou-se a Proclamação da 
República, fatos que intensificaram a imigração e também a permanência dos imigrantes nas 
terras trabalhadas, tornando-se colonos. 
Algum tempo depois, especificamente após o término da Primeira Guerra Mundial, em 
1918, uma nova onda migratória se dirigiu ao Brasil. Nessa época, a economia cafeeira se 
transformou num complexo econômico com várias extensões. Os imigrantes que vinham à 
procura de trabalho nas lavouras de café acabavam, muitas vezes, deslocando-se para os 
núcleos urbanos que começavam a despontar nessa época. O processo de urbanização de 
cidades como Rio de Janeiro e São Paulo se desenvolveu, em linhas gerais, para facilitar a 
distribuição e o escoamento do café, que era direcionado à exportação. A ampliação das linhas 
férreas que ocorreu neste período, por exemplo, foi planejada para tornar mais fluido esse 
processo. 
Por volta de 1880, já existia a presença de várias fábricas no Brasil, mas sem uma estrutura 
realmente significativa. Contudo, por volta das décadas de 1910 e 1920, as atividades industriais 
já eram bastante expressivas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por meio da intensa exportação 
de café e importação de outros produtos necessários ao mercado interno brasileiro, várias 
estruturas de maquinário fabril também aportavam em terras brasileiras, já que muitos 
produtores de café também passaram a investir nas fábricas. 
Os principais tipos de atividades industriais do período estavam relacionados aos setores: 
têxtil (produção de tecido), de bebidas e de alimentos. A modernização agrícola contribuiu 
decisivamente para a que indústria se desenvolvesse no âmbito dos setores referidos. E, para 
que houvesse estabilidade na produção industrial, também foi necessário o controle do valor da 
moeda brasileira. O motivo para esse controle era não correr o risco de ter o principal produto 
de exportação, o café, desvalorizado no mercado internacional. 
 
 
2. Analise os principais determinantes da recorrente desvalorização cambial do final do 
século XIX no Brasil. (3,0 pontos) 
 
O forte aumento da oferta de café brasileiro no mercado internacional, sem uma elevação 
da demanda na mesma proporção, especialmente com a crise americana do final do século 
XIX, determinou uma queda importantes do preço internacional (o Brasil era responsável 
por mais de 3/4 do total exportado no mundo). Como o café é marcado por uma importante 
inelasticidade preço da demanda, a receita em moeda estrangeira cai com a redução do 
preço. A desvalorização cambial transformava essa queda de receita externa (em moeda 
estrangeira) das exportações de café em elevação das receitas em moeda nacional; 
 
(b) isto estimulava um novo aumento da produção e queda do preçointernacional e, 
novamente, das receitas de expo tação (destacar a inelasticidade – preço da demanda e a 
participação brasileira no mercado internacional de café). 
 
 
 
 
3. O Convênio de Taubaté de 1906 tinha como principal objetivo estabilizar o preço 
internacional do café e, assim, garantir a renda dos cafeicultores mesmo diante de variações 
importantes da produção. Explique essa afirmativa e descreva as principais medidas 
adotadas. (4,0 pontos) 
 
O Convênio de Taubaté de 1906 foi um acordo firmado entre os governadores dos estados de São 
Paulo (Jorge Tibiriçá), Minas Gerais (Francisco Sales) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha) para proteger 
a produção brasileira de café, que passava por um momento crítico, de preços baixos e prevendo a 
colheita de uma safra recorde. Engendrado dentro dos princípios da "Política dos Governadores", 
acordou-se uma intervenção do Governo federal em benefício da classe dos cafeicultores de 
determinadas regiões do país. 
 
O Convênio tinha como principais medidas: 
 
1 - A compra de excedentes de produção; 
2 - A compra seria viabilizada por meio de um financiamento de 15 milhões de libras 
esterlinas; 
3 - O gasto com a compra do excedente de café seria coberto pela criação de um imposto em 
ouro aplicado a cada saca exportada de café; 
4 - Um fundo seria criado para estabilizar a taxa de câmbio, impedindo sua constante 
valorização – que funcionaria na forma de uma Caixa de Conversão; 
5 - Seriam tomadas medidas para desencorajar a expansão das lavouras no longo prazo, 
como a definição de taxas proibitivas. Essas medidas mudariam significativamente a 
orientação da política econômica do país no que diz respeito às exportações de café. O 
Convênio de Taubaté determinou, nesse sentido, a institucionalização da prática de controle 
de estoques para regular o preço internacional, artifício permitido pela enorme parcela do 
mercado internacional ocupada pela produção brasileira.

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