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CCJ0052-WL-B-RA-03-TP Redação Jurídica-Lógica Razoável e Princípios Gerais do Direito

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
1 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
Plano de Aula: Teoria e Prática da Redação Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA 
Título 
Teoria e Prática da Redação Jurídica. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
3. 
Tema 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito. 
Objetivos 
 
●- Reconhecer o status de norma atribuído modernamente aos princípios; 
●- Compreender a relevância norteadora dos princípios à interpretação do texto legal; 
●- Associar razoabilidade a valores reproduzidos em princípios do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
 
1. Lógica do Razoável. 
2. Princípios Gerais do Direito e Regras. 
3. Organização hierárquica das fontes do Direito na estrutura argumentativa: princípios, razoabilidade, lei, 
doutrina, e jurisprudência. 
Aplicação Prática Teórica 
 
O texto adiante foi retirado da página 25 da obra Programa de Direito do Consumidor[1], do Desembargador 
Sérgio Cavalieri Filho, publicada pela Editora Atlas. 
Faça a leitura e reflita sobre o conteúdo do texto. Busque, também, na Internet, outras fontes. 
 
As normas jurídicas, ensina a moderna dogmática, podem ser divididas em duas grandes categorias: regras 
e princípios. Segundo Luiz Roberto Barroso (A nova interpretação constitucional, Renovar, 2003, p. 30-31), a 
sistematização que fez do tema Ronald Workin ganhou curso universal e passou a constituir o conhecimento 
universal na matéria, da qual nos valemos a seguir. 
 
Regras => são proposições normativas que contêm relatos objetivos, descritivos de determinadas condutas, 
aplicáveis a hipóteses bem definidas, perfeitamente caracterizadas, sob a forma de tudo ou nada. Ocorrendo a 
hipótese prevista no seu relato, a regra deve incidir de modo direto e automático, pelo mecanismo da subsunção. 
O comando é objetivo e não dá margem a elaborações mais sofisticadas acerca da sua incidência. A 
aposentadoria compulsória aos 70 anos é um bom exemplo de regra que incide automaticamente quando o 
servidor atinge essa idade. 
 
Princípios => são valores éticos e morais abrigados no ordenamento jurídico, compartilhados por toda a 
comunidade em dado momento e em dado lugar, como a liberdade, a igualdade, a solidariedade, a dignidade da 
pessoa humana, a boa-fé e outros tantos. Na lição do já citado Luis Roberto Barroso, princípios espelham a 
ideologia da sociedade, seus postulados básicos e seus fins, indicando uma determinada direção a seguir. Embora 
venham de longa data, somente na dogmática jurídica moderna conquistaram o status de norma jurídica, 
superando a crença de que teriam uma dimensão puramente axiológica, ética, sem eficácia jurídica (op. cit., p. 
129). 
 
Diferentemente das regras, princípios são, pois, enunciações normativas de valor genérico; contêm relatos 
com maior teor de abstração; não especificam a conduta a ser seguida e incidem sobre uma pluralidade de 
situações. 
 
Questão 
 
Leia o caso concreto, compreenda a problemática discutida e produza texto argumentativo em que a 
fundamentação por princípios seja observada. Esses princípios devem ser pesquisados por conta própria. 
 
Caso concreto 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
2 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
 
