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Apostila-Direito-Penal-Especial

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DIREITO PENAL 
 
Parte Especial 
Prof. Cristiano Rodrigues 
 
- CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
1. DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
- Homicídio simples (art.121, caput) 
Bem jurídico: vida, bem indisponível. ( não admite consentimento do ofendido) 
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). 
Sujeito passivo: qualquer pessoa (ser humano vivo) 
 - A partir dos procedimentos de parto. 
 
Tipo subjetivo: dolo (animus necandi ou occidendi) 
Consumação: com a morte de alguém.( morte encefálica.) 
 
- Homicídio privilegiado (art. 121, §1º - 1/6 a 1/3.) 
a) Relevante valor social. Interesse da coletividade. 
b) Relevante valor moral. princípios morais da sociedade. Ex.: eutanásia. 
c) Homicídio emocional (crime de ímpeto). 
 1º) injusta provocação da vítima. 
 2º) domínio de violenta emoção. 
 3º) logo em seguida. (imediatidade) entre a injusta provocação e a reação. OBS: 
diferente da atenuante genérica “sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima” (CP, art.65, III, “c”), 
 
 Homicídio qualificado (art.121, §2º - 12 a 30 anos) 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, 
ou de que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
OBS: é possível o homicídio privilegiado-qualificado, desde que as qualificadoras sejam de 
natureza objetiva (incisos III e IV). 
- Não é crime hediondo 
 
Homicídio culposo (art.121, §3º) 
OBS: o homicídio culposo na direção de veículo automotor (Art.302 da Lei 9.503/97). 
 
Causas de aumento de pena (art.121, §4º - 1/3) 
No homicídio culposo (§4º, 1ª parte): 
a) se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício; 
b) se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; 
c) não procura diminuir as consequências do seu ato; 
d) foge para evitar prisão em flagrante. 
 
No homicídio doloso: 
a) menor de 14 (quatorze) 
b) maior de 60 (sessenta) anos. 
 
Perdão judicial (art.121, §5º) 
 - Somente para homicídio culposo 
 - o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o 
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 - Natureza Jurídica: a sentença é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo 
qualquer efeito condenatório” (Súmula 18 STJ). 
 
 - Crime Hediondo: 
- o homicídio simples (art.121, caput), quando praticado em atividade típica de 
grupo de extermínio, 
 - o homicídio qualificado (art. 121, § 2º). 
 
- Homicídio e Latrocínio (art.157, § 3º): 
 - No crime de latrocínio a finalidade do agente é a subtração da coisa, mas para isso 
acaba matando. 
 - A morte no latrocínio pode ser por dolo (direito ou eventual) ou por culpa. 
 
- Transmissão da AIDS: para o STF não configura tentativa de homicídio a prática de relação 
sexual, sem preservativo, por pessoa portadora do vírus HIV. (há divergência no STJ) 
 
- Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (Art. 122) 
 
- Tipo objetivo: 
 a) induzir alguém a suicidar-se (fazer surgir a vontade de suicidar-se 
 b) instigar alguém a suicidar-se (reforçar ou estimular ideia peexistente) 
 c) prestar auxílio ao suicídio (ajudar a vítima) 
 
- Consumação: com o ato de induzir, instigar ou auxiliar (crime formal – há divergência para 
crime material) 
- Tentativa: não se admite. 
- a lei exige a produção do resultado morte ou lesão corporal de natureza grave para punir o 
fato (condição objetiva de punibilidade) 
 
- Forma qualificada (par. Único – pena em dobro) 
- crime é praticado por motivo egoístico 
- se a vítima é menor 
- tem diminuída sua capacidade de resistência. 
 
- Infanticídio (Art. 123) 
- Sujeito Ativo: é a mãe (crime próprio), mas pode haver concurso de pessoas. 
- Sujeito Passivo: o filho nascente (durante o parto) ou neonato (logo após o parto). 
- Tipo objetivo: 
- Estado puerperal: conjunto de sintomas fisiológicos, que se inicia com o parto e que 
permanece algum tempo após o mesmo gerando perturbações emocionais na mulher. 
- Tipo subjetivo: dolo direto ou eventual. 
 
- Consumação e tentativa: consuma-se com a morte. A tentativa é admissível. 
 
- Concurso de pessoas: é possível, a qualidade de mãe e estado puerperal são elementares do 
crime (Art.30 CP). 
Modalidade culposa: Não há. Mas pode responder por homicídio culposo comum 
 
- Aborto (Art. 124 / 125 / 126) 
 
- Sujeitos Ativo: 
- No Art. 124: a própria gestante 
- No Art. 125 e 126: qualquer pessoa no aborto 
 - Sujeito passivo: o produto da concepção (ovo, embrião ou feto) 
- Após a nidação (14 dias depois da fecundação) e antes dos procedimentos de parto. 
 - Art. 125 – Feto e também a Mãe. 
- Tipo Objetivo: 
- Art. 124 – aquele (co-autor) que pratica aborto junto com a mãe (consentir que outrem lho 
provoque) responderá pelo Art. 126 e a mãe pelo Art. 124. (exceção a teoria monista) 
- Art.125 - aborto provocado mediante violência, grave ameaça ou fraude 
- Aplica-se a pena do Art. 125 se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada 
ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. 
 
- Art.126: aborto com o consentimento para quem pratica o aborto autorizado pela mãe. 
- Tipo subjetivo: dolo, vontade de interromper a gravidez, 
- Não há previsão da modalidade culposa. 
- Consumação: se consuma com a interrupção da gravidez e a destruição do produto da 
concepção. 
- Tentativa: é admissível. 
- Causas de Aumento (Art.127): 
- Art. 125 e 126 são aumentadas de 1/3 se do aborto ou dos meios empregados para provocá-
lo, se gera lesão corporal de natureza grave 
- são duplicadas, se gera a morte da gestante. 
 - não se aplica a causa de aumento ao Art.124 (auto-aborto). 
 
- Aborto Autorizado ou legal (Art.128): 
- I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
- II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal. 
- Natureza jurídica 
- Inc. I - causa de exclusão da ilicitude. 
- Inc. II – causa de exclusão da culpabilidade 
 
- Aborto eugênico ou eugenésico: de aplicação divergente (STF – anencefalia) 
 - Quando mão há viabilidade para vida extrauterina 
 - não há previsão no Código Penal. 
 
