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CCJ0052-WL-D-AMMA-09-Produção de Relatório de Parecer

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TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Aula -9 Produção da parte narrativa da Petição Inicial: 
“Dos fatos”.
a1
Slide 1
a1 alda; 10/03/2012
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Semana 9
Objetivos
--Produzir uma narrativa jurídica valorada;
-Diferenciar a narrativa simples (Relatório) da narrativa
valorada (Dos fatos);
- Utilizar os modalizadores na narrativa forense.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Estrutura do conteúdo:
1. Narrativa simples
2. Narrativa valorada
3. Uso de modalização
4. Seleção e organização do conteúdo
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Correção do exercício da aula 8
Possibilidade de relatório para o caso apresentado:
Trata-se da disputa judicial entre Michael Schiavo, marido
de Terri Schiavo, 41 anos, e seu guardião legal e , Bob e Mary
Schindler, pais de Terri. Michael desejava o desligamento do
tubo que alimentava a paciente, já os pais defendiam a
manutenção do tubo. Terri vivia em estado vegetativo desde
1990.
Conforme o marido de Terri, sua mulher havia manifestado,
repetidamente, o desejo de não ser mantida viva em estado
vegetativo.
Em 1990, provavelmente em razão de uma parada cardíaca,
o cérebro de Terri sofreu graves danos e passou a viver em
“estado vegetativo persistente”. Passou, então, a viver
artificialmente, recebendo alimentação por um tubo inserido em
seu estômago.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Segundo Michael, em respeito à vontade da esposa e com
base na avaliação médica de estado irreversível, solicitou à
justiça permissão para desconectar o tubo que alimentava a
paciente.
Os pais de Terri afirmavam que ela apresentava reações e
que poderia melhorar com reabilitação. Consideravam que ela
se encontrava em “estado de consciência mínima”. Dessa
forma, posicionaram-se contra a vontade do genro.
Após longa disputa judicial, o pedido de Michael foi
deferido. Os pais da jovem apelaram a várias instâncias,
inclusive à Suprema Corte Americana, mas não lograram êxito.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
O tubo que a alimentava foi retirado no dia 18 de março de
2005. Treze dias depois, ela morreu, no hospital Pinellas Park, na
Flórida. Não foi divulgada a causa da morte, mas os médicos
supõem que tenha sido por inanição. Consta que Michael tenha
solicitado a realização da necropsia. Assim, o corpo de Terri foi
transportado para o departamento de Exames Médicos do
Condado de Pinellas.
É o relatório.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Petição Inicial
Conforme Humberto Theodoro Júnior, "O veículo de
manifestação formal da demanda é a petição inicial, que
revela ao juiz a lide e contém o pedido da providência
jurisdicional, frente ao réu, que o autor julga necessária
para compor o litígio" (THEODORO JÚNIOR, 2000:313)
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Art. 282 do CPC – A petição inicial indicará:
Inciso I o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
Inciso II os nomes, prenomes, estado civil,
profissão, domicílio e residência do autor e do
réu;
Inciso III o fato e os fundamentos jurídicos do
pedido;
Inciso IV o pedido, com as suas especificações;
Inciso V o valor da causa;
Inciso VI as provas com que o autor pretende
demonstrar a verdade dos fatos alegados;
Inciso VII o requerimento para a citação do réu.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
.
Conforme o inciso III, a petição inicial deve conter os fatos, os
fundamentos jurídicos. Os fatos vêm ao conhecimento do juiz, por
meio de um texto narrativo valorado. Nesse texto, devem-se
narrar fatos que justifiquem a pretensão de um direito que será
revelada nos fundamentos jurídicos. Tais fatos representam a
causa de pedir. Sem a apresentação desses fatos, o pedido não
possui sentido e a petição será considerada inepta.
É fundamental que a narrativa dos fatos seja clara, objetiva e
concisa, a fim de permitir uma rápida e eficiente compreensão da
causa de pedir.
Há casos em que um texto mal redigido, com problemas em
sua estrutura, pode gerar o indeferimento da inicial.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Trechos de uma sentença que exemplifica o indeferimento de 
uma petição inicial, em razão de ter sido mal redigida:
“Então, como dito, já se inicia a leitura sem se conseguir
distinguir contra quem exatamente o autor quer litigar, e,
consequentemente, fixar a competência do Juízo.
