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II - 1 Capítulo 22 Equipamentos Elétricos 1. OBJETIVO Este capítulo tem por objetivo apresentar os principais equipamentos elétricos dando ênfase as suas funções dentro dos sistemas elétricos. O co- nhecimento básico destas funções e de uma breve introdução sobre as su- bestações são conhecimentos essenciais para o entendimento da análise dos sistemas elétricos de potência. 2. INTRODUÇÃO Uma subestação é um conjunto de equipamentos usados para controlar, modificar, comandar, distribuir e direcionar o fluxo de energia elétrica em um sistema elétrico. Elas tem uma ou mais das seguintes funções: · manobra, permitindo conectar e desconectar equipamentos elétricos, · transformação, permitindo elevar ou baixar a tensão quando for mais conveniente para a operação do sistema elétrico, · seccionamento, permitindo limitar os comprimentos dos trechos de li- nhas de transmissão e cabos, · distribuição, permitindo a subdivisão do fluxo de potência para aten- der a diversos alimentadores. Quanto ao nível de tensão de alimentação, as subestações se classifi- cam em: · Baixa tensão: até 1 KV; · Média tensão: entre 1 KV e 66 KV; · Alta tensão: entre 69 KV e 230 KV; Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 2 · Extra alta tensão entre 231 KV e 800 KV; · Ultra alta tensão acima de 800 KV. As tensões empregadas no Brasil para transmissão, subtransmissão e distribuição são 13.8 KV, 34.5 KV, 69 KV, 88 KV, 138 KV, 230 KV, 345 KV, 440 KV, 500 KV e 765 KV. Na região Nordeste, as tensões empregadas para distri- buição secundária são 380V entre fases e 220V entre fase e neutro e para distribuição primária, 13,8 KV. De acordo com o posicionamento e a função dentro de um sistema elé- trico as subestações podem ser classificadas em: · Subestações de Transmissão, · Subestações de Subtransmissão, · Subestações de Distribuição, · Subestações de Consumidor. A Figura 1 apresenta a vista lateral de um setor de 230 KV de uma su- bestação de transmissão. Figura 1 - Vista lateral do setor de 230 KV de uma subestação ao tempo 3. NÍVEL DE TENSÃO Os sistemas elétricos são caracterizados por três valores de tensão, a nominal, a máxima e a mínima. A tensão nominal de um sistema é aquela que caracteriza o sistema elétrico e as tensões máxima e mínima de um sistema são, respectivamente, o maior e o menor valor de tensão que podem ocorrer Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 3 em condições normais de operação, em qualquer tempo e em qualquer ponto do sistema, excluídas as condições transitórias e anormais. O nível de tensão em que é alimentado um dado sistema elétrico resi- dencial, comercial ou industrial no Brasil é função da potência instalada e da demanda deste sistema, devendo seguir a Portaria ANEEL 466 de 12/11/97 e as normas de fornecimento de energia elétrica da concessionária responsável pela alimentação do sistema elétrico. A portaria ANEEL 466 agrupa os consumidores em dois grupos. No gru- po B (baixa tensão) estão aqueles consumidores que têm carga instalada igual ou inferior a 50 kW, enquanto no grupo A (alta tensão) estão aqueles consumidores que devem ser alimentados em tensão primária de distribuição ou tensão de transmissão. No caso do Nordeste do Brasil, consumidores de demanda entre 50 kW e 2500 kW devem ser alimentados em 13,8 kV, acima de 2500 kW em 69 kV ou maior tensão de acordo com disponibilidade da concessionária local. A portaria ANEEL 466 estabelece ainda que a concessionária de ener- gia local classifique ainda os consumidores nas seguintes classes, que estão sujeitas a tarifas diferenciadas: · Residencial · Industrial · Comercial, serviços e outras atividades · Rural · Poder Público · Iluminação Pública · Serviço Público (tração elétrica, água, saneamento e esgoto) · Consumo Próprio Para os consumidores do grupo B no estado de Pernambuco, a norma CELPE NE–005/96 para fornecimento de energia elétrica para consumidores em tensão secundária de distribuição, estabelece os valores de tensão e o tipo de fornecimento, que estão reproduzidos na tabela I. Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 4 Tabela 1 - Fornecimento de energia em tensão secundária de distribuição IT E M TIPO DE FORNECI- MENTO Número de fios e tensão Carga Instalada Equipamentos que não podem ser ligados Motor monofásico com potência superior a 3 CV Máquina de solda e transforma- dor com potência superior a 3 KVA 1 Monofásico 2 fios / fase e neutro 220V CI £ 15 KW Aparelhos de Raio X com potên- cia superior a 3 KVA Motor monofásico com potência superior a 3 CV Máquina de solda e transforma- dor com potência superior a 3 KVA 2 Bifásico 3 fios / duas fa- ses e neutro 220/380V 15 <CI £ 30 KW Aparelhos de Raio X com potên- cia superior a 3 KVA Motor monofásico com potência superior a 30 CV Máquina de solda e transforma- dor com potência superior a 15 KVA 3 Trifásico 3 fios / três fases e neutro 220/380V 30 < CI £ 50 KW Aparelhos de Raio X com potên- cia superior a 20 KVA Os consumidores de alta tensão são ainda classificados em subgrupos de acordo com o seu respectivo nível de tensão, de forma a permitir aplicações de valores de tarifas de energia diferenciadas de acordo com o nível de ten- são, como pode ser visto na Tabela 2. Quanto maior o nível de tensão, meno- res serão os valores das tarifas estipuladas. Tabela 2 – Subgrupos dos consumidores do grupo A Subgrupos Nível de Tensão A1 230 kV ou mais A2 88 kV à 138 kV A3 69 kV A3A 30 kV à 44 kV A4 2,3 kV à 25 kV AS ( subterrâneo ) --------------- Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 5 A concessionária de energia elétrica é responsável pelo fornecimento e instalação de materiais até o ponto de entrega de energia usualmente locali- zado na parte superior do poste do consumidor. A Figura 2 apresenta a alimentação de um consumidor residencial mo- nofásico, onde pode ser visto a indicação do ponto de entrega. Figura 2 - Alimentação de um consumidor residencial monofásico Denomina-se ramal de serviço ou ramal de ligação o trecho compreen- dido entre a rede de distribuição e o ponto de entrega. Ele pode ser aéreo, subterrâneo ou misto. Este ramal deve ser construído pelo consumidor, não deve cortar terrenos de terceiros e não ter construção sob o ramal. Denomina- se ramal de entrada o conjunto de componentes elétricos entre o ponto de en- trega e a medição ( Figura 2). O afastamento do ramal de ligação em relação ao solo deve satisfazer as distâncias mínimas de segurança em relação a pas- sagem de pedestres e ou veículos dependendo do caso. Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 6 4. SUBESTAÇÕES DE CONSUMIDOR As subestações de consumidor são responsáveis pelo transformação, comando e distribuição do fluxo de energia dos sistemas elétricos residenciais comerciais e industriais de médio e grande porte. As subestações de consumidor são divididas em compartimentos deno- minados de cubículos, postos ou cabines. Os postos ou cabines mais usual- mente encontrados em subestações de consumidor são os postos de medição, proteção e transformação. O cubículo ou posto de medição deve vir sempre antes do posto de proteção. O fornecimento e a instalação dos equipamentos de medição é de responsabilidade da concessionária. A caixa de medição ou quadro de distri- buição, eletrodutos, sistema de aterramento, condutores e dispositivos de proteção e seccionamento são de fornecimento do consumidor. Quanto a forma de instalação, as subestações de consumidor estão classificadas em: 1. Subestações ao tempo 2. Subestações abrigadas· Em alvenaria · Metálica O posto de transformação pode ser instalado ao tempo, blindadoou abrigado. A instalação se dá em poste singelo para potências até 150 kVA e em plataforma até 225 kVA. A instalação no solo pode acontecer para qual- quer potência de transformador. 5. EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS Define-se equipamento elétrico como sendo uma unidade funcional completa e distinta, que exerce uma ou mais funções elétricas relacionadas com geração, transmissão, distribuição ou utilização de energia elétrica. Os equipamentos elétricos encontrados nos sistemas elétricos podem ser classificados em quatro grupos: equipamentos principais, equipamentos de Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 7 manobra, equipamentos de MPCC (medição, proteção, comando e controle), equipamentos de utilização de energia. Os equipamentos principais são aqueles que atuam diretamente no flu- xo de potência modificando-o. Nestes equipamentos se enquadram os gerado- res, os transformadores de potência, os reatores de derivação, os bancos ca- pacitores, os compensadores síncronos, estáticos e os capacitores série. Um sistema elétrico de corrente alternada opera em cada um de seus trechos com a tensão mais conveniente, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico. Esta enorme flexibilidade é obtida através dos transforma- dores, equipamentos estáticos, de alta eficiência e grande confiabilidade. Eles podem ter a função de elevar as tensões de geração para as tensões de transmissão (denominados trafos elevadores), podem ter a função de interligar partes do sistema de transmissão (denominados trafos de interligação) e fi- nalmente podem ter a função de