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CCJ0052-WL-B-APT-02-TP Redação Jurídica-Respostas Plano de Aula

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
002 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
1 de 6 
Data: 
30/07/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-002/WLAJ/DP 
TRABALHO PARA AV1 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-02 
 
Caso Concreto 
 
Agentes policiais militares à paisana, à noite, fora do horário de trabalho, em veículos particulares e usando 
armamento privado, dirigem-se a uma comunidade composta de pessoas de baixa renda e, lá, em ação 
coordenada, efetuam disparos de arma de fogo, vindo a matar friamente várias pessoas inocentes. Os crimes, 
conforme apurado, foram cometidos como retaliação contra medidas rigorosas tomadas pela Administração 
Pública para punir policiais militares que haviam cometido desvios de conduta. Dentre as vítimas está um rapaz 
de 25 anos de idade, morto quando se deslocava do trabalho para casa. 
A mãe, a irmã e a tia-avó da vítima, que com ela moravam, propõem ação de procedimento ordinário em 
face do Estado, pleiteando indenização por dano material, sob a forma de pensões mensais vencidas e vincendas, 
contadas da data do evento, com base nos ganhos mensais da vítima (estimados em R$ 1.000,00), considerando 
que a vítima contribuía para o pagamento das despesas da casa; indenização a título de luto, funeral e sepultura; 
pedem, também, indenização por danos morais. 
O Estado contesta a demanda, na qual argui, preliminarmente, a ilegitimidade ativa das autoras para 
pleitear indenização por danos morais, porque a vítima deixou um filho (não integrante do polo ativo da relação 
processual), de uma ex-companheira. Quanto ao mérito, sustentou que o Estado não pode ser responsabilizado 
civilmente porque os autores do crime não agiram no exercício de função pública. 
Finda a dilação probatória, ficam comprovados os fatos narrados na petição inicial. Houve regular 
intervenção do Ministério Público. 
 
Questão 
 
Realize uma pesquisa na Internet sobre casos de difícil solução, em virtude do ineditismo que apresentam e 
procure identificar como o judiciário resolveu a matéria. De posse desse material, traga uma cópia impressa do 
caso concreto para seu professor, a fim de que esse avalie se você compreendeu a oposição lógica formal X 
lógica do razoável materializada em um caso concreto. 
 
O caso concreto que apresentamos acima será debatido em aula. 
 
RESPOSTA: PESQUISA. 
 
01-Casos de Difícil Solução em Direito 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_dif%C3%ADcil_(direito) 
 
Caso difícil, também conhecido como hard case, é uma expressão utilizada por teóricos do direito 
para definir casos nos quais se verifica uma lacuna ou obscuridade na aplicação da lei ao caso 
concreto, e por isso, não existe um raciocínio lógico-dedutivo simples a partir de uma regra jurídica 
existente para a solução da controvérsia. 
 
Hard case segundo H. L. A. Hart 
 
Segundo Hart (representante do juspositivismo), a existência de casos difíceis se dá por conta 
da “textura aberta do direito”. Explica-se: para todas as regras há um “núcleo de certeza”, ou seja, 
existem casos que certamente são ou não regulamentados por determinada norma jurídica; mas 
também há uma “penumbra de dúvida”, ou seja, casos nos quais há incerteza ou ambiguidade na 
aplicação da norma. 
A lei não consegue prever todos os casos, e tal limitação é inerente à linguagem humana. 
Como exemplo, ele cita uma norma que proíbe veículos dentro de um parque; existem casos claros 
nos quais esta norma certamente se aplica (automóveis, por exemplo), mas existem casos mais 
duvidosos (bicicletas, aviões, patins), em que não há uma resposta certa. As formas de interpretação 
não podem eliminar estas incertezas, pois elas próprias se utilizam de termos que exigem 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
002 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
2 de 6 
Data: 
30/07/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-002/WLAJ/DP 
interpretação, e assim, não possuem objetividade. 
A teoria de Hart sustenta que, nestes casos, o juiz não apenas aplica as normas; ele as cria. 
Quando as regras não são claras, há um espaço para a discricionariedade do juiz. Ele poderia se 
apoiar em doutrina jurídica e jurisprudência para conferir racionalidade à sua decisão, mas o recurso 
a estas fontes não necessariamente fornecem uma única resposta correta. Por isso, ao decidir sobre 
estes casos, o juiz acaba por criar a norma que ele próprio irá aplicar ao caso concreto. Não há, 
assim, uma única resposta correta para solucionar um caso difícil. 
 