A partir da fl.04 até a fl.06, o autor tenta descrever sua
causa de pedir. Entretanto, aparentemente com o intuito de
demonstrar um vocabulário rebuscado e erudito, torna o
entendimento da peça exordial verdadeiro jogo de quebra-
cabeças, onde se tenta descobrir quais são os fatos que o
levaram a intentar a presente ação junto ao Poder Judiciário.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Este julgador perfilha do entendimento de que, havendo um
nexo de causalidade entre a causa petendi e o pedido final da
inicial, mesmo com redação obscura, deve o Magistrado mandar,
no mínimo, emendar a exordial. E assim é o entendimento
majoritário do egrégio Tribunal de Justiça de YYYY: apelação
cível n. 99.016381-4, apelação cível n. 98.006628-0 e outras.
Todavia, não é o caso presente. O autor, na intenção de
demonstrar seu direito, constrói orações extensas, com excesso
desnecessário de preposições e transcreve uma série de
dispositivos legais no entremeio das palavras sem destaque.
Depois de tantas leituras feitas por este juiz, cumpre gizar, por
exemplo, que o autor não utiliza o "ponto final" desde a fl.04 até
a fl.06.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
O "ponto final" – classificado pelos livros de gramática como sinal
sintático, da classe de pontuação objetiva – deve ser usado com
o seguinte critério: "havendo separação de ideias, ou corte nas
mesmas, inicia-se o período seguinte na outra linha; se o
pensamento continua, sendo o período seguinte uma
consequência ou continuação do anterior, o novo período começa
na mesma linha" (VIEIRA, João Alfredo Medeiros Vieira.
Português prático e forense. 7.ed. São Paulo: LEDIX, 1991.
p.240).
Será que não houve interrupção de pensamento no decorrer de
duas folhas escritas pelo autor?
E daí em diante apenas colaciona jurisprudência (das fls.06 até
13), inclusive com voto do desembargador, sem fundamentar sua
pretensão nem ligar os fatos ao teor dos julgados.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
[...]
Como se não bastasse, o autor lucubra repentinamente à fl.14
sobre suposta inclusão do seu nome no cadastro do SPC, contudo
não mencionou isso na causa de pedir e nem trouxe documentos
que comprovam tal situação.
[...]
Esta autoridade judiciária tem mais de quarenta mil processos
em tramitação nesta unidade jurisdicional, de maneira que, em
prol da racionalização do serviço para uma maior eficiência do
Poder Judiciário de YYYYYYY, se vê obrigado a exigir maior
concisão, clareza e objetividade nas peças processuais que tem
dever de apreciar, por força do próprio cargo e do princípio
constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional
(art.5º da CF).
TEORIA E PRÁTICADA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Características essas – concisão, clareza e objetividade – que,
inclusive, devem nortear todos os produtos jurídicos, mais ainda
aqueles que são apresentados na praça de elegância do processo
judicial.
[...]
Enfim, dito isso e não oferecendo o autor a certeza necessária
sobre sua real pretensão, considero ininteligível por confusa e
obscura a redação da petição inicial, de maneira que não se
consegue vislumbrar ligação entre a narração tresloucada dos
fatos e fundamentos jurídicos ao pedido final, que, repita-se,
remete aos "termos ora propugnados" (fl.13). Portanto, é inepta.
Prevê o inciso II do parágrafo único do art.295: "considera-se
inepta a petição inicial quando: (...) II – da narração dos fatos
não decorrer logicamente a conclusão".
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
[...]
JOSÉ ROGÉRIO CRUZ E TUCCI acrescenta que "nossos
doutrinadores e tribunais também consideram inepta a petição
inicial não só quando lhe falta a causa de pedir, como também
na hipótese de narração obscura, desarmônica ou imprecisa dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, de sorte a tornar impossível
ou dificultada a elaboração da contestação pelo réu" (TUCCI,
José Rogério Cruz e. Causa de Pedir e Pedido no Processo Civil.
São Paulo: RT, 2002. p. 160).
É da jurisprudência:
"É inepta a inicial quando da narração dos fatos não decorre,
logicamente, a conclusão e muito menos se consegue extrair a
causa de pedir" (TFR, Ac. un. da 2a — Seção do TFR, de
12/05/87, na Ação Rescisória 1.321 - AL, rel. Min. Miguel
Ferrante, DJU, de 18/06/87, pág. 12.255 apud Apelação cível n.
