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Antes de ser do Estado, estamos tratando de uma teoria.- O que é uma teoria? E para que serve uma teoria?- As teorias cumprem uma função cognitiva, uma teoria nos ajudam a compreender o mundo e os seus fenômenos. E elas acabam por valorar essas realidades, não são meras descrições, pois sempre quando se fala em compreensão se fala de valor. E também se fala em dominação e intervenção nos fenômenos. - E a Teoria do Estado também visa compreender um determinado fenômeno, o Estado em suas dimensões social -política-jurídica, além da cultural. É impossível pensar contemporaneamente na vida humana desinserida do Estado. - Noção e Utilidade; Não se pode ter profissionais jurídicos que sejam meros técnicos de operação do Direito. É isso que diferencia o curso universitário de um curso técnico, a compreensão do processo de operação. Uma disciplina como essa ajuda a ser mais do que um mero operador do Direito e trabalhar com fins imediatos. É necessário compreender como o direito é produzido e como ele é utilizado. - O Estado ainda é o ator fundamental na produção do Direito, ainda que haja outros fatores que influam nessa produção. - E para entender como o Direito é utilizado é preciso também entender como funciona o Estado.- Para que o estudo da Teoria Geral do Estado é desenvolvido? O conhecimento do Estado também exige uma correta da compreensão do método de conhecimento dos fenômenos. Os métodos também não são neutros, eles nos levam a uma posição ou outra. - A Teoria do Estado não se enquadra apenas no âmbito das disciplinas jurídica, pois dialogará com outras disciplinas fora dess a dimensão. - Essa ciência se diferencia das ciências naturais, pois busca uma transformação da realidade. A perspectiva da Teoria do Estad o é uma perspectiva sociotransformadora do Estado. Estado este que é compreendido como um fato social, um produto da história, mas também como uma ordem. É uma ciência que compreende o Estado numa ótica normativista, ou então compreende -o como uma fato social. É necessário um olhar mais crítico sobre o positivismo jurídico. - A Teoria é uma ciência cognitiva e valorativa.- Origem e desenvolvimento: Antiguidade greco-romana: Platão, Aristóteles e Cícero.• Eles refletem sobre os problemas políticos, porém sem o rigor científico, não havia uma distinção entre prescrição e descriçã o. O fato de nós dizermos que a Teoria do Estado é uma ciência que distingue essas óticas, mesmo que trabalhe com a realidade idealizada e a realidade empírica. - Idade Média: Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e Marsílio de Pádua.• Agostinho e Tomás de Aquino também tratam do problema do Estado, mas se preocupam mais em sua justificação baseada na teologia. - Mais no final da Idade Média, Marsílio publica uma obra em que se verifica um tentativa de separação do â,bito político do âmbito teológico. - Século XVI: Maquiavel• Inauguração da exigência de enfoque objetivo dos fatos políticos.- Outro livro nesse sentido é o Breviário dos Políticos de Cardeal Mazarin- Esse livros servem mais para o povo enxergar como se dá a manifestação e exercício do poder.- Direito Natural: Hobbes, Locke, Montesquieu, Rosseuau• O Estado é visto como um produto da vontade humana- Século XIX:• Alemanha: Gerber ("Fundamentos de um Sistema de Direito Político Alemão", 1865) e Georg Jellinek ("Teoria Geral do Estado", 1900); - É com essa obra que se inicia a teoria do Estado.- A Ciência não surge por nada. E por que na Alemanha? Ela surge em virtude de necessidades políticas e jurídicas. A Alemanha na primeira metade do século XIX não estava unificada, e para isso era necessário desenvolver uma certa doutrina que justificasse e ajudasse a construção de um Estado Soberano. ○ Escola do Teoricismo Político (Savinig): O Direito não é fruto do legislador, é fruto de uma cultura. ○ Escola Pandectista: O Direito é fruto da decisão do Estado.○ Houve uma afirmação do positivismo jurídico.○ Raízes:- A racionalização política do poder estatal.