- DAS LESÕES CORPORAIS 
 
- Lesão corporal leve (Art. 129, caput – 3 meses a 1 ano) 
 
- Lesão corporal grave (§ 1º - 1 a 5 anos) - Se resulta: 
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias; 
II- perigo de vida; 
III- debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV- aceleração de parto (o agente deve conhecer a gravidez). 
 
- Lesão corporal gravíssima (§ 2º - 2 a 8 anos) - Se resulta: 
I - incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto. ( a titulo de culpa) 
Obs.: Os §§1º e 2º só se aplicam à lesão corporal dolosa. 
 
- Lesão corporal seguida de morte (§ 3º - 4 a 12 anos). 
- crime preterintencional ou preterdoloso. 
- dolo em relação ao crime de lesão corporal e culpa no que se refere à morte. 
- quando se quer a morte ou se assume o risco de produzi-la há homicídio doloso. 
- Resultado decorrente de caso fortuito, força maior ou imprevisível: não haverá culpa e não se 
pode responsabilizar o agente pela morte. 
- Tentativa: inadmissível. 
 
- Lesão corporal privilegiada (§ 4° - 1/6 a 1/3). 
- motivo de relevante valor social ou moral 
- sob o domínio deviolenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima 
 
- Substituição da pena (multa) na lesão corporal leve (§ 5°). 
- I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
- II - se as lesões são recíprocas. 
 
- Lesão corporal culposa (§ 6º - 2 meses a 1 ano). 
- não há graduação da lesão culposa em leve, grave e gravíssima, 
- Delitos de trânsito: art. 303 da Lei 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro). 
- Ação penal pública condicionada à representação (Lei 9.099/95, art. 88). 
 
- Lesão corporal leve qualificada pela violência doméstica e familiar (§ 9º). 
- Qualificadora ( 3 meses a 3 anos) - lesões corporais leves nos casos de violência doméstica. 
- não necessariamente será só contra a mulher 
 
- Lesão corporal grave ou seguida de morte majorada pela violência doméstica e familiar (§ 
10º). 
- Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o do art. 129, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o 
deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). 
 
- Lesão corporal no âmbito doméstico ou familiar majorado pela vulnerabilidade da vítima 
(§11). 
- Na hipótese do § 9o do art. 129, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido 
contra pessoa portadora de deficiência. 
 
- Ação penal: 
- Publica condicionada a representação 
- nos §§1º a 3º, a Ação é pública incondicionada. 
- Ação penal na hipótese do §9º no caso específico de incidir a Lei Maria da Penha – Ação 
Penal Publica condicionada a representação (STJ – Maj.) 
 
 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
 
- Perigo de contágio venéreo (art. 130). 
- Basta a vontade de praticar a conduta, independente da vontade de causar o resultado 
(contágio). 
- Se é intenção do agente transmitir a moléstia (dolo direto) , o crime será qualificado. (par. 1º 
- 1 a 4 anos) 
- Ação Penal: Pública Condicionada a Representação. 
 
- Perigo de contágio de moléstia grave (art. 131). 
- Tipo subjetivo: especial fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado 
- Consumação: com a conduta independentemente da produção do resultado (transmissão da 
moléstia grave). 
 
- Perigo para a vida ou saúde de outrem (art. 132). 
- É proibido expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. 
- Trata-se de crime subsidiário, que só incide se não houver crime mais grave. 
- Aumento de Pena ( par. Único – 1/6 a 1/3): 
 - a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de 
pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em 
desacordo com as normas legais. 
 
- Abandono de incapaz (art. 133). 
- abandona pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, 
- incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. 
- Trata-se de crime próprio (o dever de cuidado, guarda, vigilância ou possui autoridade em 
relação à vítima.) 
- Não se pune a modalidade culposa. 
- Consumação: o abandono deve gerar um perigo de dano. 
 
- Exposição ou abandono de recém-nascido (art. 134). 
- Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria ( especial fim de agir). 
- a mãe esconde a gravidez, por ser fruto de relações extraconjugais (crime próprio). 
 
- Omissão de socorro (art. 135). 
- Crime Omissivo próprio e de mera conduta. 
- não há tentativa 
- Dever geral de assistência e solidariedade 
- atuação sem risco pessoal, ou subsidiariamente chamar autoridade competente 
- Hipóteses: 
- à criança abandonada ou extraviada, 
- à pessoa inválida ou ferida. 
- ao desamparo ou em grave e iminente perigo 
 
 
 - Aumento de Pena ( par. único): 
 - se resulta lesões graves ( 1/2) 
 - se resulta morte (3x) 
 
Maus-tratos (art. 136). 
 
- Tipo objetivo: expor a perigo a vida ou a saúde 
 
- Sujeito Passivo: 
- pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento 
ou custódia. 
- Meios de execução específicos: 
- privar de alimentação ou cuidados indispensáveis 
 - sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado 
- abusar de meios de correção ou disciplina. 
- Sujeito Ativo: Crime próprio 
- deve existir uma relação específica entre os sujeitos ativo e passivo. 
 
- RIXA (Art. 137) 
 
- Tipo Objetivo: 
- Rixa é a briga desordenada de pelo menos 3 pessoas 
- agressões físicas recíprocas entre os participantes. 
OBS: não há rixa entre grupos rivais definidos. 
 
- Consumação: com qualquer ato de agressão. 
- Tentativa: é inadmissível 
 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa no mínimo 3 (crime de concurso necessário). 
 
- Forma qualificada ( par. único – 6 meses a 2 anos): 
- Morte ou lesão corporal de natureza grave que pode ser de um dos rixosos ou de terceiro. 
- identificada a autoria da morte ou das lesões corporais graves, haverá concurso material com 
rixa. 
 - os demais rixosos respondem apenas por rixa qualificada. 
 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 
- Calúnia – Art. 138 CP – (“mentira”) 
- Objeto jurídico: honra objetiva (reputação) 
- Sujeito Ativo e Passivo: qualquer pessoa (crime comum). 
 §2º- é punível a calúnia contra os mortos. 
- Tipo objetivo: fato definido como crime (contravenção = difamação) 
- Tipo subjetivo: 
 - dolo direto ou eventual 
 - especifico propósito de ofender a honra (elemento subjetivo especial ). 
- Consumação: terceira pessoa toma conhecimento. 
- Tentativa: é admissível na forma escrita. 
- Exceção da verdade: possibilidade de o agente provar que o fato é verdadeiro. 
 - afasta o crime. 
 - Não se admite em alguns casos (§3º). 
 
