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Aula 01 Teoria do Estado— noção, objeto, método

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Antes de ser do Estado, estamos tratando de uma teoria.-
O que é uma teoria? E para que serve uma teoria?-
As teorias cumprem uma função cognitiva, uma teoria nos ajudam a compreender o mundo e os seus fenômenos. E elas acabam 
por valorar essas realidades, não são meras descrições, pois sempre quando se fala em compreensão se fala de valor. E também 
se fala em dominação e intervenção nos fenômenos.
-
E a Teoria do Estado também visa compreender um determinado fenômeno, o Estado em suas dimensões social -política-jurídica, 
além da cultural. É impossível pensar contemporaneamente na vida humana desinserida do Estado.
-
Noção e Utilidade;
Não se pode ter profissionais jurídicos que sejam meros técnicos de operação do Direito. É isso que diferencia o curso 
universitário de um curso técnico, a compreensão do processo de operação. Uma disciplina como essa ajuda a ser mais do que 
um mero operador do Direito e trabalhar com fins imediatos. É necessário compreender como o direito é produzido e como ele é 
utilizado. 
-
O Estado ainda é o ator fundamental na produção do Direito, ainda que haja outros fatores que influam nessa produção. -
E para entender como o Direito é utilizado é preciso também entender como funciona o Estado.-
Para que o estudo da Teoria Geral do Estado é desenvolvido?
O conhecimento do Estado também exige uma correta da compreensão do método de conhecimento dos fenômenos. Os 
métodos também não são neutros, eles nos levam a uma posição ou outra. 
-
A Teoria do Estado não se enquadra apenas no âmbito das disciplinas jurídica, pois dialogará com outras disciplinas fora dess a 
dimensão.
-
Essa ciência se diferencia das ciências naturais, pois busca uma transformação da realidade. A perspectiva da Teoria do Estad o é 
uma perspectiva sociotransformadora do Estado. Estado este que é compreendido como um fato social, um produto da história, 
mas também como uma ordem. É uma ciência que compreende o Estado numa ótica normativista, ou então compreende -o 
como uma fato social. É necessário um olhar mais crítico sobre o positivismo jurídico. 
-
A Teoria é uma ciência cognitiva e valorativa.-
Origem e desenvolvimento:
Antiguidade greco-romana: Platão, Aristóteles e Cícero.•
Eles refletem sobre os problemas políticos, porém sem o rigor científico, não havia uma distinção entre prescrição e descriçã o. O 
fato de nós dizermos que a Teoria do Estado é uma ciência que distingue essas óticas, mesmo que trabalhe com a realidade 
idealizada e a realidade empírica.
-
Idade Média: Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e Marsílio de Pádua.•
Agostinho e Tomás de Aquino também tratam do problema do Estado, mas se preocupam mais em sua justificação baseada na 
teologia. 
-
Mais no final da Idade Média, Marsílio publica uma obra em que se verifica um tentativa de separação do â,bito político do 
âmbito teológico.
-
Século XVI: Maquiavel•
Inauguração da exigência de enfoque objetivo dos fatos políticos.-
Outro livro nesse sentido é o Breviário dos Políticos de Cardeal Mazarin-
Esse livros servem mais para o povo enxergar como se dá a manifestação e exercício do poder.-
Direito Natural: Hobbes, Locke, Montesquieu, Rosseuau•
O Estado é visto como um produto da vontade humana-
Século XIX:•
Alemanha: Gerber ("Fundamentos de um Sistema de Direito Político Alemão", 1865) e Georg Jellinek ("Teoria Geral do Estado", 
1900);
-
É com essa obra que se inicia a teoria do Estado.-
A Ciência não surge por nada. E por que na Alemanha? Ela surge em virtude de necessidades políticas e jurídicas. A 
Alemanha na primeira metade do século XIX não estava unificada, e para isso era necessário desenvolver uma certa 
doutrina que justificasse e ajudasse a construção de um Estado Soberano.
○
Escola do Teoricismo Político (Savinig): O Direito não é fruto do legislador, é fruto de uma cultura. ○
Escola Pandectista: O Direito é fruto da decisão do Estado.○
Houve uma afirmação do positivismo jurídico.○
Raízes:-
A racionalização política do poder estatal.○
A busca da dogmática jurídica é a racionalização do processo jurídico decisório. É tenta fazer com que os fins sejam atos de 
um processo não arbitrário, mas como um fato que é despolitizado e imparcialmente imposto universalmente. 
