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CCJ0033-WL-B-PP-Unidade I -03-Roubo - Renan Marques

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ALUNO: 
MATRÍCULA: 
PROF: RENAN MARQUES – Penal III 
Atenção ! – o presente material foi elaborado com base nos livros de Rogério Sanches 
Cunha(Direito Penal: Parte especial, 3 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010 e 
Código Penal Para Concursos, 5ª Ed. Salvador: Editora JusPODIVM), Rogério Greco(Código 
Penal Comentado, Ed. Impetus, 2011) e Fernando Capez (Curso de Direito Penal: Parte 
Especial: dos crimes contra os costumes a dos crimes contra a administração pública,Volume 3, 
São Paulo: Ed. Saraiva, 2011) 
UNIDADE I. Crimes contra o Patrimônio. 
3. Roubo 
3.1 Roubo Simples. 
A) Tipo Objetivo. 
- Ele está no Art. 157, caput, do Código Penal, e ocorre na seguinte situação: “Subtrair coisa 
móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Pena - 
reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
- As condutas do crime de roubo simples são as seguintes: 
 
a) Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem. 
 
- Estas condutas já foram analisadas no crime de furto, tendo em vista que subtrair significa tirar, 
retirar de outrem, bem móvel, sem a sua permissão, com o fim de assenhoramento definitivo. 
 
- Coisa móvel nada mais é do que um bem móvel, e bem móvel para fins de direito penal é 
tudo aquilo que seja passível de remoção, bens capazes de serem transportados de um local 
para o outro sem perderem a sua real identidade. 
 
- Coisa móvel alheia é considerada, pela doutrina majoritária, a coisa de quem detém, de 
forma legítima, a propriedade (ex: pessoa que subtrai o carro de seu dono, sem violência ou 
grave ameaça, quando o carro estava em um estacionamento) ou a posse (ex: pessoa que 
subtrai um carro alugado por outrem), ou ainda a detenção da coisa móvel. Ou seja, coisa 
móvel alheia é aquela pertencente a alguém que não aquele que a subtrai. 
 
 
- Por fim o crime de roubo também exige a finalidade específica de o agente, dolosamente, 
com a vontade livre e consciente, apoderar-se definitivamente da coisa alheia móvel, para si 
mesmo ou para outrem. Referida finalidade específica, ou também chamado de especial fim 
de agir será melhor analisada quando se falar do tipo subjetivo, logo a seguir. 
 
b) Mediante grave ameaça ou violência a pessoa. 
 
 Grave Ameaça. 
 
- É uma coação psicológica, a promessa de causar um mal grave e iminente. Ou seja, a grave 
ameaça é aquela capaz de infundir temor à vítima, permitindo que seja subjugada pelo 
agente que, assim, subtrai-lhe os bens. Percebe-se que a promessa do mal dirigido a vítima é 
injusto, grave e deve ser iminente, sendo capaz de permitir a subtração naquele exato instante 
pelo agente, em virtude do temor que infunde na pessoa da vítima. 
 
- A sua análise foge da esfera física para atuar no plano da atividade mental. Por isso mesmo 
sua conceituação é complexa, porque atuam fatores diversos, como a fragilidade da vítima, o 
momento (dia ou noite), o local (ermo, escuro, etc.) e a própria aparência do agente. 
 
- A ameaça pode ser praticada mediante o emprego de palavras, gestos, ou ainda no caso 
de simulação de porte de arma de fogo, tendo em vista que neste caso esta simulação 
constitui meio idôneo intimidatório capaz de diminuir a resistência da vítima, em face do temor 
nela incutido (ex. agente que coloca a mão no bolso da calça ou do casaco fingindo estar 
armado. 
 
 Violência contra a pessoa. 
 
- Engloba qualquer tipo de violência física contra o corpo da vítima, basta simples a ocorrência 
de lesão corporal ou vias de fato. Ou seja, o agente emprega força física capaz de dificultar 
ou paralisar os movimentos do ofendido, de modo a impedir sua defesa. 
 
