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CCJ0052-WL-B-AMMA-07-Elementos da Narrativa Forense

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Prévia do material em texto

TEORIA PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA 
ALDA DA GRAÇA MARQUES VALVERDE 
AULA 7 
 
Elementos da narrativa forense: narrativa a serviço da argumentação 
SLIDE 2 
Correção da semana 6 
Segundo Jorge, não gostava de estudar, mas tinha o dom para a 
pintura. Sua mãe o estimulava, mas seu pai desvalorizava a sua opção e 
considerava que devia seguir o exemplo do irmão mais novo: formar-se em 
engenharia. Conforme o pai de Jorge, seu filho perdia seu tempo com mulheres 
e bebidas. Não aprovava a vida que o filho levava. 
De acordo com o relato de um garçom do bar que Jorge frequenta, 
este ficava longo tempo olhando uma jovem loira, que demonstrava ter medo 
dele. Quando a jovem saiu do bar, Jorge a seguiu e não pagou a conta. O 
garçom considera-o um aproveitador espertalhão. 
 
SLIDE 3 
Jorge revelou que seguiu a jovem, apresentou-se a ela e confessou-
lhe o seu amor. Esta o acolheu, concordou em acompanhá-lo ao seu 
apartamento. Ele acrescentou que a jovem demonstrou preocupação em não 
desagradar seus pais, razão pela qual não pretendia se demorar. No 
apartamento, ela pintou uma tela e pousou para ele. Lúcia adormeceu, 
derramou guache vermelho no chão, o qual ele tentou remover com uma faca 
de limpar telas. O rapaz disse, ainda, que Raimundinha, sua vizinha, ao passar 
pelo corredor se afastou correndo. Ele fora ao seu encontro para pedir-lhe fruta 
e leite. 
A mãe de Lúcia afirmou que sua filha gostava de um rapaz simpático, 
triste e solitário, mas não tinha coragem de revelar seu amor. Estava 
preocupada com a demora da filha. 
SLIDE 4 
De acordo com Jorge, Lúcia despertou às sete horas, levou-a para 
casa, explicou para a mãe da jovem o que ocorreu. Disse que ficaram noivos e 
pretendem participar de uma Exposição Nacional de Pintura, com o retrato de 
Lúcia. Acredita que será feliz com a jovem. 
SLIDE 5 
 
Objetivos: 
- Aprimorar o estudo da narrativa iniciado no segundo semestre; 
- Identificar os elementos da narrativa forense no caso concreto; 
- Estabelecer relação entre a seleção dos fatos narrados e a produção 
de argumentos. 
 
SLIDE 6 
 
Estrutura do conteúdo 
1. Elementos da narrativa jurídica 
1.1. Centralidade 
1.2. Características das partes: características moral, social, 
psicológica, profissional, religiosa, física, familiar, etc. 
1.3. Educação quantitativa e educação qualitativa 
1.4. Espaço físico e espaço social 
1.5. Tempo cronológico e tempo psicológico 
2. Relação entre as informações narradas e a função argumentativa 
que desempenham 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Slide 7 
 
 
 
 
 
 
 
NARRATIVA FORENSE 
 
 Imparcial Valorada 
 
Elementos da narrativa 
forense: 
- Centralidade; 
-Características das partes: 
social, moral, física, psicológica, 
profissional, religiosa, familiar, etc.; 
- educação quantitativa e 
qualitativa; 
- representatividade social; 
- espaço físico e social; 
-tempo cronológico e 
psicológico. 
 
 Parecer Petição Inicial 
(por exemplo) 
 
 
Apresentação Pretensão 
impessoal dos do 
fatos. autor 
 
SLIDE 8 
Leia o caso concreto. 
 
Marcelo e Camila são casados há 10 anos. Em 01 de novembro de 
2008, quando Camila digitava um trabalho da faculdade no computador 
utilizado pelo casal, ficou estarrecida: encontrou uma série de e-mails 
comprometedores, armazenados pelo marido, na máquina da família. 
Descobriu que, no período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de 
outubro de 2008, seu marido, usando o apelido “homem carente de meia 
idade”, trocava quase diariamente mensagens de natureza erótica com uma 
mulher que assinava “cheia de amor pra dar”. 
 