 
 
- Difamação – Art. 139 CP – (“fofoca”) 
 
- Objeto jurídico: a honra objetiva. 
- Sujeito Ativo e Passivo: qualquer pessoa. 
-Tipo objetivo: atribuir a alguém fato ofensivo à sua reputação. 
- Não é necessário que o fato ofensivo seja falso. 
 
- Consumação: terceiro toma conhecimento do fato ofensivo. 
- Tentativa: é admissível na forma escrita. 
 
- Exceção da verdade: somente se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao 
exercício de suas funções. 
 
- Injúria - Art. 140 – (“xingamento”) 
 
- Objeto Jurídico: é a honra subjetiva.(sua própria dignidade e decoro) 
- Consumação: vítima toma conhecimento do conceito negativo. 
- Não é necessário que a vítima se sinta ofendida.(crime formal) 
- Não se admite exceção da verdade. 
- Tentativa: é admissível na forma escrita. 
- Perdão judicial (§ 1º): 
 a) o ofendido provocou diretamente a injúria; 
b) no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 
- Injúria real (§ 2º- 3 meses a 1 ano): 
- a injúria consiste em violência ou vias de fato que se considerem aviltantes. 
 
- Injúria preconceituosa (§ 3º- 1 a 3 anos): 
- a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou 
a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. 
- Não confundir com crimes de preconceito de raça, ou de cor.(Racismo - Lei 7.716/89) 
 
- Disposições gerais 
- Causas de aumento (Art. 141 - 1/3) 
I - contra o Presidente da República, ou chefe de governo estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação. 
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de 
injúria. 
 - Par. Único (pena em dobro): se o crime é cometido mediante paga ou promessa de 
recompensa. 
 
- Exclusão do crime (Art. 142) 
I - a ofensa em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; 
II - opinião desfavorável da crítica salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
 III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação 
que preste no cumprimento de dever do ofício. 
Obs: Incisos I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 
 
- Retratação (Art. 143 – isenção de pena) 
- o querelado que antesda sentença, se retrata (retira o que disse) cabalmente da calúnia ou 
da difamação. 
 
- Pedido de explicações (Art. 144) – medida previa e facultativa. 
 
- Ação Penal (Art. 145) 
- somente se procede mediante queixa.(Ação penal privada) 
 
 Exceções: 
1) Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: crimes cometidos 
contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro (art.141, I); 
2) Ação penal pública condicionada à representação do ofendido: crimes cometidos contra 
funcionário público, em razão de suas funções (art.141, II). 
3) Ação penal pública condicionada à representação do ofendido: no caso de crime de injúria 
preconceituosa (§ 3o do art. 140) 
4) Ação penal pública incondicionada: na Injúria real, se da violência resulta lesão corporal (art. 
140, § 2º). 
 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
 
- Constrangimento Ilegal (Art. 146) 
- Crime subsidiário só para casos em que não incide o crime mais grave (Ex.: Art. 158). 
- se a pretensão for legítima (Exercício arbitrário das próprias razões - Art. 345 CP) 
- Consumação: quando a vitima se demostra constrangida fazendo, ou deixando de fazer algo. 
- Exclui-se o crime (paragr. 3º): 
- a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente justificada por iminente 
perigo de vida; 
- a coação exercida para impedir suicídio. 
 
- Ameaça (Art. 147) 
- Meio de execução: por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de 
causar-lhe mal injusto e grave. 
- Consumação: momento em que a vítima vem conhecer a ameaça (crime formal) 
-Tentativa: é admitida porém difícil (p.ex: escrito). 
- Ação Penal: somente se procede mediante representação. 
 
- Sequestro e cárcere privado (art. 148). 
 
 - Tipo objetivo: - privação da liberdade sem qualquer fim específico. 
- cárcere privado: privação da liberdade dentro de recinto fechado 
- sequestro: privação da liberdade fora de ambiente fechado 
 
 - Consumação: com a efetiva privação por tempo relevante 
- Trata-se de crime permanente. 
 - Tentativa: é admitida 
 
 - Forma Qualificada (par. 1º - 2 a 5 anos) 
 - vitima ascendente, descendente, cônjuge e companheiro ou maior de 60 anos. 
 - em hospital, casa de saúde ou clinica 
 - se dura mais de 15 dias 
 - contra menor de 18 anos 
 - fins libidinosos ( antigo crime de rapto – Art. 219) 
 - Forma qualificada (par. 2º - 2 a 8 anos) 
 - resulta grave sofrimento físico ou moral 
 
 -Violação de domicílio (Art. 150). 
- Tipo objetivo: Entrar (ação) ou permanecer (omissão) 
- Entrar em casa desabitada não configura o delito. 
- não há crime quando em hospedaria, taverna(bar), etc. 
 
- Consumação: com a entrada ou permanência (crime de mera conduta). 
- Entrar o crime é instantâneo e permanecer o crime é permanente. 
- Tentativa: somente na forma comissiva. 
 
- Forma qualificada (par. 1º - 6 meses a 2 anos): 
 - durante a noite ou em lugar ermo 
 - emprego de violência ou arma 
 - 2 ou mais agentes 
- Forma Majorada (par. 2º + 1/3) 
 - funcionário público fora dos casos legais 
- Exclusão do crime (CF, art.5º, XI): 
Entrar sem consentimento do morador, em caso: 
- de flagrante delito ou desastre, 
- para prestar socorro 
- durante o dia, por determinação judicial. 
 
 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
 
- Furto simples (art. 155, caput) 
- Tipo Objetivo 
Coisa: aquilo que possui existência de natureza corpórea e que possua valor econômico. 
Alheia: pertencente a outrem. 
OBS: Não configura Furto: a subtração de coisa própria, de coisa abandonada e coisa perdida. 
(Art.169, parágrafo único, II, do CP). 
Móvel: passível de ser removida ou deslocada. 
-Tipo subjetivo. 
Geral: Dolo, vontade de subtrair coisa alheia móvel; 
Especial: "para si ou para outrem", fim de assenhoreamento (animus furandi). 
Furto de uso: Atípico, por ausência do elemento subjetivo especial 
 
- Consumação: Teoria majoritária: Amotio ou apprehensio: inversão da posse 
- Tentativa: possível, a conduta é plurissubisistente 
- Furto majorado (§ 1º): repouso noturno (+1/3) 
OBS: Não se aplica a causa de aumento se o furto for qualificado (§§ 4º e 5º). 
 
