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CCJ0052-WL-A-RA-13-TP Redação Jurídica-Produção de Parecer Completo

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Teoria e Prática da Redação Jurídica
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	Plano de Aula: Teoria e Prática da Redação Jurídica
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Título
Teoria e Prática da Redação Jurídica.
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
13.
Tema
Produção de Parecer completo: ementa, relatório, fundamentação, conclusão e parte autenticativa.
Objetivos
● Produzir Parecer jurídico;
● Desenvolver o raciocínio jurídico-argumentativo do futuro profissional do Direito.
Estrutura do Conteúdo
1. Ementa;
2. Relatório;
3. Fundamentação;
4. Conclusão;
5. Parte autenticativa.
Aplicação Prática Teórica
O parecer é um documento produzido, sob embasamento técnico ou jurídico, para que produza efeito esclarecedor e orientador. No plano jurídico, pode ser redigido em razão de três situações:
Parecer em procedimento processual - (...) é elaborado por determinação legal, pelos membros do Ministério Público. É o chamado parecer de ofício, prolatado nos autos pelo Procurador de Justiça que, na sua condição de fiscal da lei, tem por exercício funcional opinar na questão discutida dentro dos autos. O MP, então, emite parecer em ação civil pública, ação de alimentos, ação popular, ação de investigação de paternidade, etc.
Parecer em consulta - Para atender livre consulta por parte de pessoas que desejam ver algum assunto refletido exegeticamente por profissionais do direito (...).
Parecer em procedimento administrativo público - Para servir de orientação administrativa no serviço público e é geralmente prolatado por funcionários, cujo cargo público tenha por determinação opinar juridicamente.
Observação: em qualquer dessas três situações, um parecer precisará conter qualidade opinativa, devidamente substanciada de lógica, de fundamentação que lhe dêem credibilidade para seu convencimento.
Logo o parecer é um valioso documento que precisa ser bem produzido.
Quem produz parecer técnico no universo jurídico?
● Ministério público (Procuradores de Justiça);
● Advogados especializados (geralmente);
● Servidores públicos credenciados;
● Procuradores autárquicos e de outros órgãos.
A forma de um parecer jurídico
Não existe uma forma definida por qualquer dispositivo legal para apresentação de um parecer [...], portanto na CF, art. 129, VIII, e na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei 8.625/93, conhecida pela sigla LONMP) há a recomendação (art. 43, III) de que é dever do Ministério Público sempre indicar os fundamentos jurídicos em seus pronunciamentos processuais. Aliás, ressalte-se, nenhum parecer pode deixar de ter fundamentos.
(Revista Redação Jurídica: a palavra do advogado.
Rio de Janeiro: Edipa Ltda., nº8, 2004.)
Estrutura formal do Parecer
PARECER
(Pular 2 linhas)
EMENTA
(Pular 1 linha)
 
 
 
 
 
 
 
(Pular 2 linhas)
RELATÓRIO
(Pular 1 linha)
 
 
 
 
 
 
 
 
É O RELATÓRIO.
(Pular 2 linhas)
FUNDAMENTAÇÃO
(Pular 1 linha)
 
 
 
 
 
 
 
 
(Pular 2 linhas)
CONCLUSÃO
(Pular 1 linha)
 