SLIDE 9 
Ao ler as mensagens, constatou que o marido se declarara diversas 
vezes para a internauta, com quem construía fantasias sexuais e praticava 
sexo virtual. A situação ficou ainda mais grave, porque, nessas ocasiões, 
Marcelo fazia comentários jocosos sobre o desempenho sexual de Camila e 
afirmava que ela seria uma pessoa "fria" na cama. 
Por conta de todos esses fatos, Camila se separou de Marcelo. 
Cerca de quatro meses após a separação, ajuizou ação de reparação por 
danos morais em face do ex-marido, na qual pediu indenização no valor de 
20 mil reais. 
SLIDE 10 
Em síntese, alegou na Petição Inicial que: a) o ex-marido manteve 
relacionamento com outra mulher na constância do casamento; b) a traição 
foi comprovada por meio de e-mails trocados entre o acusado e sua amante; 
c) a traição foi demonstrada pela troca de fantasias eróticas (sexo virtual) 
entre os dois; d) precisou passar por tratamento psicológico para superar a 
dor que sofria; e) foram violados sua honra subjetiva e seu direito à 
privacidade no casamento. 
Em sua defesa, o ex-marido alegou a improcedência do pedido 
sustentando o seguinte: a) sexo virtual não caracteriza traição; b) houve 
invasão de privacidade e violação do sigilo das correspondências; c) os e-mails 
devem ser desconsiderados como prova da infidelidade; d) não difamou a ex-
esposa, ao contrário, ela mesma denegria sua imagem ao mostrar as 
correspondências às outras pessoas. 
 
SLIDE 11 
Em entrevista à imprensa, a autora afirmou que não houve violação 
de sigilo das correspondências. Para ela, não está caracterizada a invasão 
de privacidade porque os e-mails estavam gravados no computador de uso 
da família e os cônjuges compartilhavam a mesma senha de acesso. 
"Simples arquivos não estão resguardados pelo sigilo conferido às 
correspondências", concluiu. 
 
SLIDE 12 
Digamos que se desejasse defender a seguinte tese: 
Marcelo deve indenizar Camila, porque violou sua honra 
subjetiva. 
 
Que fatos do caso concreto você selecionaria e de que forma os 
usaria para defender sua tese? 
 
Vamos identificar esses fatos, como elementos da narrativa e 
que, por conterem essência argumentativa, devam ser selecionados. 
 
 
SLIDE 13 
 
Elemento da 
narrativa 
jurídica 
Informação retirada do 
texto (contextualização 
do real) 
Parágrafo argumentativo 
que tome por base a 
informação selecionada 
 
 
Característica 
moral do 
marido 
 
 
Marcelo compartilhava 
com uma desconhecida 
detalhes de sua vida 
sexual com a esposa. 
Se a traição, por si só, já causa 
abalo psicológico ao cônjuge 
traído, a honra subjetiva da 
autora foi muito mais agredida, 
ao saber que seu marido, além 
de traí-la – inobservância do 
dever conjugal de fidelidade – 
violou a confiança da esposa 
quando teceu comentários 
difamatórios com sua amante 
quanto à sua vida íntima. 
 
SLIDE 14 
Elemento da 
narrativa 
jurídica 
Informação retirada do 
texto (contextualização 
do real) 
Parágrafo argumentativo 
que tome por base a 
informação selecionada 
Característica 
física e 
psicológica do 
marido / 
“homem 
carente de meia idade” 
 
 
Espera-se que, em um 
casamento de dez anos, haja 
estabilidade e intimidade 
suficiente para que seja 
Tempo de 
relacionamento 
 
 
Casamento de 
dez anos 
 
 
expresso, com sinceridade, o 
sentimento de carência 
vivenciado por um dos parceiros. 
Entretanto, Marcelo preferiu 
revelar sua carência para uma 
desconhecida, na busca de 
manter uma relação paralela. Na 
verdade, como a maioria dos 
homens de “meia idade”, 
desejava se afirmar. 
 
 
SLIDE 15 
Elemento da 
narrativa 
jurídica 
Informação retirada do 
texto (contextualização 
do real) 
Parágrafo argumentativo que 
tome por base a informação 
selecionada 
Educaçãoqualitativa 
 
 
Camila era 
estudante universitária 
 
Certamente, Camila 
entenderia a instabilidade 
emocional pela qual, segundo 
Marcelo, estava passando: afinal 
era uma mulher esclarecida, já 
que frequentava o meio 
acadêmico, trocando experiências 
com colegas e professores. 
 
SLIDE 16 
Elemento da 
narrativa 
jurídica 
Informação retirada do 
texto (contextualização 
do real) 
Parágrafo argumentativo que 
tome por base a informação 
selecionada 
Período 
em que 
Marcelo 
manteve uma 
Período de 12 
de fevereiro de 2008 a 
30 de outubro de 2008 
Ora, Marcelo manteve 
por longos oito meses 
relacionamento, segundo ele, 
virtual com uma mulher que se 
relação 
extraconjugal 
 
denominava “cheia de amor pra 
dar”. Não foi, portanto, um 
relacionamento ocasional, mas 
uma relação íntima e duradoura. 
Isso porque, não a interrompeu 
após os primeiros contatos, muito 
pelo contrário: optou por 
compartilhar, com frequência de 
quem está completamente 
envolvido, confidências típicas de 
uma relação sem reservas. 
 
