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SEGURANÇA NO TRABALHO AULA 04 Prof.ª Tatiana Lazzaretti Zempulski 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula trataremos do aviso prévio e das formas de extinção do contrato de trabalho. Quando o empregado comete uma falta grave, ele é dispensado sem justa causa. Já quando o empregador não quer mais a prestação de serviços do empregado e não dá um motivo é a chamada dispensa sem justa causa. Ademais, quando o empregado pede demissão, ou ainda quando comete uma falta grave, e o empregador o demite é a chamada rescisão indireta. CONTEXTUALIZANDO Nesta aula serão tratados os seguintes temas: 1. Aviso prévio 2. Extinção do contrato de trabalho 3. Homologação das verbas salariais 4. Hipóteses de estabilidade provisória 5. Reintegração e readmissão TEMA 1 – AVISO PRÉVIO Temos previsão legal no art. 7º, inc. XXI, da Constituição Federal de 1988, no art. 487 da CLT e na Lei nº 12.506/2001. Com isso em mente, não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser terminar o contrato deverá avisar aos empregados da sua decisão com a antecedência mínima de 30 (trinta) dias aos empregados que recebem seu salário por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. Contudo, vale a pena lembrar que, se o pagamento do salário ao empregado for efetuado por semana ou tempo inferior, o aviso de término de contrato poderá ser antecedido em 8 (oito) dias. No caso da concessão do aviso prévio de 30 (trinta) dias, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o 3 máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. O aviso prévio poderá ser trabalhado ou indenizado. Em relação ao caso de pedido de demissão, o empregado deverá avisar com antecedência de 30 dias que está se desligando da empresa. TEMA 2 – EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO A extinção do contrato de trabalho poderá ocorrer de diversas maneiras; abordaremos as principais, que são: dispensa com justa causa, dispensa sem justa causa, pedido de demissão e rescisão indireta. A dispensa sem justa causa é uma modalidade utilizada nos casos em que o empregado comete uma falta grave a qual enseja o término do contrato de trabalho. As hipóteses de justa causa estão previstas no art. 482 da CLT, e o empegado terá direito de receber apenas saldo de salário e férias vencidas + 1/3. Tanto na dispensa sem justa causa quanto na rescisão indireta o empregado terá direito a: aviso-prévio; saldo de salários; férias vencidas/integrais + 1/3; férias proporcionais + 1/3; 13º proporcional; saque dos depósitos do FGTS + multa de 40%; e seguro-desemprego. Se o término for decorrente de pedido de demissão, o empregado terá direito de receber: saldo de salários; férias vencidas/integrais/proporcionais + 1/3; 13º salário proporcional. TEMA 3 – HOMOLOGAÇÃO DAS VERBAS SALARIAIS A homologação da rescisão está prevista no artigo 477 da CLT, o qual dispõe que o pedido de demissão ou o recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho (TRCT – Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho), firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social. No TRCT, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas relativamente às 4 mesmas parcelas. Ainda, quando não existir sindicato ou Ministério do Trabalho, a assistência será prestada pelo representante do Ministério Público ou, onde houver, pelo defensor público e, na falta ou impedimento deste, pelo juiz de paz. TEMA 4 – HIPÓTESES DE ESTABILIDADE PROVISÓRIA Os casos em que o empregador não pode dispensar o empregado trata- se da garantia temporária ao emprego, isto é, a chamada estabilidade provisória. A estabilidade provisória caracteriza-se pela impossibilidade temporária de o empregador dispensar sem justo motivo o empregado. Suas hipóteses são: dirigente sindical, gestante, membro da Cipa, empregado acidentado, membro do Conselho Curador do FGTS e do Conselho Nacional da Previdência Social e membros da Comissão de Conciliação Prévia. No entanto, as convenções coletivas de trabalho e os acordos coletivos de trabalho também podem atribuir essa proteção em outras hipóteses, como a proteção contra a despedida discriminatória de empregado idoso. TEMA 5 – REINTEGRAÇÃO E READMISSÃO O direito à reintegração é garantido ao