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CCJ0052-WL-B-LC-Petição Inicial

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Petição inicial 
Leonardo Camello de Barros 
 Assuntos: 
 Direito Processual Civil 
 Petição inicial 
 
SUMÁRIO: 
1.INTRODUÇÃO ; 
2.REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL, 
 2.1.O JUIZ OU TRIBUNAL A QUEM É DIRIGIDA, 
2.2.AS PARTES E SUAS QUALIFICAÇÕES, 
2.3.O FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO, 
2.4.O PEDIDO COM AS SUAS ESPECIFICAÇÕES, 
2.5 O VALOR DA CAUSA, 
2.6.OS MEIOS DE PROVA, 
2.7.O REQUERIMENTO PARA CITAÇÃO DO RÉU, 
2.8. O MANDATO, 
2.9.A EMENDA/O ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. ; 
3.CONCLUSÃO ; 
4.BIBLIOGRAFIA 
1.INTRODUÇÃO : 
 A petição inicial, também chamada de peça de ingresso, peça atrial, peça 
vestibular, peça preambular ou exordial, dentre outras denominações, é 
considerada como o ato jurídico processual mais importante praticado pela parte 
autora dentro do processo, isto porque, em regra, define os limites da 
litiscontestatio em relação ao titular do direito perseguido, além de ser o ato por 
intermédio do qual provoca-se a jurisdição a ser exercida pelo Estado-Juiz. 
 Como se não bastasse, a petição inicial, em uma análise mais ampla, 
representa o próprio exercício do direito de ação, pois é ato introdutório do 
processo, ao qual todos os demais irão se seguir e manter estreita correlação com 
o objetivo de alcançar o fim maior do processo, qual seja, a tutela jurisdicional 
através da sentença de mérito. No dizer de Humberto Theodoro Júnior, "O veículo 
de manifestação formal da demanda é a petição inicial, que revela ao juiz a lide e 
contém o pedido da providência jurisdicional, frente ao réu, que o autor julga 
necessária para compor o litígio" 
(THEODORO JÚNIOR, 2000:313). 
 Pouco importando a nomenclatura a ser adotada, porquanto sinônimos 
usuais, denota-se existir características e particularidades inerentes à petição 
inicial do processo comum e do processo trabalhista [1], ocasionando assim 
diferenciações/particularidades cujo estudo é imprescindível aos operadores do 
direito de cada uma dessas áreas. 
 Ao passo que o conceito comum acerca dos requisitos da exordial seriam 
aqueles dispostos no art. 282 do Código de Processo Civil, tem-se no ordenamento 
jurídico-trabalhista que é o § 1º do art. 840 da Consolidação das Leis do Trabalho 
o regedor da matéria. 
 
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Sendo assim, vislumbra-se que o objetivo do presente trabalho é o de 
abordar de forma precisa e direta as peculiaridades atinentes à petição inicial no 
processo civil e no processo trabalhista, estabelecendo traços distintivos e 
particulares correlatos. 
2.REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL : 
 Como antedito, é o art. 282 do Código de Processo Civil que regula os 
requisitos da petição inicial, estatuindo-os um a um, quais sejam: 
1) "o juiz ou tribunal a quem é dirigida"; 
 2) "os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e 
do réu"; 
 3) "o fato e os fundamentos jurídicos do pedido"; 
 4) "o pedido, com as suas especificações"; 
 5) "o valor da causa"; 
 6) "as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados"
 7) "o requerimento para a citação do réu". 
 
 Os requisitos acima enfocados podem ser classificados como requisitos 
internos da exordial que, por seu turno, englobam os requisitos atinentes ao 
processo (incisos I, II, V, VI e VII) e requisitos atinentes ao mérito (incisos 
III e IV). Já os requisitos externos referem-se à forma pela qual deve ser 
objetivada a peça, ou seja, de forma escrita. 
