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Sindrome Adolescencia Normal Knobel

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Prof. Dr. Maurício Knobel
ADOLESCÊNCIA NORMAL - COMPONENTE PSICOLÓGICO
SÍNDROME DA ADOLESCÊNCIA NORMAL
Aula  na  Pós-Graduação  de Saúde Mental na UNICAMP, junho 1993.
A “Adolescência” é uma fase evolutiva do ser humano e deve ser considerada desde os vértices biológico, psicológico e social. Entretanto, corresponde marcar claramente que não é um simples produto de um tipo de sociedade ou sistema sócio-político, nem situação ligada a determinado nível sócio-econômico e sim uma parte ou período fundamental de todo o processo de desenvolvimento humano, no qual os fatores sócio-político-econômicos participam em forma intensa. As manifestações externas de conduta são culturalmente diferentes. Entretanto, os psicodinamismos e a base do comportamento, assim como também condutas manifestas são essencialmente as mesmas. O adolescente em sua busca de uma identidade adulta passa por um período “turbulento” (variável segundo o seu ecossistema sócio-familiar), onde comportamentos considerados anormais ou patológicos em outras fases do desenvolvimento devem ser considerados normais nessa transição para a vida adulta. Estas observações e estudos levam a propor a existência de modalidades conductuais que adequadamente analisadas e agrupadas, constituem uma verdadeira “síndrome da adolescência normal”. É necessário assinalar que a “identidade” não é um fenômeno próprio apenas do “adulto”, mas que a cada momento do desenvolvimento o indivíduo tem uma identidade própria, que é fruto das identificações e experiências vitais (interação mundo interno - mundo externo), que ocorreram até então. A identidade adulta, entretanto, não é alcançada antes que o adolescente tenha elaborado e/ou conscientizado o que podem ser consideradas as três “perdas” fundamentais deste período evolutivo: 1) a perda do corpo infantil, 2) a perda dos pais da infância, e 3) a perda da identidade e papel sócio-familiar infantil. 
1)  PERDA DO CORPO INFANTIL As transformações corporais que se desencadeiam a partir da puberdade são vividas geralmente com muita ansiedade pelo adolescente. Ele vive esse momento com uma mentalidade ainda infantil, num corpo que vai se desenvolvendo em forma incontrolável para o sujeito. A sexualidade, que agora irrompe no nível genital, exige do adolescente uma reformulação de seus mundos interno e externo. As restrições familiares e sociais, para “controlar” seus impulsos, chegam a tornar seu desenvolvimento tão ameaçado que podem causar um retardo do crescimento ou do aparecimento natural das funções sexuais próprias dessa fase. As mudanças corporais obrigam também o/a adolescente a reformular seu “esquema corporal”, isto é, reformular a imagem mental que tem de seu próprio corpo o que só vai se tornando possível a medida que ele/ela elabora a perda do corpo infantil e consegue aceitar o novo corpo. Aceitar a perda do corpo infantil implica em aceitar, também, a perda da “bissexualidade” (psicológica), ou seja, a perda do “outro” sexo que na fantasia infantil conseguia manter, já que agora o sêmen e a menarca tornam a identidade sexual evidente até na função reprodutora da espécie. Na adolescência a definição sexual deverá efetuar-se ao nível psicológico, ao mesmo tempo que acontece nas suas estruturas biológicas. Nesta fase, uma intensificação da masturbação atesta a dificuldade de abandonar a bissexualidade reinante até então, assim como tem também uma função exploratória, de reconhecimento do próprio corpo e preparatória para o exercício, genital vivido com plenitude. Uma identidade adulta, alicerçada em responsabilidade e auto-conhecimento, só poderá surgir a partir da aceitação do próprio corpo com todas as transformações próprias desta fase evolutiva, e as suas concomitantes psicológicas.
2)  PERDA DOS PAIS DA INFÂNCIA Neste problema o aspecto mais importante é o da dependência/independência dos filhos em relação aos pais e vice-versa. O desenvolvimento é vivido, na adolescência, com muita agressividade e culpa, com avanços e regressões. Estabelece-se o fenômeno psicológico que foi chamado de “ambivalência dual” onde ambas as partes desejam e temem o crescimento, a maturação sexual e todas as responsabilidades e “riscos” que isso pode (ou poderia) implicar. Os pais até então idealizados e supervalorizados pelo filho ou filha (fato e fator necessário para um adequado desenvolvimento infantil), passam a ser alvo das mais violentas críticas e questionamentos, e surge a necessidade de uma busca de figuras de identificação fora do âmbito familiar. Nessa busca o/a adolescente tenta, procura, substituir muitos aspectos da sua identidade familiar por outra mais individual e enriquecida por novos elementos do seu âmbito social mais amplo. Eis aí que começa a verdadeira socialização num caminho que leve ao sentimento de individualidade.
