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CCJ0033-WL-A-AMRP-05-Dos Crimes Contra o Patrimônio - Dos Delitos de Apropriação

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DIREITO PENAL III
PROF.ª DANIELA DUQUE-ESTRADA
AULA 5
DOS DELITOS CONTRA O PATRIMÔNIO. OS DELITOS DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA. ESTELIONATO. ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de: 
●Identificar as condutas perpetradas de modo a tipificá-las
Corretamente.
● Aplicar os institutos previstos na Parte Geral do Código Penal aos crimes em espécie;
● Diferenciar os delitos em estudo entre si e dos demais crimes contra o patrimônio;
● Identificar as escusas absolutórias e as condições de punibilidade e procedibilidade que podem incidir sobre os crimes contra o patrimônio, em razão de parentesco ou de relação matrimonial, bem como, os casos em que tais disposições são inaplicáveis. 
Estrutura de Conteúdo.
Apropriação Indébita.
   Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Classificação doutrinária. Sujeitos do delito. Consumação e tentativa. Figuras típicas. 
2. Estelionato. 
Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Classificação doutrinária. Sujeitos do delito. Consumação e tentativa. Figuras típicas. Questões relevantes:Torpeza bilateral. Fraude para recebimento de indenização de seguro. Distinção com outros crimes contra o patrimônio.
  3. Escusas absolutórias.
Conceito. Natureza jurídica: Condições negativas de punibilidade (imunidades absolutas) e Condições de procedibilidade da ação penal (imunidades relativas). Aplicabilidade e incomunicabilidade.
Apropriação Indébita.
 Art. 168, CP - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
1.1. Bem jurídico tutelado: posse e propriedade. 
 1.2 Elementos do tipo. 
► Elemento descritivo: o núcleo do tipo contempla a ação de apropriar-se o agente e coisa alheia móvel da qual tenha a posse ou detenção.
► Elemento subjetivo: dolo genérico e especial fim de agir de assenhoreamento definitivo.
► Elemento normativo: coisa alheia móvel (idem delito de furto) 
Classificação doutrinária: comum, subjetivamente complexo, dano, material. 
Consumação e tentativa.
 Ocorre no momento em que o agente inverte o “animus” sobre a posse ou detenção da res e passa a tratá-la como se proprietário fosse.
Pode ocorrer em duas situações: quando dispõe (por exemplo aliena ou aluga) a res, ou quando se nega a restituí-la ao seu proprietário, findo o prazo para sua entrega, como por exemplo, nos casos de notificação, interpelação judicial ou protesto por parte da vítima. (Neste sentido CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Especial. v.2. 10.ed. pp 540). 
►Distinção entre Furto e Apropriação Indébita
 Na apropriação indébita a coisa é entregue licitamente ao agente e a sua posse sobre a coisa é desvigiada, no furto o agente não tem a posse do bem, apoderando-se deste contra a vontade da vítima, ou seja, na apropriação indébita há que se ter posse lícita prévia, o que é incompatível com o verbo subtrair. 
 Acerca do tema, vide decisão proferida em sede de Apelação Criminal pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, in verbis: 
 FURTO.TIPIFICAÇÃO.Estando o apelante, como os outros mecânicos que trabalhavam na empresa, autorizado a retirar do almoxarifado as peças necessárias ao trabalho externo, sujeitando-se, obviamente, a posterior prestação de contas, tinha a posse lícita e desvigiada da coisa, ainda que posteriormente pudesse haver controle de estoque, que, como é óbvio, não se confunde com a posse vigiada, única hipótese em que poderia estar caracterizado o furto, segundo a melhor doutrina. Portanto, se procurou dar-lhe destinação diversa, em benefício próprio, terá cometido outro crime, qual seja o de apropriação indébita, pelo qual não responde, não sendo possível, a esta altura, a mutatio libelli. RECURSO MINISTERIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (TJRJ. 2005.050.05908 - APELACAO CRIMINAL , DES. MANOEL ALBERTO - Julgamento: 27/03/2007 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL,)
►Distinção entre Apropriação Indébita e Estelionato.
 No estelionato o agente atua dolosamente desde o inicio, enquanto neste ultimo, o dolo é posterior a posse ou a detenção.