 Há quem diga, entretanto, que nem todos os requisitos exigíveis estariam 
contidos no preceptivo legal retro citado, porquanto também os artigos 283 e 39 
do Estatuto de Rito, ao dispor sobre a necessidade de juntar a documentação 
indispensável à propositura da ação e o instrumento de mandato conferido ao 
advogado que a subscreve, estariam também a dispor sobre requisitos internos. 
 Já no processo do trabalho, é o art. 840 da CLT que regulamenta o tema, 
precisamente no § 1º, in verbis: "Sendo escrita, a reclamação deverá conter a 
designação do presidente da junta, ou do juiz de Direito a quem for dirigida, a 
qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que 
resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu 
representante." 
 Confrontando a legislação civil e trabalhista, constata-se uma maior 
simplicidade dos requisitos trabalhistas em relação aqueles do processo civil [2], 
valendo analisar cada um deles, o que será feito adiante. Entrementes, antes 
mesmo de proceder-se a análise anunciada, tem-se que uma consideração deve 
ser postas no que pertine ao art. 840, Consolidado. 
 Os juízos trabalhistas não mais se denominam "Juntas do Trabalho", eis que 
sua composição não é mais colegiada. Com a extinção dos malsinados cargos de 
juizes classistas, a composição desses juízos passou a ser singular, exercida por 
juiz togado, daí a nova denominação de "Varas do Trabalho". 
2.1.O JUIZ OU TRIBUNAL A QUEM É DIRIGIDA : 
 Requisito expresso à peça de ingresso é que a mesma seja dirigida ao juiz 
ou tribunal, o que ocorre não apenas no processo civil, como também no 
trabalhista, ex vi artigos 282 do Código de Processo Civil e 840 da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
 A indicação em debate materializa-se como cabeçalho da proemial. Especial 
destaque merece a observação no sentido de que havendo mais de uma Vara 
Trabalhista na comarca para distribuição do libelo deve-se deixar um 
espaço em branco para posterior definição do juízo específico. 
 Da transcrição efetuada anteriormente do art. 840 da Consolidação das Leis 
do Trabalho observa-se a previsão da possibilidade de exercício da jurisdição 
trabalhista por juiz de direito, o que é acontecimento raro e suscetível apenas nas 
localidades que não se encontram insertas na competência territorial de qualquer 
Vara Trabalhista, consoante previsão legal também insculpida pelos artigos 644 e 
669 do mesmo diploma. Neste caso, deve a petição inicial ser dirigida ao juiz de 
direito competente. No estado de Pernambuco nenhum exemplo nesse sentido 
pode ser citado [3]. 
 Uma curiosa indagação subsiste, no particular, quanto à possibilidade de 
criação futura de uma Vara do Trabalho em localidade que anteriormente não a 
possuía. Nenhuma dúvida há com referência à competência dos novos feitos 
trabalhistas a serem distribuídos, mas o que dizer daqueles que já se encontram 
sob os cuidados do juízo cível? Seriam os mesmos enviados à Vara Trabalhista, 
perdendo o juiz de direito a jurisdição trabalhista que lhe foi excepcionalmente 
investida ou permaneceriam referidos feitos sob competência deste? 
 Aqueles que defendem a mudança fundamentam seu posicionamento no 
argumento de que se a competência material foi atribuída excepcionalmente. 
Cessando o motivo da excepcionalidade, cessaria também a competência sui 
generis. Entendo, particularmente, que a tese tem até premissa salutar, vez 
que efetivamente a competência material anômala cessará, como óbvio, mas não 
em relação aos feitos já distribuídos e conhecidos pelo juiz de direito e sim dali em 
diante. Pensar de maneira diversa afrontaria o próprio Princípio do Juiz Natural, 
constitucionalmente consagrado [4]. 
2.2.ASPARTES E SUAS QUALIFICAÇÕES : 
 Para Amauri Mascaro Nascimento, parte é "toda pessoa capaz e no pleno 
gozo de seus direitos" (NASCIMENTO, 1990:134). 