A sociedade empresária ''Corre-corre'', especializada em transportes executivos, ingressa em face da 
seguradora ''Durma Tranquilo Cia de Seguros'' pleiteando ação de cobrança com fulcro no descumprimento do 
art.757 do CC (previsão do contrato de seguro) e art. 6º, III do CDC (Direito de informação do consumidor) e art. 
54, §4º do CDC (vedação a cláusula limitativa de direito do consumidor), pelo não pagamento de indenização de 
seguro quando do furto de um dos veículos de sua frota, estando o veículo segurado contra roubo e furto. Junto 
aos autos, comprovante de pagamento de 4 das 10 parcelas do prêmio, afirmando não haver razão para negativa 
de pagamento da indenização por parte da ré. 
Apresentada contestação, a ré alega em defesa que não houve o pagamento do prêmio, dado que o 
contrato estava resolvido em razão do inadimplemento da sociedade demandante, que não efetuou o pagamento 
da 4ª parcela do prêmio até a data de vencimento da mesma, estando o contrato cancelado e os valores pagos 
disponíveis à autora. 
Ainda, na hipótese de se considerar que o contrato estava válido, tem-se que o não pagamento do prêmio 
de qualquer maneira não ocorreria, pois não se implementou o risco previsto no contrato avençado pelas partes, 
visto que o fato ensejador do pedido de ressarcimento pela autora foi o de que uma ex-funcionária da sociedade 
empresária reteve um de seus veículos por não pagamento de verbas rescisórias, não ocorrendo nem roubo, 
tampouco furto, não havendo que se falar em descumprimento contratual por parte da seguradora. 
Cumpre salientar que os funcionários da empresa ré tinham pleno acesso ao ''quadro de chaves'' da 
empresa, local onde ficavam as chaves de todos os veículos da frota. Por fim, afirma ainda que não há qualquer 
direito à informação violado, ou qualquer outro direito consumerista por não se tratar de relação de consumo, 
tendo em vista que a autora é sociedade empresária, ausente a hipossuficiência da mesma. 
Os fatos trazidos em sede de contestação foram comprovados com farta documentação trazida pela ré. 
Em réplica, a sociedade empresária reafirma que seu direito à informação fora violado, uma vez que 
caberia à seguradora informar ao contratante que havia seguro específico ao seu risco. Ainda, reforça o pedido de 
procedência do pedido feito na petição inicial, afirmando que se o segurado teve seu patrimônio subtraído por 
terceiro, é indiferente a qualificação jurídica do tipo penal prevista no contrato de seguro, pois o consumidor não é 
obrigado a conhecer a diferença técnica entre furto, roubo e apropriação indébita. Ainda, na contratação de seguro 
por pessoa jurídica está intrínseca a possibilidade de uso do bem pelos prepostos da contratante. Nesse diapasão, 
a boa fé objetiva na formação e na execução do contrato não permite seja o consumidor obrigado a adotar 
cuidados extremos e desarrazoados em relação à situações corriqueiras. No tocante ao pagamento, a autora 
afirma que realizou o pagamento da 4ª parcela em atraso em razão da greve bancária instalada em todo país, fato 
público e notório, que não teria o condão de findar o contrato outrora celebrado. 
 
Para discutir o caso, recorra à lista de princípios que segue: 
 
"Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica 
em ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos" (Celso 
Antônio Bandeira de Mello). 
 
PRINCÍPIO DA MUTUALIDADE - É o suporte econômico essencial em toda operação de seguro, haverá sempre 
um grupo de pessoas expostas aos mesmos riscos que contribuem, reciprocamente, para reparar as 
consequências dos sinistros que possam atingir qualquer delas. 
 
PRINCÍPIO DA GARANTIA E DA CONFIANÇA - Art. 757, CC - O objeto imediato do seguro é garantir o interesse 
legítimo do segurado. E esse é o princípio da garantia, que gera a confiança no segurado, a legítima expectativa 
de que se o sinistro ocorrer, terá recursos econômicos necessários para recompor o seu patrimônio. 
 
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO ENTRE RISCO E PRÊMIO - O valor da contribuição de cada 
integrante dessa comunidadeem risco para a formação do fundo comum dependerá do conhecimento antecipado 
do número de sinistros que poderá ocorrer num determinado período. Aqui entram os cálculos de probabilidades e 
a lei dos grandes números. Através da estatística. Qualquer risco não previsto no contrato desequilibra o seguro 
economicamente. 
 
PRINCÍPIO DA BOA FÉ - Risco e mutualismo jamais andarão juntos sem a boa fé. Se o seguro é uma operação 
de massa, sempre realizada em escala comercial e fundada no estrito equilíbrio da mutualidade, se não é possível 
discutir previamente as suas cláusulas, uniformemente estabelecidas nas condições gerais da apólice. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
3 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
 
Súmula 302, STJ à ''É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar 
do segurado.'' 
 
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE - As pessoas só fazem seguro por estarem expostas aos mesmos riscos, e o 
seguro é a única forma de que cada um tem de enfrentar uma vida cheia de riscos. O seguro tem por meta, se 
não a superação, a minimização dos riscos através da sua socialização. 
 
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO DE SEGURO - Os contratos devem ser interpretados de 
acordo com a concepção do meio social onde estão inseridos. 
 
