Buscar

CCJ0052-WL-B-APT-06-TP Redação Jurídica-Respostas Plano de Aula

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
006 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
1 de 2 
Data: 
27/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-006/WLAJ/DP 
TRABALHO PARA AV1 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-06 
 
Questão 
 
Leia o caso concreto que segue e produza um relatório jurídico adequado a um parecer em grau de recurso, 
ou seja, um parecer que instrua o pedido de reforma da sentença. 
 
Juiz manda soltar grávida que tentou furtar xampu 
 
Um juiz de Goiás aplicou o princípio da insignificância (não positivado no ordenamento jurídico) e mandou 
soltar mulher que furtou xampu de supermercado. "Tanto no aspecto jurídico quando no social não se depreende 
que a prisão da indiciada seja recomendada", afirmou em seu despacho o juiz Wilson Safatle, que considerou 
tratar-se de crime de bagatela e mandou expedir o alvará de soltura da mulher. 
A doméstica Regina Rocha de Carvalho foi presa em flagrante no sábado (21/1), quando tentava furtar um 
xampu do supermercado Bom Preço, de Goiânia. A tentativa de furto foi notada pelo proprietário do 
estabelecimento. Segundo ele, Regina pegou alguns produtos, pelos quais pagou devidamente, mas guardou na 
blusa um xampu, que custa R$ 3,75. Surpreendida, Regina foi detida e encaminhada à delegacia, onde foi presa. 
O juiz observou que, ao depor, a mulher confessou o crime e se disse arrependida. Também levou em 
consideração o fato de tratar-se de pessoa que possui apenas o primeiro ano primário, estar desempregada, 
grávida e ser responsável pela mãe, que é cega. Além disso não tinha antecedentes criminais. Ele acrescentou 
que o supermercado não sofreu maiores prejuízos já que recuperou o xampu. 
Processo 2006.002.610.20 
Revista Consultor Jurídico, 24 de janeiro de 2006 
 
RESPOSTA: 
 
PARECER 
 
EMENTA: FURTO. Princípio da Insignificância – 
Impunidade – Furto Privilegiado – Coercividade Estatal - 
Manutenção da Ordem Social. Parecer favorável à 
condenação por crime tipificado no Art. 155, §2º do Código 
Penal. 
 
Conforme estabelecido nos autos, no dia 21 de janeiro, a Ré, de forma consciente e voluntária, tentou 
subtrair, em proveito próprio, um xampu no valor de R$ 3,75 (três reais e setenta e cinco centavos) do 
supermercado Bom Preço, de Goiânia. Surpreendida pelo proprietário do estabelecimento foi detida e 
encaminhada à delegacia, onde foi presa. 
Em primeira instância, a Ré foi absolvida com base no princípio da insignificância – o qual tem o 
sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, ou seja, não considera o ato praticado como um 
crime, por isso, sua aplicação resulta na absolvição do réu e não apenas na diminuição e substituição da pena ou 
não sua não aplicação. No caso em questão foram observados os requisitos necessários que justificaram a 
aplicação pelo magistrado do princípio da insignificância, tais como: (a) a mínima ofensividade da conduta do 
agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do 
comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada (baixo valor). 
Entretanto, devemos ressaltar que tal princípio não está positivado no ordenamento jurídico, além do 
fato que o seu reconhecimento “vulgariza” a prática de delitos contra o patrimônio alheio, e também causa 
insegurança na sociedade em relação à capacidade do Estado em manter a ordem social. 
Cabe ao Estado, evitar que as condutas que agridem o direito alheio não devam passar despercebidas. O 
fato das alegações da Ré possuir baixa escolaridade, estar desempregada, grávida, ser responsável pela mãe, 
que é cega, e não ter antecedentes criminais, não justificam a prática de atos ilícitos e tipificados pelo 
ordenamento jurídico, nem são causas que permitam lesionar o direito do próximo, causando à vitima 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
006 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
2 de 2 
Data: 
27/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-006/WLAJ/DP 
insegurança jurídica e não acreditar na capacidade punitiva do sistema judicial. 
Têm-se observado que pequenos furtos tornaram-se prática diária em estabelecimentos comerciais de todo 
porte. E delitos dessa natureza não devem ficar impunes. É de suma importância ressaltar, que para as 
hipóteses de subtração de bem de pequeno valor, o legislador criou a figura do furto privilegiado, prevista no 
parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal, que não se confunde com a conduta atípica, penalmente irrelevante. 
 
Parecer desfavorável à tese da defesa. 
 
Deve a Ré, então, responder penalmente pelo crime, vez que o fato é típico e ilícito, e, assim sendo, 
dotado de culpabilidade. Elementos estes que alcançam o dever de punir do Estado, além da manutenção da 
credibilidade do Poder judiciário e também da Ordem Social. 
 
Ante o exposto, opino pela Culpabilidade da Ré, com reforma da sentença, baseado no delito tipificado no 
parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal. É o parecer, salvo melhor juízo. 
 
Recife, 27 de agosto de 2013. 
 
____________________________________ 
Advogado 
OAB 
 
 
____________________________________ 
 
Waldeck Lemos de Arruda Junior 
 
 
==XXX==

Outros materiais