38.707, de Itajaí, Relator: Des. Cláudio Marques, j. 17/12/92).
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
[...]
III – DISPOSITIVO
ISSO POSTO, sem mais delongas por força do art.459 do CPC,
INDEFIRO A PETIÇÃO INICIAL ex vi do art.295, parágrafo único, II,
do CPC, e DECLARO A EXTINÇÃO DO PROCESSO nº 033.04.027273-
0, em que são partes XXXXXXXXX e ESTADO DE YYYYYYYYY ou
BESC S/A, sem julgamento do mérito, com fulcro no art.267, I,
do CPC.
Condeno o autor ao pagamento das despesas processuais.
Publique-se. Registre-se. Intime-se. Após trânsito em julgado,
arquivem-se os autos.
YYYYYYYYYY, 18 de fevereiro de ???????
WWWWWWWWWWWWWW, juiz de Direito”
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Resumindo:
Narrativa da Petição Inicial 
DOS FATOS
Registro dos fatos juridicamente relevantes e daqueles que
os esclarecem, ocorridos anteriormente, durante e
posteriormente ao fato gerador do conflito. Tais fatos têm por
objetivo justificar a pretensão de um direito subjetivo do autor
contra o réu.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Características mais importantes dessa narrativa:
• parcialidade;
• seleção dos fatos que favoreçam ao autor da demanda;
• uso de modalizadores;
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Exemplo da narrativa dos fatos de uma petição 
inicial:
DOS FATOS.
Induzido por maciça propaganda veiculada em rádio e
televisão, o Autor estabeleceu contrato de compra e venda via
telefone com a Ré, empresa renomada no mercado da
informática, para adquirir computador e outros equipamentos.
Bastou contatar o telefone nº 0800 00000, ramal 4801,
serviço televendas, no dia 21 de fevereiro de 2000, e fazer o
pedido aquisitivo do equipamento denominado TRANStttttt,
computador de média capacidade, com gabinete torre, com
programas de computador inclusos.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
A atendente Matilde confirmou a remessa da mercadoria no
prazo máximo de 15 (quinze) dias após o envio no dia 25 de
fevereiro de 2000, de fac-símile pelo telefone nº 011 333333333,
do comprovante de depósito de R$ 2.079,00 (dois mil, e setenta
e nove reais), na conta corrente da Ré, no Banco Bom Bom S.A.,
agência 209, nº 3333333333 (consoante guia e documentos
anexos).
No dia 24 de março de 2000, um mês depois da confirmação
de remessa, o paciente consumidor recebeu as mercadorias em
casa (doc. anexo).
O moderno equipamento veio desmontado, e o consumidor
buscou informações nos vinte dias seguintes sobre a conexão das
várias peças e instalação de programas. Segundo as propagandas
e os prepostos da Ré, o equipamento seria de fácil montagem,
não havendo necessidade de contratação de serviços de
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
profissionais especializados, pois o computador estaria
“configurado”.
Entusiasmado pelo sucesso da cansativa aquisição e da
aventura de montagem e instalação de programas no
computador, enfim, no dia 13 de abril de 2000, o Autor obteve a
plena funcionalidade do computador adquirido para enfrentar
seu estafante serviço profissional como Procurador do Estado na
Procuradoria de Assistência Judiciária Cível de XXXXXXXX, PR-9,
recém- empossado e inexperiente na função de defensor
público.
Dissiparam-se os tormentos do Autor ao iniciar a cumprir
suas tarefas de elaboração de peças e recursos, com
regularidade, no ambiente residencial, durante o período
noturno, na tranquilidade do lar, pois, durante o dia, resta
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
tempo apenas para participar intensamente do cotidiano
forense, em audiências, verificação de processos e atendimento
a enorme demanda de pessoas hipossuficientes, que buscam o
amparo da Justiça.
No dia 20 de abril de 2000, véspera de feriado, uma
semana após ter conseguido montar e fazer funcionar o
computador, quando se preparava para entregar o primeiro
relatório oficial de atividades funcionais à Corregedoria da
Procuradoria Geral do Estado, o Autor viu derrocar seu longo
trabalho contido na memória do computador.
A máquina, desse dia em diante, nunca mais funcionou!
O Autor procurou a mais próxima assistência técnica da
Ré, indicada pela assistência técnica de (....) pelos telefones nº
012 9999999 e nº 38888888, denominada TECNOTOM, sediada no
Centro de XXXXXX, na rua (......) nº 463, CEP.: (.....).
