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CCJ0052-WL-B-AMMA-03-Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito

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TEORIA PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA 
ALDA DA GRAÇA MARQUES VALVERDE 
AULA 3 
 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Objetivos: (Slide 2) 
- Reconhecer o status de norma atribuído modernamente aos 
princípios; 
- Compreender a relevância norteadora dos princípios à interpretação 
do texto legal; 
- Associar razoabilidade a valores reproduzidos em princípios do 
Direito 
Estrutura do conteúdo: 
1. Lógica do Razoável 
2. Princípios gerais do Direito e regras 
3. Organização hierárquica das fontes do Direito na estrutura 
argumentativa: princípios, razoabilidade, lei, doutrina, e jurisprudência. 
Desenvolvimento do conteúdo 
1- Parte teórica: 
O texto adiante foi retirado da página 25 da obra Programa de Direito do 
Consumidor[1], do Desembargador Sérgio Cavalieri Filho, publicada 
pela Editora Atlas. 
Faça a leitura e reflita sobre o conteúdo do texto. Busque, também, na 
Internet, outras fontes. 
 
“As normas jurídicas, ensina a moderna dogmática, podem ser divididas 
em duas grandes categorias: regras e princípios. Segundo Luiz Roberto 
Barroso (A nova interpretação constitucional, Renovar, 2003, p. 30-31), 
a sistematização que fez do tema Ronald Workin ganhou curso universal 
e passou a constituir o conhecimento universal na matéria, da qual nos 
valemos a seguir. 
Regras são proposições normativas que contêm relatos objetivos, 
descritivos de determinadas condutas, aplicáveis a hipóteses bem 
definidas, perfeitamente caracterizadas, sob a forma de tudo ou nada. 
Ocorrendo a hipótese prevista no seu relato, a regra deve incidir de 
modo direto e automático, pelo mecanismo da subsunção. O comando é 
objetivo e não dá margem a elaborações mais sofisticadas acerca da 
sua incidência. A aposentadoria compulsória aos 70 anos é um bom 
exemplo de regra que incide automaticamente quando o servidor atinge 
essa idade. 
(...) 
Princípios são valores éticos e morais abrigados no ordenamento 
jurídico, compartilhados por toda a comunidade em dado momento e em 
dado lugar, como a liberdade, a igualdade, a solidariedade, a dignidade 
da pessoa humana, a boa-fé e outros tantos. Na lição do já citado Luis 
Roberto Barroso, princípios espelham a ideologia da sociedade, seus 
postulados básicos e seus fins, indicando uma determinada direção a 
seguir. Embora venham de longa data, somente na dogmática jurídica 
moderna conquistaram o status de norma jurídica, superando a crença 
de que teriam uma dimensão puramente axiológica, ética, sem eficácia 
jurídica (ob. cit., p. 129). 
Diferentemente das regras, princípios são, pois, enunciações normativas 
de valor genérico; contêm relatos com maior teor de abstração; não 
especificam a conduta a ser seguida e incidem sobre uma pluralidade de 
situações.” 
 
[1] CAVALIERI, FILHO, Sérgio. Programa de Direito do Consumidor. 3. 
ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 25. 
Slide 3 
 
 Gênero 
 
 
 
 
 ESPÉCIES 
 
Slide 4 
 
 Determina conduta aplicável a uma hipótese. 
 
 Valor ético e moral, abrigado no ordenamento 
 jurídico, espelha a ideologia da sociedade e incide 
 sobre uma pluralidade de situações. 
 
 Ponderação, com base em valores advindos dos 
 Princípios Jurídicos. 
 
 
 
 
Slide 5 
 
Princípio 
 Ademais, serve o princípio como limite de atuação do jurista. Explica-
se: no mesmo passo em que funciona como vetor de interpretação, o princípio 
tem como função limitar a vontade subjetiva do aplicador do direito, vale dizer, 
os princípios estabelecem balizamentos dentro dos quais o jurista exercitará 
sua criatividade, seu senso do razoável e sua capacidade de fazer a justiça do 
caso concreto.(BARROSO, Luís Roberto. Interpretação...p. 256) 
 
Slide 6 
Alguns Princípios 
Princípio do consentimento 
Princípio da liberdade de locomoção 
Princípio da dignidade humana 
Princípio do direito à vida 
Princípio da igualdade 
Princípio da liberdade de escolha 
Princípio da liberdade de expressão 
 
2- Parte prática: fontes do Direito, análise de casos concretos, produção de 
texto argumentativo. 
Slide 7 
EXEMPLIFICANDO, CONFORME AS REGRAS... 
Art. 15 do Código Civil: 
“Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a 
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.” 
Observe-se, que, segundo o Código Penal, no seu artigo 146 § 3.º, I e II, não 
é considerado constrangimento ilegal 
“I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de 
seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
 II – a coação exercida para impedir suicídio.” 
 
