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Resenha- Desenvolvimento da Tanatologia

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA TANATOLOGIA
Resenha Descritiva 
							
		
Gabriel dos Santos Saint Pierre
3º Período- Psicologia, Turma B (noturno)
				
				
Curitiba
2017
O texto “Desenvolvimento da tanatologia: estudos sobre a morte e o morrer” apresenta estudos dos pioneiros da tanatologia no mundo, dentre eles: Herman Feifel, Robert Kastenbaum e Elizabeth Kübller-Ross.
Os principais temas de estudo da tanatologia são o luto, a violência e guerra, a morte e a TV, cuidados paliativos, além de um preparo para lidar com pessoas enlutadas, trabalho que deverá ser feito por profissionais em formação das áreas de saúde e educação.
O texto apresenta preocupação em dar base para discussões que deverão definir o futuro da tanatologia no Brasil. 
Na década de 70, inaugurou-se nos Estados Unidos a ADEC (Association for Death Education), uma instituição que tinha como princípio de estabelecer uma rede de interação com os profissionais que lidam com a morte, promover encontros, material escrito e workshops para divulgação do tema, educar e preparar profissionais para a morte. 
O laboratório de estudos sobre o luto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e o laboratório de estudos sobre a morte no Instituto de Psicologia da USP (IPUSP) são referência no Brasil e possuem objetivos semelhantes aos da ADEC. 
Na década de 80 ocorreu o seminário “A morte e os Mortos na sociedade Brasileira” tal qual foi coordenada por José de Souza Martins, professor de departamento de sociologia da USP. 
As palestras desse seminário foram publicadas em um de seus livros “A morte e os mortos na sociedade brasileira” (Martins, 1983), e contribuíram de maneira significativa para o desenvolvimento e aprofundamento de pesquisas na área da morte. 
A primeira psicóloga brasileira a se dedicar à sistematização da tanatologia no Brasil foi Wilma Torres, criadora do acervo de dados bibliográficos sobre a área da morte, dividindo-os em subtemas e constituídos em importante referência aos que se iniciam no estudo do tema, o acervo encontra-se no instituto de pesquisas Psicossociais da fundação Getúlio Vargas. 
No ano de 2007 na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) instituiu-se o curso de Tanatologia e Educação para a morte, desde 1986 o curso de Psicologia da Morte é ofertado em nível de graduação no IPUSP.
Kübler-Ross e Saunders impulsionaram o trabalho com pacientes terminais e apresentaram ao público o tema de morte para discussão, desafiando a reflexão das pessoas para o assunto que outrora era evitado, com essas medidas a década de 60 marcou diversas mudanças na tanatologia.
Um texto de referência na tanatologia é o livro Psychology of Death que foi publicado em 1976 e teve sua primeira versão em português publicada no ano de 1983, os autores do livro são Katenbaum e Aisenberg, mas apenas Kastenbaum foi o criador do periódico Omega: Journal of Death and Dying. 
Estudos básicos nos mostram o luto como as perdas podem afetar o significado da vida, devido ao fato de o luto ser considerado uma transição existencial. 
Os efeitos vão muito além da psique, uma grande área estudada pela tanatologia é o efeito imunológico no processo de luto, um exemplo é o grande número de mortes após a viuvez, diversos sintomas psíquicos desenvolviam problemas físicos, pacientes procuravam ajuda médica em processo de luto com sintomas de: depressão, insônia, anorexia e aumento no uso de álcool e drogas.
Parkes, Wolfgang Stroebe e Margaret Stroebe em 1987 demonstraram em seus estudos que a maioria desses sintomas estão relacionados ao processo de luto e atualmente não são mais vistos como patologias.
Kastenbaum apresenta a ideia de luto complicado fazendo uma analogia aos idosos, que cada vez com mais frequência tem perdido seus filhos adultos, o número de idosos em situação de risco aumenta, problemas financeiros, isolamento e doenças graves que podem piorar com os diversos processos de luto que enfrentam durante a vida são recorrentes. 
Os quadros de saúde que se agravam devido as perdas são denominados sobrecarga de luto, pais enterram seus filhos adultos e consequentemente ficam sem o apoio dos mesmo para superar tal perda. 
Antigamente o luto complicado era conhecido como luto patológico, Parkes em 1998 orientou que é necessário todo o cuidado para que não se julgue luto disfuncional quando o enlutado não segue estágios e etapas que por muito tempo foram consideradas inerentes ao processo. 
Há circunstâncias anteriores à morte, durante a situação e após o ocorrido que podem dificultar de maneira significativa o processo de luto, esse processo traumático pode ser amenizado com alguns processos: reconhecer o luto, reagir à separação, revivenciar as experiências com o objeto de perda, abandonar relações antigas, adaptar-se a uma nova situação e reinvestir energia em novas relações. 
O luto complicado tem como um de seus fatores complicadores o processo de negação e repressão da dor, esses fatores em podem encontrar-se em demasia numa cultura que inibi a demonstração de dor pela morte, fazem com que a morte seja pouco discutida e criam uma falsa consciência de que ela não existe.
Há uma teoria que diz sobre como distorções podem afetar a expressão do luto, sendo elas o adiantamento, o impedimento e a cronificação do processo, levando em conta a subjetividade das pessoas não podemos definir qual processo está sobrepondo-se ao outro. 
Um dos pontos do texto de extrema importância é a explicação de que o tipo de morte pode afetar de maneira significativa a elaboração do luto, acidentes e suicídios geram um aspecto de violência e culpa tão grandes que possuem grande influência no processo de elaboração do luto. 
Mortes de longa duração onde existe um sofrimento exacerbado da pessoa falecida pode gerar um desgaste muito grande, um fator complicador desse caso pode ser a relação anterior a morte do falecido, principalmente se há vinculo de dependência do enlutado. 