- Furto privilegiado (§ 2): 
- criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada. 
- substituir a pena de reclusão pela de detenção ou diminuí-la (1/3 a 2/3), ou aplicar somente a 
pena de multa. 
- Furto privilegiado-qualificado: o STF e o STJ admitem. 
 
- Furto qualificado (§§ 4º e 5º). 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
§ 5º - subtração de veículo automotor transportado para outro Estado ou para o exterior. 
 
- Furto de coisa comum (art. 156) 
- Ação penal Publica Cond. mediante representação. 
 
- ROUBO – Art. 157 CP 
- Crime Complexo: Art. 155 (Furto) + Art. 146 (Constr. Ilegal) 
- Roubo próprio e impróprio (art. 157, caput, e §1º) 
- Roubo próprio (caput) – Violência é anterior ou concomitante à subtração. 
- Roubo impróprio ou por aproximação (§1º) – Violência é posterior a subtração 
 
 - Violência ou grave ameaça: 
 - Violência física (própria ou vis absoluta) é agressão com ou sem lesão corporal. 
 - Violência moral (vis compulsiva) é a grave ameaça, 
 
 - Violência imprópria: redução por qualquer outro meio da capacidade de 
resistência (ex.: ingestão de drogas). 
 
- Tipo subjetivo: Dolo + elemento subjetivo especial do tipo ("para si ou para outrem") 
 - Roubo impróprio: elemento subjetivo especial ("a fim de assegurar a impunidade do 
crime ou detenção da coisa para si ou para terceiro") 
- Consumação: em regra da mesma forma que no crime de furto (Amotio) 
a) Roubo próprio: mediante violência (física, moral ou imprópria) subtrai a coisa. 
b) roubo impróprio: logo depois da subtração da coisa, quando emprega violência contra 
pessoa ou grave ameaça. 
- Tentativa. 
- Roubo próprio é admissível. 
 - Roubo impróprio: inadmissível (Majoritária) 
- Roubo majorado ou circunstanciado (Art.157, § 2º - 1/3 a 1/2) 
I - com emprego de arma; 
II - concurso de duas ou mais pessoas; 
III - vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece isto; 
IV - subtração de veículo automotor transportado para outro Estado ou exterior; 
 V - mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
Observações: 
- Arma. Arma desmuniciada ou de brinquedo não gera aumento 
 
- Restrição da liberdade. 
 a) por poucos instantes: não incide a majorante; 
b) por tempo juridicamente relevante: incide a majorante; 
c) por tempo relevante, sem relação com a execução ou garantia de fuga: não incide a 
majorante, haverá o sequestro (art.148) em concurso com o roubo. 
 
- Roubo qualificado (§3º) 
a) se da violência resulta lesão corporal grave (§3º, 1ª parte). Apenas nas hipóteses do 
Art.129, §§ 1º e 2º, do CP. 
b) se resulta morte (§3º, 2ª parte) – latrocínio. Por dolo ou culpa. 
- Consumação: consuma-se com a morte da vítima. (STF Súmula 610): 
- É Crime hediondo (art.1º, II, da Lei 8.072/90). 
 
EXTORSÃO – Art. 158 CP 
 
Extorsão simples (art. 158, caput). 
 - Extorsão e roubo (semelhança e distinção): 
 1ª) na extorsão, a vítima deve atuar concedendo a vantagem, no roubo o agente vai subtrair a 
coisa. 
 2ª) no roubo, a subtração é no momento da violência ou grave ameaça e na extorsão o mal 
anunciado é futuro. 
Consumação: Súmula 96 do STJ: "O crime de extorsão consuma-se independentemente da 
obtenção da vantagem indevida" (crime formal); 
Obs: se a vantagem for devida há Exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345). 
 
- Extorsão majorada (§ 1º - 1/3 a 1/2 ) 
- por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma. 
 
- Extorsão qualificada (§2º). 
- extorsão medianteviolência aplica o Art 157 § 3º 
- qualificada pela morte é crime hediondo (Lei n. 8.072, art.1º, III). 
 
- Extorsão mediante restrição da liberdade da vítima (§ 3o 6 a 12 anos e multa). 
- mediante a restrição da liberdade da vítima, como condição é necessária para a obtenção da 
vantagem econômica.(sequestro relâmpago) 
- com lesão corporal grave ou morte, aplica o Art. 159, §§ 2o e 3o. 
 
- EXTORÇÃO MEDIANTE SEQUESTRO (Art. 159) 
 
- Simples (art. 159, caput) 
- Sequestro (Art. 148 CP) com especial fim de agir. 
Elemento subjetivo especial: obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como 
condição ou preço do resgate. 
- Crime hediondo, independentemente do resultado morte (Lei 8.072/90, art.1º, inciso IV). 
- Consumação: 
- com a privação da liberdade da vítima por tempo relevante. 
- Independente do pagamento do resgate (crime formal). 
-Tentativa: é admitida. 
- Qualificadoras (§§ 1o a 3º). 
- dura mais de 24 (vinte e quatro) horas 
- vitima menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos 
- o crime é cometido por bando ou quadrilha (§1º) 
- se do fato resulta lesão corporal de natureza grave (§2º) 
- se resulta a morte (§3º). 
- Delação premiada (§ 4º - 1/3 a 2/3) 
- crime é cometido em concurso e o concorrente o denuncia facilitando a libertação do 
seqüestrado. 
 
- Extorsão indireta (Art. 160). 
- “Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento 
que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro”. 
 
- DANO – Art. 163 CP 
 
- Consumação: destruição, deterioração ou inutilização (crime material). 
- Tentativa: é admissível. 
- Forma Qualificada: 
- com violência à pessoa ou grave ameaça; 
- com emprego de substância inflamável ou explosiva, 
- contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços 
públicos ou sociedade de economia mista 
- por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima. 
 
- Ação Penal (art. 167). É Privada nos casos do art. 163 par. único Inc. IV 
 
-APROPRIAÇÃO INDÉBITA (Art. 168) 
 
 - Sujeito ativo: é possuidor ou detentor da coisa 
- Consumação: quando passa a comportar-se como dono 
- Tentativa: é possível porem difícil de ocorrer. 
Espécies: 
a) apropriação indébita propriamente dita: o agente revela que inverteu o título da posse, 
como no caso de venda da coisa 
 b) negativa de restituição: o agente recusa a devolver a coisa. 
 