Hard case segundo Ronald Dworkin 
 
Para Dworkin (representante do jusmoralismo), quando não há nenhuma regra regulando o 
caso, ainda assim, uma das partes tem um direito a ser protegido – em outras palavras, não há uma 
criação discricionária do direito pelo juiz, como defende Hart. O juiz deve descobrir quais são os 
direitos das partes, e não inventar o direito. 
Dworkin não nega que os juízes divergem quanto à aplicação do direito em um hard case, mas 
isso não significa, para ele, que não há direito algum a ser aplicado nestes casos, e que o juiz “cria” o 
direito. Seu argumento é que, quando a verdade sobre determinado fato não é descoberta, isto não 
significa que a verdade não existe. Assim, para se buscar esta “verdade” (ou ao menos ficar o mais 
próximo possível dela), um juiz deverá seguir tanto a integridade textual (ajuste da justificativa de sua 
decisão à lei e à legislação) quanto a equidade política (respeito à opinião pública que levou às 
declarações realizadas no processo legislativo). Ambas as formas de interpretação deverão estar 
sujeitas ao tempo, e às mudanças principiológicas e políticas ocorridas após a edição da lei. 
Dworkin coloca, ainda, que esta diferenciação entre casos “fáceis” e “difíceis” é inútil; para 
tanto, ele usa como exemplo o caso Elmer, em que o neto assassinou o avô para receber a herança. 
Neste caso, não existe lacuna alguma na lei; a lei determina apenas que os netos recebem a herança 
dos avós, e ninguém, numa situação normal, acharia esta lei lacunosa. Porque neste caso se 
entendeu que há uma lacuna? Para Dworkin, não há lacuna; o que torna este caso “difícil” é apenas o 
fato de haver um argumento forte, contrário a nossos princípios, de que assassinos não poderão 
herdar da pessoa a quem eles assassinaram. Assim, todos os casos, dependendo do prisma em que 
são analisados, podem de alguma forma ser difíceis; não há necessidade desta diferenciação entre 
casos fáceis e difíceis na doutrina, sendo que a interpretação com base na integridade e na equidade 
deverá se dar em quaisquer desses casos. 
 
Hard case segundo Neil MacCormick 
 
De acordo com MacCormick, o hard case, que também é por ele chamado caso-problema, 
ocorre na medida em que há argumentos opostos e igualmente fortes em ambos os lados da questão, 
o que gera uma dificuldade em chegar a uma decisão que seja a melhor possível. 
Neste sentido – e concordando com Hart -, para ele em alguns casos pode haver mais de uma 
resposta razoável, ou um conjunto de respostas cuja irrazoabilidade não pode ser demonstrada. Isto 
porque, pessoas diferentes sopesam valores e interesses de maneira diferente, e é difícil ou mesmo 
impossível demonstrar que a abordagem de um é superior à de outro. É por isso que se torna 
necessário estabelecer autoridades encarregadas de tomar decisões, desde que sejam pessoas 
sábias e experientes, e desde que haja mecanismos de controle sobre suas decisões, pois esta é a 
melhor forma de se lidar com “o caráter não-unívoco do razoável”.02-Ponderação de princípios: A visão do STJ sobre direito à informação 
Fonte: 
http://www.conjur.com.br/2009-jul-19/leia-casos-stj-conflitos-entre-privacidade-direito-informacao 
 
O Superior Tribunal de Justiça publicou uma reportagem no seu site sobre os conflitos entre a 
garantia da honra e da imagem e a liberdade de expressão. O tribunal superior tem julgado inúmeros 
casos que pedem reflexão sobre quando deve prevalecer o direito de a sociedade ser informada ou o 
direito de as pessoas terem sua intimidade e honra resguardadas. 
O STJ tem se valido da técnica de ponderação de princípios para solucionar este tipo de 
conflito e vêm construindo jurisprudência considerável acerca do assunto. A reportagem diferencia os 
 
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Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
002 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
3 de 6 
Data: 
30/07/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-002/WLAJ/DP 
casos, narrando exemplos que buscam o equilíbrio entre a privacidade e o direito à informação, na 
maioria dos casos, em relação a notícias publicadas pela imprensa. 
 
