Buscar

CCJ0024-WL-A-AMRP-01-Introdução ao Estudo do Direito do Trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DIREITO DO TRABALHO I
PROFA. CARLA SENDON AMEIJEIRAS
	
AULA 1
TÍTULO - DIREITO DO TRABALHO - EVOLUÇÃO HISTÓRICA
		Toda energia humana, física ou intelectual, empregada com um fim produtivo, constitui trabalho. O homem sempre trabalhou, inicialmente na pré-história, com o objetivo de alimentar-se, defender-se, abrigar-se do frio; no período paleolítico, ele produziu lanças, machados e outros instrumentos com os quais ampliou sua capacidade de defesa. 
A necessidade de agrupamento impôs a formação de pequenas tribos, que lutavam entre si. A princípio os perdedores eram comidos, depois com o implemento da caça, pesca, e posteriormente da agricultura, os vencidos viravam escravos que faziam os trabalhos mais penosos. SURGIA, assim, O TRABALHO EM FAVOR DE TERCEIROS, objeto de um ramo do DIREITO cuja autonomia viria a ocorrer somente na época contemporânea. No curso da história, essa prestação de serviços tomou diversas formas, gerando importantes instituições jurídicas, com remarcados reflexos econômicos, sociais e políticos. 
I - ESCRAVIDÃO - O escravo era considerado coisa (res) e não pessoa, logo não possuía nenhum direito, muito menos trabalhista, podendo seu proprietário dele dispor : vendê-lo, trocá-lo, utilizá-lo como lhe aprouvesse ou até matá-lo. A relação jurídica era de domínio absoluto do dono, cujo patrimônio - escravo lhe pertencia, incorporando-se a este o produto de seu trabalho. O escravo não era sujeito de direito, porém a mulher escrava transmitia esse estigma a seus descendentes.
Os povos da antigüidade fizeram do trabalho escravo a base de suas economias e o instrumento de suas realizações.
O trabalho escravo, embora combatido por inúmeros pensadores, caminhou com a história, sendo até incrementado, na época contemporânea, por ingleses, holandeses e portugueses, em tráfico contínuo para as respectivas colônias. 
No Brasil foi abolida a escravidão em 1888, porém anteriormente já havia sido proibida a importação de escravos (1850), libertados os nascituros (1871), assim como os maiores de 65 anos (1885).
Locações – Em Roma apesar da maioria do trabalho ser feito pelos escravos, haviam homens livres que locavam seu trabalho. Esta locação se desdobrava-se em dois tipos: Locação de Serviços mediante pagamento (LOCATIO OPERARUM) e a Locação de Obra ou Empreitada - pago pela entrega de obra certa (LOCATIO OPERIS FACIENDI ). A primeira delas é apontada como precedente da relação de emprego moderna.
II - SERVIDÃO : Apesar da mudança do sistema escravo para o servil, não temos propriamente direitos trabalhistas. Os senhores feudais davam proteção militar e política aos servos, que eram livres, mas, tinham que prestar serviços na terra do senhor feudal. Além disso, os servos entregavam parte da produção rural aos senhores feudais em troca da proteção recebida e do uso da terra. Como bem salienta Amauri Mascaro Nascimento “ Eram obrigados a trabalhar nas terras pertencentes aos seus senhores. Camponeses presos às glebas que cultivavam, pesava-lhes a obrigação de entregar parte da produção rural como preço pela fixação na terra e pela defesa que recebiam”. 
A evolução foi sutil : o escravo era coisa, de propriedade de seu amo; o colono era pessoa, pertencente à terra. Sendo, "pessoa", sujeito de direito, podia transmitir, por herança, seus animais e objetos pessoais : mais transmitia também a condição de servo. A partir do século XI o regime feudal, com a servidão, entrou em crise. 
III - CORPORAÇÕES DE OFÍCIO - Com a decadência do regime feudal, os colonos refugiaram-se nas cidades e pouco a pouco esses trabalhadores livres constituíram instrumentos da produção econômica local, surgindo no século XII as corporações de ofício. Dividiam-se em três personagens :
Mestres - eram os proprietários da oficinas, que passaram pela prova da obra-mestra;
Companheiros - trabalhadores que percebiam salários dos mestres ;
Aprendizes - menores que recebiam dos mestres o ensino do ofício ou profissão. Estes trabalhavam a partir dos 12 ou 14 anos, em alguns países idade inferior, ficando, sob responsabilidade dos mestres ; 
Os pais dos aprendizes pagavam taxas elevadas, para o mestre ensinar seus filhos. Se o aprendiz superasse o grau de dificuldade, passava a condição de companheiro. Os filhos dos mestres, maridos das filhas dos mestres e/ ou marido da viúva do mestre não necessitavam fazer a prova de obra-mestra para ser considerado mestre. Os trabalhadores tinham um pouco mais de liberdade, porém os objetivos eram os interesses das corporações, mas do que conferir qualquer proteção ao trabalhador. Foi definitivamente extinta com a Revolução Francesa em 1789, pois consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade do homem. Outras causas da extinção foram a liberdade do comércio e o encarecimento dos produtos das corporações.
EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO MUNDO : 
REVOLUÇÃO FRANCESA : 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - AFIRMA-SE QUE O DIREITO DO TRABALHO E O CONTRATO DE TRABALHO PASSARAM A DESENVOLVER-SE COM O SURGIMENTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO QUE TRATOU DO TEMA FOI A DO MÉXICO - 1917 ESTABELECENDO JORNADA DE 8 HORAS SEMANAIS, PROIBIÇÃO DE TRABALHO DE MENORES DE 12 ANOS, LIMITAÇÃO DA JORNADA DOS MENORES DE 16 ANOS À SEIS HORAS, JORNADA MÁXIMA NOTURNA DE SETE HORAS, DESCANSO SEMANAL, PROTEÇÃO MATERNIDADE, SALÁRIO MÍNIMO, DIREITO A SINDICALIZAÇÃO, INDENIZAÇÃO DE DISPENSA; SEGURO SOCIAL E PROTEÇÃO CONTRA ACIDENTES DO TRABALHO.
A SEGUNDA CONSTITUIÇÃO FOI A DE WEIMAR EM 1919 E A PARTIR DAÍ AS CONSTITUIÇÕES DOS PAÍSES PASSARAM A TRATAR DO DIREITO DO TRABALHO, CONSTITUCIONALIZANDO OS DIREITOS TRABALHISTAS
EFICÁCIA DA LEI SEGUNDO O TEMPO E ESPAÇO :
LOGO É POSSÍVEL CONSTATAR A AUTONOMIA DO DIREITO DO TRABALHO EM RELAÇÃO AOS DEMAIS RAMOS DO DIREITO.
RELAÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO :
DIREITO CONSTITUCIONAL - A relação com o direito constitucional é estreita, uma vez que, a Constituição Federal estabelece uma série de Direitos aos trabalhadores urbanos e rurais em seus artigos 7º à 11º, bem como aos domésticos.
DIREITO CIVIL - O Contrato de Trabalho originou-se no Direito Civil com a previsão legal de locação de serviços (LOCATIO OPERARIUM) e empreitada (LOCATIO OPERIS). No artigo 8º da CLT determina-se a aplicação do Direito Civil quando omisso dispositivo legal no âmbito trabalhista. - O Direito Civil é fonte subsidiária do Direito do Trabalho.
DIREITO COMERCIAL - A relação é nítida, uma vez que o Direito comercial regula as várias formas de sociedades mercantis, sendo que a empresa é uma das partes do contrato de trabalho. Mesmo na falência ou concordata ficam assegurados os direitos dos Trabalhadores (artigos 10 e 448, da CLT)
DIREITO INTERNACIONAL - O direito internacional público diz respeito a normas de ordem pública, de âmbito internacional, como a OIT, que edita uma série de norma a serem aplicadas àqueles que as ratificarem. 
O direito internacional privado versa sobre a aplicação da lei no espaço. O caso do empregado contratado em Buenos Aires para prestar serviços em Nova York e dispensado no Chile.
			DIREITO PENAL - A prática de um delito penal pode influir no Direito do Trabalho podendo dar motivo à demissão por justa causa. O Código Penal regular crimes contra organização do trabalho, o direito de livre associação sindical, contra o aliciamento de trabalhadores...
			DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL - Há ligação principalmente quando diz respeito a Previdência Social, quando visa à proteção a maternidade especialmente a gestante, ...
			DIREITO ADMINISTRATIVO - As normas de segurança do trabalho e, também, de fiscalização do trabalho podem ser consideradas atinentes à Administração do Estado, e são feitas por meio das Delegacias Regionais do Trabalho, órgãos vinculados ao Ministério do Trabalho.
			DIREITO TRIBUTÁRIO - As relações são importantes, principalmente quando se fala em fato gerador, incidência de tributos,ou contribuições sobre certas verbas trabalhistas, base de cálculo... Também há a incidência de imposto sobre a renda de proventos de qualquer natureza sobre os salários, remuneração ou outras verbas de natureza trabalhista, de acordo com certos limites.
			DIREITO ECONÔMICO - Visa disciplinar juridicamente as atividades desenvolvidas pelos mercados, buscando uma forma de organização do sistema e também visando o interesse nacional.
			DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO - Este vem a ser uma forma de assegurar o cumprimento dos direitos materiais do trabalho do empregado. A CLT contém regras nos artigos 643 à 910 atinentes ao Processo do Trabalho.
			COM OUTRAS ÁREAS - O direito do trabalho relaciona-se ainda como a sociologia, biologia, química, física, economia, contabilidade...
		
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO :
		Fonte vem do latim fons com significado de origem, nascente, manancial. Refere-se a origem de alguma coisa, de onde provém algo. O termo é usado com metáfora : DO MESMO MODO QUE A ÁGUA, QUE PODE VIR DE DIFERENTES FONTES, O DIREITO TAMBÉM TEM DIVERSAS ORIGENS POSSÍVEIS.
