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atividade de sociologia jurídica

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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS DE PETROLINA
EXERCÍCIO SOBRE O TEXTO: NOTAS SOBRE A HISTÓRIA JURÍDICO-SOCIAL DE PASÁRGADA. 
CAMILLA TAUNI FERREIRA TAVARES
Referente ao texto “NOTAS SOBRE A HISTÓRIA JURÍDICO-SOCIAL DE PASÁRGADA”, como parte das exigências da disciplina de Sociologia Jurídica, do curso de Direito – Turma 2016.1.
Petrolina
2016
QUESTÕES
Como o autor explica e fundamenta uma situação de pluralismo jurídico?
Como o autor determina a relação de pluralismo jurídico numa favela?
Por que a posse ou propriedade da terra é determinante nas relações sociais?
Quais as dificuldades metodológicas que o autor teve na sua pesquisa?
Analise a dimensão histórica da favela pesquisada.
Quais os fatores que levaram a um aumento da violência?
Quais as dificuldades da polícia e da justiça numa favela na solução dos conflitos?
O que significa a expressão “nós éramos e somos ilegais”?
Por que o autor conclui que há uma situação de “privatização possível do direito”? O que significa essa expressão?
Fazer uma conclusão: comentário pessoal.
RESPOSTAS
Questão 1. 
Boaventura nos diz que pluralismo jurídico existe quando em um mesmo espaço geopolítico vigoram (oficialmente ou não) mais de uma ordem jurídica. Ele nos mostra que essa pluralidade normativa pode ter como base preceitos econômicos, rácicos, profissionais, entre outros. E que pode estar correlacionado a um período de mudanças sociais, como por exemplo, uma época de transformação revolucionária.
Questão 2.
Na favela, esse pluralismo jurídico é observado na vigência não-oficial e precária de um direito interno e informal, gerido, entre outros, pela associação de moradores, e aplicável à prevenção e resolução de conflitos no seio da comunidade decorrentes da luta pela habitação. 
Questão 3. 
A propriedade ou a posse da terra é tanto a maneira mais eficiente, quanto a mais justa de se organizar a sociedade humana. É a base da sociedade civilizada. O direito de propriedade faz com que os donos de determinado bem tenham incentivos para utilizá-lo da melhor forma possível, pois colherá os benefícios em prol de sua própria pessoa levando, dessa maneira, toda sociedade a uma situação melhor. 
Questão 4.
A dificuldade se deu pela ausência de documentação escrita. 
Na busca por materiais que sustentassem seu trabalho da maneira mais fiel possível, o autor recorreu a entrevistas com os moradores mais antigos de Pasárgada e principalmente com os que ali viveram desde o começo da comunidade. Para um pesquisador sociológico esse método de estudo se dar de forma muito limitado e o rigor do conhecimento adquirido através dele é sempre muito problemático. Os entrevistados tendem a responder os questionamentos de maneira distorcida e de acordo com suas convicções, envolvendo mitos e tabus, acarretando numa deficiência de informação.
Questão 5.
A história dessa comunidade começa na metade do ano de 1930, onde começou a ser ocupada pelos primeiros habitantes. Um local de terra abundante dificilmente era palco de disputa, cada um que chegava logo demarcava seu lugar e construía sua humilde moradia.
Rapidamente o povoado cresceu e com ele a melhoria na construção das moradias, mas em acompanhamento a esse crescimento veio também os muitos conflitos pela posse da terra, que lamentavelmente eram resolvidos pela violência, muitas vezes através do uso de armas brancas e de fogo. Mas os moradores mais recentes afirmam que essa realidade de violência ficou no passado: “Oh! Agora é diferente. Agora as questões são tratadas em paz e tenta-se decidir de acordo com a justiça”.
Questão 6. 