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Entregou, no dia 24 de abril de 2000, apenas o computador,
denominado CPU, à assistência técnica (....), mantendo as
demais mercadorias adquiridas e discriminadas na anexa nota
fiscal, por não terem apresentado defeito algum.
O prazo de entrega estipulado para o conserto da CPU, 28
de abril de 2000, também foi descumprido, e, apesar de várias e
diversas justificativas incompreensíveis, o Autor manteve a
máquina sob os cuidados da representante da Ré até 24 de maio
de 2000.
Retirou a máquina, por não haver qualquer condição de
aguardar o conserto prometido, e pugnou à Ré a restituição do
valor despendido no TRANSTUBE TG10, devolução da quantia de
R$ 1.330,00 (um mil, trezentos e trinta reais).
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Formou-se infrutífero procedimento de Reclamação nº
109.999 aos cuidados da atendente Silvana, e a documentação
comprobatória foi enviada pelo tele-fax nº (011) 0000-8798.
Várias ligações telefônicas inócuas foram realizadas, enquanto
os responsáveis divagavam maliciosamente, maltratando com
descaso ou respostas ríspidas o consumidor insatisfeito.
Estas novas decepções, cumuladas aos inúmeros dissabores
vividos na fracassadarelação de consumo, geraram no Autor
suficiente entusiasmo para arcar com todos os ônus da via
processual, após adquirir equipamento similar em loja local,
arcando com novo dispêndio.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Leia o caso concreto já trabalhado na aula 7, mas com
algumas modificações, e produza a narrativa de uma petição
inicial –“Dos fatos”.
Marcelo Guimarães e Camila Guimarães são casados há 10
anos. O casal tem dois filhos: Ana, de 9 anos e Pedro, de 7 anos.
Em 01 de novembro de 2008, quando Camila digitava um
trabalho da faculdade de Direito no computador utilizado pelo
casal, ficou estarrecida: encontrou uma série de e-mails
comprometedores, armazenados pelo marido, na máquina da
família.
Descobriu que, no período de 12 de fevereiro de 2008 a 30
de outubro de 2008, seu marido, usando o apelido “homem
carente de meia idade”, trocava quase diariamente mensagens
de natureza erótica com uma mulher que assinava “cheia de
amor pra dar”.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Ao ler as mensagens, constatou que o marido se declarara
diversas vezes para a internauta, com quem construía fantasias
sexuais e praticava sexo virtual. A situação ficou ainda mais
grave, porque, nessas ocasiões, Marcelo fazia comentários
jocosos sobre o desempenho sexual de Camila e afirmava que ela
seria uma pessoa "fria" na cama.
Sua primeira reação foi conversar com Marcelo. Disse-lhe da
decepção que tivera com a descoberta. Afirmou que tinha se
dedicado à família nesses dez anos, inclusive interrompeu seus
estudos, por insistência dele, já que queria o segundo filho. Ele
ficou indignado por ela ter acessado seu e-mail. Afirmou que
sexo virtual não era traição, e que ela havia violado sua
privacidade. Justificou suas confidências com a mulher com a
qual conversava como uma forma de desabafo, já que Camila
estava sempre distante, ocupada com os trabalhos da faculdade.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Camila não aceitou as acusações e justificativas e decidiu se
separar do marido. Além disso, após a separação, ajuizou ação
de reparação por danos morais em face do ex-marido, na qual
pediu indenização no valor de 20 mil reais. Em síntese, alegou
na Petição Inicial que: a) o ex-marido manteve relacionamento
com outra mulher na constância do casamento; b) a traição foi
comprovada por meio de e-mails trocados entre o acusado e sua
amante; c) a traição foi demonstrada pela troca de fantasias
eróticas (sexo virtual) entre os dois; d) precisou passar por
tratamento psicológico para superar a dor que sofria; e) foram
violados sua honra subjetiva e seu direito à privacidade no
casamento.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Em entrevista à imprensa, a autora afirmou que não houve
violação de sigilo das correspondências. Para ela, não está
caracterizada a invasão de privacidade porque os e-mails
estavam gravados no computador de uso da família e os cônjuges
compartilhavam a mesma senha de acesso.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Possibilidade de resposta:
A autora casou-se com Marcelo em 1998. Um ano depois de
uma feliz relação, nasceu Ana. Em 2001, cedeu aos insistentes
pedidos do marido e concebeu Pedro. Nessa ocasião, Marcelo fez
questão que Camila abandonasse os estudos e se dedicasse
inteiramente à família. Como amava o marido e desejava ver sua
família equilibrada e feliz, abriu mão da realização pessoal e
passou a viver em função do marido e dos filhos.