empregado dispensado ilegalmente, de modo que, reconhecida a ilegalidade da dispensa, ele retorna ao serviço, com ressarcimento do período de inexecução contratual, como se a relação de emprego não tivesse sofrido solução de continuidade. Na readmissão, o empregado é novamente admitido no emprego, mas, nesse caso, não se computa o tempo de inexecução contratual como de serviço, nem há incidência de efeitos pecuniários pretéritos, pois passa a laborar por força de novo pacto. Saiba mais Para complementação do aprendizado do Tema 5, verifique um caso de rescisão indireta: https://www.youtube.com/watch?v=hFwOxwjlR6E 5 Para complementar os Temas 2 e 5, sugerimos o artigo citado na Revista Eletrônica do TRT 9ª Região, que você pode acessar por meio do link a seguir: https://ead.trt9.jus.br/moodle/pluginfile.php/24243/mod_resource/content/ 1/Revista%20Eletr%C3%B4nica%20(JAN-FEV%202014%20- %20n%C2%BA%2027%20-%20Trabalho%20e%20HIV).pdf O fechamento da empresa não afasta o direito à estabilidade. É interessante a leitura de artigo disponível em: http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/id/23125001 Jurisprudências Quando o empregador cometer falta grave, ocorrerá a rescisão indireta. Nesse sentido, destacamos: TRT-PR-00146-2015-666-09-00-1-ACO-32124-2016 sobre a rescisão indireta – caracterização – conduta ilegal do empregador – comprovação. Disponível em: http://www.trt9.jus.br/internet_base/jurisprudenciaman.do?evento=Editar&chPlc =7506985 TRT-PR-02181-2015-094-09-00-5-ACO-27863-2016 – 7A sobre os casos de justa causa. Disponível em: http://www.trt9.jus.br/internet_base/jurisprudenciaman.do?evento=Editar&chPlc =7411370 Resoluções, leis e outros Para complementar o Tema 1, sugerimos analisar a Lei nº 12.506/2011, disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12506.htm>. 6 Para os Temas 2 e 3, sugerimos acessar a CLT, arts. 477, 482, 483, disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Para o Tema 4, ver art. 10 da ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Analisar ainda o art. 392 da CLT, disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art392>. NA PRÁTICA A dispensa por justa causa de um empregado por quebra de confiança pode ocorrer, embora ele não tenha participado de furtos de produtos da empresa. Entretanto, em seu depoimento para a autoridade policial, o empregado confessou que sabia quem praticava o crime e indicava esses colegas aos interessados em comprar as peças roubadas. Assim como nos documentos do inquérito policial e nosdepoimentos de testemunhas apresentadas pela empresa, entende-se provada a conduta prevista no artigo 482, alínea “a”, da CLT, que se traduz, em geral, na prática de atos atentatórios ao patrimônio da empregadora. SÍNTESE Os direitos que o empregado tem quando é demitido do serviço alteram de acordo com a espécie de dispensa. Assim, se o empregado for dispensado por justa causa, terá direito a receber saldo de salários e férias vencidas mais 1/3. Quando o término do contrato de trabalho for decorrente de uma dispensa sem justa causa, o empregado terá direito a receber: aviso prévio; saldo de salários; férias vencidas e proporcionais mais 1/3; 13º salário; multa de 40% sobre o FGTS; saque do FGTS; e seguro-desemprego. 7 Já quando o empregado solicitar seu desligamento da empresa, ele terá direito a receber: saldo de férias; 13º proporcional; férias vencidas e proporcionais mais 1/3; e aviso prévio. Ainda, no caso de rescisão indireta, as verbas são as mesmas da dispensa sem justa causa. REFERÊNCIAS BALBINOTI, Jonas Raul; ZWICKER, Milena; CARVALHO, Robert Carlon de. Direito individual e segurança do trabalho para vigilantes. Curitiba: Editora InterSaberes, 2016. GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. 4. ed., revista e atualizada. Rio de Janeiro: Forense, 1995. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. PARANÁ. TRT da 9ª Região. TRT-PR-39297-2008-008-09-00-0-ACO- 49499-2011 – 1A. TURMA. Relator: EDMILSON ANTONIO DE LIMA. Publicado no DEJT em 02-12-2011. Disponível em: <http://www.trt9.jus.br/internet_base/jurisprudenciaman.do?evento=Editar&chPl c=4632892> Acesso em: 30.09.2016. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas. 12. ed. São Paulo: LTr, 2014.
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