 A individualização das partes é imprescindível à formação do processo, 
devendo ocorrer da forma mais precisa possível, merecendo especial destaque à 
residência e/ou domicílio do réu para fixação da competência [5]. 
 Apesar de o art. 840 da CLT fazer alusão apenas à "qualificação do 
reclamante e do reclamado", implicitamente, todos os demais requisitos do 
diploma adjetivo seriam necessários. 
 No processo comum existe a previsão de que o réu seja individualizado e 
citado com o fornecimento apenas de "elementos esclarecedores que o distingam", 
o que muitas vezes possibilita a individualização por nomes fantasias e apelidos, o 
que é costumeiro no processo laboral. 
 Em relação à capacidade das partes, tem-se que no processo trabalhista o 
titular do direito, desde que maior de 18 anos, poderá pleitear em juízo e ser 
parte. No processo civil, anteriormente, a regra que vigorava era a de que apenas 
os maiores de 21 anos possam postular em juízo na qualidade de parte. 
 Hoje, com a vigência do Novo Código Civil, os conceitos se aproximaram, 
haja vista a minoração da maioridade. Exceções à regra são as hipóteses de 
assistência e representação processual. 
 No âmbito trabalhista "Em se tratando de grupo empresarial ou 
econômico, é de mister que a reclamação seja dirigida contra a empresa e o 
próprio grupo, pena de não se poder executar o grupo, mas apenas a empresa" 
(DINIZ, 1996:202). 
2.3.O FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO : 
 Talvez aqui resida a principal diferença entre a petição inicial 
trabalhista e a petição inicial cível. Enquanto o CPC traduz a necessidade de 
exposição dos "fundamentos jurídicos do pedido", a CLT apenas se refere a "uma 
breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio". 
 É possível que os textos legais não consigam estabelecer, com 
absoluta precisão, uma grande diferença entre as duas situações, mas a doutrina 
e a jurisprudência se encarregam de melhor explicitar a questão, deixando claro 
que no processo laboral a rigidez para a aceitação de uma exordial não é tão 
aprofundada. 
 A causa de pedir, também denominada de causa petendi ou 
fundamento jurídico do pedido, diverge do fundamento legal do pedido, cuja 
existência é imprescindível, mas não há necessidade de ser mencionada. Expondo 
os fatos o juiz extrairá o direito, mas é de boa técnica processual sempre 
mencionar o embasamento legal almejado. 
 A causa de pedir na petição trabalhista pode ser, e até deve, sucinta, 
breve, direta e objetiva, sem a exigência de minúcias maiores. Alerte-se, todavia, 
que o processo trabalhista é pautado pela simplicidade e não pela simploriedade, 
jamais devendo alcançar limites franciscanos. 
 É de bom alvitre realçar que o direito brasileiro filia-se à Teoria da 
Substanciação, oposta à Teoria da Individualização, o que, em síntese, representa 
a necessidade de exposição da causa próxima e da causa remota do pedido. Não 
basta dizer, por exemplo, que laborava em sobrejornada, mas qual a jornada. 
"Quando o Código exige a descrição do fato e dos fundamento jurídicos do pedido, 
torna evidente a adoção do princípio da substanciarão da causa de pedir, que se 
contrapõe ao princípio da individuação" (THEODORO JÚNIOR, 2000:314). 
2.4.O PEDIDO COM AS SUAS ESPECIFICAÇÕES : 
 O pedido mantém estreita relação com a causa de pedir, pois desta advém 
aquele. O pedido é o objeto da ação e do processo, já que representa aquilo que 
persegue o autor. É a expressão da pretensão. 
Diferencia-se o pedido em pedido imediato e pedido mediato. O primeiro é a 
prestação jurisdicional, a sentença e, o segundo, aquilo que se pretende atingir 
através da declaração, constituição ou condenação inserida na sentença. 