Algumas questões: 
É POSSÍVEL DETERMINAR COM PRECISÃO O RISCO DE VIDA? 
 EM SITUAÇÕES EM QUE HAJA RISCO DE VIDA, MAS O PACIENTE 
DESEJE OUTRA ALTERNATIVA DE TRATAMENTO, PODERIA SER 
CONSIDERADO SUICÍDIO? 
 
Slide 8 
Estado do Rio dá a religiosos direito de recusar transfusão 
Matheus Leitão 
O Estado do Rio vai reconhecer o direito dos fiéis da igreja Testemunhas de 
Jeová de recusar transfusão de sangue por motivos religiosos. 
A decisão se refere ao caso de uma praticante de 21 anos que foi internada 
com doença pulmonar grave e se negou a receber o tratamento -o que gerou 
uma consulta do hospital envolvido à Procuradoria Geral do Estado. O caso 
ficou em estudo por quatro meses. 
Nesta semana, a procuradora-geral, Lucia Lea Guimarães Tavares, responderá 
que se trata de “exercício de liberdade religiosa”. Segundo o parecer ao qual a 
Folha teve acesso, esse é “um direito fundamental, emanado da dignidade da 
pessoa humana, que assegura a todos o direito de fazer suas escolhas 
existenciais”. 
 
Slide 9 
“A minha convicção é que a pessoa tem direito a escolher, desde que seja 
maior e esteja consciente. Não é um tema muito simples: manter a vida de um 
paciente, mas desrespeitando aquilo em que ele mais acredita”, disse a 
procuradora. A Folha apurou que o governador Sérgio Cabral acatará o 
parecer, transformando-o numa norma estadual no Rio, com poder de decreto. 
A determinação contraria parecer do Conselho Federal de Medicina, que diz: 
“Se houver iminente perigo de vida, o médico praticará a transfusão de sangue 
independente do consentimento do paciente ou de seus responsáveis”. 
A procuradora do Rio vai entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade 
no STF (Supremo Tribunal Federal) para discutir a constitucionalidade do 
parecer dos médicos. 
 
 
Slide 10 
Se o precedente aberto no Rio for acatado pelo STF, os cristãos da 
Testemunhas de Jeová terão amparo legal para a manutenção do que 
consideram seus direitos. 
27/04/2010 
Divergências 
O assunto é tão polêmico que houve, inicialmente, divergência dentro da 
Procuradoria do Estado do Rio. Diante disso, a procuradora-geral, Lucia Lea, 
pediu um estudo sobre o tema ao constitucionalista Luis Roberto Barroso. 
“A liberdade religiosa é um direito fundamental. Pode o Estado proteger um 
indivíduo em face de si próprio, para impedir que o exercício de liberdade 
religiosa lhe cause dano irreversível ou fatal? A indagação não comporta 
resposta juridicamente simples nem moralmente barata”, diz Barroso no 
estudo. 
 
Slide 11 
No fim das 42 páginas, o texto conclui pelo reconhecimento do direito das 
testemunhas de Jeová, com a seguinte cautela: “A gravidade da recusa de 
tratamento, sobretudo quando presente o riscode morte ou de grave lesão, 
exige que o consentimento seja genuíno, o que significa dizer: válido, 
inequívoco, livre, informado”. 
Folha de São Paulo 
http://www.noticias.jwbrothers.org/rio-de-janeiro-reconhece-o-direito-das-
testemunhas-de-jeova-recusar-sangue/ 
 
Slide 12 
Outro doutrinador se posiciona a respeito: 
Conforme SCHREIBER, Anderson (2011),p.52, 
“[...] a Constituição da República coloca a liberdade de religião e o direito à vida 
no mesmíssimo patamar. Aqui, como em outros campos, não pode o intérprete 
correr o risco de se agarrar à regra mais específica, esquecendo os princípios 
que lhe servem de fundamento de validade e que podem ser diretamente 
aplicados ao caso concreto. A vontade do paciente deve ser respeitada, porque 
assim determina a tutela da dignidade humana, valor fundamental do 
ordenamento jurídico brasileiro.” 
 