Leia o texto 
 
A liberdade de informação e os chamados direitos da personalidade, como a honra e a 
imagem, são garantias que têm o mesmo status na Constituição. São cláusulas pétreas previstas na 
Lei Maior e prerrogativas fundamentais dos cidadãos. 
A livre circulação de informações é tida como imprescindível para a saúde das democracias. O 
Conselho Constitucional da França acaba de decidir, por exemplo, que o acesso à internet é um 
direito humano fundamental e que a publicação de opiniões na rede mundial representa uma forma 
de liberdade de expressão. 
No entanto, embora estejam previstos nas constituições, esses direitos nem sempre têm seu 
pleno exercício assegurado. Cada vez mais os cidadãos buscam o Judiciário para reparar violações e 
garantir essas prerrogativas. 
A popularização da internet e a multiplicação de veículos de comunicação especializados nos 
mais diversos assuntos, com o consequente aumento da circulação de informações na sociedade, 
têm levado os magistrados a apreciar, com frequência cada vez maior, um conflito de difícil solução: 
entre o direito de a sociedade ser informada e o direito de as pessoas terem sua intimidade e honra 
resguardadas, o que deve prevalecer? 
No Superior Tribunal de Justiça (STJ), esse choque de princípios vem sendo enfrentado pelos 
ministros, de maneira incidental, em inúmeros processos, pois a resposta a essa pergunta passa 
quase sempre por uma discussão de fundo constitucional, de competência do Supremo Tribunal 
Federal. 
Os diversos colegiados que compõem o Tribunal vêm construindo jurisprudência considerável 
acerca do assunto, sobretudo a partir de casos que envolvem pedidos de indenização por danos 
morais. São questões como uso de imagem, violação da honra, limites para divulgação pública de 
informações pessoais, tudo isso paralelo ao direito da sociedade de informar e ser informada pelos 
veículos de comunicação. 
 
Ponderação 
 
O STJ tem se valido da técnica de ponderação de princípios para solucionar o conflito. A 
decisão sobre qual lado da balança deve ter maior peso sempre ocorre de forma casuística, na 
análise do caso concreto, processo por processo. Ou seja, não há uma fórmula pronta: em alguns 
casos vencerá o direito à informação; em outros, a proteção da personalidade. 
O que norteia a aplicação desses princípios e a escolha de um ou outro direito é o interesse 
público da informação. Se uma notícia ou reportagem sobre determinada pessoa veicula um dado 
que, de fato, interessa à coletividade, a balança tende para a liberdade de imprensa. 
Se uma pessoa é prejudicada por uma notícia que se restringe à sua vida privada, haverá 
grande chance de ela obter indenização por ofensa à honra ou à intimidade. Prevalece, neste caso, o 
entendimento de que, embora seja relevante, o direito à informação não é uma garantia absoluta. 
Nesse sentido, uma decisão da 4ª Turma proferida em dezembro de 2007 é paradigmática: “A 
liberdade de informação e de manifestação do pensamento não constitui direitos absolutos, sendo 
relativizados quando colidirem com o direito à proteção da honra e da imagem dos indivíduos, bem 
como ofenderem o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”, escreveu o ministro 
Massami Uyeda, relator do recurso em questão (Resp 783.139). 
 