3)  PERDA DA IDENTIDADE E DO PAPEL INFANTIL Na infância, a relação de dependência é a situação natural do convívio da criança com os pais. Quando chega a adolescência há uma confusão de papéis, pois o adolescente não sendo mais criança e não sendo ainda adulto, tem dificuldade em se definir nas diversas situações da sua cultura (a “forma” varia de cultura em cultura e até de país em país, ou de região em região). Cada avanço que faz para obter sua dependência o deixa algo temeroso e inseguro. Procura assim o apoio do grupo onde ele deposita toda sua confiança e esperança, deixando o cargo dos pais as mais significativas obrigações e responsabilidades. A adesão a grupos, nessa fase, tem uma função importante para o estabelecimento de uma identidade adulta, pois facilita o distanciamento dos pais, mencionado acima, e permite novas “identificações” levando a novas configurações e restruturações da personalidade. Por algum tempo o/a adolescente experimenta vários papéis, identificando-se com diferentes figuras ou grupos do seu meio social e assimilando valores e papéis fora do meio familiar. Nesta etapa da vida pode-se assumir diferentes identidades, que podem ser transitórias, ocasionais ou circunstanciais. Tudo numa mesma pessoa que começa a sentir e necessita entender a sua intimidade. Para atingir uma identidade adulta, se sentir adulto, o adolescente deverá fazer uma síntese de todas essas identificações desde a infância. Só então terá um caráter mais estável e permanente, e a fase adulta será uma meta desejada e não temida. Estas “perdas” se elaboram realizando verdadeiros processos de LUTO, no sentido psicanalítico do termo. Isto obriga ao adolescente a utilizar todos os seus mecanismos de defesa, especialmente os chamados psicopáticos, nesta elaboração, que é o que leva a mencionada “conduta turbulenta”, ou a considerada aparentemente “anormal” ou até “patológica”, aos olhos dos adultos, com as características próprias do meio sócio-cultural. O/a adolescente exterioriza seus conflitos e seus estilos elaborativos de acordo com as suas possibilidades e as do seu meio, com as suas experiências e estruturas psicofísicas. Eis aí que pode-se falar de uma verdadeira “patologia” NORMAL da Adolescência. (“patologia” aos olhos e dentro dos preconceitos dos adultos de nossa cultura, não desde a percepção de uma psicologia evolutiva dinâmica). Levando em consideração o critério evolutivo da psicologia, considera-se que a adolescência, mais do que uma etapa estabilizada, é processo, desenvolvimento, e que, por tanto, deve-se admitir e compreender a sua aparente patologia para situar seus “aparentes” desvios no contexto da realidade humana que nos rodeia. Para pais, mestres, educadores e todos os que de alguma maneira trabalham com adolescentes, consideramos fundamentais estas idéias e suas aplicações. Esta aparente “patologia” (repito que aos olhos do mundo adulto), se apresenta com manifestações alternativas e, às vezes, crises diversas e transitórias, que permitem uma aproximação mais objetiva e menos preconceituosa em relação com a adolescência, que pode-se assim formular como a “Síndrome da Adolescência Normal”. O conhecimento destas característicaspsicológicas facilita a compreensão das condutas que se apresentam e evitam fazer “diagnósticos” errados e preconceituosos, assim como humilhantes atitudes de rejeição e críticas prejudiciais.
 A “Síndrome da Adolescência Normal” se apresenta com as seguintes características de comportamento: 
 1)  Busca de si mesmo e da identidade adulta: Durante a puberdade e na adolescência já estabelecida, acontecem importantes fatos biológicos, como a mudança corporal com aparecimento das características sexuais primárias e secundárias, ativação hormonal, modificações de atitudes físicas e do manejo do corpo, que não poucas vezes leva a um vagaroso processo de autoconhecimento que permite ter (e ainda conhecê-la pouco) uma identidade adolescente QUE PROCURA CONSTANTEMENTE TER A DESEJADA IDENTIDADE ADULTA, que só se consegue evolutivamente e elaborando o luto pela identidade infantil perdida. Assim vemos aos adolescentes, como já assinalamos, com diversas identidades: transitórias, ocasionais, circunstanciais e mudando com maior ou menor rapidez e/ou intensidade. Quem sou Eu?, é a pergunta que muitas vezes se formula o/a adolescente... entretanto, terá que aguardar a resposta... Ela chegará quando a adolescência vai-se transformando em “juventude” e “adultez jovem”.
