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MECANISMOS DA IMUNIDADE INATA

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Imuno aula 01 
 
O QUE É RESPOSTA IMUNE 
É um mecanismo de defesa. É o nosso mecanismo protetor contra os mecanismos dos invasores 
(patógenos). 
O sistema imune deve ter a capacidade de distinguir o que é estranho – o que é um patógeno e 
o que não é, porque ele não pode realizar uma resposta imune contra o nosso próprio corpor. Então, 
a distinção do que é próprio e do que é não próprio é fundamental para os mecanismos da resposta 
imunológica. 
O próprio são as nossas moléculas: proteínas, os lipídios, carboidratos que compõem os nossos 
tecidos e células. O não próprio são essas outras proteínas, carboidratos, etc que compõem outros 
microorganismos, e o ideal é que a resposta imune seja contra justamente estes. No entanto, sabemos 
de casos em que a própria resposta imune destrói o que é o próprio. A isto chamamos de 
autoimunidade, contra auto proteínas, autoantígenos. Essa questão constiti um “defeito” do sistema 
imunológico, pois ele deveria tolerar o próprio. Um bom exemplo é a alergia – a resposta imune contra 
moléculas do ambiente que deveriam ser toleradas. Nas alergias e em doenças autoimunes temos 
mecanismos de quebra de tolerância, ela deixa de funcionar corretamente e, então, ela deixa de 
regular o sistema imune. Nosso sistema imune tem mecanismos de autoregulação para evitar que ele 
reconheça o que não é próprio e o que não é um patógeno – veremos depois com mais detalhes. 
O alvo das respostas imunes são os patógenos. Mas... é o patógeno inteiro? 
Na verdade, são os antígenos. Uma substância estranha que é reconhecida pelo sistema 
imunológico. Nem sempre ele vai desencadear uma resposta imune. Tudo o que é estranho e é 
reconhecido chamamos de ANTÍGENO. 
Epítopo, por sua vez, é o componente, a parte do antígeno que é reconhecida. 
A resposta imune é igual para qualquer tipo de patógeno? 
Não, ela é específica. Ela tem capacidade de distinguir claramente qual é o alvo e montar uma 
resposta específica para aquele alvo. Por exemplo: vírus da dengue. Existem 4 tipos desse vírus. Posso 
ter dengue mais de uma vez na minha vida, porque a resposta imune contra um tipo não protege 
contra o outro. Logo, se eu tiver dengue tipo um hoje e daqui há dois anos for contaminado pela 
dengue tipo II, vou ter dengue novamente. A resposta imune contra o um é específica para ele. É um 
reconhecimento específico, molecular. 
Como adquirimos resposta imune? Quando somos expostos. De que forma posso ser exposto a 
um microorganismo? Ingestão, inalação, quebra na barreira da pele. Quando há um processo de 
infecção, com quebra da barreira. Ou, então, quando há vacinação – também temos o patógeno 
estimulando a resposta imune. O sistema imune reconhece um fragmento e monta uma resposta 
efetora que é capaz de destruir o patógeno. Isso é a aquisição de uma imunidade. 
OBS: as vacinas são compostas dos patógenos atenuados ou mortos. Hoje, algumas vacinas – 
as mais modernas – são vacinas de subunidade, constituídas de um pedaço do patógeno, aquele 
antígeno que estimula a resposta protetora. É feita a vacina com a proteína, o que é vantajoso por 
diminuir os efeitos colaterais e serem mais seguras. Além disso, alguns patógenos são muito 
semelhantes (ex zica, dengue). Ao produzir uma vacina contra a única parte que torna esses 
microorganismos diferentes, haverá uma resposta protetora definitiva. 
A resposta imune é duradoura. A partir do momento que eu desenvolvo e ativo a resposta 
imune, ela é guardada para ser utilizada em uma segunda, em uma terceira exposição ao mesmo 
microorganismo (memória). Ao entrar em contato novamente com o mesmo patógeno, o organismo 
já está protegido: já apresenta resposta imune EFETORA. 
Em que consiste a resposta imune efetora? Como exemplos: 
Uma célula, chamada linfócito B, após reconhecer um patógeno, ser ativada e se diferenciar 
como célula efetora (o que envolve um processo que não é de uma hora para outra, envolve dias), se 
torna capaz de produzir anticorpo, libera esse anticorpo e ele se liga ao patógeno e promove, por 
alguma estratégia, a destruição/inativação daquele patógeno. 
Um macrófago, ao reconhecer um patógeno, fagocita. 
A amplitude, a intensidade da resposta na segunda exposição ao patógeno é maior. Aumenta 
com as sucessivas exposições. 
Tais mecanismos que levam a resposta duradoura é a resposta imune ativa. A resposta imune 
passiva, por sua vez, corresponde à administração de anticorpos prontos em indivíduos vulneráveis. 
Ela é específica, mas não é duradoura – não produz memória. Sempre que há um acidente que 
necessite da proteção rápida, é utilizado o soro. Outro exemplo de imunização passiva é a 
amamentação, com passagem de anticorpos da mãe para o bebê. 
IMUNIDADE INATA 
Temos vários mecanismos de resposta imune, de desenvolvimento de um mecanismo efetor 
que leve à proteção contra o patógeno. Temos, também, os estágios da resposta. 
Os imunologistas tentaram classificar para compreender como acontece a resposta imune. Uma 
das classificações mais clássicas é a distinção entre imunidade inata e adaptativa (ou adquirida). 
A adaptativa produz uma resposta imune específica, a inata não. O desenvolvimento da 
adaptaviva é mais lenta,mas a inata é imediata. Está presente antes da exposição ao patógeno e 
segundos após a exposição. Por que antes? 
A pele, por exemplo, é uma barreira que impede a invasão do patógeno e é componente da 
imunidade inata. A saliva, a mucosa, o muco, o pH ácido, suor, etc.estão ali dificultando a adesão e 
invasão dos mecroorganismos. 
A inata preexiste antes da exposição ao patógeno. A adaptativa precisa de uma especialização. 
Ela está se adaptando ao patógeno, sendo adquirida durante aquele período de desenvolvimento. 
Nas primeiras 12h de exposição a resposta corresponde à inata. A adquirida começa geralmente 
a partir de 12h, e só haverá anticorpos/resposta efetora em aproximadamente sete dias. Por que esse 
tempo todo? Por que os linfócitos – células EXCLUSIVAS da imunidade adaptativa – são muito 
diferentes em relação a sua expecificidade. Cada linfócito é específica para apenas um único alvo. Os 
microorganismos, no entanto, atacam em grande quantidade, e o único clone precisa proliferar – de 
uma célula específica surgem milhares/milhões, o que leva tempo. Além disso, os linfócitos não estão 
maduros para realizar suas funções, e precisam de uma especialização. Sofrem uma diferenciação 
nesse período para se tornar efetores. 
 