 
É O PARECER.
(Pular 2 linhas)
PARTE AUTENTICATIVA
Data
Assinatura
Nº da Carteira funcional do Especialista
QUESTÃO
Fundamentar é produzir, por meio de uma ação lingüística, um sentimento de convicção. Leia atentamente o caso concreto e, a seguir, considerando todas as orientações dadas em aula, faça o que se pede.
Elabore um parecer técnico-formal em que se observem os seguintes elementos:
Ementa;
Relatório;
Fundamentação;
Conclusão e parte autenticativa.
Orientações: a fundamentação deverá ser desenvolvida em, no mínimo, vinte e cinco (25) linhas e apresentar argumentos pró-tese, de oposição à tese, por autoridade e de causa e efeito.
Ao desenvolver o seu texto, considere, além da norma culta da língua, adequação vocabular, coesão e coerência textual, os conceitos de simplicidade e de elegância, resultados de uma escrita conscientemente planejada.
Caso Concreto
Alfredinho Pitanga, enfurecido com sua amásia Natalina Maria de Jesus, que não lhe preparara o jantar, no seu retorno do botequim, onde ingerira algumas doses de cachaça, agrediu-a com uma faca de cozinha, causando-lhe ferimentos profundos na região do tórax. Socorrida imediatamente por vizinhos, Natalina Maria foi levada a um hospital e submetida à intervenção cirúrgica. Em razão da gravidade de seu estado de saúde, ficou internada, vindo a falecer quarenta dias após a data do fato.
Apanhado que foi em estado de flagrante delito, Alfredinho permaneceu preso e o Ministério Público aditou a denúncia para adequar o fato ao tipo definido no art. 121, § 2º, Inciso II do CP, isso porque restou evidenciado que a morte da vítima decorreu dos ferimentos causados por Alfredinho.
No curso da ação penal, surgiram indícios de insanidade mental de Alfredinho, razão pela qual, o magistrado determinou a instauração do processo incidente. Os peritos concluíram que Alfredinho era mentalmente são, ao tempo do crime, e que sua incapacidade absoluta de compreender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento era superveniente.
Art. 121, § 2º, Inciso II do CP
Art. 121 - Matar alguém:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
Homicídio qualificado
§ 2º - Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Se julgar pertinente, recorra às seguintes fontes:
Art. 26 do CP: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Art. 152 do CPP: Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2° do art. 149.
§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.
§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade dereinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença.
RESPOSTA:
PARECER
EMENTA
HOMICÍDIO QUALIFICADO. Direito à Vida - Motivo Fútil – Insanidade Mental. Parecer favorável à condenação.
RELATÓRIO
Trata-se de Homicídio Qualificado por Motivo Fútil.
O Réu Alfredinho Pitanga, após ter ingerido em um botequim algumas doses de bebida alcoólica (cachaça), ao retornar a sua residência constatou que o jantar não havia sido preparado por sua amásia Natalina Maria de Jesus, motivo pelo qual a agrediu com uma faca de cozinha, causando-lhe ferimentos profundos na região do tórax.
Socorrida imediatamente por vizinhos, Natalina Maria foi levada a um hospital e submetida à intervenção cirúrgica. Em razão da gravidade de seu estado de saúde, ficou internada, vindo falecer quarenta dias após a data do fato.
Apanhado que foi em estado de flagrante delito, Alfredinho permaneceu preso e o Ministério Público aditou a denúncia para adequar o fato ao tipo definido no art. 121, § 2º, Inciso II do CP, isso porque restou evidenciado que a morte da vítima decorreu dos ferimentos causados por Alfredinho.
No curso da ação penal, surgiram indícios de insanidade mental de Alfredinho, razão pela qual, o magistrado determinou a instauração do processo incidente. Os peritos concluíram que Alfredinho era mentalmente são, ao tempo do crime, e que sua incapacidade absoluta de compreender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento era superveniente.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
(Pró-tese) O Réu Alfredinho Pitanga deve ser responsabilizado por homicídio qualificado porque causou a morte da Sra. Natalina Maria de Jesus, e também por ter sido causado por motivo fútil, além o fato do mesmo encontrar-se em estado de embriaguês no momento de cometimento do delito e não ter prestado socorro à vítima.
(Oposição) Embora a defesa possa alegar insanidade mental do Réu, tal fato não deve ser levado em consideração, pois os peritos concluíram que Alfredinho era mentalmente são, ao tempo do crime, e que sua incapacidade absoluta de compreender o caráter criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento era superveniente.
(Autoridade) Conforme a legislação brasileira todo aquele que matar alguém por motivo fútil deve responder penalmente pelo crime de Homicídio Qualificado (Art. 121, § 2º, Inciso II do Código Penal), como o Réu cometeu o delito pelo simples fato da vítima não ter preparado o jantar, deve o fato do mesmo ser enquadrado na devida norma.
(Causa e efeito) O Réu agrediu a Sra. Natalina Maria de Jesus com uma faca de cozinha, causando-lhe ferimentos profundos na região do tórax o que levou ao seu falecimento 40 dias após sua internação hospitalar.
CONCLUSÃO
Ante o exposto, opino pela Condenação por Homicídio Qualificado por motivo fútil, conforme o artigo 121, § 2º, Inciso II do Código Penal. É o parecer, salvo melhor juízo.
Recife, 12 de novembro de 2013.
Waldeck Lemos de Arruda Júnior
Mat. 201201140749
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	13ª AULA – Parecer Completo
	