abaixar as tensões de transmissão para as tensões de subtransmissão e de distribuição (denominados trafos abaixado- res). Os transformadores de potência se classificam quanto ao meio refrige- rante externo em: · transformadores à seco; · transformadores à líquido isolante: · transformadores à óleo mineral isolante; · transformadores à líquido isolante sintético; Os transformadores á óleo mineral são os que tem menor custo por KVA e são os mais usualmente empregados principalmente para alta e extra alta tensão. O óleo mineral é um derivado do petróleo, que deve ter suas caracterís- ticas elétricas acompanhadas periodicamente. Ele em elevadas temperaturas, é combustível e inflamável, exigindo para a sua utilização cuidados especiais em relação a segurança, tais como tanques de drenagem de óleo e paredes Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 8 com revestimento especial. A Figura 3 apresenta um transformador de potên- cia à óleo mineral. Figura 3 - Transformador à óleo mineral Em instalações especiais onde os perigos de incêndio são iminentes ou em instalações onde manutenções preventivas devem ser minimizadas, como plataformas de petróleo, aeroportos, hospitais, refinarias... os transformadores à óleo não devem ser especificados. Para estas aplicações devem ser empre- gados transformadores à seco ou transformadores à líquido isolante sintético. Os líquidos isolantes sintéticos mais empregados são à base de silicone e os transformadores à seco mais empregados atualmente são os moldados em resina epoxi. Os transformadores à seco possuem enrolamentos em alumínio e ma- nutenção bastante reduzida. Com uma redução gradual de custo, os transfor- madores à seco vem disputando mercado até mesmo com transformadores à óleo. A Figura 4 apresenta um transformador à seco com enrolamentos en- capsulados em resina epoxi e enrolamentos de alta e baixa tensão em cobre. Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 9 Figura 4 - Transformador à seco Os bancos capacitores são utilizados com a função de melhorar a re- gulação de tensão compensando o baixo fator de potência das cargas, elevan- do a tensão nos seus terminais, reduzindo assim as perdas na transmissão e o custo do sistema. Figura 5 - Capacitores monofásicos Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 10 Os reatores shunt são empregados nos sistemas elétricos para reduzir os níveis de tensão, controlando as tensões em regime permanente e para redução de sobretensões nos surtos de manobra. Para atender a estas fun- ções a característica tensão corrente destes reatores deve ser linear até um determinado valor usualmente 150%, isto é obtido empregando reatores de núcleo de ar ou com núcleo de ferro e entreferros. Os equipamentos de manobra são responsáveis em abrir, fechar e isolar circuitos, equipamentos elétricos e componentes. São eles os disjuntores, cha- ves, elos removíveis e fusíveis. Os disjuntores são dispositivos de manobra capazes de estabelecer, conduzir e interromper circuitos com tensão e corrente sob condições normais de operação, bem como sob condições especificadas tais como curto-circuito. O disjuntor é um equipamento cujo funcionamento apresenta aspectos bastante singulares. Opera, continuamente, sob tensão e corrente de carga muitas vezes em ambientes muito severos, no que diz respeito à temperatura, à umidade, à poeira, etc. Em geral, após tanto tempo nestas condições, às ve- zes até anos, é solicitado a operar por conta de um defeito no sistema. Nesse instante, todo o seu mecanismo, inerte até então, deve operar com todas as suas funções, realizando tarefas tecnicamente difíceis, em questão de décimos de segundo. A operação de qualquer disjuntor se dá separando-se seus respectivos contatos, que permitem, quando fechado, a continuidade elétrica do circuito. Durante a separação devido a energia armazenada no circuito forma-se um arco elétrico. O arco elétrico é uma coluna de gás numa temperatura bastante elevada, altamente ionizada que conduz a corrente elétrica. O processo de abertura do disjuntor exige a extinção do arco. O princípio básico para a extin- ção do arco é provocar o seu alongamento de forma a reduzir a temperatura e substituir o meio ionizado entre os contatos por um meio isolante. Para que o disjuntor exerça a ação de abertura dos contatos, o coman- do pode ser feito manualmente pelo operador ou através dos relés, que de- tectam faltas nos sistemas elétricos. Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 11 No estado ligado ou fechado o disjuntor deve suportar a corrente nomi- nal da linha sem que venha a aquecer além dos limites permissíveis. No esta- do desligado ou aberto a distância de isolamento entre os contatos deve su- portar a tensão de operação, bem como sobretensões internas devido a surtos de manobra e descargas atmosféricas. Os tipos construtivos dos disjuntores dependem dos meios que utilizam para extinção do arco e podem ser classificados de acordo com o meio de in- terrupção: · disjuntores à ar · na pressão atmosférica; · à ar comprimido; · disjuntores à óleo · a pequeno volume de óleo (PVO); · a grande volume de óleo (GVO); · disjuntores à SF6 ; · disjuntores à vácuo. A Figura 6 apresenta um disjuntor de 230 KV em hexafluoreto de enxo- fre (SF6). Figura 6 - Disjuntor em SF6 de 230 kV As chaves podem desempenhar diversas funções; a mais comum nas subestações é seccionamento de circuitos por necessidade operativa ou por Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 12 necessidade de isolar componentes do sistema para a manutenção. Elas po- dem ser classificadas em: · chaves seccionadoras - são chaves que permitem isolar componentes ou circuitos apenas com tensão porém sem corrente; · lâminas de terra - são chaves empregadas para aterrar componentes ou circuitos com tensão porém sem corrente; · chaves de abertura em carga - são chaves que permitem isolar componen- tes ou circuitos com corrente próximas a nominal; · chaves de aterramento rápido - são chaves empregadas para aterrar rapi- damente um componente ou trecho de uma rede submetida à uma falta; · chaves fusíveis - sãochaves constituídas de três hastes isolantes, normal- mente de resina epoxi ou de fenolite montadas em paralelo com três cartu- chos fusíveis, quando atua um elemento fusível o mecanismo articulado faz com que o comando de abertura seja simultâneo nas três fases. A Figura 7 apresenta uma chave seccionadora de 230 KV de abertura vertical com a lâmina de terra acoplada. Figura 7 - Chave seccionadora Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 13 Os equipamentos de medição, proteção, comando e controle tem por fi- nalidade atuar de forma a comandar, controlar e supervisionar todos os demais equipamentos dos sistemas elétricos. São eles os pára-raios, transformadores de corrente e de potencial, relés, amperímetros, voltímetros... Os pára-raios são os equipamentos responsáveis pela proteção dos equipamentos elétricos e instalações contra sobretensões de manobra e so- bretensões originadas por descargas atmosféricas. Ao pára-raios são colocados em paralelo com os equipamentos a serem protegidos, em caso de uma sobretensão que possa causar danos, ele deve atuar drenando para o aterramento os surtos. Existem dois tipos de pára-raios: · pára-raios convencionais ou de carbureto de silício; · pára-raios de óxido de zinco . A Figura 8 apresenta um pára-raios convencional de 138 KV com quatro seções de carbureto de silício. Figura 8 - Pára-raios convencional - 138KV Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 14 Normalmente, em sistemas acima de 600V, as medições de tensão e corrente são feitas através dos transformadores de instrumentos. Estes equi- pamentos tem as seguintes funções: isolar o circuito de baixa tensão (secun- dário) do circuito de alta-tensão (primário) e reproduzir os efeitos transitórios e de regime permanente aplicados ao circuito de alta-tensão o mais fielmente possível no circuito de baixa tensão. Os transformadores de corrente tem seu enrolamento primário ligado em série com o circuito de alta tensão. Os TC’s se classificam de acordo com sua função em dois tipos: os de medição e os de proteção. A Figura 9 mostra um transformador de corrente para medição em 230 KV. Figura 9 - Transformador de corrente para medição em 230 KV Os transformadores de potencial tem seu enrolamento primário usual- mente conectado entre fase e terra e tem por finalidade reproduzir as tensões da circuito de alta tensão. Em alguns casos os TP’s também são adotados como fonte de potência necessária ao funcionamento de circuitos de comando e controle dos demais componentes dos sistemas elétricos. Da mesma forma que os TC’s, os TP’s se classificam quantoa sua função em TP’s de proteção e Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 15 de medição. Os TP’s de medição tem menores classes de exatidão garantindo valores mais precisos. O custo dos transformadores de potencial está diretamente ligada a ten- são do enrolamento de alta tensão, daí a razão de serem empregados em ex- tra, ultra e alta tensão os transformadores de potencial capacitivos. Um TP capacitivo é na verdade um divisor capacitivo com um transfor- mador de potencial conectado num trecho inferior do divisor como pode ser visualizado na Figura 10. Figura 10 - Transformador de potencial capacitivo Na Figura 11 é apresentada uma comparação do custo entre um trans- formador de potencial capacitivo e indutivo. Observa-se que a partir de 245 kV o preço de TP indutivo torna-se bem superior ao capacitivo. Uma outra razão para se utilizar transformadores de potencial capacitivo num dado sistema elé- trico é a utilização do “power line carrier” (PLC). Neste tipo de comunicação um sinal de alta freqüência é emitido no próprio condutor, a utilização do TP capacitivo facilita a filtragem e o recebimento deste sinal. Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 16 Figura 11 - Custo do TPI x TPC De modo a evitar que os equipamentos discutidos anteriormente operem em condições anormais, como por exemplo correntes de curto circuito, existem pequenos dispositivos que supervisionam continuamente todas as grandezas do sistema denominados relés. A aplicação e os ajustes destes relés para uma atuação correta impedindo maiores danos ao sistema elétrico, faz parte de uma área da engenharia elétrica denominada de proteção dos sistemas elétri- cos. A proteção dos sistemas elétricos tem duas funções: · promover a rápida eliminação da falha, retirando do servi- ço um equipamento com problemas, · promover a indicação da localização e do tipo do defeito, visando uma reparação mais rápida. Existem relés para supervisionar corrente, tensão, potência e ainda grandezas inerentes aos próprios equipamentos como temperatura de enrola- mento de transformadores, velocidade de máquinas elétricas... Os relés ao determinarem uma perturbação que venha a comprometer um dado equipa- mento, enviam um sinal elétrico que comanda abertura de um disjuntor ou de disjuntores de modo a que o trecho do sistema elétrico afetado seja isolado do resto do sistema. Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 17 5. DIAGRAMAS ELÉTRICOS Os sistemas elétricos são projetados, construídos, analisados e opera- dos com o auxílio de diagramas elétricos. Os diagramas elétricos se dividem em dois tipos: explicativos e constru- tivos. Os diagramas explicativos são aqueles cujos componentes são repre- sentados por símbolos gráficos e tem a finalidade de permitir a visualização e o entendimento de um dado sistema elétrico. Estes diagramas não apresentam dimensões nem distâncias exatas entre os diversos equipamentos envolvidos. Os diagramas explicativos estão divididos em três tipos: · explicativos Os diagramas unifilares são diagramas explicativos que se caracterizam pela sua simplicidade. Nestes diagramas os sistemas elétricos são represen- tados por apenas uma de suas fases e cada componente é representado na posição desenergizado por um símbolo padronizado. Estes diagramas devem conter obrigatoriamente os equipamentos elétricos principais, sendo os demais componentes representados ou não. Para o escopo deste curso destacaremos apenas os diagramas elétricos unifilares. Estes diagramas são diagramas explicativos e se caracterizam pela sua simplicidade. Nestes diagramas os sistemas elétricos são representados por apenas uma de suas fases e cada componente é representado na posição desenergizado por um símbolo padronizado. Os diagramas unifilares são essenciais quando se precisa ter uma visu- alização geral de um dado sistema elétrico e apresentam como desvantagem não permitirem identificar facilmente a conexão dos enrolamentos entre fases e entre fase e neutro. Na figura 12 estão apresentados os principais símbolos adotados no curso e a figura 13 mostra um exemplo de diagrama unifilar de um sistema elétrico. · unifilares · multifilares · funcionais Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 18 Os diagramas construtivos são diagramas utilizados para apresentar a disposição dos equipamentos dentro de uma instalação, dimensões em escala dos equipamentos, vistas plantas e cortes dos sistemas elétricos. Eles mos- tram como os sistemas elétricos estão instalados fisicamente. Os diagramas construtivos estão também divididos em três tipos: · construtivos · vistas · cortes · plantas Figura 12 – Simbologia adotada neste texto Figura 13 - Exemplo de diagrama unifilar para um sistema elétrico Capítulo 2 - Equipamentos Elétricos II - 19 6. BIBLIOGRAFIA [1] Caminha, A. - Proteção de Sistemas Elétricos [2] Robba, E. J. – Introdução a Sistemas de Potência [3] Stevenson, W. D. – Elementos de Analise de Sistemas de Potência [4] Fitzgerald, A. E. - Máquinas Elétricas [5] Elgerd, Olle – Introdução à Teoria de Sistemasde Energia Elétrica [6] Turelli, A. – Voltage Transformer
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