Características da imunidade inata: 
o Resposta inicial e imediata ao encontro com os microorganismos; 
o Rapidamente disponível (minutos); 
o Composta por mecanismos celulares e bioquímicos pré-existentes ao reconhecimento 
de microrganismos, macromoléculas ou substâncias estranhas pelo sistema 
imunológico; 
Os mecanismos efetores contra microorganismos são mecanismos celulares. São 
moléculas mobilizadas que vão levar à destruição de uma célula, à apoptose dela, à fagocitose 
e destruição por uma enzima. Um mecanismo unicelular que existe antes do encontro com o 
patógeno. 
Uma célula da imunidade inata, por exemplo, pode secretar uma substância que vai 
induzir à apoptose da célula – essa substância já está pronta, pré-formada. Basta reconhecer 
o alvo e liberar. 
Na adquirida, a etapa de diferenciação vai deixar aquela célula capaz de realizar seu 
mecanismo. 
o Não-específica; 
Não distingue se é vírus de hepatite B ou A, age da mesma maneira. Sendo uma 
bactéria, a resposta seria diferente por ser outro tipo de patógeno. Mas se for um 
estreptococo ou uma E. coli, tipos diferentes de bactérias, o mecanismo de ação será o 
mesmo. Temos mecanismos inatos contra vírus, mecanismos inatos contra helmintos, 
mecanismos inatos contra bactérias...A inata, apesar de não ser específica, não se dirige à célula própria. 
o Respondem da mesma maneira a diferentes infecções; 
o Sem memória imunológica; 
o Não se altera com re-exposições. 
A resposta inata é efetiva. Muitas infecções são contidas apenas com os mecanismos inatos. 
A imunidade adquirida, inclusive, se associa à inata para realizar a defesa do nosso organismo. O 
“problema” da resposta inata consiste em ela ser antiga, então, durante a evolução vários 
patógenos aprenderam a driblar seus mecanismos. 
Outra coisa extremamente importante: sem a imunidade inata, a adquirida não acontece. 
Os mecanismos da imunidade inata induzem a da resposta imune adquirida e direcionam, 
modifica a forma da imunidade adquirida. 
Vamos nos concentrar na resposta adquirida agora. 
Os componentes da resposta imune adquirida são os linfótios T e B. 
As respostas desencadeadas pelos linfócitos B, produtores de anticorpos, consistem na 
chamada resposta imune humoral. As desencadeadas pelos T, resposta imune celular. Enquanto 
o B libera seus anticorpos no plasma (humor), o linfócito T interage com as células infectadas – 
promovem estímulos aos macrófagos, eosinófilos, neutrófilos para garantir a destruição do 
patógeno. 
Essa direção: se é B, se é T, se é T CD4 ou T CD8 acontece pela imunidade inata. 
Por exemplo, se há infecção por um vírus, que promove infecção intracelular, é preciso 
destruir a CÉLULA infectada. Tem uma célula da imunidade inata que é capaz de destruir outras 
células: a NK. Tem uma célula na adquirida que faz a mesma coisa: linfócito T CD8. O que acontece: 
os mecanismos de NK inatos - as citocinas, as moléculas produzidas nas respostas imunes contra 
vírus, são fundamentais para direcionar a resposta adquirida para que ela seja do tipo celular e do 
padrão CD8. 
A inata direciona e especifica para aquele patógeno que causou a infecção. Sem a inata, 
também não há apresentação de antígeno (a célula apresentadora de antígeno é ativada por conta 
da inata) e nem imunidade adaptativa. 
 
COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA 
 Cite as principais funções e mecanismos de ação dos polimorfonucleares neutrófilos e dos 
monócitos/macrófagos na defesa do hospedeiro contra infecções. 
Recrutamento e ativação de células através da secreção de citocinas. Neutrófilos e monócitos são 
fontes importantes de citocinas, e são elas que garantem o início da resposta inata e principalmente 
a resposta inflamatória. São células que vão levar à inflamação ali logo no início. 
Componentes da imunidade inata 
o Barreiras física e química 
o Células: 
- Fagócitos mononucleares: monócito (macrófagos) 
- Células Dendríticas 
- Células Natural Killer (NK) 
- Polimorfonucleares: neutrófilos, mastócitos, eosinófilos e basófilos 
o Moléculas solúveis: 
- Proteínas do complemento 
- Citocinas 
- Quimiocinas 
 São moléculas secretadas pelas células 
Quem são essas células? 
Neutrófilos 
o Fagocitose 
o Secreção de citocinas e quimiocinas 
o Medeia as fases iniciais da resposta inflamatória 
Monócitos 
 Estão no sangue periférico, quando migram para o sítio da infecção ou para o tecido, 
diferenciam-se em macrófagos 
o Fagocitose 
o Apresentação de antígenos 
o Produção de citocinas e quimiocinas 
Eusinófilos 
o Liberação de substâncias que causam danos 
teciduais 
o Mecanismos de citotoxicidade contra 
helmintos 
o Participam das respostas alérgicas 
Basófilos 
o Semelhanças funcionais com os eosinófilos e 
mastócitos 
 