	Parecer Completo – Revisão.
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	13ª AULA – VER
	
	Teoria e Prática da Redação Jurídica
Professora Alda da Graça Marques Valverde
Aula 13
Produção de Parecer completo: ementa, relatório, fundamentação, conclusão e parte autenticativa.
Objetivos:
- Produzir Parecer jurídico;
- Desenvolver o raciocínio jurídico-argumentativo do futuro profissional do Direito.
Estrutura do Conteúdo:
1. Ementa;
2. Relatório;
3. Fundamentação;
4. Conclusão;
5. Parte autenticativa.
Aplicação e prática teórica
O parecer é um documento produzido, sob embasamento técnico ou jurídico, para que produza efeito esclarecedor e orientador. No plano jurídico, pode ser redigido em razão de três situações:
Parecer em procedimento processual - (...) é elaborado por determinação legal, pelos membros do Ministério Público. É o chamado parecer de ofício, prolatado nos autos pelo Procurador de Justiça que, na sua condição de fiscal da lei, tem por exercício funcional opinar na questão discutida dentro dos autos. O MP, então, emite parecer em ação civil pública, ação de alimentos, ação popular, ação de investigação de paternidade, etc.
Parecer em consulta - Para atender livre consulta por parte de pessoas que desejam ver algum assunto refletido exegeticamente por profissionais do direito (...).
Parecer em procedimento administrativo público - Para servir de orientação administrativa no serviço público e é geralmente prolatado por funcionários, cujo cargo público tenha por determinação opinar juridicamente.
Observação: em qualquer dessas três situações, um parecer precisará conter qualidade opinativa, devidamente substanciada de lógica, de fundamentação que lhe dêem credibilidade para seu convencimento.
Logo o parecer é um valioso documento que precisa ser bem produzido.
Quem produz parecer técnico no universo jurídico?
● Ministério público (Procuradores de Justiça);
● Advogados especializados (geralmente);
● Servidores públicos credenciados;
● Procuradores autárquicos e de outros órgãos.
A forma de um parecer jurídico
Não existe uma forma definida por qualquer dispositivo legal para apresentação de um parecer [...], portanto na CF, art. 129, VIII, e na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei 8.625/93, conhecida pela sigla LONMP) há a recomendação (art. 43, III) de que é dever do Ministério Público sempre indicar os fundamentos jurídicos em seus pronunciamentos processuais. Aliás, ressalte-se, nenhum parecer pode deixar de ter fundamentos.
(Revista Redação Jurídica: a palavra do advogado.
Rio de Janeiro: Edipa Ltda., nº8, 2004.)
Caso concreto para a elaboração de um parecer:
Regina Duarte, 35 anos, casou-se com Ivanildo Peixoto Vieira, 38 anos. Após três anos de casados, tiveram uma filha, P. L. D., atualmente com 4 anos. Antes de nascer a menina, viviam razoavelmente bem, embora os ciúmes de Regina atrapalhassem um pouco a relação.
Com o nascimento da criança, por ter que ficar mais tempo em casa cuidando da menina, as brigas se tornaram mais constantes.
Ivanildo disse: “Pedi a separação, mas Regina não admitiu tal decisão. Nos separamos de forma litigiosa. Regina deixou a menina comigo. Ela disse que não tinha dinheiro nem paciência para cuidar da criança. Com a ajuda da minha mãe, assumi a guarda de fato da minha filha.” Ele afirmou que deixa a filha na creche, via para o hospital São Francisco, onde faz um estágio e, à noite, frequentava um curso de enfermagem. Nesse período, deixa a filha aos cuidados da avó.
Em 12/09/2005, Regina procurou o marido e disse que ia querer a filha de volta. Ivanildo, então, propôs uma ação de guarda da criança. Ao saber disso, Regina decidiu pedir a guarda e posse da filha. Disse que já tem condições de cuidar da criança, porque está empregada na empresa XXXXX, onde recebe R$ 416,50. Afirmou que o pai não tem possibilidades de cuidar da menina, porque só recebe R$ 200,00, como estagiário do Hospital São Francisco e que larga a criança, à noite, com a avó. Acrescentou: “Na petição eles mentiram! Não abandonei minha filha, estava muito descontrolada, eu e o pai deixamos ela com a avó. Agora já tenho condições de cuidar da minha menina.”