Art. 763 do CC - Caio Mário, Orlando Gomes, Maria Helena Diniz defendem uma interpretação literal de tal 
dispositivo. 
 
RESPOSTA: O caso refere-se à sociedade empresária ''Corre-corre'', especializada em transportes executivos, 
que ingressou em face da seguradora ''Durma Tranquilo Cia de Seguros'' pleiteando ação de cobrança com fulcro 
no descumprimento do art.757 do CC (previsão do contrato de seguro) e art. 6º, III do CDC (Direito de informação 
do consumidor) e art. 54, §4º do CDC (vedação a cláusula limitativa de direito do consumidor), pelo não 
pagamento de indenização de seguro quando do furto de um dos veículos de sua frota, estando o veículo 
segurado contra roubo e furto. 
No caso supracitado observa-se a quebra de vários Princípios, dentre eles: 
1- Princípio da Garantia e Confiança, pelo fato conforme o Art. 757, CC, da seguradora não ter garantido o 
interesse legítimo do segurado, ou seja, o objeto (seguro) feito pelo “Corre-corre”. 
2- Princípio da Solidariedade, pelo fato que pessoas só fazem seguro por estarem expostas aos mesmos 
riscos, e o seguro é a única forma de que cada um tem de enfrentar uma vida cheia de riscos. 
3- Princípio da Mutualidade, é a razão da existência dos seguros. É o suporte econômico essencial em 
toda operação de seguro, haverá sempre um grupo de pessoas expostas aos mesmos riscos que 
contribuem, reciprocamente, para reparar as consequências dos sinistros que possam atingir qualquer 
delas. 
 
Além disso, percebe-se que a falta de pagamento não ocorreu por inerência da Empresa de Seguros, mas 
de acordo com a Reclamante, pode também ser incluída a quebra do Principio da Boa-fé, pelo fato da mesma ter 
acreditado na honestidade e comprometimento da Seguradora contratada, fato não ocorrido devido a falta de 
cumprimento do referido contrato pela já citada Seguradora. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
3ª AULA – Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
 
Ponderação de interesses: 
 
O coletivo acima do individual, escolha de qual vai beneficiar mais a sociedade. 
 
 
==XXX== 
 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
4 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
3ª AULA – Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Professora Alda da Graça Marques Valverde 
Aula 03 
 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
 
Objetivos: 
 
- Reconhecer o status de norma atribuído modernamente aos princípios; 
- Compreender a relevância norteadora dos princípios à interpretação do texto legal; 
- Associar razoabilidade a valores reproduzidos em princípios do Direito. 
 
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito – aula 3
NORMA GÊNERO
REGRA PRINCÍPIO
ESPÉCIE
 
 
REGRA => Determina conduta aplicável a uma hipótese precisa. 
 
PRINCÍPIO => Valor ético e moral, abrigado no ordenamento jurídico, espelha a ideologia da sociedade e incide 
sobre uma pluralidade de situações. 
 
RAZOABILIDADE => Ponderação, com base em valores advindos dos princípios jurídicos. 
 
Princípio 
 
Ademais, serve o princípio como limite de atuação do jurista. Explica-se: no mesmo passo em que funciona 
como vetor de interpretação, o princípio tem como função limitar a vontade subjetiva do aplicador do direito, vale 
dizer, os princípios estabelecem balizamentos dentro dos quais o jurista exercitará sua criatividade, seu senso do 
razoável e sua capacidade de fazer a justiça do caso concreto. (BARROSO, Luís Roberto. Interpretação...p. 256). 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
5 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
ALGUNS PRINCÍPIOS 
 
Princípio do consentimento; 
Princípio da liberdade de locomoção; 
Princípio da dignidade humana; 
Princípio do direito à vida; 
Princípio da igualdade; 
Princípio da liberdade de escolha; 
Princípio da liberdade de expressão. 
 
EXEMPLIFICANDO, CONFORME AS REGRAS 
 
Art. 15 do Código Civil: 
“Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção 
cirúrgica.” 
Observe-se, que, segundo o Código Penal, no seu artigo 146 § 3.º, I e II, não é considerado constrangimento 
ilegal. 
“I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se 
justificada por iminente perigo de vida; 
II – a coação exercida para impedir suicídio.” 
 