Fonte tem o significado de origem, de fundamento de validade das normas jurídicas e da própria exteriorização do Direito.
DIVIDEM-SE EM :
- Fontes Formais – são as formas de exteriorização do Direito. Ex. Leis, Costumes...
- Fontes Materiais – São os fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica, isto é, sociais, psicológicos, econômicos, históricos...
TEMPO – REFERE-SE À ENTRADA EM VIGOR. NO DIR. TRABALHO ENTRAM EM VIGOR A PARTIR DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI, TENDO EFICÁCIA IMEDIATA. INEXISTINDO DISPOSIÇÃO EXPRESSA SERÃO 45 DIAS (ART. 1º LICC). NOS PAÍSES ESTRANGEIROS A OBRIGATORIEDADE DA LEI BRASILEIRA QUANDO ADMITIDA É APÓS 3 MESES (§1º, ART. 1º LICC)
VACATIO LEGIS – PERÍODO ENTRE A EDIÇÃO DA LEI E SUA APLICAÇÃO. EX. LEI FGTS (5107/66) ENTROU EM VIGOR EM 01/01/1967.
ESPAÇO – LEI TRABALHISTA É APLICÁVEL NO BRASIL PARA ESTRANGEIROS E NACIONAIS.
§2º ART. 651 DA CLT – COMPETÊNCIA DA JT BRASILEIRA PARA JULGAR AÇÃO OCORRIDA EM EMPRESA QUE POSSUA AGÊNCIA OU FILIAR NO ESTRANGEIRO, DESDE QUE EMPREGADO BRASILEIRO E INEXISTA CONVENÇÃO INTERNACIONAL NESSE SENTIDO.
SUMULA 207 DO TST ESTABELECE QUE A RELAÇÃO JURÍDICA TRABALHISTA É REGIDA PELAS LEIS VIGENTES NO PAÍS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO E NÃO POR AQUELAS DO LOCAL DA CONTRATAÇÃO. ESSA É A ORIENTAÇÃO GERAL. EXCEÇÃO LEI 7064/82 (PREVÊ A APLICAÇÃO DA LEI BRASILEIRA NO EXTERIOR DESDE QUE CONTRATADO NO BRASIL PARA TRABALHAR EM EMPRESA DE ENGENHARIA NO EXTERIOR.)
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO :
Conceito : São enunciados genéricos que devem iluminar tanto a elaboração das leis, a criação de normas jurídicas autônomas e a estipulação de cláusulas contratuais, como interpretação e aplicação do direito.
Segundo, JOSÉ CRETELLA JUNIOR : “princípios de uma ciência são as proposições básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturações subseqüentes. Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência.”
Os princípios tem várias funções : informadora, normativa e interpretativa.
Informadora – serve de inspiração ao Legislador e de fundamento para as normas jurídicas.
Normativa – atua como fonte supletiva, nas lacunas ou omissões da Lei.
Interpretativa – serve de critério orientador para os intérpretes e aplicadores da Lei.
ARTIGO 8º DA CLT, determina que na falta de disposições legais ou contratuais o intérprete pode socorrer-se dos princípios do Direito do Trabalho.
PRINCÍPIOS GERAIS – Há princípios que são aplicáveis a qualquer ramo do direito, dentre eles : PRINCÍPIO DA BOA FÉ NOS CONTRATOS, PRINCÍPIO DE QUE O CONTRATO FAZ LEI ENTRE AS PARTES, ...
		Relevante, destacar, que hoje as partes possuem liberdade para contratar, salvo em relação a disposições de ordem pública. Não há unanimidade sobre os princípios que regem o Direito do Trabalho, sendo certo afirmar que o autor que melhor tratou do tema foi AMÉRICO PLÁ RODRIGUEZ designando os seguintes :
1 ) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO – DESMEMBRA-SE EM :
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO OPERARIO – NÃO SE APLICA INTEGRALMENTE AO PROCESSO DO TRABALHO, POIS HAVENDO DÚVIDA, À PRIMEIRA VISTA, NÃO SE PODERIA DECIDIR EM FAVOR DO TRABALHADOR E SIM VERIFICAR-SE O ÔNUS DA PROVA (ARTIGO 333 CPC E 818 DA CLT);
APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR – ARTIGO 7º DA CF ( ALÉM DE OUTROS QUE VISEM À MELHORIA DE SUA CONDIÇÃO SOCIAL) – EX. SE O ADICIONAL DE HORAS EXTRAS PREVISTO EM NORMA COLETIVA FOI SUPERIOR AO PREVISTO NA LEI OU DA CONSTITUIÇÃO, DEVE-SE APLICAR A PRIMEIRA.
2 ) PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS – artigo 9º, CLT
3 ) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO. 
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE –
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE –
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

Outros materiais