Tipo subjetivo: dolo (animus rem sibi habendi). 
 -A intenção de apropriar deve existir após o agente ter a posse ou a detenção da coisa. 
 
- Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A). 
 
Tipo objetivo: 
- deixar de repassar (recolher) à previdência social as contribuições arrecadadas (recolhidas) 
dos contribuintes. 
- deve ter havido o arrecadamento da contribuição dos contribuintes. 
- §1º, III : deixar de pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores 
já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 
- Consumação e Tentativa: 
- são condutas omissivas (crimes omissivo próprio) 
- não é cabível tentativa, pois não há fracionamento da conduta (crimes unissubsistente). 
- Extinção da punibilidade (§2º): 
- se antes do início da ação fiscal o agente, espontaneamente, declara e efetua o pagamento 
das contribuições ou valores. 
 
- Perdão judicial ou aplicação da pena de multa (§ 3º) 
- se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: 
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento 
da contribuição social previdenciária; 
 II - o valor das contribuições seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
 
- Apropriação de coisa achada (art. 169, II) 
- coisa alheia perdida e se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou 
de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
- Forma privilegiada (art. 170). Em todos os crimes de apropriação, aplica-se o disposto no art. 
155, § 2º. 
 
Estelionato (Art. 171, caput): 
Tipo Objetivo: 
Fraude: emprego de artifício (Ex.: disfarce), ardil (Ex.: conversa enganosa), ou qualquer outro 
meio fraudulento. 
- Consumação: 
 - Com o prejuízo alheio, obtenção da vantagem. (crime material) 
- Tentativa: é admitida. 
 
- Estelionato e apropriação indébita: no estelionato o agente possui o dolo ab initio, antes de 
auferir a vantagem. 
- Estelionato e furto mediante fraude: no estelionato a fraude é utilizada para que a vítima 
entregue a coisa ao agente. No furto, a fraude é para diminuir a vigilância sobre a coisa 
(subtração) 
- Estelionato e extorsão: no estelionato a vítima entrega voluntariamente a coisa. Na extorsão, 
a vítima faz ou deixa de fazer em razão da violência ou grave ameaça. 
- Falso (crime anterior) e estelionato (crime posterior): 
-Súmula 17 do STJ: O crime meio (falso) é absorvido pelo crime fim (estelionato) quando o 
falso foi o meio necessário para se obter o estelionato (consunção). 
 
- Forma privilegiada (§ 1º). 
- criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, aplica o art. 155, § 2º. 
- Formas especiais de estelionato 
a) Disposição de coisa alheia como própria (§2º, I): 
- vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria. 
b) Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria (§2º, II): vende, permuta, dá em 
pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel 
que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre 
qualquer dessas circunstâncias. 
c) Defraudação de penhor (§2º, III): defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor 
ou por outro modo, quando tem a posse do objeto empenhado. 
d) Fraude na entrega de coisa (§2º, IV): defrauda substância, qualidade ou quantidade de 
coisa que deve entregar a alguém. 
e) Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro (§2º, V): destrói, total ou 
parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as 
consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro. 
f) Fraude no pagamento por meio de cheque (§2º, VI): emite cheque, sem suficiente provisão 
de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. 
Obs: 
- Estelionato simples (art.171, caput) e emissão de cheque 
 a) pagamento com cheque roubado; 
 b) emissão de cheque de conta cancelada; 
 c) emissão de cheque sem fundos com nome falso ou assinatura falsa; 
 d) emissão de cheque de conta aberta com características falsas do correntista. 
- Súmula 554 do STF: Contrario senso, o pagamento do cheque até o recebimento da 
denuncia impede que haja processo. (extingue a punibilidade) 
 
- Forma majorada (§3º - 1/3) - crime é cometido em detrimento de entidade de direito 
público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. 
 
- Outras fraudes (art. 176). 
- Dia do Pendura: tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de 
transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento. 
- juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
 
RECEPTAÇÃO (art.180, caput, 1ª parte). 
 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum) desde que não seja coautor ou partícipe do 
crime anterior. 
- Sujeito passivo: é o proprietário da coisa do crime anterior. 
 
- OBS: - Se a infração anterior for contravenção não haverá receptação. 
 
 
 
- Receptação imprópria (art.180, caput, 2ª parte): 
- influir para que terceiro de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. 
 
- Receptação qualificada (§1º). 
- Objeto Juridico: coisa que deve saber ser produto de crime no exercício de atividade 
comercial ou industrial.(§ 2º, equipara-se à comércio irregular ou clandestino) 
 
- Receptação culposa (§ 3º). 
- coisa que por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de 
quem oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. 
- Autonomia da receptação (§ 4º). 
- A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que 
proveio a coisa. 
 
- Perdão judicial e receptação privilegiada (§ 5º). 
- perdão judicial somente na receptação culposa 
- receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. 
- Receptação qualificada (§ 6º - pena em dobro). 
- bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de 
serviços públicos ou sociedade de economia mista. 
 
- IMUNIDADES PENAIS 
 
- Art. 181 – Imunidade Absoluta - 
 - isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo 
do cônjuge, de ascendente ou descendente. 
 - Escusa absolutória - haverá extinção da punibilidade. 
 
- Art. 182 – Condição de Procedibilidade – Imun. Relativa - 
- ação é publica condicionada a representação, se o crime previsto neste título é cometido em 
prejuízo do cônjuge judicialmente separado; de irmão; de tio ou sobrinho, com quem o agente 
coabita. 
 
- Art.183 - Exclusão das imunidades- 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou quando haja emprego de grave ameaça ou 
violência à pessoa; 
 II - ao estranho que participa do crime; 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. 
 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
 
- Estupro (Art. 213) 
- Sujeito Ativo e Passivo: qualquer pessoa. 
 - Passou a ser crime comum (antes era crime próprio) -Lei 12015/09 
- Consumação: 
- com a introdução do pênis na vagina, mesmo que a introdução seja parcial 
- Na nova modalidade de estupro com ato libidinoso basta qualquer ato libidinoso para 
consumação. 
- Tentativa: é possível porem atualmente de difícil caracterização 
 
- Forma qualificada: 
- §1º(8 a 12 anos) - lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou 
maior de 14 (catorze) anos 
- §2º(12 a 30 anos) - Se da conduta resulta morte. 
OBS: as formas qualificadas são preterdolosas (dolo em relação ao estupro e culpa em relação 
à morte ou lesão grave) 
- Crime hediondo: o crime de estupro mesmo na sua forma simples (art. 213, caput) 
 
- Violação sexual mediante fraude (art. 215). 
- conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro 
meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. 
 