Algumas questões: 
 
É possível determinar com precisão o risco de vida? 
 
RESPOSTA: VER. VER. 
 
Em situações em que haja risco de vida, mas o paciente deseje outra alternativa de tratamento, poderia ser 
considerado suicídio? 
 
RESPOSTA: VER. VER. 
 
Estado do Rio dá a religiosos direito de recusar transfusão 
Matheus Leitão 
 
O Estado do Rio vai reconhecer o direito dos fiéis da igreja Testemunhas de Jeová de recusar transfusão de 
sangue por motivos religiosos. 
A decisão se refere ao caso de uma praticante de 21 anos que foi internada com doença pulmonar grave e 
se negou a receber o tratamento - o que gerou uma consulta do hospital envolvido à Procuradoria Geral do 
Estado. O caso ficou em estudo por quatro meses. 
Nesta semana, a procuradora-geral, Lucia Lea Guimarães Tavares, responderá que se trata de “exercício 
de liberdade religiosa”. Segundo o parecer ao qual a Folha teve acesso, esse é “um direito fundamental, emanado 
da dignidade da pessoa humana, que assegura a todos o direito de fazer suas escolhas existenciais”. 
“A minha convicção é que a pessoa tem direito a escolher, desde que seja maior e esteja consciente. Não é 
um tema muito simples: manter a vida de um paciente, mas desrespeitando aquilo em que ele mais acredita”, 
disse a procuradora. A Folha apurou que o governador Sérgio Cabral acatará o parecer,transformando-o numa 
norma estadual no Rio, com poder de decreto. 
A determinação contraria parecer do Conselho Federal de Medicina, que diz: “Se houver iminente perigo de 
vida, o médico praticará a transfusão de sangue independente do consentimento do paciente ou de seus 
responsáveis”. 
A procuradora do Rio vai entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF (Supremo Tribunal 
Federal) para discutir a constitucionalidade do parecer dos médicos. 
Se o precedente aberto no Rio for acatado pelo STF, os cristãos da Testemunhas de Jeová terão amparo 
legal para a manutenção do que consideram seus direitos. 
27/04/2010 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
6 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
Divergências: 
 
O assunto é tão polêmico que houve, inicialmente, divergência dentro da Procuradoria do Estado do Rio. 
Diante disso, a procuradora-geral, Lucia Lea, pediu um estudo sobre o tema ao constitucionalista Luis Roberto 
Barroso. 
“A liberdade religiosa é um direito fundamental. Pode o Estado proteger um indivíduo em face de si próprio, 
para impedir que o exercício de liberdade religiosa lhe cause dano irreversível ou fatal? A indagação não 
comporta resposta juridicamente simples nem moralmente barata”, diz Barroso no estudo. 
No fim das 42 páginas, o texto conclui pelo reconhecimento do direito das testemunhas de Jeová, com a 
seguinte cautela: “A gravidade da recusa de tratamento, sobretudo quando presente o risco de morte ou de grave 
lesão, exige que o consentimento seja genuíno, o que significa dizer: válido, inequívoco, livre, informado”. 
Folha de São Paulo 
http://www.noticias.jwbrothers.org/rio-de-janeiro-reconhece-o-direito-das-testemunhas-de-jeova-recusar-sangue 
 
Outro doutrinador se posiciona a respeito: 
Conforme SCHREIBER, Anderson (2011), p.52, 
 
“[...] a Constituição da República coloca a liberdade de religião e o direito à vida no mesmíssimo patamar. 
Aqui, como em outros campos, não pode o intérprete correr o risco de se agarrar à regra mais específica, 
esquecendo os princípios que lhe servem de fundamento de validade e que podem ser diretamente aplicados ao 
caso concreto. A vontade do paciente deve ser respeitada, porque assim determina a tutela da dignidade humana, 
valor fundamental do ordenamento jurídico brasileiro.” 
 