- Constitui a chamada violência própria. 
 
Ex. amarrar as mãos da vítima, jogá-la ao chão, dar-lhe tapas, pontapés, segurar-lhe 
fortemente os braços. 
 
c) Ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. 
 
- Fazer com que a vítima, por qualquer meio, tenha reduzido à impossibilidade a sua resistência 
é uma violência imprópria consistente em outro meio que não constitua violência física ou 
grave ameaça, porém a ela equiparada, retirando da vítima a sua capacidade de oposição. 
Tais meios devem ser usados ardilosamente, às escondidas, desacompanhados, 
evidentemente, de violência ou grave ameaça. 
 
- Constitui a chamada violência imprópria. 
 
Ex. Emprego de soníferos, drogas, hipnose. 
 
OBS 1: No caso do Art. 157, caput, do Código Penal temos o chamado roubo próprio, 
tendo em vista que o agente ANTES de se apoderar do patrimônio alheio, emprega 
violência contra a pessoa, ou grave ameaça, ou, por qualquer meio, reduz a vítima à 
impossibilidade de resistência. 
 
 
OBS 2: Se a própria vítima se coloca em condição que a incapacite de oferecer 
resistência, a eventual subtração não será o crime de roubo e sim o crime de furto. 
 
- O roubo simples também está no Art.157, § 1º, do Código Penal, e ocorre na seguinte 
situação: “Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência 
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção 
da coisa para si ou para terceiro.” 
 
- Neste caso temos o chamado roubo impróprio, tendo em vista que: 
 
 1º) Ocorre a subtração do bem móvel para si ou para outrem 
 
– Neste caso, se o sujeito tivesse parado sua conduta neste momento ocorreria simplesmente o 
crime de furto. 
 
2º) Logo depois de subtraída a coisa, há o emprego de violência contra a pessoa ou grave 
ameaça 
– Neste caso, após a subtração do bem, o agente constrange a vítima mediante violência ou 
grave ameaça para assegurar a impunidade do crime ou a detenção do bem (trata-se de um 
crime de furto que se transforma em roubo em face das circunstâncias do caso concreto). 
 
- Pela expressão “logo depois”, deve-se entender a imediatidade entre a retirada do bem e o 
emprego de violência ou grave ameaça. Percebe-se que a violência ou a grave ameaça 
ocorrem após a subtração, visando o agente assegurar a posse da coisa subtraída ou a 
impunidade do crime. 
 
3º) Existe finalidade de assegurar impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 
terceiro. 
 
- O tipo penal exige uma finalidade especial de agir, pois o agente visa assegurar a posse da 
coisa subtraída ou a impunidade do crime. 
 
Ex. Violência exercida contra guarda-noturno quando o agente, já carregando produto do 
crime, desperta a atenção do policial. Neste caso o sujeito visa assegurar a posse da coisa 
subtraída. 
 
Ex. Sujeito subtrai determinado bem móvel, já tendo escondido o bem em local seguro, e volta 
ao local da subtração para apanhar documento que deixou cair e pode servir de 
identificação, praticando violência contra o vigia que tinha encontrado este documento. 
Neste caso o sujeito visa assegurar a impunidade do crime com a sua não identificação. 
 
OBS 1: Para configurar o roubo impróprio é imprescindível o prévio apoderamento da 
coisa. Assim, se o agente, SEM apoderar-se do bem visado, é surpreendido pela vítima, 
empregando contra ela violência para conseguir fugir, não caracteriza roubo 
impróprio, mas furto tentado em concurso com crime contra a pessoa. 
 
OBS: O roubo impróprio SÓ pode ser cometido com o emprego de violência ou grave 
ameaça a pessoa. NÃO haverá roubo impróprio se o agente usa de qualquer outro 
meio para reduzir ou afastar a possibilidade de resistência, já que não cabe analogia 
para prejudicar o réu, neste caso o sujeito responderia por outro crime. 
 