Ivanildo disse: “Eu e Regina não nos damos bem. Ela faz cenas de ciúmes sempre que a gente se encontra. Quero que a justiça me conceda a guarda da minha filha, mas não posso pagar por isso.”
Não houve conciliação e o juiz concedeu a guarda provisória à avó. Foi solicitado estudo social do caso. Este se encontra a fls. Na fl. 28, se lê que “sob a guarda do pai, P. está convivendo em ambiente salutar, propício ao seu desenvolvimento, não havendo razões plausíveis, neste momento, que justifiquem uma mudança”. Na fl. 29, está registrado: “Assim, a partir dasituação apresentada, das considerações pertinentes e, de acordo com a percepção de sentimentos e emoções expressados, do ponto de vista social, neste momento, somos de parecer favorável à permanência de P. L. D. V. sob a guarda do genitor, Sr. I. P. V.”
Testemunhas ouvidas em audiência, (fls. 48/51) afirmaram que a criança está feliz com o pai, que ele é muito dedicado. 
O juiz decidiu procedente, em parte, o pedido e deferiu ao pai e à mãe a guarda alternada da menina (fls. 58/71) 
Regina não concordou e disse: “Isso vai ser péssimo para a cabecinha da minha filha: ela só tem 4 anos! Eu tenho mais condição de cuidar dela do que o pai. Vou deixar ele visitar ela sempre.”
Ivanildo argumentou: “Nem pensar, dividir a guarda com a Regina! Nós brigamos muito: isso vai deixar nossa filha confusa! Ela abandonou a menina, foi cuidar da vida dela e agora vem disputar a criança comigo! Sempre cuidei muito bem da nossa filha e posso continuar cuidando. Vou lutar até o fim pela guarda dela.”
Exemplo de um parecer completo
Ementa
DISPUTA PELA GUARDA DE MENOR – Separação litigiosa – Guarda provisória com a avó paterna – Alegação da mãe de melhor condições de assistência à filha — Decisão pela guarda alternada – Apelação dos pais contra a guarda alternada – Avaliação da assistência social favorável ao pai – Bem-estar da menor – Inteligência do artigo 1584 CC – Parecer favorável ao pai.
Relatório
Trata-se da disputa da guarda de P. L. D., quatro anos, entre Regina Duarte, 35 anos, divorciada, comerciaria e Ivanildo Peixoto Vieira, 38 anos, divorciado. O fato teve início em 12/09/05.
Segundo Ivanildo, após sete anos de casamento, separou-se judicialmente de sua esposa. Como ela não tinha condições financeiras de educar a criança e garantir a sua manutenção, além de estar passando por um período de instabilidade emocional, a guarda de fato da menor lhe foi concedida. Afirmou que não mantém um bom relacionamento com a mulher, já que ela nunca admitiu a separação e frequentemente promove cenas de ciúmes quando se encontram.
Relatou que a criança frequenta a creche e que, quando vai para o curso de Enfermagem, à noite, ela fica sob os cuidados da avó paterna. Requereu assistência judiciária gratuita, a guarda da filha e a procedência da ação.
Frustrada a tentativa de conciliação, o juiz deferiu a guarda provisória à avó paterna. Regina contestou, dizendo da mentira das afirmações constantes da exordial e que os litigantes, de comum acordo, deixaram a filha sob a responsabilidade da avó paterna, a quem deram a guarda de fato da criança. Entretanto, entende que o autor não tem condições de cuidar de P. L. D. V. porque não trabalha e recebe apenas uma bolsa do Hospital São Francisco, no valor de R$ 200,00 mensais. Ademais, além de passar todas as manhãs nesse hospital, o autor frequenta o curso de enfermagem noturno. Disse que, quando deixou a filha aos cuidados da avó, não tinha condições de sustentá-la, situação já superada, pois trabalha na XXXX, recebendo salário de R$ 416,50 mensais. Requereu o deferimento da guarda de P. L. D. V. em seu favor.
O estudo social foi apresentado a fls. 23/29. Nele registrou-se que “sob a guarda do pai, P. está convivendo em ambiente salutar, propício ao seu desenvolvimento, não havendo razões plausíveis, neste momento, que justifiquem uma mudança”.
