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Psicologia do Desenvolvimento e da aprendizagem Aula4

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Psicologia do Desenvolvimento e da aprendizagem 
Aula 04 – Processos Psicológicos Básicos – Parte II
Pensamento e linguagem
Segundo Chomsky, linguagem é a propriedade da espécie humana que não tem nada de análogo no restante do reino animal: uso de signos linguísticos para a livre expressão do pensamento distingue o homem dos animais e das máquinas. É a propriedade responsável por termos história, cultura e diversidade.
A faculdade de linguagem é considerada "um órgão da mente" (the language organ) tal como o sistema visual, o aparelho digestivo, o sistema imunológico ou qualquer outro órgão, decorrente portanto, de uma dotação genética específica e exclusiva da espécie humana. Como todos os demais órgãos, é um sistema internamente complexo, com subsistemas internos distintos (fonologia, sintaxe, semântica, pragmática, etc.).
O estado inicial da faculdade de linguagem - Language Acquisition Device (LAD) é compartilhado por toda a espécie humana.
A criança, inatamente dotada do Mecanismo de Aquisição de Linguagem, exposta à língua que é falada ao seu redor, utiliza o LAD para interpretar os dados linguísticos aos quais é exposta.
Da interação entre os dados e o LAD a criança deduz a gramática da língua particular da sua comunidade (português, inglês, japonês etc.).
A caixa preta, aí, é a Gramática Universal, mas o seu input (dados primários) e o output (gramáticas das línguas particulares) estão disponíveis para o estudo, o que permite inferir muita coisa sobre o estado inicial que medeia entre os dados e a língua pronta.
A teoria sobre o conhecimento internalizado de uma língua se chama gramática da língua.
Dizemos que a gramática de uma língua gera as expressões possíveis na língua, e daí provêm o termo gramática gerativa. O número de arranjos de unidades possíveis como sentenças, em qualquer língua, é infinito.
Cada expressão gerada pela gramática tem som e significado. Cada uma contém instruções sobre como efetuar a pronúncia e a interpretação conceitual. Os subsistemas que servem para saber como pronunciar e como compreender se chamam sistemas de desempenho (performance).
A guinada fundamental dada por Chomsky nos anos 50 aos estudos de linguagem, coincidentemente com a chamada “revolução cognitiva”, mudou a visão de língua de “objeto externo à mente” para “objeto interno à mente”, uma abordagem mentalista, que se propõe a estudar um objeto real no mundo, o cérebro, em seus estados e funções. Convergência entre estudo da mente e ciências biológicas.
Atenção e desempenho
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) repercute na vida da criança e do adolescente levando a prejuízos em múltiplas áreas, como a adaptação ao ambiente acadêmico, relações interpessoais e desempenho escolar. Estes são denominados sintomas não-cardinais do TDAH, ou seja, embora não imprescindíveis para o diagnóstico, frequentemente, fazem parte das queixas do portador.
As repercussões do mau desempenho escolar (MDE) na vida do aluno com TDAH, como necessidade de turmas especiais de apoio, sofrimento pessoal e familiar, bem como a influência na vida adulta, justificam o investimento no diagnóstico e manejo precoces do problema.
O trabalho de Pastura procura revisar os dados da literatura a respeito da relação entre desempenho escolar e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), com o objetivo de fornecer informações aos profissionais da área de saúde e noções atualizadas.
Os dados da literatura demonstram que o TDAH, principalmente o tipo desatento está relacionado a mau desempenho escolar. Segundo a conclusão do autor, crianças com TDAH estão sob risco de mau desempenho escolar e devem receber cuidados especiais.
Galvão estuda a relação entre cognição e música, objetivando lançar novas perspectivas para uma ideia a muito tempo presente na pesquisa psicológica, de que a atividade musical tem importantes consequências para o desenvolvimento emocional e cognitivo da pessoa.
Estas novas perspectivas, no entanto, não são sempre positivas, já que processos de aprendizagem musical, da forma como são tradicionalmente desenvolvidos, podem também levar à frustração e ao adoecimento tanto físico como psíquico.