- Assédio sexual (art. 216-A). 
- constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual 
- Sujeito ativo: superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo 
ou função. 
Consumação: é crime formal, basta o constrangimento independente da obtenção da 
vantagem 
- Aumento de pena (par. 2º - 1/3): a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
 
- Estupro de vulnerável (art. 217-A) 
- Tipo Objetivo: 
- Vulnerável: 
a) menor de 14 (catorze) anos; 
b) alguém que por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato. 
c) alguém que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência 
- Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. (crime comum) 
 
- Consumação: com a prática da conjunção carnal ou de outro ato libidinoso. 
- Tentativa: é admissível em qualquer modalidade do crime. 
 
- Forma Qualificada: 
- Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave. (10 a 20 anos) 
- Se da conduta resulta morte, (12 a 30 anos) 
- Crime hediondo: na sua forma simples e qualificada. 
 
Corrupção de menores (art. 218). 
 
- Tipo Objetivo: 
- é induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem. 
- Consumação: com a simples pratica d e qualquer ato pelo menor (crime material - 
divergente) 
 
 - Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A). 
- Tipo objetivo: 
a) praticar, na presença de menor de 14 anos, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim 
de satisfazer lascívia própria ou de outrem; 
b) induzir menor de 14 anos, a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de 
satisfazer lascívia própria ou de outrem. 
- Tipo subjetivo: Dolo e também o especial fim de agir. 
 
-Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (art. 218-
B). 
- Tipo objetivo: submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual 
alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a 
abandone. 
 
 
 
- Ação penal (art. 225). 
 
- Ação penal pública condicionada à representação. (regra) 
- Ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa 
vulnerável. 
 
- Aumento de pena (Art. 226) 
- é aumentada de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais 
pessoas; 
- aumentada de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título 
tem autoridade sobre ela. 
 
- Aumento de pena (Art. 234-A) 
- é aumentada de metade, se do crime resultar gravidez; 
- de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível 
de que sabe ou deveria saber ser portador. 
 
- Casa de prostituição (Art. 229). 
 
- A pessoa que está sendo explorada sexualmente (ex.: prostituta) não comete crime. 
 
- Consumação: com a habitualidade do estabelecimento (crime habitual) 
 - é Crime Permanente 
 
- Rufianismo (Art. 230). 
- Tipo Objetivo: tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros 
ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça. 
- Forma qualificada (par. 1º - 3 a 6 anos) 
- vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos 
- o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, 
companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima 
- por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, 
 
- Forma qualificada (par. 2º - 2 a 8 anos) 
- cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a 
manifestação de vontade da vítima (sem prejuízo da pena correspondente à violência) 
 
- Ato obsceno (Art. 233). 
 
- Tipo objetivo: Ato obsceno é o que se refere à sexualidade e ofensivo ao pudor público. ( ex: 
expor as partes intimas) 
 1º) em lugar público; 
 2º) em lugar aberto ao público; 
 3º) em lugar exposto ao público (lugar que pode ser visto pelo público). 
- Consumação: com a efetiva pratica do ato 
- Tentativa: é possível mas de difícil caracterização. 
 
- APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO (Art. 287) 
 
- A conduta típica consiste elogiar ou enaltecer, em local público ou acessível ao público: 
a) fato criminoso: fato previsto em algum tipo penal como crime. 
b) autor de crime: trata-se de autor de crime praticado antes da apologia. 
- A defesa (elogio) não se refere aos atributos do autor, mas sim em relação à 
sua conduta criminosa. 
 
 - Tipo Subjetivo: Dolo de elogiar a prática de crime determinado. 
 
- QUADRILHA OU BANDO (Art. 288) 
 
- Tipo Objetivo: 
 a) concurso necessário de pelo menos quatro pessoas.(delito de concurso necessário 
ou plurisubjetivo) 
 - os inimputáveis são computados para o numero de integrantes, 
 b) finalidade especifica voltada ao cometimento de crimes. 
- Não configura o crime se for para cometer contravenções penais e crimes 
culposos. 
- não caracteriza crime a associação para o cometimento de apenas um único 
delito. 
-Tipo subjetivo: Dolo e especial fim de agir ( fim de praticar crimes) 
- Consumação: 
 - independe da realização do fim (crimes) visado. (crime formal) 
- Tentativa: não é admissível. 
Forma majorada (parágrafo único – 2x): 
 - se a quadrilha ou bando é armado. 
- Quadrilha para o fim de cometer crimes hediondos: 
- se os crimes visados forem crimes hediondos, prática da tortura ou 
terrorismo, aplica-se o art. 8º da Lei n. 8.072/90. (3 a 6 anos de reclusão) 
- Quadrilha para Tráfico: 
 - incide o tipo específico (art. 35 da Lei 11.343/06). 
 
 DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
 
- Moeda Falsa (art. 289) 
 
- OBS: falsificação por alteração, moeda ou papel já existe, mas o agente aumenta o seu valor. 
- Crime Impossível: 
 - falso grosseiro na absoluta impossibilidade de ser aceita a moeda 
- A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura crime de 
estelionato (Sum. 73 STJ) 
 
- É majoritário o entendimento (STF/STJ) que não incide o princípio da insignificância. 
 
- Forma Privilegiada ( par. 2º - 6 meses a 2 anos): 
- aquele que recebeu de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, e a restitui 
à circulação, depois de conhecer a falsidade. 
- Forma Qualificada ( par. 3º - 3 a 15 anos) 
- o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão. 
- que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: de moeda com título ou peso 
inferior ao determinado em lei; de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. 
- Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não 
estava ainda autorizada. 
 
