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Centro Universitário Estácio de Sá de Santa Catarina Disciplina: SDE0076 – Ensino Clínico Teórico III Professoras: Liliam Cristiana Júlio Tonnera e Elaine Cristina da Cunha A CRIANÇA E A ASSISTÊNCIA À SAÚDE O interesse da sociedade pelas crianças nem sempre esteve presente. Até o século XVII a criança era vista como estorvo, desgraça, um fardo insuportável para a família. Os cuidados dispensados ao bebê nem sempre eram uma tarefa agradável aos pais. BREVE HISTÓRICO A família sofreu profundas transformações nesse processo; As relações entre mãe e filhos foram fortemente atingidas; Mulheres e crianças foram absorvidas pelo mercado de trabalho, expondo-se às condições adversas de moradia, transporte, alimentação, entre outras; A mortalidade materna e infantil elevada; As condições de saúde das crianças mostravam-se precárias. O índice de mortalidade infantil era elevado, especialmente entre as crianças afastadas de seus pais, ou seja, aquelas cuidadas por amas de leite. Outras causas eram a precariedade das condições de higiene e a ausência de especialidade médica direcionada à criança. Até o século XIX, a palavra menor (utilizada como sinônimo de criança, adolescente ou jovem) era usada para assinalar os limites etários que impediam as pessoas de ter direito à emancipação paterna ou assumir responsabilidades civis; A partir de 1920 e até os dias atuais a palavra passa a ser referir para indicar a criança/adolescente relacionada à situação de abandono, marginalidade, além de definir sua condição civil e jurídica e os direitos que lhe correspondem. Não era o filho “de família” sujeito à autoridade paterna ou o órfão devidamente tutelado, mas, a criança/adolescente abandonada tanto material como moralmente; Principais responsáveis: decomposição da família e dissolução do poder paterno; Lugar natural era a rua (lugar do crime); A expressão “menor” já fazia parte do vocabulário judicial do Império e também da mídia; Alguns séculos se passaram, comportamentos e pensamentos se modificaram e um novo olhar foi lançado para as crianças, expressas na Declaração dos Direitos da Criança em 1924, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Década de 1920 1921 – lei orçamentária 4.242 de 5/1 que autorizou o Serviço de Assistência e Proteção à Infância Abandonada; 1927 – código de Menores O Código de Menores era endereçado não a todas as crianças, mas apenas àquelas tidas como estando em "situação irregular" . O código definia, já em seu Artigo 1º, a quem a lei se aplicava: " O menor, de um ou outro sexo, abandonado ou delinquente, que tiver menos de 18 anos de idade, será submetido pela autoridade competente as medidas de assistência e proteção contidas neste Código." Década de 1940 1940 – Decreto lei 2.848 – Aos 18 anos- marco que separa a menoridade da responsabilidade penal; 1946 – Constituição- Aos 18 anos- aptidão ao trabalho noturno. Década de 1960 1964 – Política Nacional do Bem-Estar do Menor; 1965 – Criação da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor. Década de 1970 Enfrentamento da questão do Menor; 1978 – Ano Internacional da Criança; Década de 1980 Articulação política de setores sociais sensibilizados com a questão da infância brasileira; Criação do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR) Década de 1990 Promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Modificam-se: As condições em que a criança convive com os outros e constrói seu mundo interno e o mundo das suas relações sociais; O modo como a criança é afetada pela realidade material e social da contemporaneidade; ECA A promulgação do ECA (Lei 8.069/90) ocorreu em 13 de Julho de 1990, consolidando uma grande conquista da sociedade brasileira: Documento de direitos humanos que contempla o que há de mais avançado na normativa internacional em respeito aos direitos da população infanto-juvenil. Este novo documento altera significativamente as possibilidades de uma intervenção arbitrária do Estado na vida de crianças e jovens. A criança parte de uma família- Mas de qual família? Novos parâmetros para a relação entre adultos e crianças (relações contraditórias); Relações tradicionais – (educador e educando; experiente e não-experiente; ser maduro e ser imaturo); Relações atuais – crianças/adolescentes/adultos passam a circular em espaços cada vez mais diferenciados e compartimentalizados (novas socialidades: rua, casa, shopping); Questões da Infância na Contemporaneidade: Os novos tempos (outras condições de história e cultura) em que a criança está inserida produzem uma infância diferente daquela do início do século XX; Crescimento paralelo da mídia para crianças (livros, quadrinhos, cinema e televisão) e da indústria de jogos e bonecas e das cadeias de lojas especializadas em brinquedos infantis; Marketing determina o “design” dos brinquedos e a repercussão que esse fato tem sobre a atual forma da criança brincar; Publicidade busca atingir amplas audiências infantis utilizando a TV de forma absoluta e desenvolve assim novas abordagens publicitárias (bonecos-personagens); Como numa linha de produção, a criança desde muito cedo é colocada num mercado ávido por consumo que a espera com novidades sempre “mais recentes” (ética); Brinquedos “fazem de tudo”, transformando a criança em espectador passivo;
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