Slide 13 
Entendimento contrário 
Geiza Martins repórter da revista Consultor Jurídico 
http://www.conjur.com.br/2010-mai-08/legitimo-recusar-tratamento-saude-
crenca-religiosa 
Em fevereiro de 2009, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de 
Goiás conseguiu autorização da Justiça para fazer transfusão de sangue em 
um paciente da religião Testemunha de Jeová. Em liminar, o desembargador 
federal Fagundes de Deus, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, 
registrou que no confronto entre os princípios constitucionais do direito à vida e 
do direito à crença religiosa importa considerar que atitudes de repúdio ao 
direito à própria vida vão de encontro à ordem constitucional. Para exemplificar, 
lembrou que a legislação infraconstitucional não admite a prática de eutanásia 
e reprime o induzimento ou auxílio ao suicídio. 
 
Slide 14 
Na ação, a Universidade Federal de Goiás, autarquia responsável pelo Hospital 
das Clínicas, argumentou que o estado do paciente era grave e pedia, com 
urgência, a transfusão de sangue. Explicou que o hospital é obrigado a 
respeitar o direito de autodeterminação da pessoa humana, reconhecido pela 
ordem jurídica, nada podendo fazer sem autorização da Justiça. Além disso, o 
hospital sustentou na ação que o direito à vida é um bem indisponível, cuja 
proteção incumbe ao Estado e que, no caso concreto, a transfusão sanguínea 
é a única forma de efetivação de tal direito. 
Para o desembargador, Fagundes de Deus, “o direito à vida, porquanto o 
direito de nascer, crescer e prolongar a sua existência advém do próprio direito 
natural, inerente aos seres humanos, sendo este, sem sombra de dúvida, 
primário e antecedente a todos os demais direitos”. Com isso, autorizou a 
transfusão. 
 
 
Slide 15 
E QUANDO A QUESTÃO SE REFERE A MENORES? 
Dados Gerais 
Processo: 
AC 155 RS 2003.71.02.000155-6 
Relator(a): 
VÂNIA HACK DE ALMEIDA 
Julgamento: 
24/10/2006 
Órgão Julgador: 
TERCEIRA TURMA 
Publicação: 
DJ 01/11/2006 PÁGINA: 686 
 
Slide 16 
Ementa 
DIREITO À VIDA. TRANSFUSÃO DE SANGUE. TESTEMUNHAS DE JEOVÁ. 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE INDEFERIDA. LEGITIMIDADE PASSIVA DA 
UNIÃO. LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA E DIREITO À VIDA. 
IMPOSSIBILIDADE DE RECUSA DE TRATAMENTO MÉDICO QUANDO HÁ 
RISCO DE VIDA DE MENOR. VONTADE DOS PAIS SUBSTITUÍDA PELA 
MANIFESTAÇÃO JUDICIAL. 
O recurso de agravo deve ser improvido porquanto à denunciação da lide se 
presta para a possibilidade de ação regressiva e, no caso, o que se verifica é a 
responsabilidade solidária dos entes federais, em face da competência comum 
estabelecida no art. 23 da Constituição federal, nas ações de saúde. A 
legitimidade passiva da União é indiscutível diante do art. 196 da Carta 
Constitucional. 
 
Slide 17 
O fato de a autora ter omitido que a necessidade da medicação se deu em face 
da recusa à transfusão de sangue, não afasta que esta seja a causa de pedir, 
principalmente se foi também o fundamento da defesa das partes requeridas. A 
prova produzida demonstrou que a medicação cujo fornecimento foi requerido 
não constitui o meio mais eficaz da proteção do direito à vida da requerida, 
menor hoje constando com dez anos de idade. Conflito no caso concreto de 
dois princípios fundamentais consagrados em nosso ordenamento jurídico-
constitucional: de um lado o direito à vida e de outro, a liberdade de crença 
religiosa.A liberdade de crença abrange não apenas a liberdade de cultos, mas 
também a possibilidade de o indivíduo orientar-se segundo posições religiosas 
estabelecidas. 
 