Os temas apresentados anteriormente, têm como foco a aprendizagem expert de instrumentos musicais da tradição clássica como uma aprendizagem permanente. Isto envolve o desenvolvimento e refinamento constante de habilidades metacognitivas e autorreguladoras, bem como uma capacidade para superar obstáculos emocionais oriundos do tipo de investimento necessário ao alcance e manutenção da expertise musical. 
O estudo de um instrumento musical parece envolver, entre outras dimensões, um plano cognitivo e uma prática física para sustentá-lo e promovê-lo. Um processo de aprendizagem deste tipo é um típico exemplo da resolução de problemas em nível expert.
Músicos aplicam diferentes estratégias para resolver problemas, criam representações elaboradas e desenvolvem suas habilidades por meio de estudo intenso e prolongado.
Seus processos de memorização estão em acordo com a teoria dos níveis de processamento.
Procedimentos de agrupamento estão na base da aprendizagem e são subjacentes a resultados de estudo.
No estudo deliberado de um instrumento musical, há a preocupação com a criação de uma regra procedimental capaz de permitir a execução de uma passagem do começo ao fim como uma unidade. Isto é atingido gradualmente a partir da resolução de problemas específicos, que intermediam a unificação da passagem.
Segundo o autor há uma memória de produção que seria responsável pela automatização de movimentos. Conhecimento, que é inicialmente declarativo, torna-se procedimental por meio de um processo de procedi mentalização que envolve uma redução em verbalização na medida em que a automatização aumenta.
A memória procedimental açambarca estruturas de objetivos hierarquicamente organizados que por sua vez codificam planos de ação. Assim, o objetivo particular de tocar uma sequência musical a torna uma fonte forte de ativação, que vai de encontro às regras de produção orientando a ação como um todo, prescindindo da ação dirigida.
Deve-se, no entanto, destacar que, no momento, teorias de expertise, modelos computacionais e simbólico interacionistas de terceira geração oferecem respostas somente parciais para o fenômeno da expertise musical.
Em música como qualquer área de expertise, o estudo deliberado tem por objetivo atingir respostas automáticas, proficientes. Entretanto a pesquisa sobra aprendizagem indica que o modo músicos abordam problemas parece também automático.
Isto é, músicos parece, possuir um repertorio de problemas adaptável a diferentes problemas e uma capacidade para monitorar a adequação de respostas, modificando estratégias para afligir objetivos frequentemente reavaliados enquanto a aprendizagem progride. No entanto, isto está longe de significar que músicos, mesmo profissionais, solucionam problemas de modo eficiente. Pelo contrário, de acordo com as pesquisas citadas, frequentemente objetivos são apenas parcialmente atingidos.
Uma razão para isto talvez sejam limitações do repertorio de resoluções de problemas. Por outro lado, deve –se considerar que, apesar das usualmente citadas similaridades, problemas musicais não são como problemas matemáticos.
Em música, problemas são caracterizados como mal definidos, o que permite, em certas situações, que muitas respostas possam ser consideradas corretas, a depender de perspectivas específicos.
A escolha de estratégias de estudo parece influenciada por significados particulares que peças têm para músicos. Estes são até certo ponto cognitivos, mas parecem interagir com repostas intuitivas sobre o que sabemos muito pouco.
Isto implica investigar o conhecimento em um outro nível cuja natureza pode ser mais afetiva do que cognitiva. Devido às suas demandas físicas, afetivas e cognitivas, a aprendizagem da música instrumental talvez seja uma das mais complexas aventuras humanas, o que certamente tem implicaçõespara o desenvolvimento cognitivo, cujos limites ainda não somos capazes de apontar.
Vimos nesta aula que estudar um instrumento envolve uma experiência humana multifacetada e multidimensional. Compreender as diversas dimensões que compõem tal processo de aprendizagem pode fazer avançar não somente o nosso conhecimento sobre música, mas sobre a mente humana como um todo.

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