Entendimento contrário: 
 
Geiza Martins - repórter da revista Consultor Jurídico. 
http://www.conjur.com.br/2010-mai-08/legitimo-recusar-tratamento-saude-crenca-religiosa 
 
Em fevereiro de 2009, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás conseguiu autorização da 
Justiça para fazer transfusão de sangue em um paciente da religião Testemunha de Jeová. Em liminar, o 
desembargador federal Fagundes de Deus, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, registrou que no confronto 
entre os princípios constitucionais do direito à vida e do direito à crença religiosa importa considerar que atitudes 
de repúdio ao direito à própria vida vão de encontro à ordem constitucional. Para exemplificar, lembrou que a 
legislação infraconstitucional não admite a prática de eutanásia e reprime o induzimento ou auxílio ao suicídio. 
Na ação, a Universidade Federal de Goiás, autarquia responsável pelo Hospital das Clínicas, argumentou 
que o estado do paciente era grave e pedia, com urgência, a transfusão de sangue. Explicou que o hospital é 
obrigado a respeitar o direito de autodeterminação da pessoa humana, reconhecido pela ordem jurídica, nada 
podendo fazer sem autorização da Justiça. Além disso, o hospital sustentou na ação que o direito à vida é um bem 
indisponível, cuja proteção incumbe ao Estado e que, no caso concreto, a transfusão sanguínea é a única forma 
de efetivação de tal direito. 
Para o desembargador, Fagundes de Deus, “o direito à vida, porquanto o direito de nascer, crescer e 
prolongar a sua existência advém do próprio direito natural, inerente aos seres humanos, sendo este, sem sombra 
de dúvida, primário e antecedente a todos os demais direitos”. Com isso, autorizou a transfusão. 
 
Testemunhas de Jeová 
Fiel tem direito de recusar transfusão de sangue 
Por Geiza Martins 
 
É legítima a recusa de tratamento que envolva transfusão de sangue, por parte dos adeptos da 
religião Testemunhas de Jeová. Essa foi a conclusão do constitucionalista e procurador do estado, 
Luís Roberto Barroso, em parecer elaborado a pedido da Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro. A 
religião não recomenda o tratamento, mesmo quando há risco de morte do paciente, por entender que 
a transfusão de sangue é proibida pela lei divina. 
A instituição aprovou o parecer do procurador e encaminhou ao governador Sérgio Cabral, que 
poderá formular um projeto de lei. A situação vem se repetindo com frequência no Hospital 
Universitário Pedro Ernesto. Por isso, o diretor Jurídico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
7 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
Maurício Mota, pediu parecer normativo à PGE. O advogado entende que o estado não pode impor 
procedimento médico recusado pelo paciente. “Em nome do direito à saúde ou do direito à vida, o 
Poder Público não pode destituir o indivíduo de uma liberdade básica, por ele compreendida como 
expressão de sua dignidade.” 
O procurador da PGE Gustavo Binenbojm emitiu outro parecer favorável ao direito de recusa. 
Ele entendeu que a decisão do paciente de se recusar ao tratamento “é autoexecutória em relação ao 
médico, na medida em que se baseia diretamente nos direitos fundamentais envolvidos”. Já o 
procurador-chefe Flávio de Araújo Willeman, que também foi consultado, tem entendimento contrário. 
Para ele, não é aceitável que uma pessoa “sob o fundamento de professar crença religiosa, dentro de 
um hospital (público ou privado) [possa] impedir o médico de cumprir com sua histórica missão de 
salvar vidas”. 
Para Barroso, a liberdade religiosa e o direito fundamental derivado da dignidade da pessoa 
humana asseguram a todos o direito de fazer suas escolhas existenciais. Inclusive a de negar 
tratamento médico. Ele destacou que a ética médica evoluiu nas últimas décadas. “A regra, no mundo 
contemporâneo, passou a ser a anuência do paciente em relação a qualquer intervenção que afete 
sua integridade.” 
O constitucionalista ressalta que a dignidade da pessoa humana está ligada à autonomia do 
indivíduo e expressa a liberdade de cada cidadão de fazer suas escolhas existenciais e assumir a 
responsabilidade delas. “Na Constituição brasileira, é possível afirmar a predominância da ideia de 
dignidade como autonomia, o que significa dizer que, como regra, devem prevalecer as escolhas 
individuais.” 
Ele reconhece a gravidade da decisão em casos de risco de morte. Por isso, destaca que “para 
que o consentimento seja genuíno, ele deve ser válido, inequívoco e produto de uma escolha livre e 
informada”. 
 