 Com o aumento da população na comunidade, os espaços geográficos disponíveis para construção de novas habitações foram ficando cada dia mais escassos, o que resultou em intensas disputas de caráter violento. Mas é importante observar que essa crescente violência não é atribuída a uma única e exclusiva causa, é sem dúvidas uma consequência de um conjunto de fatores, dos quais dois merecem maior destaque: 
1. Inacessibilidade ou indisponibilidade de mecanismos próprio do sistema jurídico. Ordenação e controle social. (Polícia e Tribunais)
2. Carência de meios alternativos de gênese comunitária, que fosse capaz de exercer funções semelhantes às dos dispositivos oficias.
Questão 7.
São inúmeros os fatores que dificultam a atuação do Estado na resolução dos conflitos em uma determinada comunidade. 
Com base no texto e no que se refere a polícia, a falta de infraestrutura é notória, (a polícia não tinha delegacias em Pasárgada), o despreparo profissional também era facilmente perceptível nas abordagem e intervenções realizadas no seio da favela ("maus elementos" quase nunca eram apanhados e as pessoas inocentes eram levadas com frequência para prisões de onde não eram libertadas a não ser através de suborno), toda essa má atuação foi contribuindo para a falta de credibilidade na polícia, por parte da população da favela, que perceberá ao longo dos anos que se por algum motivo a polícia fosse solicitada pelos moradores, sabia que esta provavelmente não se disporia a vir, e por outro lado, quem fosse pego recorrendo aos serviços policiais seria mal visto pelos outro moradores, pondo em risco a permanência na comunidade.
Os tribunais, mecanismo tão importante quanto a polícia, na ordenação e controle social, era igualmente mal visto pelo moradores. Em depoimentos, os moradores relataram importantes experiências. Primeiramente, observaram que os valores cobrados pelos advogados, pelos seus serviços, iam além da realidade econômica da população favelada, e quando contratados, raramente buscavam defender os interesses dos seus clientes, alegando sempre que o melhor era aceitar o acordo sugerido pela outra parte. E em segundo, a razão maior de recusa dos serviços dos tribunais era a consciência coletiva de que Pasárgada era uma comunidade ilegal à luz do direito oficial e acreditavam ser perigoso expor a situação ilegal da comunidade à atenção dos serviços do Estado, que em seu direito poderia levá-los a cadeia.
Questão 8.
Essa expressão é bastante importante para mostrar como a noção de ilegalidade não ficou restrita apenas a questão da posse ou propriedade da terra.
É como se a cor que colore a ilegalidade da construção das habitações na comunidade, colorisse todas as outras relações sociais daqueles moradores, mesmo que não tivesse nenhuma ligação com a terra ou a moradia.
Questão 9.
Essa “privatização progressiva do direito” é o termo que Boaventura usou para caracterizar a ausência de mecanismos oficiais ou não-oficiais de ordenação e controle social. Funciona da seguinte maneira: as unidades sociais transformam-se em centro de criação de jurisdição. Quando os interesses seguem uma linha de harmonia, sem existência de conflitos entre os outros centros de juridicidades, vigora uma relação de autonomia e tolerância recíproca. Mas quando há um choque de interesse, os conflitos tomam proporções extremas, abrangendo todas as relações sociais dos conflitantes, inclusive as que nem eram assunto de discussão. 
De maneira sintetizada e bem colocada pelo autor a “privatização progressiva do direito” é formada por uma dialética entre a tolerância extrema e a violência próxima.
Questão 10.
Após a leitura desse texto, produzido no início da década de 1970, gostaria de ter sentido a sensação de que todos os relatos expostos nesse trabalho do Boaventura, não existiam mais, porém o que percebi é que os anos se passaram e continuamos precisando praticamente das mesmas coisas, apenas incorporamos novos medos. Mínimas foram as mudanças em algumas comunidades do país, como exemplo, a criação das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), no geral, as favelas continuam sendo marginalizadas, e com pouco apoio por parte do Estado, que raras vezes introduziu projetos de políticas públicas.

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