Veracidade das informações derruba pedido de indenização 
 
Algumas decisões do STJ levam em consideração que a verdade do que é publicado é 
condição indispensável para a configuração do interesse público da informação, o que evita a 
responsabilização civil de quem divulga a matéria. É o caso, por exemplo, do recurso (Resp 439.584) 
julgado em 2002 pela 3ª Turma. 
Na ocasião, os ministros compreenderam que, no plano infraconstitucional, o abuso do direito à 
informação está exatamente na falta de veracidade das afirmações divulgadas. E mais: entenderam 
 
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Turma A – Manhã - 2012.1 
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Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
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Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
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30/07/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-002/WLAJ/DP 
que o interesse público não poderia autorizar “ofensa ao direito à honra, à dignidade, à vida privada e 
à intimidade da pessoa humana”. 
A questão era, até então, apreciada sob o prisma da Lei de Imprensa, cuja 
inconstitucionalidade foi acolhida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O STJ, agora, utiliza a 
legislação civil, além da própria Constituição para solucionar os conflitos. 
Em maio último, a 3ª Turma julgou o primeiro recurso (Resp 984803) sobre responsabilidade 
de veículo de comunicação após a retirada da Lei de Imprensa do ordenamento jurídico. A decisão 
sobre o caso, relatado pela ministra Nancy Andrighi, criou um precedente que deverá nortear os 
próximos julgamentos do STJ em situações semelhantes. 
O recurso foi interposto pela TV Globo com o intuito de alterar uma decisão de segunda 
instância que havia condenado a emissora a pagar indenização por ter veiculado reportagem no 
programa Fantástico na qual relacionava um jornalista à “máfia das prefeituras” no Espírito Santo. 
A decisão do STJ de afastar a indenização tornou-se uma espécie de libelo a favor da 
liberdade de imprensa com responsabilidade. No voto, a ministra relatora debruçou-se sobre a 
natureza do processo de produção de notícias, reconhecendo não ser possível exigir que a mídia só 
divulgue fatos após ter certeza plena de sua veracidade. 
“Impor tal exigência à imprensa significaria engessá-la e condená-la a morte”, afirmou. “O 
processo de divulgação de informações satisfaz verdadeiro interesse público, devendo ser célere e 
eficaz, razão pela qual não se coaduna com rigorismos próprios de um procedimento judicial”, 
acrescentou. 
Seguindo o voto da relatora, os ministros do colegiado entenderam que a reportagem não 
havia feito afirmação falsa e que, como o programa não agira de maneira culposa, não deveria arcar 
com a indenização. “O veículo de comunicação exime-se de culpa quando busca fontes fidedignas, 
quando exerce atividade investigativa, ouve as diversas partes interessadas e afasta quaisquer 
dúvidas sérias quanto à veracidade do que divulgará. Pode-se dizer que o jornalista tem um dever de 
investigar os fatos que deseja publicar”, ressaltou a ministra. 
 
Direito de personalidade é mais flexível para pessoas notórias 
 
O conflito entre liberdade de informação e direitos da personalidade também se apresenta com 
regularidade em processos julgados pelo STJ cujas partes são pessoascom notoriedade, como 
artistas, políticos, empresários. A jurisprudência brasileira reconhece que essas pessoas têm proteção 
mais flexível dos direitos relativos à sua personalidade, como a imagem e a honra. 
O entendimento do STJ, entretanto, é que mesmo pessoas notórias têm direito a uma esfera 
privada para exercer, livremente, sua personalidade. E, exatamente por terem esse direito, não 
podem ser vítimas de informações falsas ou levianas destinadas a aumentar a venda de 
determinadas publicações ou simplesmente ofensivas. 
Esse posicionamento ficou claro no julgamento recente de dois recursos apreciados pela 3ª e 
pela 4ª Turma. O primeiro processo (Resp 984.803) teve origem com a divulgação por uma revista de 
fotos de um conhecido ator de tevê casado. As imagens o mostravam beijando outra mulher. O 
segundo (Resp 706.769) envolveu a veiculação por uma rádio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, 
de informações ofensivas à prefeita da cidade. 
O STJ manteve a decisão da segunda instância da Justiça fluminense, que havia condenado a 
editora da revista a indenizar o artista. O fundamento da decisão foi exatamente que o ator, pessoa 
pública conhecida por participar de várias novelas, possui direito de imagem mais restrito, “mas não 
afastado”. Os ministros concluíram que houve abuso no uso da imagem, publicada com “nítido 
propósito de incrementar as vendas” da revista. 
A tese de que pessoas notórias, embora de maneira mais restrita, têm direito a prerrogativas 
inerentes à sua personalidade também alcança os políticos. No recurso envolvendo a rádio de 
Mossoró, o STJ, favorável aos argumentos apresentados pela prefeita, definiu que o limite para o 
exercício da liberdade de informação é a honra da pessoa que é objeto da informação divulgada. 
No voto que orientou a decisão no processo, o relator, ministro Luis Felipe Salomão, explicitou 
esse entendimento: “Alguns aspectos da vida particular de pessoas notórias podem ser noticiados. No 
entanto, o limite para a informação é o da honra da pessoa”, escreveu. “Notícias que têm como objeto 
pessoas de notoriedade não podem refletir críticas indiscriminadas e levianas, pois existe uma esfera 
íntima do indivíduo, como pessoa humana, que não pode ser ultrapassada”, acrescentou. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
002 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
5 de 6 
Data: 
30/07/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-002/WLAJ/DP 
 