Entendimento contrário 
 
Em fevereiro de 2009, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás conseguiu 
autorização da Justiça para fazer transfusão de sangue em um paciente da religião Testemunha de 
Jeová. Em liminar, o desembargador federal Fagundes de Deus, do Tribunal Regional Federal da 1ª 
Região, registrou que no confronto entre os princípios constitucionais do direito à vida e do direito à 
crença religiosa importa considerar que atitudes de repúdio ao direito à própria vida vão de encontro à 
ordemconstitucional. Para exemplificar, lembrou que a legislação infraconstitucional não admite a 
prática de eutanásia e reprime o induzimento ou auxílio ao suicídio. 
Na ação, a Universidade Federal de Goiás, autarquia responsável pelo Hospital das Clínicas, 
argumentou que o estado do paciente era grave e pedia, com urgência, a transfusão de sangue. 
Explicou que o hospital é obrigado a respeitar o direito de autodeterminação da pessoa humana, 
reconhecido pela ordem jurídica, nada podendo fazer sem autorização da Justiça. Além disso, o 
hospital sustentou na ação que o direito à vida é um bem indisponível, cuja proteção incumbe ao 
Estado e que, no caso concreto, a transfusão sanguínea é a única forma de efetivação de tal direito. 
Para o desembargador, Fagundes de Deus, “o direito à vida, porquanto o direito de nascer, 
crescer e prolongar a sua existência advém do próprio direito natural, inerente aos seres humanos, 
sendo este, sem sombra de dúvida, primário e antecedente a todos os demais direitos”. Com isso, 
autorizou a transfusão. 
 
E QUANDO A QUESTÃO SE REFERE A MENORES? 
 
Dados Gerais: 
Processo: AC 155 RS 2003.71.02.000155-6 
Relator(a): VÂNIA HACK DE ALMEIDA 
Julgamento: 24/10/2006 
Órgão Julgador: TERCEIRA TURMA 
Publicação: DJ 01/11/2006 PÁGINA: 686 
 
Ementa 
DIREITO À VIDA. TRANSFUSÃO DE SANGUE. TESTEMUNHAS DE JEOVÁ. DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
8 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
INDEFERIDA. LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA E DIREITO À VIDA. 
IMPOSSIBILIDADE DE RECUSA DE TRATAMENTO MÉDICO QUANDO HÁ RISCO DE VIDA DE MENOR. 
VONTADE DOS PAIS SUBSTITUÍDA PELA MANIFESTAÇÃO JUDICIAL. 
O recurso de agravo deve ser improvido porquanto à denunciação da lide se presta para a possibilidade de ação 
regressiva e, no caso, o que se verifica é a responsabilidade solidária dos entes federais, em face da competência 
comum estabelecida no art. 23 da Constituição federal, nas ações de saúde. A legitimidade passiva da União é 
indiscutível diante do art. 196 da Carta Constitucional. O fato de a autora ter omitido que a necessidade da 
medicação se deu em face da recusa à transfusão de sangue, não afasta que esta seja a causa de pedir, 
principalmente se foi também o fundamento da defesa das partes requeridas. A prova produzida demonstrou que 
a medicação cujo fornecimento foi requerido não constitui o meio mais eficaz da proteção do direito à vida da 
requerida, menor hoje constando com dez anos de idade. Conflito no caso concreto de dois princípios 
fundamentais consagrados em nosso ordenamento jurídico-constitucional: de um lado o direito à vida e de outro, a 
liberdade de crença religiosa. A liberdade de crença abrange não apenas a liberdade de cultos, mas também a 
possibilidade de o indivíduo orientar-se segundo posições religiosas estabelecidas. No caso concreto, a menor 
autora não detém capacidade civil para expressar sua vontade. A menor não possui consciência suficiente das 
implicações e da gravidade da situação para decidir conforme sua vontade. Esta é substituída pela de seus pais 
que recusam o tratamento consistente em transfusões de sangue. Os pais podem ter sua vontade substituída em 
prol de interesses maiores, principalmente em se tratando do próprio direito à vida. A restrição à liberdade de 
crença religiosa encontra amparo no princípio da proporcionalidade, porquanto ela é adequada à preservar à 
saúde da autora: é necessária porque em face do risco de vida a transfusão de sangue torna-se exigível e, por fim 
ponderando-se entre vida e liberdade de crença, pesa mais o direito à vida, principalmente em se tratando da 
vida de filha menor impúbere. Em consequência, somente se admite a prescrição de medicamentos alternativos 
enquanto não houver urgência ou real perigo de morte. Logo, tendo em vista o pedido formulado na inicial, 
limitado ao fornecimento de medicamentos, e o princípio da congruência, deve a ação ser julgada improcedente. 
Contudo, ressalva-se o ponto de vista ora exposto, no que tange ao direito à vida da menor. 
 
