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CCJ0033-WL-O-LC-TSJ - HABEAS CORPUS Nº 179.572 - SP

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Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 179.572 - SP (2010/0130717-0)
 
RELATOR : MINISTRO GILSON DIPP
IMPETRANTE : JOÃO ANTÔNIO CAVALCANTI MACEDO 
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
PACIENTE : ANDERSON DE LIMA THEODORO 
EMENTA
CRIMINAL. HABEAS CORPUS . TRANCAMENTO AÇÃO PENAL. 
QUESTÃO DISCUTIDA PELO TRIBUNAL A QUO. POSSIBILIDADE DO PLEITO NA 
PRESENTE VIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE 
APLICAÇÃO. FURTO DE LENÇOL, EDREDON E OUTROS BENS NÃO 
LOCALIZADOS. QUADRILHA OU BANDO. CRIME PRATICADO EM PERÍODO 
NOTURNO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. ORDEM DENEGADA.
I. O trancamento da ação penal, por meio de habeas corpus, é medida 
excepcional, sendo somente admissível quando patente nos autos, de forma inequívoca, a 
inocência do acusado, a atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade. 
II. Esta Corte, por várias vezes, tem determinado o trancamento de ação penal 
em sede de habeas corpus nas hipóteses em que resta configurada a atipicidade da conduta 
ante a incidência do princípio da insignificância, não havendo que se falar que a questão 
demanda análise do mérito a ser apreciada no curso do processo. 
III. A aplicação do princípio da insignificância requer o exame das 
circunstâncias do fato e daquelas concernentes à pessoa do agente, sob pena de restar 
estimulada a prática reiterada de furtos de pequeno valor.
IV. A verificação da lesividade mínima da conduta apta a torná-la atípica, deve 
levar em consideração a importância do objeto material subtraído, a condição econômica do 
sujeito passivo, assim como as circunstâncias e o resultado do crime, a fim de se determinar, 
subjetivamente, se houve ou não relevante lesão ao bem jurídico tutelado.
V. Hipótese em que, embora a denúncia mencione expressamente as roupas de 
cama como res furtivas , é descabida a conclusão da defesa de que os bens furtados a elas se 
limitaram, quanto mais pela expressa ressalva de que havia "outros objetos não recuperados ". 
VI. Verifica-se o alto grau de reprovabilidade da conduta, uma vez que os 
delitos foram praticados, supostamente, mediante formação de quadrilha ou bando, durante o 
repouso noturno e mediante rompimento de obstáculos - porta e cadeado, circunstâncias que 
qualificam a conduta e demonstram maior audácia dos agentes que a praticam. 
VII - Ordem denegada, nos termos do voto do Relator. 
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça. "A Turma, por 
unanimidade, denegou a ordem." Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Jorge Mussi, Marco Aurélio 
Bellizze e Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ/RJ) votaram com o Sr. 
Ministro Relator. 
Documento: 20868663 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 22/03/2012 Página 1 de 2
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Brasília (DF), 15 de março de 2012(Data do Julgamento)
MINISTRO GILSON DIPP 
Relator
Documento: 20868663 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 22/03/2012 Página 2 de 2

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