E ainda, “Assim, a partir da situação apresentada, das considerações pertinentes e, de acordo com a percepção de sentimentos e emoções expressados, do ponto de vista social, neste momento, somos de parecer favorável à permanência de P. L. D. V. sob a guarda do genitor, Sr. I. P. V.”(fl. 29).
Em audiência, realizou-se a oitiva das testemunhas (fls. 48/51), que relataram que o pai é extremamente dedicado e que a criança demonstra estar feliz em sua companhia.
O MM. Juiz de Direito julgou procedente em parte o pedido, deferindo a ambos os genitores a guarda alternada de P. L. D. V. (fls. 58/71).
Regina apelou, dizendo que a guarda alternada trará prejuízos ao desenvolvimento psíquico da criança, que conta apenas quatro anos de idade, sendo ela, a mãe, a que melhores condições reúne para cuidar da filha.
Afirmou ainda que não criará dificuldades para que o pai visite a menina e requereu a guarda definitiva de P. L. D. V.
Ivanildo também apelou, afirmando que a guarda alternada irá prejudicar o desenvolvimento emocional de P. L. D. V., pois os litigantes não se relacionam de forma harmoniosa. Salientou ter melhores condições para cuidar e educar a filha, já que Regina deixou de priorizar a criança para tratar de interesses pessoais logo após a separação do casal. Aduziu estar com a guarda de fato da filha, inexistindo motivos que justifiquem a mudança na rotina de P. L. D. V.
Requereu o deferimento da guarda da filha em seu favor.
É o Relatório.
Fundamentação
As constantes alterações e a forma de convívio no mundo contemporâneo deixam cicatrizes profundas para as gerações futuras. Convivemos com um crescente clima de separações. A família, considerada a célula mater da sociedade, rompe-se com a mesma facilidade com que se cria. O resultado deste rompimento, por vezes, é o fruto desta cisão virar objeto de contenda. Cabe ao judiciário interferir, como mão mais forte, e garantir a este inocente a melhor condição para o seu desenvolvimento.
Ressalte-se que, conforme consta dos autos, tal condição está presente no convívio atual desta criança com seu pai, porque o ambiente em que ela se encontra é salutar. E também foram verificadas as condições propícias para o seu desenvolvimento, não havendo, portanto, razões que justifiquem a alteração. Além disso, Ivanildo tem demonstrado preocupação em oferecer estabilidade emocional à criança, porquanto, nos momentos em que se empenha em progredir na vida, mediante os estudos noturnos, deixa-a aos cuidados zelosos de sua mãe.
Não podemos esquecer que a inteligência do artigo 1584 do Código Civil institui que, a partir da separação judicial, a guarda dos filhos deverá ser atribuída a quem revelar melhores condições de assumi-la. Com efeito, confirma-se, mediante os fatos anteriormente enunciados, que a situação deve ser mantida em seu status quo.
Importa avaliar que, embora a mãe argumente que tem condições de sustentar a criança, esta possibilidade não remete, diretamente, ao interesse ou bem-estar da menina, visto que, nas condições atuais, esta e outras necessidades estão plenamente preenchidas. Assim, a melhor condição para a menor não seria a alteração da guarda, transformando um desenvolvimento encaminhado numa aposta vã.
Em relação à guarda compartilhada, anteriormente deferida, fica clara a sua impossibilidade, devido aos intermitentes conflitos entre os litigantes, o que iria prejudicar o desenvolvimento da criança, que seria colocada em linha de confronto. Tal entendimento é reforçado pela decisão proferida no Rio Grande do Sul pela 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, nos autos de Agravo interno n. 70010991990, de que foi relatora a Desembargadora Maria Berenice “Descabido impor a guarda compartilhada, que só obtém sucesso quando existe harmonia e convivência pacífica entre os genitores”.
Dessa forma, por considerar que o bem-estar da criança deva prevalecer acima de qualquer outro interesse e por reconhecer que, na presente data, o pai desfruta de melhores condições de assegurá-lo, a posse e guarda deverão ser concedidas ao progenitor.