 
B) Bem jurídico e Objeto Material. 
 
- Quanto ao bem jurídico protegido a doutrina informa que o delito de roubo protege, 
precipuamente, o patrimônio, a posse, e por conta de sua natureza complexa, também a 
detenção, não deixando, contudo, mesmo que mediatamente,de proteger a integridade 
corporal ou a saúde, a liberdade individual, bem como a vida, tratando-se de crime 
pluriofensivo. 
 
- Por sua vez, o objeto material do delito de roubo é a coisa alheia móvel contra a qual é 
dirigida a conduta praticada pelo agente, bem como, a pessoa sobre a qual recai a conduta 
criminosa, em face da sua pluralidade ofensiva. 
 
C) Tipo Subjetivo. 
 
- O crime de roubo SOMENTE pode ser praticado na forma DOLOSA, devendo o sujeito ter a 
vontade de apoderar-se da coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante violência ou 
grave ameaça, existindo este especial fim de agir. 
 
- Além disso, no roubo impróprio existe a finalidade especial de atuar no sentido de assegurar a 
impunidade do crime ou a detenção da coisa. 
 
OBS: Roubo de uso é crime, NÃO sendo é admitido pela doutrina e pela jurisprudência 
dos tribunais superiores. Desta forma, não importa se a real intenção do agente era 
subtrair para ficar com o bem subtraído ou simplesmente para apenas usá-lo 
momentaneamente. Não há aqui similitude com o crime de furto, pois há, além do 
ataque ao patrimônio, há ofensa à pessoa. 
 
D) Consumação e Tentativa. 
 
 Consumação no roubo próprio. 
 
- Quanto ao momento consumativo do crime de roubo próprio ele ocorre com a subtração 
(apoderamento) da coisa alheia móvel mediante violência ou grave ameaça, tendo em vista 
que, segundo orientação pacífica do STF e do STJ, foi adotada a teoria da amotio ou 
apprehensio (apreensão), para o momento consumativo do roubo. 
 
- Ou seja, a mera subtração da coisa mediante violência ou grave ameaça é suficiente para 
consumar o roubo, ainda que por um curto espaço de tempo e ainda que tenha havido 
perseguição imediata, NÃO sendo necessária a posse mansa a pacífica do bem. 
 
 Consumação no roubo impróprio. 
 
- Por sua vez, o momento consumativo do crime de roubo impróprio ocorre, segundo 
entendimento doutrinário majoritário, com o emprego da violência ou grave ameaça efetuada 
após a subtração do bem. 
 
 Tentativa no roubo próprio. 
 
- No roubo próprio admite-se a tentativa, já que o inter crimes do crime pode ser fracionado e o 
agente pode não conseguir subtrair o bem por circunstâncias alheias a vontade do agente. 
 
 
Ex. Sujeito aponta uma arma para a cabeça de um homem que dirigia um carro, com a 
intenção de subtrair o veículo, a vítima sai do carro mas leva a chave do carro consigo, neste 
caso haverá roubo tentado. 
 
 Tentativa no roubo impróprio. 
 
- No roubo impróprio NÃO se admite a tentativa, conforme entendimento doutrinário 
majoritário, tendo em vista que ou há o emprego de violência/grave ameaça contra a vítima 
e a consumação do crime, ou não há o emprego destes meios, havendo que se falar apenas 
no crime de furto. 
 
E) Sujeito Ativo e Sujeito Passivo. 
 
- O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa, excetuando-se o proprietário ou possuidor 
da coisa alheia móvel, podendo estes, caso empreguem violência ou grave ameaça visando 
recuperar coisa sua, responderem pelo crime de exercício arbitrário das próprias razoes (Art. 
345 do Código Penal). 
 
- O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, proprietária, possuidora ou mera 
detentora da coisa assenhorada, bem como a pessoa contra quem se dirige a violência ou 
grave ameaça, ainda que desligada da lesão patrimonial (ex. segurança pessoal do possuidor 
do bem móvel), tendo em vista se tratar de crime pluriofensivo. 
 