 Está o juiz adstrito, por força dos artigos 128 e 460 do CPC, a decidir 
dentro dos limites do pedido, sendo-lhe vedado decidir além destes, que também 
são chamados de limites objetivos da coisa julgada. A própria lei prevê que em 
caso de dúvida o pedido deve ser interpretado restritivamente, com fulcro no art. 
293 do CPC. 
 Uma particularidade importante no processo trabalhista é a necessidade 
de o pedido ser líqüido nas causas de até 40 (quarenta) salários mínimos, sob 
pena de arquivamento do feito, consoante determinação expressa contida na 
recém Lei nº 9.957 de 12 de janeiro de 2000, que instituiu o rito sumaríssimo na 
Justiça do Trabalho. 
 Em face da natureza das relações substanciais de emprego, embora não 
sejam muito comum pleitos dessa natureza, nada obsta a formulação, no modelo 
peticionário trabalhista, de pedidos genéricos (art. 286 do CPC), pedidos 
alternativos (art. 287 do CPC) e pedidos subsidiários (art. 289 do CPC). 
 Contudo, há de se tecer parênteses quanto aos pleitos adstritos ao Rito 
Sumaríssimo, haja vista que tal procedimento necessita, obrigatoriamente, de 
pedidos líquidos, certos e determinados, não havendo, pois, falar em 
generalidade. 
 Outro ponto dicotômico interessante acerca do assunto específico ao debate 
é quanto à cumulatividade de pedidos prevista no art. 292 do CPC . 
 Este acúmulo é praticamente regra no processo do trabalho, em vista do seu 
ímpeto simplificatório, enquanto, no processo comum, se observa com menos 
freqüência tal acumulação, em que pese possibilidade legal para tanto. 
2.5.O VALOR DA CAUSA : 
 No processo civil a indicação do valor da causa é obrigatória, ainda que não 
possua, a mesma, conteúdo econômico imediato (CPC, art. 258). 
 A finalidade da indicação é a de possibilitar a fixação das custas e o 
procedimento, sendo possível ainda a impugnação em petição separada que 
poderá causar até mesmo a suspensão do processo enquanto o juiz não decidir 
em 10 dias acerca do incidente, o que ocorrerá após, obviamente, o prazo de 5 
dias concedido ao autor para se manifestar. 
 No processo laboral não se vislumbra a exigência de delimitação do valor da 
causa, por força do art. 840, § 1º da CLT. Apesar da ausência de obrigatoriedade, 
aconselha-se que a inicial contenha este requisito, por dois motivos: 
1.Nas "causas de alçada", consideradas como aquelas dispostas no art. 
2º da Lei 5.584/70, em que seu valor seja igual ou inferior a 2 (dois) salários 
mínimos, não caberá recurso da decisão de 1º grau, salvo se houver violação à 
Constituição Federal. 
 2.Com a Lei nº 9.957 de 12 de janeiro de 2000, que instituiu o rito 
sumaríssimo no processo trabalhista, necessária a liqüidação da exordial para que 
se possa enquadrar a ação nesse procedimento (causas de até 40 salários 
mínimos). 
2.6.OS MEIOS DE PROVA : 
 "No dizer das Ordenações Filipinas, ''a prova é o farol que deve guiar o juiz 
nas suas decisões'' (Liv. III, Tít. 63) sobre as questões de fato." (CINTRA, 
GRINOVER e DINAMARCO, 2000:347). 
 A regra no processo civil é a de que a parte deverá indicar na inicial os 
meios de prova que pretende produzir na instrução processual, inclusive fazendo-
se acompanhar de documentos, com espeque no art. 283 do CPC, bem assim nos 
artigos 276, 297 e 396 do mesmo diploma. 
 Inobstante referida constatação, no processo do trabalho não há a 
necessidade de indicar os meios de prova que se pretende ver produzidos na fase 
instrutória, nem mesmo proceder a juntada dos documentos com a exordial, 
porquanto a praxe é a de conceder-se prazo apósa primeira audiência [6] para 
juntada de documentos e manifestação respectiva. 