 Acerca do tema vide decisão proferida em sede de Apelação Criminal pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, in verbis: 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA EM CONCURSO MATERIAL COM ESTELIONATO - FATOS TÍPICOS DOS ARTIGOS 168, § 1º, INCISO III E 171, CAPUT, NA FORMA DO 69, TODOS DO CÓDIGO PENAL - PROVA SUFICIENTE DE AUTORIA E MATERIALIDADE - SENTENÇA QUE DEIXA DE FIXAR O REGIME PRISIONAL. OMISSÃO SANÁVEL EM 2º GRAU DE JURISDIÇÃO. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. APROPRIAÇÃO COMO MEIO PREPARATÓRIO PARA A PRÁTICA DO ESTELIONATO. PROVIMENTO PARCIAL PARA EXCLUIR DA CONDENAÇÃO O CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA. Típica, antijurídica e culpável de um estelionato consumado a ação daquele que, na qualidade de prestador de serviços, apodera-se de dois cheques assinados e em branco para, tempos depois, depositá-los em sua própria conta, com o intuito de tirar vantagem. Sentença omissa quanto ao regime prisional, mas que não contamina todo o decisum uma vez que se trata de deficiência sanável nesta instância. O Princípio da Consunção se aplica quando a conduta do agente, em vez de realizar a descrição contida em diversos tipos penais que se excluem entre si, realiza o conteúdo de mais de um tipo penal não excludente, mas que em função de uma conexão lógica e justa, há de ser considerado absorvido pelo outro. No caso em exame, o crime de estelionato, por ser o crime fim, absorveu o crime de apropriação indébita, crime meio, porque a intenção do agente ao manter em sua posse os cheques, assinados e em branco, era obter vantagem ilícita. Recurso voluntário defensivo provido em parte. (2006.050.04734 - APELACAO CRIMINAL. DES. J. C. MURTA RIBEIRO - Julgamento: 20/03/2007 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL).
►Apropriação indébita de pequeno valor: relação entre primariedade do agente e pequeno valor da coisa apropriada.
 Neste caso, por expressa previsão legal, aplica-se o disposto no art.155,§2º, do CP. 
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
1.5. Figuras típicas.
► Simples. Prevista no caput, do art. 168, CP.
► Majoradas. Previstas no §1º, do art. 168, CP.
 obs. Ofício é a ocupação em atividade mecânica ou manual habitualmente e com fins lucrativos; profissão é a ocupação em atividade intelectual realizada habitualmente e de forma remunerada; por outro lado, o emprego é a ocupação em serviço particular realizada em haja vínculo empregatício gerador de subordinação (CAPEZ, Fernando, op.cit. pp 543).
► Privilegiada. Prevista no do art. 170, CP.
2.Estelionato.
2.1.Bem jurídico tutelado. 
► Obs. Ilícito civil e ilícito penal: a distinção gira em torno da aceitação social da fraude. Os pequenos engodos que visam à valorização de um produto não adquirem relevância penal, por ausência de tipicidade material.
►Requisitos do estelionato:
 a) emprego de fraude (para induzir ou manter a vítima
 em erro); obs. Art.17, CP.
 b) vantagem ilícita;
 obs.Art. 345, CP; 
 c) prejuízo alheio;
 A vantagem ilícita não necessita ser patrimonial (econômica), mas, SIM, o prejuízo alheio.
2.2.Elementos do tipo. 
Art. 171, CP - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
2.3.Classificaçãodoutrinária: comum, subjetivamente complexo, material, dano, instantâneo, plurissubsistente. 
► O especial fim de agir configura-se pelo dolo de obter lucro ou proveito indevido.
2.4. Consumação e tentativa.
 Tratando-se de delito material consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita e produção de prejuízo alheio (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro.v.2. 8 ed. pp 437). 
 Ainda, por ser plurissubsistente,a tentativa é possível quando, ainda que tenha induzido a vítima a erro, no momento da obtenção da vantagem indevida é impedido por circunstâncias alheias à sua vontade (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2.ed. pp 167).
► Obs. Momento do dolo em relação à obtenção da vantagem ilícita:
 a) anterior à conduta: induzimento a erro (art.171, CP);
 b) concomitante à conduta: manutenção em erro
 (art.171, CP);
 c) posterior à conduta de obtenção da vantagem ilícita:
 apropriação indébita. 