 
 
 
 
- Falsidade ideológica (Art. 299) 
 
- Pena: 
- se o documento é público: 1 a 5 anos e multa 
- se o documento é particular: 1 a 3 anos e multa 
 
- Diferença entre falsidade material e ideológica. 
- Falsidade ideológica : 
- o documento não possui vício em sua forma, ou seja, é formalmente perfeito (não 
envolve a forma do documento). 
- seu conteúdo é falso, de modo que é provada pela apuração dos fatos. 
- Falsidade material: 
- o documento possui vício em sua forma, (rasuras, introdução de novos dizeres, 
supressão de palavras). 
- Tipo subjetivo. 
- dolo ( vontade de falsificar) e o elemento subjetivo especial do tipo (fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade.) 
- Consumação: 
- com a simples conduta de falsificar, desde que o falso possua potencialidade do 
dano objetivado pelo agente ( crime formal). 
 - Tentativa: 
- é possível na forma inserir e fazer inserir. 
- Não é possível na forma omitir (omissivo próprio) 
 
Forma majorada (parágrafo único – 1/6) 
- funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo 
- se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil. 
 
- CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 
- Peculato (art. 312) 
 
- Espécies de Peculato: 
- Peculato-apropriação: 
- funcionário público apropria-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo. 
 - delito de apropriação indébita (CP, art.168), com o sujeito ativo específico. 
 
- Peculato-desvio: 
- funcionário público desvia dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio ou alheio. 
- se o desvio for em favor da própria administração(Art. 315 do CP – Emprego irregular de 
verbas públicas). 
 
- Peculato-furto (peculato impróprio): 
 - funcionário subtrai ou concorre para subtração do dinheiro, valor ou bem. 
 - não tem a posse e se vale da facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. (necessário o nexo causal entre a facilidade e o crime) 
 
- Peculato culposo: 
 - funcionário concorre culposamente para o crime de outrem 
- para existir depende da existência de outro crime. (crime parasitário) 
 
- Reparação do dano no peculato culposo (§3º): 
 - se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; 
 - se é posterior a sentença irrecorrível reduz de metade a pena imposta 
- Sendo doloso o peculato, a reparação do dano poderá gerar Arrependimento Posterior 
(Art.16 do CP) 
 
- Peculato de uso: 
 - não configura o crime pela ausência do animus de apropriação. 
 
- Peculato mediante erro de outrem (art. 313) 
- funcionário público que apropria-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do 
cargo, recebeu por erro de outrem. 
- deve receber por erro espontâneo de outrem, ou seja, não induz a pessoa a erro. - Se induzir 
a erro, responderá por estelionato (art. 171). 
- O dolo de apropriar é posterior ao recebimento. 
 
- Inserção de dados falsos em sistema de informações: Peculato eletrônico(art. 313-A) 
 
- Sujeito ativo: 
- funcionário que esteja autorizado a inserir dados nos sistemas informatizados ou bancos de 
dados. 
 
a) Inserir dados falsos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração 
Pública; 
b) facilitar a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da 
Administração Pública; 
c) alterar indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da 
Administração Pública; 
d) excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da 
Administração Pública. 
 
- Tipo Subjetivo: 
- Dolo e o elemento subjetivo especial do tipo ( “com o fim de obter vantagem indevida para si 
ou para outrem ou para causar dano”) 
 
- Consumação: com a inserção de dados falsos, ou com a alteração ou exclusão de dados 
corretos, 
 
 
- Tentativa: é possível. 
 
- Concussão (Art. 316) 
 
 - Tipo Objetivo: 
 - exigir vantagem indevida, para si ou para outrem, direta ou indiretamente. 
 - em razão da função, ainda que fora dela, ou antes de assumi-la 
 - há ameaça de represálias, incutindo temor na vítima. 
- Tipo subjetivo: 
 - Dolo e o elemento subjetivo especial do tipo(“para si ou para outrem”). 
- Consumação: 
 - com a simples exigência (crime formal). 
 - O recebimento da vantagem indevida é mero exaurimento. 
- Tentativa: é admissível.(p.ex. por escrito) 
 
 
 
- Excesso de exação (art. 316, §1º) 
 
- Tipo objetivo: 
 - 1) exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido; 
 - 2) emprega na cobrança do tributo, embora devido, meio vexatório ou gravoso, que 
a lei não autoriza. 
 
- Consumação: com a simples conduta, independente do recebimento do tributo (crime 
formal). 
- Tentativa : se admite. 
 
- Forma Qualificada (par. 2º - 2 a 12 anos): 
- A forma qualificada ocorre após a prática do crime previsto no § 1º, ou seja, o exaurimento 
funciona como qualificadora. 
- o funcionário recebe indevidamente para recolher aos cofres públicos, mas não recolhe. 
 
- Corrupção passiva (art. 317) 
 
- Tipo objetivo: 
- solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de 
tal vantagem. 
 a) Solicitar: significa pedir. A iniciativa é do funcionário. 
 - O particular que der a vantagem indevida não pratica crime 
b) Receber: obter a vantagem. A iniciativa é do particular (extraneus) que “oferece para ...”. 
- O funcionário responde pelo art. 317 e o particular por corrupção ativa (art. 333) 
 
c) Aceitar promessa: concordar em receber. A iniciativa é do particular. 
- O funcionário responde pelo art.317 e o particular pelo art.333 (prometer vantagem para...). 
 
- Consumação: 
 a) solicitar: no momento em que a solicitação chega ao terceiro; 
 b) receber: com o recebimento da vantagem; 
 c) aceitar promessa: consuma-se com a simples aceitação. 
OBS: o delito se consuma independentemente do funcionário retardar ou deixar de praticar 
qualquerato de ofício ou o praticar infringindo dever funcional.(crime formal). 
- Tentativa: 
 a) solicitar: admite-se se o meio utilizado for o escrito. 
 b) receber: inadmissível; 
 c) aceitar promessa: admite-se. (escrito) 
- Forma majorada (§ 1º - 1/3). 
- se o funcionário efetivamente retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou infringir dever 
funcional. 
 
- Forma privilegiada (§2º - 3 meses a 1 ano) 
 - ceder a pedido ou influência de outrem. 
 - o agente não visa receber nenhuma vantagem, mas apenas atender a pedidos - 
 
- Facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318): 
 
- Conduta: funcionário público facilita, com infração de dever funcional, a prática de 
contrabando ou descaminho (art. 334). 
- Sujeito ativo: 
- somente o funcionário público que possui como atribuição o dever de evitar o contrabando 
ou descaminho.. 
 