Mastócitos 
o Células teciduais; 
o Liberação de mediadores lipídicos da resposta 
inflamatória, histamina e citocinas; 
o Atuam nas doenças alérgicas e contra parasitas 
Células Dendríticas 
Capturam patógenos, processam seus antígenos, migram para os órgãos linfoides secundários 
e apresenta os antígenos para os linfócitos 
o Captura antígenos em sítios periféricos 
o Apresentação de antígenos 
o Produção de IL-12 e de IFN tipo 1 
Células NK 
São da mesma linhagem dos linfócitos, produzidas na medula óssea, linhagem linfoide. No 
entanto, os mecanismos da imunidade inata se aplicam melhor à NK do que os da adquirida. Ex: ao 
reconhecer um patógeno, ela imediatamente degranula – inespecífica, imediata. 
o Citotoxicidade – libera grânulos líticos 
o Produção de IFN-g 
 
 
RECONHECIMENTO NA IMUNUDADE INATA 
 Defina o que são PAMPS. 
 O que são os receptores Toll like (TLR)? 
 
PAMPS 
Padrões moleculares associados aos patógenos (PAMPS) são moléculas exclusivas dos 
patógenos. Isso faz com que a imunidade inata consiga distinguir o que é patógeno do que não é – ela 
reconhece aquela molécula (PAMP) que não existe em mamíferos através de receptores. Esses 
receptores são receptores de reconhecimento padrão (PRR). Um exemplo é a família do toll like (TLR). 
Note, na imagem abaixo, que os microorganismos são diferentes (cores diferentes, formas diferentes), 
mas todos compartilham a mesma estrutura – uma molécula – e esta molécula que é reconhecida 
pela célula inata. 
Exemplos de PAMPS: 
Flagelo. A única célula humana flagelada é o 
espermatozoide, mas o componente do flagelo das 
bactérias é diferente. É formado pela proteína flagelina, 
inexistente em mamíferos. A pilina, proteína contida no 
pílin da bactéria, é um PAMP. Vírus apresentam 
estrutura diferente de RNA, que também constitui um 
PAMP. 
 
 
 
Quem apresenta receptores de reconhecimento padrão? Macrófagos, neutrófilos, eosinófilos e 
várias outras células – inclusive que não compõem o sistema imune, como epiteliais, enterócitos. 
Células que podem ser infectadas apresentarão receptores de reconhecimento padrão. 
Há também o exemplo da manose, que é um carboidrato exclusivo das bactérias. 
RECEPTORES DE RECONHECIMENTO PADRÃO (PRR) e TOLL-LIKE 
 
Os receptores da família Toll-like podem estar localizados na membrana plasmática da célula, 
na membrana do endossoma e no citosol. Existem classes de receptores padrão localizados no citosol. 
Isso é muito importante, porque garante que o mecanismo do sistema inato reconheça os patógenos 
extracelulares (como bactérias) através dos Toll de superfície, enquanto os Toll que estão no interior 
da célula, associado à membrana nuclear ou a endomembranas, reconhecem principalmente ácidos 
nucleicos. 
 
Quando ocorre o reconhecimento de um receptor por um PAMP, acontece transdução de sinais 
e produção de mediadores intracelulares que levam à transcrição e tradução de algumas proteínas – 
inclusive de citocinas. Os receptores PRR de membrana geralmente levam à produção de citocinas 
pró-inflamatórias (lembre-se que em geral reconhecem bactérias), enquanto os intracelulares levam 
à produção de interferons tipo I, que são citocinas da resposta antiviral. 
Se o reconhecimento de um PAMP for pelo macrófago, haverá a indução de fagocitose, a 
secreção de citocinas e assim sucessivamente. 
 
COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA 
 
Como barreiras físicas temos pele. Como barreiras químicas temos o pH, as enzimas digestivas, 
sais biliares, ácidos graxos, lágrima e saliva. Defensinas e catalecidinas são moléculas secretadas sem 
necessidade de estímulo pelas células epiteliais e células de mucosas que também são produtos 
antimicrobianos: aquelas bactérias mais leves e menos patogênicas são destruídas por essas 
substâncias. 
O problema ocorre justamente quando há uma quebra dessas barreiras e outros componentes 
da imunidade inata precisam agir. 
Além das barreiras, temos as citocinas. Estas, são proteínas produzidas por diversas células do 
sistema imune (tanto inato quanto adaptativo). Temos uma gama de citocinas – novas estão sendo 
descobertas a cadamomento – e cada uma delas apresenta alvos específicos. Esses alvos geralmente 
são células que desencadeiam respostas em outras células (por exemplo, citocinas levam à produção 
de mediadores da resposta inflamatória, ativação de macrófagos, ativação de células NK). 
Uma citocina que chama a atenção é a IL-10 (interleucina 10), pois apresenta papel anti-
inflamatório, inverso das demais (IL-12, IL-6, etc.) que ativam a inflamação. Isso é importante para que 
haja um equilíbrio da resposta imunológica: uma inflamação que se perpetue pode levar à lesão e 
perda de função do órgão. A mesma célula que secreta interleucinas inflamatórias também secreta, 
em níveis menores, interleucinas regulatórias para garantir esse equilíbrio. 
Há também as quimiocinas, outras moléculas proteicas com função mais relacionada à 
quimiotaxia das células do sistema imune inato ou adquirido. Regulam o tráfego de leucócitos entre 
o sítio periférico e o sítio central, atraindo-os ao local da infecção. Além disso, participam da 
linfopoiese e da angiosênese, e também estimula e regula a ativação de vários leucócitos. 
QUIMIOCINA RECEPTORES ALVOS 
CCL11 CCR3 Recrutamento de eosinófilos, basófilos e Th2 
CCL12 CCR2 
Recrutamento de leucócitos 
CCL13 CCR1, CCR2, CCR3 
CCL18 ? Homing de linfócitos e células dendríticas 
CCL19 CCR7 
Migração de linfócitos T e DC para zonas 
parafoliculares dos linfonodos 
CCL21 CCR7 
CCL22 CCR4 Recrutamento de linfócitos T e basófilos 
CXCL1, CXCL2, 
CXCL3 
CCR2 Recrutamento de neutrófilos 
 
A maioria das quimiocinas têm funções redundantes: uma, duas ou três quimiocinas 
apresentam a mesma função. 
 
O RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS 
Como se inicia a resposta inata? 
Os leucócitos apresentam em sua superfície a proteína integrina e um ligante de selectina. O 
endotélio dos vasos sanguíneos, por sua vez, contém o ligante da integrina e a proteína selectina. A 
ligação entre esses receptores é de baixa afinidade e isso garante que se ligue e desligue, que não haja 
uma ligação tão firme. Isso faz com que os leucócitos rolem através da parede endotelial, seguindo o 
fluxo sanguíneo. 
Quando ocorre um processo infeccioso por uma bactéria, por exemplo, o macrófago a 
reconhece pelo PAMP, é ativado e a fagocita. Esse processo induz, também, a produção de 
quimiocinas e citocinas. Essas quimiocinas e citocinas serão secretadas na corrente sanguínea e agirão 
tanto nas células endoteliais quanto nos leucócitos circulantes, alterando a afinidade da integrina com 
seu receptor e da selectina com o seu receptor. 
As quimiocinas, ao se apresentarem na superfície endotelial, ligam-se aos receptores presentes 
nos leucócitos em rolamento, o que ativa as integrinas do leucócito a um estado de alta afinidade ao 
seu ligante contido na célula endotelial. Com isso, haverá uma maior adesão do leucócito a essa célula. 
Em seguida, os leucócitos rastejam pelas junções entre as células endoteliais e migram através da 
parede do vaso para o tecido – realiza a diapedese. Esse processo permite a chegada de leucócitos ao 
sítio da infecção para ocorrência da resposta inata. 
 
A ação das citocinas e quimiocinas leva ao maior extravasamento de plasma, à maior circulação 
de células, e isso vai gerar os eventos conhecidos da resposta inflamatória: calor, rubor, edema, dor. 
No processo inflamatório há, então, o recrutamento das células, a formação de uma barreira 
física a partir da ativação de uma coagulação no local, que impedi a saída e a entrada de novos 
microorganismos no sítio de invasão e, porteriormente, o reparo tecidual. 
 