○ A busca da dogmática jurídica é a racionalização do processo jurídico decisório. É tenta fazer com que os fins sejam atos de um processo não arbitrário, mas como um fato que é despolitizado e imparcialmente imposto universalmente. ○ Se percebia, na época do absolutismo, que o monarca cometia grande injustiça e equívocos com o poder, foi visto como necessário a racionalização do Estado e a racionalização se faz com a normatização do Estado. ○ Acabou-se por construir uma Teoria do Estado despolitizada, excessivamente construído no conceito pelo conceito. Surge o risco de um descolamento total da realidade. O Estado é enxergado como uma forma, despreza-se os fins do Estado. ○ Objetivo:- Monismo de Hans Kelsen:- Se a teoria do Estado estava sendo uma teoria por teoria, a TFE não serviria para nada. ○ Diante disso ele irá propor uma integração da realidade social à TGE, não se vinculando somente aos aspectos formalistas. ○ Críticas de Herman Heller e defesa de perspectivas teóricas que integrasse a realidade social à social problemática da TGE. - A TGE possui uma dificuldade de manter a nomenclatura: Direito Público Geral (Itália), Doutrina do Estado (França), Direito Político (Espanha e Portugal). ○ A questão do nome da disciplina:- A Teoria do Estado é uma disciplina recente, mas uma série de reflexões foram incorporadas na Teoria Geral do Estado. Direito Público e Constitucional - a TGE estava inserida nessa disciplina.- Vários professores passaram escrever obras e ocorreram algumas modificações no currículo.- A Teoria do Estado no Brasil. Aula 01: Teoria do Estado— noção, objeto, método quarta-feira, 25 de setembro de 2013 09:16 Página 1 de Teoria Geral do Estado Perplexidades causadas pela inadequação das estruturas do Estado moderno ao Estado contemporâneo.- Como é que uma teoria explica a realidade? É construído um modelo e esse modelo trazem possibilidades de reflexão. Mas há situações que esses modelos não nos servem mais. Em consequência, encontram-se igualmente em xeque as premissas do conceito de Estado moderno e Estado nacional, o que levaria à exaustão paradigmática de seus principais modelos teóricos e analíticas. - Século XXI: Estrutura das revoluções científicas.- Paradigma: modelo explicativo + solução de quebra-cabeças.- Um paradigma só se altera quando fracassa na resolução dos problemas relacionados a determinados fenômenos.- A TGR está diante de uma Revolução Científica?- Thomaz Kuhn: Ciência Política: organização política + comportamentos políticos; ela não estuda os elementos jurídicos.- Teoria do Estado: + elementos jurídicos.- Há os que dizem que o pressuposto do Estado é necessário para a discussão da Ciência Política, na linha de Weber, que diz que a política é o "conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre Es tados, ou no interior do Estado". - O Estado é hoje conhecido como uma pessoa jurídica, e a TGE irá tratar a dimensão jurídica do poder. - Teoria do Estado x Ciência Política Objeto - Estudo do Estado sob todos os aspectos. Filosofia do Estado: busca a justificativa;- Sociologia do Estado;- Estado como realidade normativa (Kelsen): estudo apenas da organização jurídica do Estado.- Considera as três dimensões e também o aspecto força.○ Nova orientação: culturalismo realista (Miguel Reale)- Teoria de Síntese.○ Alexandre Groppali- tríplice perspectiva: doutrina sociológica + doutrina jurídica + doutrina justificativa = Doutrina do Estado- Estado como pessoa jurídica: campo próprio de investigação da TGE- Três fontes fundamentais: doutrinas políticas, história das instituições políticas, ordenamento jurídico.- TRÊS DIRETRIZES FUNDAMENTAIS: Indução + dedução + método analógico = resultados integrados numasíntese. - Disciplina cognitiva e axiológica.- Exame empírico cuidadoso + ótica normativa. - Questão para debate: "Quais os limites da Teoria Geral do Estado para a Compreensão do Estado Brasileiro?".- Método Estruturas das Revoluções Científicas, Thomas Kuhn Página 2 de Teoria Geral do Estado
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