 
3.2 Figuras típicas. 
- As figuras típicas do crime de furto são as seguintes: 
 
a) Roubo Simples (Art. 157, caput e § 1º, CP). 
 
b) Roubo Majorado (com causa de aumento de pena – Art.157, § 2º, CP). 
 
c) Roubo Qualificado (Art.157, § 3º, CP). 
 
3.2.1. Roubo Majorado (com causa de aumento de pena). 
 
- Ele está no Art.157, § 2º, do Código Penal, que prevê que a pena aumenta-se de um terço até 
metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
- De acordo com a maioria da doutrina a expressão “arma” deve ser entendida em sentido 
amplo, abrangendo todo e qualquer instrumento, com ou sem finalidade bélica, desde que 
sirva para o ataque, desta forma engloba as armas próprias (Ex. revolver, pistola, metralhadora 
e armas de fogo em geral, punhais, explosivos) e também as armas impróprias (Ex. faca de 
cozinha, barra de ferro, garrafa de vidro, animais). Assim, as armas devem ter potencialidade 
lesiva. 
OBS 1: É entendimento doutrinário e jurisprudencial pacífico de que o uso de arma de 
brinquedo NÃO é suficiente para configurar a majorante de emprego de arma no crime 
de roubo, sendo apenas suficiente para configurar a violência ou grave ameaça do 
crime de roubo simples. Além disso, foi cancelada a Sumula 174 do STJ. 
 
OBS 2: O atual entendimento da Terceira Seção do STJ bem como do Pleno do STF é no 
sentido de que é prescindível a apreensão e perícia da arma de fogo para a aplicação 
da causa de aumento prevista no art. 157, § 2.º, I, do Código Penal, desde que 
comprovada a sua utilização por outros meios de prova. (Ver HC 199570 / SP - Ministra 
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (1131) - T6 - SEXTA TURMA - DJe 01/07/2011). Ou seja, 
pode não ser necessária a perícia da arma de fogo para comprovar a sua 
potencialidade lesiva se ela tiver sido atestada por outras provas trazidas aos autos, Ex. 
testemunhas viram o réu atirando com a arma de fogo. 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
- Para que haja a configuração desta qualificadora basta, tão somente, que um dos agentes 
seja imputável, não importando se os demais participantes possuam ou não esse qualidade, ou 
seja, é reconhecido o roubo majorado pelo concurso de pessoas se o crime é cometido por 
um imputável e por um inimputável. 
 
- Além disso, basta que um dos coautores ou partícipes tenha sido descoberto para que haja a 
incidência da majorante. 
 
- Haverá a incidência desta qualificadora ainda que não estejam todos os sujeitos na cena do 
crime. 
 
OBS: Os tribunais superiores (STF e STJ) tem entendido que é possível haver a punição 
pelo crime de roubo majorado pelo concurso de pessoas (Art. 155, § 4º, IV, CP) e o 
crime de quadrilha ou bando (Art. 288, CP), tendo em vista que nestes crimes existe 
afronta a bens jurídicos distintos, no crime de roubo protege-se, precipuamente, o 
patrimônio da vítima, enquanto que no crime de quadrilha ou bando protege-se a paz 
pública. 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
- Para que haja a configuração desta majorante é necessária a conjugação de dois fatores: 
1º) Que a vítima esteja em serviço de transporte de valores – incide a majorante se o serviço da 
vítima era o transporte de valores (dinheiro ou qualquer outro bem economicamente 
apreciável, como pedras preciosas, selos). Além disso, a expressão transporte de valores 
abrange além de serviços específicos de transporte de valores (ex. carro-forte), qualquer outro 
serviço de transporte de valores (ex. Office-boy que entrega bens valiosos de moto) 
2º) O agente conhecer a circunstância acima – o agente tem que saber, efetivamente, que a 
vítima, naquele momento, estava a serviço de transporte de valores. Ou seja, este 
conhecimento deve, obrigatoriamente, fazer parte de seu dolo, sob pena de restar afastada 
esta majorante. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior; 
- Mesmas considerações feitas no crime de furto, com a ressalva de que neste caso a 
circunstância configura uma majorante (causa de aumento de pena). 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
 
- Para a configuração deste crime a privação da liberdade da vítima é meio para a execução 
do roubo ou como uma garantia, em beneficio do agente contra a ação policial.- Além disso, a subtração do bem independe de colaboração da vítima. 
 