- Tipo Objetivo: 
- Contrabando: importar ou exportar mercadoria proibida. 
- Descaminho: iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. 
- Consumação: 
- independe da ocorrência do contrabando ou descaminho.(crime formal) 
 
- Prevaricação (art. 319 e 319-A) 
 
- Tipo Objetivo: 
- retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
- Tipo Subjetivo: 
- Dolo e o elemento subjetivo especial do tipo ( fim específico de satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal) 
- Consumação: 
- quando o funcionário retarda, omite ou pratica o ato ilegal. (crime formal) 
- Tentativa: 
- admitida na conduta comissiva “praticar ato ilegal”. 
- Inadmissível nas condutas omissivas “retardar” ou “deixar de praticar”. 
 
Art. 319-A – Prevaricação específica 
- Sujeito Ativo: 
 - Diretor de Penitenciária e/ou agente público responsável 
- Tipo Objetivo: 
 - deixar de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que 
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 
- Tipo Subjetivo: 
 - Dolo 
 - Não há especial fim de agir (independe de interesse pessoal) 
- Consumação: 
 - com a efetiva entrada do aparelho. 
 
- Condescendência criminosa (art. 320) 
- Tipo Objetivo: 
a) o funcionário que, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu 
infração no exercício do cargo; 
b) o funcionário que, por indulgência, não leva o fato ao conhecimento da autoridade 
competente, quando lhe falte competência para responsabilizar o infrator. 
- Sujeito Ativo: 
- somente o funcionário público superior hierárquico. 
- Consumação: 
 - Com a mera conduta de não responsabilizar 
- Tentativa: 
 - é inadmissível (crime omissivo próprio). 
 
- Advocacia administrativa (art. 321) 
- Tipo Objetivo: 
- patrocinar (defender), direta ou indiretamente, interesse privado (alheio) perante a 
administração pública 
- deve valer-se da qualidade de funcionário. 
 
-Forma Qualificada ( par. Único – 3 meses a 1 ano e multa): 
- se o interesse for ilegítimo 
- Consumação: 
- com a mera pratica do patrocínio, 
- não precisa ocorrer a obtenção de vantagem.(crime formal) 
- Tentativa: é possível. 
 
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 
- Usurpação de função pública (Art. 328). 
 
- Tipo Objetivo: 
- assumir função pública de forma indevida. 
- Sujeito Ativo: 
- Qualquer pessoa inclusive o próprio funcionário (quando assumir função que não lhe 
compete. ) 
- Consumação: 
- quando o agente realizar pelo menos um ato relativo à função. 
- Tipo Subjetivo: 
- Dolo 
- Não é necessário o especial fim de auferir vantagem 
- se o agente vier a auferir vantagem aplica-se a qualificadora (par. único). 
 
- Resistência (Art. 329) 
 
- Tipo Objetivo: 
- opor-se à execução de ato legal 
- mediante violência ou ameaça a funcionário . 
Obs: 
 - A simples ofensa verbal pode caracterizar desacato. 
 
- Consumação: 
 - com a prática da violência ou ameaça, 
 - independentemente do agente conseguir impedir a execução do ato legal (crime 
formal). 
-Tentativa: se admite. 
- Forma Qualificada(§1º): 
 - se o ato, em razão da resistência, não se executa 
 
- Desobediência (Art. 330) 
- Tipo Objetivo: 
- desobedecer a ordem legal de funcionário público. 
- pode ser crime omissivo ou comissivo, dependendo natureza da ordem 
- A fuga sem violência não é considerada desobediência, por se tratar de manifestação do 
instinto de liberdade. 
- Sujeito ativo: 
- qualquer pessoa, inclusive um funcionário público. 
- Consumação: 
- no momento em que o agente não cumpre a ordem. 
- Tentativa: é admitida na forma comissiva (ordem de não fazer), 
 
 
 
 
- Desacato (art. 331) 
- Tipo Objetivo: 
- desacatar (humilhar, ofender) funcionário público no exercício da função ou em razão dela 
(fora do execicio). 
Sujeito ativo: qualquer pessoa inclusive um funcionário público 
- Tipo Subjetivo: 
- Dolo e o especial fim de ofender o funcionário público. 
- Consumação: 
- com a prática da ofensa, independente do funcionário se sentir ofendido (crime formal). 
- o funcionário deve estar presente 
-Tentativa: 
- é possível, salvo se for oral, pois neste caso será crime unissubsistente. 
 
- Tráfico de influência (Art. 332) 
- Tipo Objetivo: 
- solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da 
função. 
- Consumação: 
- solicitar e exigir : com a prática da própria conduta, independente do resultado (crime 
formal). 
- obter: com a obtenção da vantagem (crime material). 
 - Tentativa: é possível 
 
- Corrupção ativa (Art. 333) 
 
- Tipo Objetivo: 
- oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público. 
 - A iniciativa é particular. 
 
- Se o funcionário receber ou aceitar a promessa praticará o crime de corrupção passiva 
 
- Tipo subjetivo: 
- Dolo e o especial fim de determinar a prática, omissão ou a retardar ato de ofício. 
 - Consumação: 
- com a simples oferta ou promessa de vantagem, independentemente do funcionário aceitar 
a oferta ou promessa (crime formal). 
 - Tentativa: é admitida. 
 
- Aumento de Pena ( par. Único – 1/3 ) : 
- se em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o 
pratica infringindo dever funcional. 
 
- Contrabando ou descaminho (art. 334) 
- Tipo Objetivo: 
- Contrabando: Importar ou exportar mercadoria proibida 
- Descaminho: Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. 
 
- Consumação: 
a) alfândega: consuma-se no momento em que a mercadoria é liberada. Se não ocorre a 
liberação, haverá a tentativa; 
b) local diverso da alfândega: consuma-se no momento em que a mercadoria entra ou sai de 
nosso território. 
- Tentativa: 
 - possível se a mercadoria não entrar ou sair de território. 
 
Princípio da insignificância e descaminho. 
 - aplica-se o princípio da insignificância se o valor sonegado não ultrapassa o valor de 
R$10.000,00 (dez mil reais) de acordo com o art. 20 da Lei n.10.522/02. (STF) 
 
Figuras especiais (§ 1º) – Mesma Pena: 
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; 
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho, 
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de 
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou 
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou 
de importação fraudulenta por parte de outrem; 
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercíciode atividade 
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de 
documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. 
 
- Forma Qualificada ( par. 3º - 2x) 
 - quando praticado em transporte aéreo.

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