Conclusão:
Em face do exposto, opina-se que a posse e a guarda da criança sejam deferidas ao pai.
É o parecer.
Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008
XXXXXXXXXXX
QUESTÃO
Fundamentar é produzir, por meio de uma ação lingüística, um sentimento de convicção. Leia atentamente o caso concreto e, a seguir, considerando todas as orientações dadas em aula, faça o que se pede.
Elabore um parecer técnico-formal em que se observem os seguintes elementos:
Ementa;
Relatório;
Fundamentação;
Conclusão e parte autenticativa.
Orientações: a fundamentação deveráser desenvolvida em, no mínimo, vinte e cinco (25) linhas e apresentar argumentos pró-tese, de oposição à tese, por autoridade e de causa e efeito.
Ao desenvolver o seu texto, considere, além da norma culta da língua, adequação vocabular, coesão e coerência textual, os conceitos de simplicidade e de elegância, resultados de uma escrita conscientemente planejada.
Caso Concreto
Estado acusado de não dar remédio
Fila para ser incluído no cadastro tem mais de 500 pacientes.
Adaptação de O Globo, Rio de Janeiro, 25 jun. 2005. p. 16.
A doceira Alda Maria, de 49 anos, descobriu há cerca de dois anos ter hepatite C. Tenta, desde então, receber gratuitamente o remédio Interferon Pequilado, um dos medicamentos usados para controlar o avanço da doença. Sem conseguir entrar na fila de espera para receber o remédio, ela também não consegue comprá-lo, por ser pobre, e, por isso, não está recebendo qualquer tratamento. Como Alda, dezenas de outros pacientes têm reclamado da dificuldade de conseguir o remédio com o Estado.
Segundo o Grupo Otimismo, de apoio a portadores de hepatite C, a Secretaria Estadual de Saúde não tem dado conta da obrigação legal de fornecer esse tipo de medicamento. Carlos Eduardo, presidente do grupo, afirma que, além de não garantir a entrega aos pacientes cadastrados, a secretaria não registra novos doentes desde o ano passado, formando uma longa fila de pessoas que precisam do remédio de forma continuada e não podem pagar até R$ 1.100,00 (mil e cem reais) por semana pelo tratamento.
- Há muito tempo, a Secretaria tem falhado na entrega dos remédios e desde dezembro ela não cadastra mais ninguém. Muita gente desconhece que o Estado tem a obrigação de fornecer esses medicamentos e, ainda assim, estimamos que já há mais de 500 pessoas à espera do cadastro – diz ele.
O governo garante que os pacientes cadastrados até dezembro têm recebido normalmente o medicamento e que o processo de distribuição a novos pacientes foi interrompido porque o pregão para a compra está sendo reavaliado. Segundo a Secretaria de Saúde, a compra foi interrompida porque o preço do medicamento era superior ao conseguido na Bahia. Pacientes com o vírus da hepatite C irão à Justiça na próxima semana e pedirão, mais uma vez, a prisão do secretário de Saúde.
Material de apoio:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art. 6° - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
LEI No 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências:
Art. 1º - Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 3º - A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
Jurisprudência
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCESSÃO. MENOR PORTADOR DE DOENÇA RARA, NECESSITANDO DE MEDICAMENTO IMPORTADO. INOCORRENCIA DE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 1., DA LEI Nº. 1.533/51. ALEM DO ELEVADO SENTIDO SOCIAL DA DECISÃO, A CONCESSÃO DA SEGURANÇA, PARA COMPELIR O ORGÃO COMPETENTE A FORNECER O MEDICAMENTO INDISPENSAVEL AO MENOR IMPUBERE PORTADOR DE MOLESTIA RARA, NÃO VIOLA A LEI E SE HARMONIZA COM A JURISPRUDENCIA SOBRE O TEMA.
RESPOSTA: VER. VER.
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MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-013/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-013/WLAJ/DP

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