É complicado fazer a diferenciação entre o processo de luto complicado e problemas mentais, durante os cuidados esse é um ponto fundamental a ser observado, o cuidado é fundamental para que não seja cometida nenhuma precipitação. 
As mudanças sociais tem influência na forma de elaboração do luto nos dias atuais, nas zonas urbanas tem sido registrado um aumento do abuso de drogas, o que resulta no aumento de mortes traumáticas e violentas que são fatores de risco para o luto complicado. 
A morte escancarada é inesperada e sem aviso prévio, a processo de luto desse tipo de morte tem sua elaboração dificultada devido a perdas múltiplas de membros de uma mesma família, perdas invertidas de filhos e netos que partem antes dos pais e avós, mutilação do corpo encontrado e desaparecimentos de corpos.
Mortes lentas por doenças crônicas causam dor e sofrimento físico e psíquico aos cuidadores que sofrem pelo fato de perderem a pessoa que conheciam, causando complicação do processo de luto. 
A culpa gerada pelo desejo de morte para acabar com o sofrimento, sentimento de raiva por abandono e não acompanhar durante um maior tempo a pessoa que perderam e a tristeza pela perda são fatores de risco para o luto complicado. 
Dentre os lutos não autorizados citarei dois que mais me chamaram atenção: podemos citar a morte por AIDS onde os companheiro evitam choro pelo motivo dos parentes e familiares não saberem da relação entre ele e a pessoa que foi perdida.
O luto de adolescentes é também por muitas vezes não sendo reconhecido, a perda de um amigo pode ser tão devastadora para um adolescente que ele perca a esperança de que terá mais uma vez um investimento de afeto tão grande quanto ao que tinha na relação com a pessoa perdida e por isso acaba isolando-se e convivendo sozinho com a dor da perda.
O livro Sobre a Morte e o Morrer de 1987 fala sobre os cuidados paliativos e a atenção que deve ser dada aos pacientes que necessitam falar sobre sua dor e sofrimento.Nessa obra entramos em contato com os estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação), vale ressaltar que são poucos os pacientes que concluem o último estágio. 
O temor da autora ao escrever a obra era de que se desse muita importância aos estagias e que se criasse uma padronização, sendo que o principal objetivo da obra é a proposta de comunicação e experiência clínica, infelizmente o que ela temia aconteceu e atualmente os estágios do luto são base para muitos estudos em tanatologia.
A medicina trouxe com seu avanço a transferência do lugar da morte para os hospitais, trouxeram novas questões sobre a vida e a morte dentre as quais duas se destacam, a hemodiálise e o transplante de órgãos que ramificou a morte em duas vertentes: morte clínica e cerebral. 
Essa divisão causa um dilema ético ao qual a sociedade com a crença de que enquanto o coração bate a pessoa está viva não está preparada para discutir, o que causa uma dúvida que o texto apresenta: as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tem por objetivo salvar vidas ou prolongar mortes? 
São essas questões que demonstram a importância da ligação da tanatologia com a bioética, se houver uma discussão interdisciplinar podemos avançar e muito no tratamento de vidas prolongadas e mortes dignas.
Os programas de cuidados paliativos oferecem alternativas de tratamentos menos agressivos, controle dos sintomas, proximidade da família com o paciente mesmo que com preocupação, menores índices de depressão e menores custos. 
Os experimentos quantitativos são complicados de se realizarem, pois demandariam uma gama de pacientes com o mesmo estágio e doença muito alta, o que possuímos é uma grande quantidade de estudos qualitativos com histórias, depoimentos e experiências de vida que podem nos dar uma perspectiva do que é viver tão próximo ao fim da vida.
Os profissionais da área da saúde, principalmente os graduandos de psicologia e medicina têm estudado para saber como portarem diante de situações de morte, suas maiores preocupações são como falar com pacientes sobre o agravamento de doenças, a possibilidade da morte e como lidar com a sensação de impotência nesses momentos. 
A TV tem influência sobre a concepção de morte desde o final do século XX, cerca de 40 cenas de violência e morte são apresentas em uma média de 2 horas de desenhos animados, porém, causando ideia de reversibilidade da morte quando o personagem agredido aparece na cena seguinte são. 
Quando se transmitem cenas de violência e morte na sociedade, causa-se um choque para os telespectadores adultos, porém, logo em seguida surgem os comerciais ou reportagens mais comuns para que a morte seja banalizada mas que ainda assim tenha impacto.
Em catástrofes é mostrada a face da morte e o sofrimento dos que sobreviveram para que haja uma comoção social, como exemplo a morte de pessoas importantes gerando um luto coletivo.
A criação de personagens imortais serve para que o sentimento de desespero devido a uma suposta extinção existencial seja combatido, amenizando esse tipo de conhecimento e mais uma vez calando o assunto morte.
Podemos perceber os fatores que incitam o debate sobre a morte e os que buscam suprimir a morte fazendo com que creiamos que ela não existe, vemos que na atualidade a tanatologia é uma área de avanço eminente, o estudo sobre cuidados paliativos e lutos não autorizados está cada vez mais em alta buscando uma sociedade mais aberta a esses temas.
Creio que a disciplina de tanatologia é essencial para a formação de bons profissionais da área da saúde e pessoas interessadas que estão passando ou passaram por processos de luto.
Referências Bibliográficas:
KOVACS, M. J. Desenvolvimento da Tanatologia: estudo sobre a morte e o morrer. Paidéia, 18 (41), 457-468, 2008.

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