 2)  A tendência grupal: Nessa busca da individualidade o/a adolescente desloca o sentimento de dependência dos pais para o grupo de companheiros e amigos, onde todos se identificam com cada um. Neste momento pertence mais ao grupo (pode ser até turma ou gang) de companheiros do que à família. Esta aceitação revela-se na obediência as regras grupais em relação a tudo, o que se observa na vestimenta, modas diversas, costumes e preferências de todos os tipos. O grupo é importante e altamente significativo porque constitui o passo intermediário no mundo externo para alcançar a identidade adulta.
 3)  Necessidade de intelectualizar e fantasiar: Estas são as formas mais típicas do pensamento adolescente, onde se usam estas capacidades como mecanismos de defesa frente ao que acontece a nível corporal (que não poucas vezes se vivência como algo que acontece e ao que se “assiste” passivamente). É um tipo de fuga para o interior, uma espécie de reajuste emocional, que leva à preocupação por princípios éticos, filosóficos, sociais e políticos, que muitas vezes implicam formular-se um plano de vida bem diferente do que se tinha até esse momento, e que também permite a teorização acerca de grandes reformas que poderiam acontecer no mundo exterior. São os momentos de criatividade, de ilusões e de grandes projetos (que os adultos se encarregam de frustar em nome da ordem e com medo do novo). Porém é o que realmente move ao mundo e a sua cultura, permitindo assim a evolução da humanidade toda. 
 4)  As crises religiosas: As crises religiosas do adolescente manifestam-se por atitudes de ateísmo ou de misticismo, ambas geralmente como situações extremas e até cheias de fanatismo (vejam-se os exemplos do que acontece no Oriente Médio ou em diversas seitas ocidentais ou orientais). Às vezes, o mesmo jovem passa por períodos de negação da religiosidade ou de exaltação da mesma, o que revela a situação mutável do seu mundo interno (com ajuda do mundo externo que em nome da “religião” justifica o crime e a exploração). Entretanto, em nosso meio o mais freqüente é observar, que, diante a religião o adolescente oscila entre uma atitude entusiasta ou indiferente. Neste momento pode predominar mais uma crença, um fanatismo, que a religiosidade. A atitude mais indiferente parece predominar em certos setores de classe média e universitários. 
 5)  A deslocação temporal: Existe neste período evolutivo uma certa desorientação temporal, em que as urgências são enormes e as postergações irracionais. Há o que poderia chamar-se de “normal distemporalidade”. Tudo pode chegar a ser “agora ou nunca”, ou um permanente “ainda temos tempo”. É durante a adolescência que a dimensão temporal vai adquirindo lentamente características discriminativas. Presente, passado e especificamente futuro, são noções que são elaboradas durante a adolescência. 
 6)  A evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterosexualidade: O estímulo biológico e cultural, praticamente empurram ao adolescente a iniciar-se na atividade genital, no mínimo com fantasias. Assim, há um tipo de jogo entre a atividade masturbatória e o começo do exercício genital, que tem fundamentalmente um caráter basicamente exploratório. Inicialmente, procura-se tímida, mais intensamente, um/uma parceira. É o momento dos contatos, das carícias mais íntimas, e/ou do “amor apaixonado”, porém geralmente transitório e até fugaz. Os desejos são intensos e, nesta sociedade, fortemente reprimidos e até vividos com culpa. A evolução sexual adolescente vai de uma fase prévia de masturbação a uma atitude lúdica, que leva à aprendizagem: jogos eróticos, bailes, esportes, carinhos, todos com conteúdo exploratório de si mesmo e de outro/outra. Existe depois o desejo mais intenso e a relação genital, que muitas vezes é expressão de imaturidade, descontrole ou até também de atividade lúdica. São poucos os casos de uma verdadeira e consciente atividade genital responsável e com amor. Em algumas oportunidades, até o coito tem características masturbatórias. O auto-erotismo com exploração da  genitalidade, mediante o já anotado, leva a heterossexualidade afetiva amadurecida, que só se atinge quando a própria adolescência vai-se apagando e surge o/a  jovem com uma sexualidade responsável dentro de seu particular sistema cultural estruturante. 
 7)  Atitude social reivindicatória: Nesta sociedade há uma contradição entre as possibilidades materiais do ser humano, que praticamente tudo pode (ou poderia), e o/a adolescente que frente a esse “tudo” é marginalizado. Isso é o que leva a uma atitude social reivindicatória. Através de sua atitude e sua força ele tenta modificar a sociedade, que por sua vez vive mudanças intensas, influenciando ao indivíduo. Os padrões sociais mudam muito pelo próprio impacto dos adolescentes e jovens. Na medida em que o/a adolescente não encontra o caminho adequado para a sua expressão vital e para a aceitação de uma possibilidade de realização, não poderá jamais ser um adulto satisfeito. A tecnificação da sociedade, o domínio de um mundo adulto incompreensível e exigente, a burocratização limitante das possibilidades de emprego e trabalho, as exigências de uma industrialização mal canalizada e uma economia mal dirigida criam uma divisão de classes absurdas e ilógicas, que o indivíduo tenta superar mediante crises violentas de reforma social. É a juventude, naturalmente revolucionária do mundo, e logicamente também a nossa, a que tem em si o sentimento místico da necessidade de mudança social. O jovem, normal e adequado a seu processo evolutivo, deve contestar e reivindicar um mundo, uma sociedade, uma humanidade melhor, mais justa e mais cheia de amor. Se fosse o caso, só por isso é necessário entender e respeitar certas atitudes adolescentes, que ainda apavoram a muitos adultos. 