2.5. Figura Privilegiada.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
2.6. Figuras Equiparadas 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
2.6.Questões relevantes:
► Torpeza bilateral: em que pese a posição de Nelson Hungria, que não admite a existência de crime nessa hipótese, sob o argumento de que o Direito Penal não pode tutelar posturas ilícitas, não resta dúvida acerca da natureza delituosa da fraude encetada.
 ► Fraude para recebimento de indenização de seguro.
Art.171, §2º, V, CP.
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
 A modalidade, que é equiparada ao estelionato, é absorvida pelos crimes de incêndio e explosão, mas não pelo desabamento ou desmoronamento, ou pela inundação. 
► Fraude no pagamento por meio de cheque
Art.171, §2º, VI CP. 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Obs. Verbetes de Súmula 246, 521 e 554, STF. 
 Verbetes de Súmula 244, STJ.
► Estelionato e falsidade documental: 
 Em tema de conflito aparente de normas ou de concurso de crimes entre o estelionato e o falso, quando ambas as condutas são praticadas em um mesmo contexto, qual será a tipificação correta? 
● O estelionato absorve o falso (Súmula 17 do STJ) – “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido” (contra, TJSP, AC 94.165-3). 
● O falso absorve o estelionato – TJSP, RT, 544/345 (caso em que houve compra de bens através da falsificação de assinaturas documentos públicos). 
 ● Concurso de crimes – material ou formal (art.69 e 70, CP) STF, RE 100.510-6/RJ.
2.7.Distinção com outros crimes. 
► Estelionato e apropriação indébita: esta pressupõe posse inicialmente lícita. Se, desde logo, já há intenção fraudulenta, a constituição da posse é ilícita e, por conseguinte, há estelionato.
 ► Estelionato e curandeirismo (art.284, CP) neste, “há a prática criminosa por indivíduo inculto, completamente ignorante acerca das práticas curativas eficientes (...)”. Naquele, “há, para a consecução da vantagem ilícita, o uso de um meio fraudulento apto a ludibriar a vítima, o que se mostra incompatível com a cultura rasteira do curandeiro”
► Estelionato e charlatanismo (art.283, CP) – o uso do meio fraudulento é apto a enganar a vítima acerca da existência de um meio secreto e infalível para a cura de enfermidades.
ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS (IMUNIDADES ABSOLUTAS)
3.1.Conceito. Causas Extintivas de Punibilidade.
 “As causas de extinção da punibilidade implicam renúncia, pelo Estado, do exercício do direito de punir, seja pela não imposição de pena, seja pela não execução ou interrupção do cumprimento daquela já aplicada”. (GARCIA MARTIN, L.et alii APUD, PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.1. 9 ed. pp 653).
 Fernando Capez sintetiza que causas de extinção de punibilidade “são aquelas que extinguem o direito de punir do Estado”. (CAPEZ, Fernando. Material Didático. pp 586).
  Na verdade, configuram condições negativas pessoais de punibilidade definidas por critérios de política criminal, ou seja, são causas especiais de isenção de pena aplicadas a determinadas pessoas.
► Não se comunicam no caso de concurso de agentes. 
 3.2. Espécies.
 Absolutas: excluem a imposição de pena (art.181, CP). 
 Relativas: condições de procedibilidade da ação penal. (art.182, CP).
 
Art. 181, CP - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natura.
Art. 182, CP - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita 
III- A idade da vítima será considerada à época da conduta. Não se aplica a presente exceção se o agente supunha justificadamente ter a vítima menos de sessenta anos.
►Obs: A escusa absolutória referente ao crime cometido contra cônjuge pode ser estendida às pessoas que convivem em união estável, por analogia. 
3.3.Exceções às imunidades: 
I- Seguindo-se a regra da interpretação analógica, o dispositivo não se aplica quando o crime é praticado mediante qualquer outra forma de redução da capacidade de resistência.
II- As imunidades referidas nos artigos anteriores são sempre intuitu personae.
Art. 183 do CP. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
 I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; 
 II - ao estranho que participa do crime. 
 III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
ATIVIDADE ESTRUTURADA.
Ler o texto anexo, intitulado "O Direito Penal dos ricos e o dos pobres" e, após realizar uma análise crítica, apontar, através da confecção de uma resenha, a seletividade do Direito Penal, bem como, indicar a forma adequada de aplicá-lo.

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