Slide 18 
No caso concreto, a menor autora não detém capacidade civil para expressar 
sua vontade. A menor não possui consciência suficiente das implicações e da 
gravidade da situação para decidir conforme sua vontade. Esta é substituída 
pela de seus pais que recusam o tratamento consistente em transfusões de 
sangue. Os pais podem ter sua vontade substituída em prol de interesses 
maiores, principalmente em se tratando do próprio direito à vida. A restrição à 
liberdade de crença religiosa encontra amparo no princípio da 
proporcionalidade, porquanto ela é adequada à preservar à saúde da autora: é 
necessária porque em face do risco de vida a transfusão de sangue torna-se 
exigível e, por fim ponderando-se entre vida e liberdade de crença, pesa mais o 
direito à vida, principalmente em se tratando da vida de filha menor impúbere. 
 
Slide 19 
Em consequência, somente se admite a prescrição de medicamentos 
alternativos enquanto não houver urgência ou real perigo de morte. Logo, tendo 
em vista o pedido formulado na inicial, limitado ao fornecimento de 
medicamentos, e o princípio da congruência, deve a ação ser julgada 
improcedente. Contudo, ressalva-se o ponto de vista ora exposto, no que tange 
ao direito à vida da menor. 
 
Slide 20 
 Questões a serem observadas: 
Considerando que os princípios oferecem ao intérprete elementos valorativos 
para uma razoável interpretação, que princípios foram valorados? 
Qual deles demonstrou, no caso em exame, ser preponderante? 
Que singularidade do caso concreto foi determinante para que este princípio 
preponderasse? 
A decisão proferida está de acordo com o artigo 146 § 3.º, I do Código Penal? 
Justifique. 
 
 
Slide 21 
 
Organização hierárquica das fontes do Direito na estrutura argumentativa: 
princípios, razoabilidade, lei, doutrina, e jurisprudência. 
 
Suponha que um menino, de 9 anos, pertencente à religião Testemunhas de 
Jeová, sofre de leucemia grave e, segundo o médico que o acompanha, 
necessita urgentemente de transfusão de sangue. Os pais não autorizaram a 
transfusão. Segundo eles, o sangue é como se fosse uma digital, algo inerente 
a cada pessoa, que não pode doar nem receber de ninguém. No lugar da 
transfusão, pedem que sejam adotados tratamentos alternativos. 
O médico recorreu à justiça para obter autorização a fim de realizar a 
transfusão.. 
 
Slide 22 
Como utilizar as fontes do Direito, em uma argumentação que defenda a tese 
do médico? 
O presente caso exige ponderação cuidadosa entre dois princípios: o direito à 
vida, assegurado no artigo 5º caput da Constituição, e o direito à liberdade 
religiosa, no mesmo artigo, inciso VI. Tal cuidado se justifica em razão de, na 
hipótese em análise, estar em risco a vida – sofre de leucemia grave - de um 
menor impúbere, que portanto não possui capacidade civil para optar entre 
esses dois direitos. Seria, pois, razoável deixar a cargo de seus pais tal 
decisão? Estes lhe deram a vida, mas, conforme o ordenamento jurídico 
brasileiro, nenhuma lei lhes confere o direito de tirá-la, mas sim de preservá-la. 
Destaque-se, do Estatuto da Criança e do Adolescente o art. 4°, que dispõe, 
dentre outrosdeveres da família, a efetivação dos direitos referentes à vida e à 
saúde. 
Slide 23 
Acrescente-se, ainda, a orientação fornecida por Luiz Roberto Barroso de que 
a “A gravidade da recusa de tratamento, sobretudo quando presente o risco de 
morte ou de grave lesão, exige que o consentimento seja genuíno, o que 
significa dizer: válido, inequívoco, livre, informado”. Ora, no presente caso, 
mesmo que o menor se manifestasse, sua opção não teria valor jurídico. 
Por fim, registre-se a decisão da Juíza Federal Dra. Vânia Hack de Almeida, 
em caso análogo, no processo AC 155 RS 2003.71.02.000155-6, desfavorável 
à adoção de procedimentos alternativos à transfusão de sangue, quando esta 
se apresentava indispensável à preservação da vida de menor impúbere. 
Dessa forma, conclui-se que o pedido do médico deva ser deferido, porque o 
direito à vida suplanta qualquer outro direito. 
 
Slide 24 
Questão 
Faça uma pesquisa na Internet e selecione um caso concreto interessante que 
possa ser resolvido pela leitura dos princípios constitucionais. Imprima esse 
texto e entregue-o ao seu professor, que deverá avaliar a validade da 
argumentação principiológica no caso concerto. Debata com seus colegas, em 
sala de aula, as motivações de sua escolha.

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