 O entendimento encontra-se agasalhado no Enunciado 263 do Colendo 
Tribunal Superior do Trabalho que determina que a exordial só será indeferida se, 
após a necessária concessão de prazo para juntada de documento que se 
considere essencial à propositura da ação, a parte assim não o fizer. 
2.7.O REQUERIMENTO PARA CITAÇÃO DO RÉU : 
 A ausência de requerimento para citação do réu não acarreta na seara 
trabalhista a inépcia da exordial, embora indique nitidamente má técnica 
processual. Mesmo o art. 840, Consolidado, não exigindo esse requisito, o que já 
não acontece no processo comum (art. 282, VII), não deve uma boa peça 
processual deixar de requerer a citação do réu para formação ;do processo de 
forma plena e eficaz. 
2.8.O MANDATO : 
 A regra do art. 37 é a de que sem instrumento de mandato não poderá o 
advogado postular em juízo. Em casos de urgência, entrementes, será permitida a 
postulação, mormente para fins de evitar-se a ocorrência de prescricão ou 
decadência. O parágrafo único do citado artigo diz ainda que os atos não 
ratificados dentro do prazo de 15 (quinze) dias destinados à juntada da 
procuração serão tidos como inexistentes [7], respondendo ainda o advogado por 
despesas e perdas e danos. 
 Ao passo que no processo comum apenas em hipótese excepcionais [8] 
permite-se a postulação em juízo desacompanhada de advogado, no processo 
trabalhista vige a premissa do jus postulandi. [9] 
2.9.A EMENDA/O ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.: 
 É cediço que a regra vigente na legislação processual é a da 
inalterabilidade do pedido e da causa de pedir. "Formada a relação processual, 
autor e réu passam a ter direito à sentença, mas tudo de conformidade com o que 
no processo se deduziu." (SANTOS, 1997:311) .O art. 294 do Código de Processo 
Civil permite o aditamento da peça de ingresso até antes de consumada a citação, 
desde que a parte arque com as custas a serem acrescidas em razão da sua 
iniciativa. De outra parte, o art. 264 veda a realização de modificações no pedido 
ou na causa de pedir sem o consentimento do réu. 
 No processo do trabalho tem-se entendido que, mesmo após a citação, 
será permitido o aditamento da exordial, desde que antes de apresentada a 
defesa, haja vista que o prazo terá de ser devolvido ao reclamado para 
desincumbir-se do seu mister. 
 Isto tem fundamento lógico no fato de que, na seara laboral, o juiz, 
comumente, não analisa a petição inicial antes de realizada a primeira audiência, 
daí porque eventuais extinções do processo ou determinações de emenda à inicial 
somente sobrevenham na audiência inaugural. 
3.CONCLUSÃO : 
 De todo o exposto, verifica-se que os requisitos da petição inicial 
trabalhista não são os mesmos da petição inicial do processo comum. Pode-se 
dizer que todos os requisitos daquela são requisitos desta, mas o inverso não é 
verdadeiro. 
 A simplicidade do processo laboral, que chega ao extremo de adotar o 
Princípio do Jus Postulandi, possui contornos permissivos bem maiores que os do 
processo comum. 
 O certo é que, ao longo dos anos, o processo civil vem bebendo na 
fonte do processo trabalhista, tornando-se mais simples e objetivo, o que não 
quer dizer que os mesmos tenham se igualado quanto à forma. 
 Exemplo disto é a petição inicial. Por mais similaridades que possuam, 
diferenças marcantes existem entre a peça da seara comum e a da seara 
trabalhista. Se é verdadeiro sustentar que uma legislação deve manter rígido 
controle das sus formas a fim de não comprometer sua própria existência, 
também é correto dizer que princípios como os da instrumentalidade das formas, 
do interesse e da economia processual atenuam na medida exata um 
exacerbamento formal que poderia ser ocasionado ao adotar-se irrestritamente a 
exigência de rígidos critérios para indeferimento das petições iniciais. 