 
 
SLIDE 17 
Já foram selecionados e contextualizados alguns elementos da 
narrativa. Também foram oferecidas sugestões de parágrafos 
argumentativos, utilizando-os. 
Agora, continue a seleção e produza parágrafos argumentativos, 
demonstrando como fazer uso dessas informações. 
 
SLIDE 18 
REVISÃO PARA A AV1 
AULA 1 
Tipos de raciocínio; silogismo: dedução e indução. 
AULA 2 
Lógica Formal e Lógica do Razoável no discurso jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lógica Formal Lógica do Razoável 
 
Raciocínio Dedutivo 
Razão 
 
Premissa Maior Lei 
Premissa Menor Caso 
concreto 
Conclusão Norma extraída 
da reunião das premissas. 
 
Raciocínio Indutivo 
Emoção 
 
Ponderação entre premissas que 
contêm conexão lógica. 
 
Princípios 
. 
SLIDE 19 
 
Razoabilidade 
AULA 3 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
 
 
 Determina conduta aplicável a uma hipótese. 
 
 Valor ético e moral, abrigado no ordenamento 
 jurídico, espelha a ideologia da sociedade e incide 
 sobre uma pluralidade de situações. 
 
 Ponderação, com base em valores advindos dos 
 Princípios Jurídicos. 
SLIDE 20 
AULA 4 
Parecer técnico - jurídico: ementa (1) 
AULA 5 
Parecer técnico-jurídico: ementa (2) 
Elementos do parecer técnico- jurídico: 
1 - Ementa: apresentação sucinta, em no máximo oito linhas, do objeto de 
consulta. Inicia sempre pelo fato jurídico e apresenta uma visão panorâmica 
dos fatos, provas e circunstâncias analisados e do ponto de vista defendido 
pelo parecerista. 
2 - Relatório: é a narração da história processual, marcada pela isenção. 
Apresenta a narração dos fatos importantes e as circunstâncias em que estes 
ocorreram Isso possibilita uma transição lógica e coerente para a 
fundamentação. 
SLIDE 21 
3- Fundamentação: argumentação baseada em sustentação principiológica, 
legal, doutrinária e jurisprudencial, bem como em recursos polifônicos (religião, 
mídia, opinião pública, família, moral, costumes, etc), técnicas argumentativas 
e estratégias discursivas, para buscar o convencimento sobre o ponto de vista 
defendido quanto ao assunto da consulta. 
4 - Conclusão: fecho do parecer. O parecerista apresenta uma proposta ou 
sugestão para a solução do caso concreto analisado. 
5 - Parte Autenticativa: tendo em vista a responsabilidade civil, o parecer deve 
ser datado, assinado e apresentar o número da carteira de identidade 
profissional (OAB, por exemplo) de quem o emite. 
SLIDE 22 
EMENTA: 
Composição: 
Como fazer? 
a) Escreva-a no alto direito da folha, a partir do meio desta. 
b) Utilize letra em caixa-alta para o fato central. 
c) Separe com travessão os itens informados. 
d) Inicie cada item com letra maiúscula; 
e) Não use verbo conjugado, não registre o nome próprio das partes, evite 
adjetivos. 
SLIDE 23 
O que escrever? 
a) O fato central. 
b) Os nexos referenciais. 
c) O entendimento do parecer. 
 
Exemplo extraído da aula 5 
TÉRMINO DO LIMITE CONTRATUAL – Plano de saúde – Paciente 
menor – Risco de vida – Recusa obrigacional da seguradora – 
Hipossuficiência do consumidor – Cobertura de doença, sem 
fundamentação razoável à limitação do tratamento - Parecer favorável 
ao cumprimento de todas as obrigações médico-hospitalares. 
 