Notícia deve considerar presunção de inocência do acusado 
 
O mesmo raciocínio jurídico aplicado às pessoas notórias também é utilizado por alguns 
ministros do STJ na apreciação de ações e recursos que tratam de questões como a dos crimes 
contra a honra: calúnia, injúria e difamação. Nesses processos de natureza penal, também é 
frequente os julgadores se depararem com a colisão entre a liberdade de informação e os direitos da 
personalidade. 
Na esfera penal, vê-se a presença de mais um elemento comum nas decisões do STJ que 
lidam com o assunto: o princípio da não culpabilidade. Também expresso na Constituição como 
garantia fundamental dos cidadãos, o princípio informa que ninguém pode ser considerado culpado 
até o trânsito em julgado (esgotamento da possibilidade de recurso) de uma decisão judicial 
condenatória. 
Para parte dos ministros do STJ, ao divulgar informações sobre pessoas que são acusadas em 
investigações criminais da polícia ou que figuram como réus em ações penais, os veículos de 
comunicação devem sempre levar em conta a presunção de inocência. Isso não significa limitar o 
livre fluxo de informações, mas sim um alerta para que as informações sejam divulgadas de forma 
responsável, de maneira a não violar outros direitos de investigados, por exemplo, a honra. 
Esse entendimento fica claro no voto apresentado pelo ministro Hamilton Carvalhido em 2005, 
num julgamento de uma ação penal (Apn 388) pela Corte Especial do STJ. O ministro chamou a 
atenção para a imprescindibilidade do direito à livre informação, algo que considera “fundamental à 
democracia”, mas ressaltou que ela encontra limites na própria Constituição. 
Segundo o ministro, embora livres e independentes no direito e dever de informar a sociedade, 
os meios de comunicação estão limitados no Estado de direito às garantias fundamentais, entre as 
quais “[...] a honra das pessoas que, em tema de repressão ao crime e à improbidade, há de estar 
permanentemente sob a perspectiva da presunção de não culpabilidade, por igual, insculpida na 
Constituição da República”. 
 