CHOQUE SÉPTICO 
 
 Quais os mecanismos de ação do TNF-a e IL-8 na defesa contra bactérias extra-celulares? E na 
patogenia do choque séptico? 
Em que consiste o choque séptico? 
Resposta inflamatória muito exacerbada e sistêmica. Por exemplo, invasão dos 
microorganismos na corrente sanguínea. Bactérias que consigam fugir da reposta imune inata e 
migrem para o tecido sanguíneo circulam por todo corpo, ativando respostas inflamatórias. 
Esse exemplo está muito relacionado à produção do TNF-α. Vimos as ações locais do TNF, como 
o recrutamento de leucócitos, ativação do endotélio, aumento da permeabilidade vascular... Porém, 
há efeitos sistêmicos que são benéficos, por 
exemplo, aumento da temperatura (febre), 
ativação de 
hepatócitos para produzir mediadores 
inflamatórios como prostraglandinas e 
tromboxanos, aumentando os mecanismos 
inflamatórios, os estímulo da hematopoiese 
na medula óssea. 
Entretanto, se o estímulo e a produção 
de TNF-α é contínuo, se mantém, com várias 
células sistemicamente produzindo essa 
citocina (sobretudo o fígado e o baço), os 
efeitos patológicos do choque séptico se 
iniciam. O que aconteceria a nível local, 
passa a acontecer sistematicamente: 
vasodilatação sistêmica generalizada, 
aumento da permeabilidade geral, 
coagulação disseminada. Se esse processo 
não for controlado, o indivíduo evoluirá 
rapidamente ao óbito. 
 
MECANISMOS DA IMUNIDADE INATA 
FAGOCITOSE 
 
Já que falamos em disseminação de bactérias no choque séptico, um mecanismo muito 
importante no controle da quantidade de micro-organismos é a fagocitose. As células fagocitárias são 
o macrófago e o neutrófilo – sendo, este ultimo, a principal célula de defesa contra bactérias. Como o 
neutrófilo é mais abundante, chega mais rapidamente ao sítio de infecção e age de maneira mais 
eficiente. 
Seja o macrófago ou o neutrófilo, há o reconhecimento do 
PAMP pelo receptor de reconhecimento padrão. Assim, o 
macrófago/neutrófilo é ativado e altera sua membrana plasmática, 
produzindo pseudópodos que englobam o micro-organismo e 
forma o fagossomo (vesícula contendo o microorganismo). O 
fagossomo, então, se funde ao lisossomo – organela contendo 
enzimas digestivas - e forma o fagolissossomo. 
Nele, enzimas serão 
ativadas e haverá 
produção de radicais de 
oxigênio, espécies 
reativas de nitrogênio, 
radicais livres, enzimas 
proteolíticas, que são 
substâncias nocivas às 
principais bactérias 
 