SLIDE 24 
AULA 6 
Características da narrativa jurídica 
 ELEMENTOS DA NARRATIVA FORENSE 
O quê? – fato jurídico central ou questão jurídica central 
Quem? – as partes devidamente nomeadas e qualificadas: nacionalidade, 
estado civil, profissão, residência, etc. 
Quando?- localização temporal do momento em que ocorreu o fato jurídico 
central 
Onde? – localização espacial do fato jurídico 
Como? – registro das principais ocorrências da forma como o fato jurídico 
aconteceu 
Por quê? – registro da(s) razão(ões) que deu(deram) origem ao fato jurídico 
Por isso... – registro da(s) consequência(s) advinda(s) do fato jurídico 
 
SLIDE 25 
 
 narrativa simples narrativa valorada 
A seleção é imparcial; assim, 
registram-se informações 
relevantes para as duas partes. 
A seleção é parcial; assim, registram-se 
informações relevantes, apenas, para a 
parte que se representa. 
Sequência cronológica linear Sequência cronológica linear ou não 
linear 
Polifonia frequente Polifonia quando necessária 
Uso da 3ª pessoa do singular e 
verbo no pretérito. 
Uso da 3ª pessoa do singular e uso mais 
frequente no pretérito, usa-se, também o 
presente; 
Sem modalizadores. Uso frequente de modalizadores. 
 
SLIDE 26 
Atividade de revisão: 
Extraído de: Jus Vigilantibus - 14/09/2011 (texto adaptado para esta 
prova) 
TV YYYY deve indenizar mulher que teve número de celular divulgado em 
novela 
Segundo o processo, em 27 de janeiro de 2003, a personagem da atriz Lili BBB 
na novela "Sabor da Pele" escreveu o que seria o número de seu celular em 
um muro. Josenilda Maia Flores, a autora da ação de indenização, afirmou: 
“usaram meu número sem meu consentimento, passei a receber inúmeras 
ligações, a qualquer hora do dia e da noite, de pessoas desconhecidas que 
queriam saber se o número realmente existia e se era da Lili. Sou hipertensa, 
minha saúde ficou afetada, sofri transtornos pessoais e profissionais. Ora, uso 
meu telefone para trabalhar, já que sou operadora de telemarketing.” 
 
SLIDE 27 
 
O mecânico Fernando Flores, marido de Josenilda disse “Levei muito susto de 
madrugada com esse telefone tocando! Acordava assustado pra ouvir um 
gaiato pedindo pra falar com a gostosona da minha mulher.” 
Carla Maia Flores, filha do casal revelou: “Minha mãe foi até internada por dois 
dias, com pressão alta no Barra Cor. Quando voltou do hospital nem queria 
atender telefone. Quando ele tocava, ela desatava a chorar.” 
Em primeiro grau, o dano moral foi reconhecido e a TV YYYY foi condenada a 
pagar indenização de R$ 4,8 mil. Ao julgar a apelação, o Tribunal de Justiça de 
São Paulo elevou o valor para 50 salários mínimos vigentes na época, 
equivalentes a R$ 19 mil. A emissora recorreu ao STJ alegando que a dona da 
linha teve mero desconforto que não configuraria dano moral indenizável. 
SLIDE 28 
Material para consulta: 
Código Civil 
Art. 186. Aquele que,por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Considere que lhe tenha sido solicitada a produção de um Parecer 
técnico-formal sobre o caso concreto. 
a) Produza a ementa do parecer. 
b) Destaque três informações que registrou na ementa e componha um 
parágrafo argumentativo com essas informações. Utilize um dos 
artigos destacados. 
c) Que princípio poderia ser aplicado ao caso concreto? Por quê? 
SLIDE 29 
Gabarito: 
a) Possibilidade de escritura da Ementa: 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS – Divulgação do número do 
celular de operadora de telemarketing por emissora de televisão sem 
consentimento – Ligações constrangedoras em horários impróprios – Afetada 
saúde e vida profissional – Pedido deferido em primeiro grau e em grau 
superior – Alegação de mero transtorno --- Recurso ao STJ – Invasão de 
privacidade –Inteligência do art. 927 CC – Parecer favorável à autora. 
SLIDE 30 
b) Divulgação do número do celular de operadora de telemarketing por 
emissora de televisão sem consentimento. 
Ligações constrangedoras em horários impróprios 
Afetada saúde e vida profissional 
 
Não há dúvida de que, no presente caso, aplica-se o art.927 do CC. Isso 
porque a emissora de televisão cometeu ato ilícito e provocou danos à 
autora, uma vez que divulgou o número do telefone de Josenilda, sem o 
seu prévio consentimento. Além disso, com tal ato, causou-lhe danos a 
sua saúde, em virtude de ter passado a receber ligações 
constrangedoras em horários impróprios. Assim, deve reparar o dano 
causado. 
SLIDE 31 
c) Poder-se-ia aplicar o Princípio do Consentimento 
O Princípio do Consentimento não foi observado, em razão de Josenilda 
ter seu número divulgado, em rede de televisão, sem prévia consulta da 
emissora se ela concordava ou não com tal divulgação. Aleatoriamente, 
foi escolhido e exposto um número de forma irresponsável, sem a 
preocupação dos danos que tal exposição pudesse causar à usuária do 
número.

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