- Por fim, a restrição da liberdade ocorre por um curto espaço de tempo, ou seja, deve ser o 
tempo suficiente para conseguir subtrair o bem da vítima com violência ou grave ameaça. 
 
Ex. Dois assaltantes apontam uma arma para a cabeça da vítima e pedem para ela entrar no 
porta-malas do carro e ali permanece por tempo não prolongado, até que os agentes tenham 
completo sucesso na empreitada criminosa, vindo a liberar a vítima em local ermo e sem 
vigilância policial. 
 
OBS 1: Súmula 443 do STJ - O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime 
de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a 
sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. 
 
3.2.2. Roubo Qualificado. 
 
- Ele está no Art.157, § 3º, do Código Penal que traz a seguinte previsão: “Se da violência resulta 
lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta 
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.” 
 
- Primeiro detalhe é que esta modalidade qualificada somente ocorrerá se houver violência 
física contra a vítima, não havendo que se falar em emprego de grave ameaça ou recurso 
que impossibilite a resistência da vítima. 
 
- Além disso, o roubo pode ser qualificado se da violência resulta: 
 
1º) Lesão corporal grave. 
 
2º) Morte (Latrocínio) 
 
- A doutrina majoritária entende que os resultados podem ser atribuídos ao agente a título de 
dolo ou culpa, sendo este inclusive o entendimento do STJ. 
 
- Vale ressaltar que somente latrocínio é considerado crime hediondo, não estando incluso o 
roubo qualificado pelo resultada lesão corporal grave. 
 
- Para que haja o latrocínio é necessário, também, que a morte decorra da violência 
empregada durante (fator tempo) e em razão (fator nexo causal) do assalto. Ausentes qualquer 
destes pressupostos, o agente responderá por crime de homicídio doloso em concurso com o 
roubo. 
 
- O latrocínio é considerado crime contra o patrimônio (de forma preponderante), razão pela 
qual NÃO é um crime doloso contra a vida, NÃO sendo julgado pelo Tribunal do Júri, nos 
termos da Sumula 603 do STF. 
 
- Fique ligado na Súmula 610 do STF – “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, 
ainda que não se realize o agente a subtração de bens da vítima.” 
 
 
- O latrocínio tentado ocorreria então quando o roubo e a morte foram tentadas, ou então 
quando o roubo foi consumado, mas a morte foi tentada. 
 
3.3. Destaque. 
 
1º) Princípio da insignificância – NÃO é admitido pela doutrina e pela jurisprudência dos 
tribunais superiores, pois trata-se de crime com pluralidade ofensiva. O crime de roubo 
representa um dos mais graves atentados à segurança social, de modo que, ainda que ínfimo 
o calor subtraído, ou seja, ainda que a ofensa ao patrimônio seja ínfima, tal não afasta o 
desvalor da ação representado pelo emprego de violência ou ameaça à pessoa. 
 
2º) Não é extensível o privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do Código Penal ao crime de roubo 
em sendo o bem subtraído de pequeno valor e o réu primário – é inadmissível a extensão desse 
preceito benéfico ao crime de roubo, uma vez que este crime revela uma ação de maior 
gravidade, ou seja, há maior desvalor da ação, em virtude do emprego de violência ou grave 
ameaça à pessoa, de modo que o pequeno valor do objeto roubado não pode por si só ser 
capaz de atrair o benefício legal, segundo entendimento dos tribunas superiores.

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