 8)  Contradições sucessivas em todas as manifestação da conduta: A conduta do adolescente está dominada pela ação. Ele não pode manter uma linha de conduta rígida, permanente e absoluta, embora o queira. Sua personalidade é permeável e sua instabilidade necessária. Lida permanentemente com o imprevisível, tanto no seu mundo interno como no externo. Joga com seu corpo, sua alma, sua conduta de acordo com as possibilidades confusas e confusionantes. Aparece contraditório, embora seja esta, ou as condutas mais variáveis, as mais adequadas a este complexo momento evolutivo. Fixar-se numa só conduta, não corresponde a um comportamento normal, nem ajuda a aprender da experiência.
 9)  Separação progressiva dos pais: Para atingir a maturidade é necessário ter individualidade e independência reais. A separação progressiva dos pais, a entrada na turma, e a posterior individuação discriminativa são passos necessáriosdo processo evolutivo humano. Muitos pais em nossa cultura se angustiam frente ao crescimento dos filhos e chegam até negá-lo. Existe a já mencionada “ambivalência dual” por ambas as partes que as vezes é fonte de conflitos que atrapalham o crescimento físico e psicológico normal. O conflito de gerações é uma realidade necessária para o desenvolvimento sadio, tanto dos filhos adolescentes como o de seus pais. 
 10)  Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo: Uma conquista, por mínima que seja entusiasma e alegra. Uma frustração  aborrece e deixa triste. Isto acontece milhares de vezes ao dia. Sua luta com os pais, a sociedade, os preconceitos, o medo, seus triunfos físicos, ou sua realização intelectual, uma aprovação, uma rejeição; tudo constante e vertiginosamente alternando no dia a dia, explicam os sentimentos de solidão e os de exaltação. Estas mudanças de estado de ânimo são normais. ....................................................................................................................................  
Assim é que aprendemos a ter sentimentos humanos, sentimentos válidos com o grande valor das experiências vividas plena e intensamente, ainda que possam ser pouco duradouras.  Constituída assim a “Síndrome da Adolescência Normal” é possível entender como professores, pais, adultos em geral, podem se basear em estereótipos e preconceitos que, em lugar de ajudar ao adolescente a viver esta etapa de nossa vida evolutiva com maior segurança e liberdade, fazem deste importante período vital a fonte de tormentos, angustias, medos e culpas totalmente desnecessários e perturbadores.  Fica claro para nós que falar de que a adolescência não existe, ou que se trata de um problema sócio-político econômico circunstancial, é expressão de um desconhecimento de uma realidade social, psicológica e também clínica e pedagógica.  Claro que fica mais fácil teorizar sobre o aqui notado. Entretanto, temos comprovado, com numerosas pesquisas, com discussões a nível de bairro, de favela, de escolas de todo tipo e de nossos adolescentes estudantes e operários mal pagos, que esses conflitos e pesares existem.  A elaboração dos “lutos” mencionados não é fácil, os chamados mecanismos psicopáticos aparecem e é duro lidar com eles. Um “luto” é uma situação de pena e dor, e deve respeitar-se para que possa “elaborar-se”.  As diversas manifestações da “síndrome da adolescência normal” acontecem. Se a descrição é dramática nem sempre sua exteriorização é dessa forma. O adolescente turbulento e violentamente contestador, alegre e triste existe. Porém também existe aquele em quem a turbulência é mais interna que externa. Pode “parecer” mais tranqüilo e até mais adaptado a sua realidade, sua família, seu meio. Entretanto, em qualquer momento estoura com sua “síndrome” em toda sua plenitude.  Não é necessário procurar o “rebelde sem causa”, o reclamador vociferante ou o briguento constante. Esse é outro problema. É bom saber que existe um verdadeiro leque de manifestações que mudam em intensidade e variedade externas. Psicodinamicamente, se procurar, nós acharemos as características assinaladas, algumas mais intensas, outras menos, porém todas elas presentes.  Sem um aproximação ao conhecimento da psicologia normal do/da adolescente pouco poderá ser feito em favor da saúde e da educação deles.

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