Questões a serem observadas: 
 
Considerando que os princípios oferecem ao intérprete elementos valorativos para uma razoável 
interpretação, que princípios foram valorados? 
 
RESPOSTA: VER. VER. 
 
Qual deles demonstrou, no caso em exame, ser preponderante? 
 
RESPOSTA: VER. VER. 
 
Que singularidade do caso concreto foi determinante para que este princípio preponderasse? 
 
RESPOSTA: VER. VER. 
 
A decisão proferida está de acordo com o artigo 146 § 3.º, I do Código Penal? Justifique. 
 
RESPOSTA: VER. VER. 
 
Organização hierárquica das fontes do Direito na estrutura argumentativa: princípios, razoabilidade, lei, 
doutrina, e jurisprudência: 
 
Suponha que um menino, de 9 anos, pertencente à religião Testemunhas de Jeová, sofre de leucemia 
grave e, segundo o médico que o acompanha, necessita urgentemente de transfusão de sangue. Os pais não 
autorizaram a transfusão. Segundo eles, o sangue é como se fosse uma digital, algo inerente a cada pessoa, que 
não pode doar nem receber de ninguém. No lugar da transfusão, pedem que sejam adotados tratamentos 
alternativos. 
 
O médico recorreu à justiça para obter autorização a fim de realizar a transfusão. 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
Aula: 
003 
Assunto: 
Lógica do Razoável e Princípios Gerais do Direito 
Folha: 
9 de 9 
Data: 
06/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-003/WLAJ/DP 
Como utilizar as fontes do Direito, em uma argumentação que defenda a tese do médico? 
 
O presente caso exige ponderação cuidadosa entre dois princípios: o direito à vida, assegurado no artigo 5º 
caput da Constituição, e o direito à liberdade religiosa, no mesmo artigo, inciso VI. Tal cuidado se justifica em 
razão de, na hipótese em análise, estar em risco a vida – sofre de leucemia grave - de um menor impúbere, que 
portanto não possui capacidade civil para optar entre esses dois direitos. Seria, pois, razoável deixar a cargo de 
seus pais tal decisão? Estes lhe deram a vida, mas, conforme o ordenamento jurídico brasileiro, nenhuma lei lhes 
confere o direito de tirá-la, mas sim de preservá-la. Destaque-se, do Estatuto da Criança e do Adolescente o art. 
4°, que dispõe, dentre outros deveres da família, a efetivação dos direitos referentes à vida e à saúde. 
Acrescente-se, ainda, a orientação fornecida por Luiz Roberto Barroso de que a “A gravidade da recusa de 
tratamento, sobretudo quando presente o risco de morte ou de grave lesão, exige que o consentimento seja 
genuíno, o que significa dizer: válido, inequívoco, livre, informado”. Ora, no presente caso, mesmo que o menor se 
manifestasse, sua opção não teria valor jurídico. 
Por fim, registre-se a decisão da Juíza Federal Dra. Vânia Hack de Almeida, em caso análogo, no processo 
AC 155 RS 2003.71.02.000155-6, desfavorável à adoção de procedimentos alternativos à transfusão de sangue, 
quando esta se apresentava indispensável à preservação da vida de menor impúbere. 
Dessa forma, conclui-se que o pedido do médico deva ser deferido, porque o direito à vida suplanta 
qualquer outro direito. 
 
Questão 
 
Faça uma pesquisa na Internet e selecione um caso concreto interessante que possa ser resolvido pela 
leitura dos princípios constitucionais. Imprima esse texto e entregue-o ao seu professor, que deverá avaliar a 
validade da argumentação principiológica no caso concerto. Debata com seus colegas, em sala de aula, as 
motivações de sua escolha. 
 
RESPOSTA:VER. VER. 
 
 
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