○
Se percebia, na época do absolutismo, que o monarca cometia grande injustiça e equívocos com o poder, foi visto como 
necessário a racionalização do Estado e a racionalização se faz com a normatização do Estado.
○
Acabou-se por construir uma Teoria do Estado despolitizada, excessivamente construído no conceito pelo conceito. Surge 
o risco de um descolamento total da realidade. O Estado é enxergado como uma forma, despreza-se os fins do Estado.
○
Objetivo:-
Monismo de Hans Kelsen:-
Se a teoria do Estado estava sendo uma teoria por teoria, a TFE não serviria para nada. ○
Diante disso ele irá propor uma integração da realidade social à TGE, não se vinculando somente aos aspectos formalistas. ○
Críticas de Herman Heller e defesa de perspectivas teóricas que integrasse a realidade social à social problemática da 
TGE.
-
A TGE possui uma dificuldade de manter a nomenclatura: Direito Público Geral (Itália), Doutrina do Estado (França), Direito 
Político (Espanha e Portugal). 
○
A questão do nome da disciplina:-
A Teoria do Estado é uma disciplina recente, mas uma série de reflexões foram incorporadas na Teoria Geral do Estado.
Direito Público e Constitucional - a TGE estava inserida nessa disciplina.-
Vários professores passaram escrever obras e ocorreram algumas modificações no currículo.-
A Teoria do Estado no Brasil.
Aula 01: Teoria do Estado— noção, objeto, método
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
09:16
 Página 1 de Teoria Geral do Estado 
Perplexidades causadas pela inadequação das estruturas do Estado moderno ao Estado contemporâneo.-
Como é que uma teoria explica a realidade? É construído um modelo e esse modelo trazem possibilidades de reflexão. Mas há 
situações que esses modelos não nos servem mais. 
Em consequência, encontram-se igualmente em xeque as premissas do conceito de Estado moderno e Estado nacional, o que levaria à 
exaustão paradigmática de seus principais modelos teóricos e analíticas. 
-
Século XXI:
Estrutura das revoluções científicas.-
Paradigma: modelo explicativo + solução de quebra-cabeças.-
Um paradigma só se altera quando fracassa na resolução dos problemas relacionados a determinados fenômenos.-
A TGR está diante de uma Revolução Científica?-
Thomaz Kuhn:
Ciência Política: organização política + comportamentos políticos; ela não estuda os elementos jurídicos.-
Teoria do Estado: + elementos jurídicos.-
Há os que dizem que o pressuposto do Estado é necessário para a discussão da Ciência Política, na linha de Weber, que diz que a 
política é o "conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre Es tados, 
ou no interior do Estado".
-
O Estado é hoje conhecido como uma pessoa jurídica, e a TGE irá tratar a dimensão jurídica do poder. -
Teoria do Estado x Ciência Política
Objeto
- Estudo do Estado sob todos os aspectos. 
Filosofia do Estado: busca a justificativa;-
Sociologia do Estado;-
Estado como realidade normativa (Kelsen): estudo apenas da organização jurídica do Estado.-
Considera as três dimensões e também o aspecto força.○
Nova orientação: culturalismo realista (Miguel Reale)-
Teoria de Síntese.○
Alexandre Groppali- tríplice perspectiva: doutrina sociológica + doutrina jurídica + doutrina justificativa = Doutrina do Estado-
Estado como pessoa jurídica: campo próprio de investigação da TGE-
Três fontes fundamentais: doutrinas políticas, história das instituições políticas, ordenamento jurídico.-
TRÊS DIRETRIZES FUNDAMENTAIS:
Indução + dedução + método analógico = resultados integrados numasíntese. -
Disciplina cognitiva e axiológica.-
Exame empírico cuidadoso + ótica normativa. -
Questão para debate: "Quais os limites da Teoria Geral do Estado para a Compreensão do Estado Brasileiro?".-
Método
Estruturas das Revoluções Científicas, Thomas Kuhn
 Página 2 de Teoria Geral do Estado

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