Quando, enfim, seus filhos estavam maiores, decidiu
retomar um adiado sonho: formar-se em direito. Jamais poderia
imaginar que o homem para o qual entregara sua juventude,
seus sonhos, sua vida, pudesse traí-la e, pior, denegrir a sua
honra com uma aventureira. Camila, em um dos poucos
momentos de que dispunha para estudar, recorreu ao
computador de uso da família, para produzir um trabalho da
faculdade.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Triste desilusão: acessou o e-mail do marido, com a senha
comum a ambos, e ficou frente a uma realidade com a qual
jamais imaginara. Seu marido, apresentando-se como “homem
de meia idade carente” a traía com uma mulher que se
denominava “cheia de amor para dar”. Ficou estarrecida ao
descobrir que trocavam fantasias eróticas por oito longos meses:
de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008. Pior, ainda,
foi a revelação de que denegria sua honra: fazia comentários
jocosos sobre o seu desempenho sexual e afirmava que ela seria
uma pessoa "fria" na cama.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
A Autora ainda tentou dialogar com seu marido, mas sua
tentativa foi em vão: em momento algum, o infiel marido
demonstrou arrependimento, e ainda a reprovou por ter
acessado o seu e-mail.
O sofrimento foi tanto, que precisou passar por tratamento
psicológico, para recuperar o equilíbrio e voltar a ter uma vida
normal.
Assim, não lhe restou alternativa a não ser pedir o divórcio
e, em razão de ter sua honra subjetiva maculada e de ter sido
violada sua privacidade conjugal, ajuizou a presente ação de
indenização por danos morais.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
QUESTÃO
Leia o caso concreto adiante e produza uma narrativa
valorada a favor da parte autora, ou seja, produza a narrativa
de uma petição inicial – “Dos fatos”.
Cuida-se de ação indenizatória ajuizada por Marta Gomes
em face de Supermercados Pão de Mel, na qual pretende a
autora obter a reparação de danos morais e materiais sofridos
em virtude de ter escorregado no piso molhado de um dos
supermercados da ré, fato este que lhe provocou lesões em seu
pé direito, no dia 14 de junho de 2003, e acarretou afastamento
das atividades habituais por cerca de vinte dias.
Alega a demandante ter escorregado no chão molhado
porque uma funcionária não isolou um corredor que estava sendo
lavado. Afirma que a placa com “Piso escorregadio” não é
suficiente para evitar acidentes.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Afirma a autora não ter visto a referida placa (cavalete) e, pelo
fato de estar o piso molhado e com sabão, não foi possível se
equilibrar. Em razão da queda, sustenta que foi levada por
empregados da ré a uma clínica conveniada ao plano de saúde
oferecido pela empresa a seus funcionários, onde lhe foi
recomendado que se dirigisse a um ortopedista, pois não havia
na clínica profissional especializado naquele momento.
A autora, então, foi encaminhada ao Centro de Reumatologia e
Ortopedia, no qual foi diagnosticada tendinite na face dorsal de
seu pé direito; o que ensejou a imobilização de seu pé direito
por exatos 21 (vinte e um) dias; tendo ficado afastada de seu
trabalho e de suas atividades esportivas por todo esse tempo.
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Produção da parte narrativa da Petição Inicial: “Dos fatos”. Aula 9
Pretendeu a autora, de forma subsequente, obter ante a
requerida o reembolso das despesas efetuadas com sua
recuperação; o que foi negado pela requerida, ante
fundamentação de que a autora havia declarado que, alguns
anos antes do fato em referência, sofrera uma lesão no
tornozelo direito, pelo que o diagnóstico realizado no Centro de
Reumatologia e Ortopedia referir-se-ia a esse evento.
Requer judicialmente a autora, portanto, a condenação da
ré ao pagamento de R$865,99 (oitocentos e sessenta ecinco
reais e noventa e nove centavos) a título de danos materiais,
bem como de compensação pecuniária pelos alegados danos
morais sofridos em virtude do mesmo fato. Acompanham a inicial
os documentos comprobatórios das despesas médicas alegadas
pela autora.

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