 
AS CÉLULAS NK 
 
 Qual o mecanismo de ação das células NK e para que tipo de agente / doenças estas células 
são importantes na defesa? 
O principal mecanismo da célula natural killer é a citotoxicidade. Essa célula destrói células 
infectadas (células alvo). É um componente bastante importante, portanto, na infecção viral, mas 
também atua no caso de bactérias e protozoários intracelulares. 
A NK tem mecanismo de reconhecimento de patógenos diferente de um linfócito e diferente, 
também, das demais células da imunidade inata. Enquanto a maior parte das células da imunidade 
inata utiliza o receptor de reconhecimento padrão e o PAMP, a NK apresenta dois tipos de receptores: 
receptor de ativação e receptor de inibição. 
Quando o receptor de ativação é ligado/reconhece seu alvo, a célula NK pode se ativar. No 
entanto, tal ativação não ocorre se ao mesmo tempo for ativado o receptor de inibição dessa célula. 
É necessário, portanto, um equilíbrio: para a NK se ativar, o receptor de ativação deve estar ativo e o 
de inibição, inativo. 
Assim: 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que uma célula normal apresenta tanto ligante de ativação quanto de inibição. Para a 
NK exercer sua função, tanto pode inexistir o ligante para o receptor de inibição, que permanecerá 
inativo, quanto pode existir múltiplos ligantes de ativação, fazendo a sinalização para ativar a NK se 
sobressair à de inativar. 
Por que razão a célula passa a não apresentar ligante de inibição ou múltiplos ligantes de 
ativação? 
A infecção intracelular por vírus, por exemplo, com mecanismo de alteração da célula,inibe a 
expressão dos ligantes dos receptores de inibição. O principal ligante do receptor de inibição é a 
molécula MHC de classe 1. O vírus reduz a expressão de MHC de classe 1 e, então, a NK se ativa e 
destrói a célula. 
Por vezes uma célula com infecção crônica, ou que apresentou algum estresse ou lesão, começa 
a expressar muitos ligantes de ativação. Então, o estímulo ao receptor de ativação é muito intenso, 
sobressaindo o de inativação. A célula é destruída. 
Mas... por que um vírus reduziria a expressão de MHC-1, se isso mataria a célula hospedeira? 
Porque essa molécula é, também, essencial para a ativação de linfócito-T. O vírus, para escapar da 
resposta imune adquirida, que é MAIS ESPECÍFICA, mais intensa e mais duradoura, reduz a expressão 
do MHC de classe 1. 
Os mecanismos funcionais da célula NK são dois: 
 Grânulos tóxicos (granzima e perforina): 
 
São secretados pela NK ativada e desencadeiam a 
indução da apoptose na célula alvo (sinapse imunológica). É o 
mecanismo de controle, inclusive, das células tumorais 
 
 Produção de citocinas Interferom Gama (INF-ϒ): 
 
O INF-ϒ ativa os macrófagos. Alguns 
microorganismos conseguem escapar do 
mecanismo de fagocitose e sobreviver nos 
fagolisossomos, por exemplo. Quando esse 
macrófago é ativado pelo interferom gama, o 
potencial de destruição (produção de 
enzimas digestivas) é aumentado. 
 
 
AÇÃO DOS INTERFERONS DE CLASSE 1 
 
 Quais os mecanismos de ação dos interferons alfa e beta (IFN-α e IFN-β) e para que tipo de 
microrganismos eles são mais eficazes? 
Os interferons de classe 1, IFN-α e IFN-β, agem sobretudo no combate às infecções virais pela 
imunidade inata. Eles induzem a resistência 
da célula - tanto da infectada quanto das 
adjacentes a ela -, o que impede o 
vírus de realizar seu mecanismo 
de replicação, além de 
estimular as células vizinhas 
(não infectadas) a bloquear a 
entrada desses vírus. 
A secreção dessas moléculas pode 
ocorrer tanto por uma célula infectada pelo vírus quanto por células da 
imunidade como macrófagos e células dendríticas. Além disso, contribuem 
para levar à ativação de células NK. 
 
RESUMINDO 
Numa infecção por bactérias, por exemplo, haverá 
o reconhecimento dos PAMPS pelos receptores de 
macrófagos e neutrófilos, a produção de citocinas e 
quimiocinas que conduzem a migração e ativação 
de neutrófilos – é o início da resposta inflamatória 
local e a ativação da fagocitose, culminando na 
destruição das bactérias. 
Caso a bactéria consiga sobreviver no interior do 
fagossomo, o macrófago pode produzir uma 
citocina chamada IL-12, que levará um estímulo até 
a cálula NK para que ela secrete o INF-ϒ. O INF-ϒ, por 
sua vez, agirá sobre esse macrófago aumentando a 
eficiência de produção de radicais livres, NO, 
mediadores que vão destruir as bactérias com mais 
eficiência. 
A IL-10, por sua vez, regulará o processo 
inflamatório, interrompendo-o para que ele não cause consequências negativas ao 
organismo. 
Caso a resposta inata seja insuficiente, haverá o início da resposta imune adquirida.

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