Quando a privacidade sucumbe ao direito à informação 
 
Se, por um lado, a liberdade de informar encontra barreira na proteção aos direitos da 
personalidade, decisões do STJ evidenciam que, em diversas ocasiões, prevaleceu a livre 
informação, como nas hipóteses em que as partes processuais provocam o interesse jornalístico para 
depois, a pretexto de terem sua honra ou imagem violadas, buscar indenizações na Justiça. 
Ministros do Tribunal reconhecem que profissionais de distintas áreas, a exemplo de atores, 
jogadores e até mesmo pessoas sem notoriedade se beneficiam da mídia para catapultar suas 
carreiras. Nesses casos, é claro, as manifestações judiciais, na maioria das vezes, não reconhecem 
ofensa às prerrogativas da personalidade. 
Num recurso julgado em 2004 (Resp 595600), o ministro Cesar Rocha, atual presidente do 
STJ, enfrentou a questão como relator. O caso envolvia a publicação em um jornal local da foto de 
uma mulher de topless numa praia em Santa Catarina. A mulher recorreu à Justiça reclamando 
indenização por danos morais e, após vários recursos, o caso chegou ao STJ. 
O ministro Cesar Rocha não conheceu do recurso interposto pela suposta vítima, entendendo 
que a proteção à privacidade estaria limitada pela própria exposição pública realizada por ela de seu 
próprio corpo. “Não se pode cometer o delírio de, em nome do direito de privacidade, estabelecer-se 
uma redoma protetora em torno de uma pessoa para torná-la imune de qualquer veiculação atinente 
a sua imagem”, sustentou o ministro. E completou: “Se a demandante expõe sua imagem em cenário 
público, não é ilícita ou indevida sua reprodução pela imprensa.” 
O atual presidente do STJ manifestou-se da mesma forma em outro processo, o Resp 58.101, 
que se tornou paradigma em casos que discutem o direito à imagem. Tratava-se do pagamento de 
indenização a uma famosa atriz e modelo por uso indevido de sua imagem numa revista. 
Ao se manifestar no caso, o relator deu razão à atriz, afirmando que, por se tratar de direito 
personalíssimo, sua imagem só poderia ser utilizada se autorizada por ela. O ministro ressaltou que a 
exposição pública de imagem deve condicionar-se à existência de interesse jornalístico que, segundo 
ele, tem como referencial o interesse público. O magistrado, entretanto, ponderou que a disciplina 
jurídica é diferente nos casos em que a imagem é captada em cenário público ou de maneira 
 
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30/07/2013 
 
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espontânea. 
 
REsp 595600, REsp 58101, REsp 984803, REsp 783139, REsp 818764, Apn 388, REsp 141638, 
REsp 883630, REsp 1025047, Resp 1053534 
 
03- REsp 595600 
Fonte: http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/detalhe.asp?numreg=200301770332 
 
PROCESSO : REsp 595600 UF: SC REGISTRO: 2003/0177033-2 
 
NÚMERO 
ÚNICO : - 
 RECURSO ESPECIAL VOLUMES: 2 APENSOS: 0 
 
 
AUTUAÇÃO: 29/09/2003 
RECORRENTE : MARIA APARECIDA DE ALMEIDA PADILHA 
RECORRIDO : RBS ZERO HORA EDITORA JORNALÍSTICA S/A 
RELATOR(A) : Min. CESAR ASFOR ROCHA - QUARTA TURMA 
ASSUNTO : DIREITO CIVIL - Responsabilidade Civil - Indenização por Dano Moral 
LOCALIZAÇÃO : Saída para SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL em 08/10/2004 
TIPO : Processo Físico 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 595.600 - SC (2003/0177033-2) 
RELATOR : MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA 
RECORRENTE : MARIA APARECIDA DE ALMEIDA PADILHA 
ADVOGADO : JOÃO JANNIS JUNIOR E OUTRO 
RECORRIDO : ZERO HORA EDITORA JORNALÍSTICA S/A 
ADVOGADO : DANIELA DE LARA PRAZERES E OUTROS 
EMENTA 
DIREITO CIVIL. DIREITO DE IMAGEM. TOPLESS 
PRATICADO EM CENÁRIO PÚBLICO. 
Não se pode cometer o delírio de, em nome do direito de privacidade, estabelecer-se uma 
redoma protetora em torno de uma pessoa para torná-la imune de qualquer veiculação atinente a sua 
imagem. 
Se a demandante expõe sua imagem em cenário público, não é ilícita ou indevida sua 
reprodução pela imprensa, uma vez que a proteção à privacidade encontra limite na própria 
exposição realizada. 
Recurso especial não conhecido. 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Srs. 
Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas 
taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro 
Relator. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Fernando Gonçalves, Aldir Passarinho Junior e 
Barros Monteiro. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. 
Brasília, 18 de março de 2004 (data do julgamento). 
MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA, Relator 
 
 
 
____________________________________ 
 
Waldeck Lemos de Arruda Junior 
 
 
==XXX==

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