4.. NOTAS : 
 01. Não se está aqui a discutir a autonomia do processo do trabalho 
em relação ao processo civil, sendo certo que para fins didáticos na monografia, 
ora proposta, serão as searas aludidas consideradas distintamente. 
 02. Esta simplicidade no modelo peticionário exordial trabalhista 
encontra fundamento na teratológica impulsão, arcaica, por sinal, ao jus 
postulandi, instituto que apenas é recepcionado em desfavor dos empregados que, 
não raras vezes, não detém conhecimento técnico suficiente para litigar sem a 
devida assistência de causídico especializado. 
 03. E, de um modo geral, tendo em vista a expansão do Judiciário 
Trabalhista no Brasil, dificilmente esta situação permanecerá ocorrendo em nosso 
país, nos próximos anos. 
 04. O tema, por si só, já seria motivo suficiente para elaboração de 
um trabalho específico sobre o mesmo. 
 05. No âmbito trabalhista a competência é fixada, em regra, pelo 
local da prestação de serviços. 
 06. Excetue-se aqui as ações propostas sob o rito sumaríssimo, cuja 
audiência é única. 
 07. A denominação de "atos inexistentes" é em si mesma 
contraditória, porquanto se o ato não existisse não haveria a necessidade de 
declarar-se a sua inexistência. Na verdade, tanto esses atos existem que muitas 
vezes acarretam efeitos jurídicos na eternidade e disso não se pode negar. 
Durante muito tempo se repetiu a afirmação de que os atos inexistentes não 
geram efeitos. O que a um primeiro momento pode parecer correto não resiste a 
uma acuidada análise, como visto. 
 08. Habeas corpus e Juizados Especiais. 
 09. Instituto altamente polêmico e discutido, haja vista causar 
constantemente sérios prejuízos às partes que dele fazem uso. 
 
5.BIBLIOGRAFIA : 
 ARRUDA ALVIM, José Manoel: Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Ed. 
RT, 1975. 
 CARRION, Valentin: Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, 23ª ed., 
São Paulo: Saraiva, 1998. 
 CINTRA, GRINOVER e DINAMARCO, Antônio Carlos de Araújo et allii: Teoria Geral 
do Processo 16ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2000. 
 DINIZ, José Janguiê Bezerra: "Temas de Processo Trabalhista". 1ª ed., Brasília: 
Consulex, 1996, vol I. 
 MACHADO GUIMARÃES, Luiz de Macedo Soares. "preclusão, coisa julgada, efeito 
preclusivo" in Estudos de Direito Processual Civil, Rio: Jurídica e Universitária, 
1969. 
 MARQUES, José Frederico: Manual de Direito Processual Civil. 1ª ed., São Paulo: 
Saraiva, 1974. 
 MARTINS, Sérgio Pinto: Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 
2000. 
 NASCIMENTO, Amaury Mascaro: Curso de Direito Processual do Trabalho. São 
Paulo: Saraiva, 1990. 
 NEGRÃO, Theotônio: Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor. 
26ª ed., São Paulo: Saraiva, 1995. 
 SANTOS, Ernane Fidélis dos: Manual de Direito Processual Civil. 5ª ed.., São 
Paulo: Saraiva: 1997. 
 THEODORO JÚNIOR, Humberto: Curso de Direito Processual Civil. 22ª ed., Rio de 
Janeiro: Forense, 2000, vol I. 
Leonardo Camello de Barros 
 Advogado e consultor jurídico empresarial em Recife (PE), professor universitário 
das Faculdades Integradas do Recife (FIR), pós-graduado em Direito Processual 
Civil pela Universidade Federal de Pernambuco 
Fale com o autor Veja todos os artigos publicados pelo autor 
http://www.leonardocoelho.adv.br 
Informações sobre o texto 
Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT): 
BARROS, Leonardo Camello de. Petição inicial. Jus Navigandi, Teresina,ano 8, n. 
114, 26 out. 2003 . Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/4261>. Acesso 
em: 19 ago. 2013.

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