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CCJ0024-WL-B-AMRP-01-Introdução ao Estudo do Direito do Trabalho

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DIREITO DO TRABALHO I 
 
PROFA. CARLA SENDON AMEIJEIRAS 
 
AULA 1 
 
TÍTULO - DIREITO DO TRABALHO - EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
 
 Toda energia humana, física ou intelectual, empregada com um fim 
produtivo, constitui trabalho. O homem sempre trabalhou, inicialmente na pré-história, 
com o objetivo de alimentar-se, defender-se, abrigar-se do frio; no período paleolítico, 
ele produziu lanças, machados e outros instrumentos com os quais ampliou sua 
capacidade de defesa. 
A necessidade de agrupamento impôs a formação de pequenas tribos, que 
lutavam entre si. A princípio os perdedores eram comidos, depois com o implemento da 
caça, pesca, e posteriormente da agricultura, os vencidos viravam escravos que faziam 
os trabalhos mais penosos. SURGIA, assim, O TRABALHO EM FAVOR DE 
TERCEIROS, objeto de um ramo do DIREITO cuja autonomia viria a ocorrer somente 
na época contemporânea. No curso da história, essa prestação de serviços tomou 
diversas formas, gerando importantes instituições jurídicas, com remarcados reflexos 
econômicos, sociais e políticos. 
 
I - ESCRAVIDÃO - O escravo era considerado coisa (res) e não pessoa, logo não 
possuía nenhum direito, muito menos trabalhista, podendo seu proprietário dele dispor : 
vendê-lo, trocá-lo, utilizá-lo como lhe aprouvesse ou até matá-lo. A relação jurídica era 
de domínio absoluto do dono, cujo patrimônio - escravo lhe pertencia, incorporando-se 
a este o produto de seu trabalho. O escravo não era sujeito de direito, porém a mulher 
escrava transmitia esse estigma a seus descendentes. 
Os povos da antigüidade fizeram do trabalho escravo a base de suas 
economias e o instrumento de suas realizações. 
O trabalho escravo, embora combatido por inúmeros pensadores, 
caminhou com a história, sendo até incrementado, na época contemporânea, por 
ingleses, holandeses e portugueses, em tráfico contínuo para as respectivas colônias. 
No Brasil foi abolida a escravidão em 1888, porém anteriormente já 
havia sido proibida a importação de escravos (1850), libertados os nascituros (1871), 
assim como os maiores de 65 anos (1885). 
 
Locações – Em Roma apesar da maioria do trabalho ser feito pelos escravos, haviam homens livres que 
locavam seu trabalho. Esta locação se desdobrava-se em dois tipos: Locação de Serviços mediante 
pagamento (LOCATIO OPERARUM) e a Locação de Obra ou Empreitada - pago pela entrega de obra 
certa (LOCATIO OPERIS FACIENDI ). A primeira delas é apontada como precedente da relação de 
emprego moderna. 
II - SERVIDÃO : Apesar da mudança do sistema escravo para o servil, não temos propriamente direitos 
trabalhistas. Os senhores feudais davam proteção militar e política aos servos, que eram livres, mas, 
tinham que prestar serviços na terra do senhor feudal. Além disso, os servos entregavam parte da 
produção rural aos senhores feudais em troca da proteção recebida e do uso da terra. Como bem salienta 
Amauri Mascaro Nascimento “ Eram obrigados a trabalhar nas terras pertencentes aos seus senhores. 
Camponeses presos às glebas que cultivavam, pesava-lhes a obrigação de entregar parte da produção rural 
como preço pela fixação na terra e pela defesa que recebiam”. 
A evolução foi sutil : o escravo era coisa, de propriedade de seu amo; o colono era 
pessoa, pertencente à terra. Sendo, "pessoa", sujeito de direito, podia transmitir, por herança, seus animais 
e objetos pessoais : mais transmitia também a condição de servo. A partir do século XI o regime feudal, 
com a servidão, entrou em crise. 
 
III - CORPORAÇÕES DE OFÍCIO - Com a decadência do regime feudal, os colonos refugiaram-se 
nas cidades e pouco a pouco esses trabalhadores livres constituíram instrumentos da produção econômica 
local, surgindo no século XII as corporações de ofício. Dividiam-se em três personagens : 
1) Mestres - eram os proprietários da oficinas, que passaram pela prova da obra-mestra; 
2) Companheiros - trabalhadores que percebiam salários dos mestres ; 
3) Aprendizes - menores que recebiam dos mestres o ensino do ofício ou profissão. Estes trabalhavam a 
partir dos 12 ou 14 anos, em alguns países idade inferior, ficando, sob responsabilidade dos mestres ; 
Os pais dos aprendizes pagavam taxas elevadas, para o mestre ensinar seus filhos. Se o aprendiz 
superasse o grau de dificuldade, passava a condição de companheiro. Os filhos dos mestres, maridos das 
filhas dos mestres e/ ou marido da viúva do mestre não necessitavam fazer a prova de obra-mestra para 
ser considerado mestre. Os trabalhadores tinham um pouco mais de liberdade, porém os objetivos eram os 
interesses das corporações, mas do que conferir qualquer proteção ao trabalhador. Foi definitivamente 
extinta com a Revolução Francesa em 1789, pois consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade do 
homem. Outras causas da extinção foram a liberdade do comércio e o encarecimento dos produtos das 
corporações. 
 
EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO MUNDO : 
 
REVOLUÇÃO FRANCESA : 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - AFIRMA-SE QUE O DIREITO DO TRABALHO E O 
CONTRATO DE TRABALHO PASSARAM A DESENVOLVER-SE COM O SURGIMENTO DA 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO QUE TRATOU DO TEMA FOI A DO MÉXICO - 
1917 ESTABELECENDO JORNADA DE 8 HORAS SEMANAIS, PROIBIÇÃO DE 
TRABALHO DE MENORES DE 12 ANOS, LIMITAÇÃO DA JORNADA DOS 
MENORES DE 16 ANOS À SEIS HORAS, JORNADA MÁXIMA NOTURNA DE 
SETE HORAS, DESCANSO SEMANAL, PROTEÇÃO MATERNIDADE, SALÁRIO 
MÍNIMO, DIREITO A SINDICALIZAÇÃO, INDENIZAÇÃO DE DISPENSA; 
SEGURO SOCIAL E PROTEÇÃO CONTRA ACIDENTES DO TRABALHO. 
A SEGUNDA CONSTITUIÇÃO FOI A DE WEIMAR EM 1919 E A PARTIR DAÍ AS 
CONSTITUIÇÕES DOS PAÍSES PASSARAM A TRATAR DO DIREITO DO 
TRABALHO, CONSTITUCIONALIZANDO OS DIREITOS TRABALHISTAS 
EFICÁCIA DA LEI SEGUNDO O TEMPO E ESPAÇO : 
 
 
LOGO É POSSÍVEL CONSTATAR A AUTONOMIA DO DIREITO DO 
TRABALHO EM RELAÇÃO AOS DEMAIS RAMOS DO DIREITO. 
 
RELAÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO COM OS DEMAIS 
RAMOS DO DIREITO : 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL - A relação com o direito 
constitucional é estreita, uma vez que, a Constituição Federal estabelece uma série de 
Direitos aos trabalhadores urbanos e rurais em seus artigos 7º à 11º, bem como aos 
domésticos. 
 
DIREITO CIVIL - O Contrato de Trabalho originou-se no Direito 
Civil com a previsão legal de locação de serviços (LOCATIO OPERARIUM) e 
empreitada (LOCATIO OPERIS). No artigo 8º da CLT determina-se a aplicação do 
Direito Civil quando omisso dispositivo legal no âmbito trabalhista. - O Direito Civil é 
fonte subsidiária do Direito do Trabalho. 
 
DIREITO COMERCIAL - A relação é nítida, uma vez que o 
Direito comercial regula as várias formas de sociedades mercantis, sendo que a empresa 
é uma das partes do contrato de trabalho. Mesmo na falência ou concordata ficam 
assegurados os direitos dos Trabalhadores (artigos 10 e 448, da CLT) 
 
DIREITO INTERNACIONAL - O direito internacional público 
diz respeito a normas de ordem pública, de âmbito internacional, como a OIT, que edita 
uma série de norma a serem aplicadas àqueles que as ratificarem. 
O direito internacional privado versa sobre a aplicação da lei no espaço. O caso do 
empregado contratado em Buenos Aires para prestar serviços em Nova York e 
dispensado no Chile. 
 
 DIREITO PENAL - A prática de um delito penal pode influir no 
Direito do Trabalho podendo dar motivo à demissão por justa causa. O Código Penal 
regular crimes contra organização do trabalho, o direito de livre associação sindical, 
contra o aliciamento de trabalhadores... 
 
 DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL - Há ligação 
principalmente quando diz respeito a Previdência Social, quando visa à proteção a 
maternidade especialmente a gestante, ... 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO - As normas de segurança do 
trabalho e, também, de fiscalização do trabalho podem ser consideradas atinentes à 
Administração do Estado, e sãofeitas por meio das Delegacias Regionais do Trabalho, 
órgãos vinculados ao Ministério do Trabalho. 
 
 DIREITO TRIBUTÁRIO - As relações são importantes, 
principalmente quando se fala em fato gerador, incidência de tributos, ou contribuições 
sobre certas verbas trabalhistas, base de cálculo... Também há a incidência de imposto 
sobre a renda de proventos de qualquer natureza sobre os salários, remuneração ou 
outras verbas de natureza trabalhista, de acordo com certos limites. 
 
 DIREITO ECONÔMICO - Visa disciplinar juridicamente as 
atividades desenvolvidas pelos mercados, buscando uma forma de organização do 
sistema e também visando o interesse nacional. 
 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO - Este vem a ser 
uma forma de assegurar o cumprimento dos direitos materiais do trabalho do 
empregado. A CLT contém regras nos artigos 643 à 910 atinentes ao Processo do 
Trabalho. 
 
 COM OUTRAS ÁREAS - O direito do trabalho relaciona-se 
ainda como a sociologia, biologia, química, física, economia, contabilidade... 
 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO : 
 
 
 Fonte vem do latim fons com significado de origem, nascente, manancial. 
Refere-se a origem de alguma coisa, de onde provém algo. O termo é usado com 
metáfora : DO MESMO MODO QUE A ÁGUA, QUE PODE VIR DE DIFERENTES 
FONTES, O DIREITO TAMBÉM TEM DIVERSAS ORIGENS POSSÍVEIS. 
 
Fonte tem o significado de origem, de fundamento de validade das normas jurídicas e da 
própria exteriorização do Direito. 
 
DIVIDEM-SE EM : 
 
- Fontes Formais – são as formas de exteriorização do Direito. Ex. Leis, Costumes... 
 
- Fontes Materiais – São os fatores reais que irão influenciar na criação da norma 
jurídica, isto é, sociais, psicológicos, econômicos, históricos... 
 
TEMPO – REFERE-SE À ENTRADA EM VIGOR. NO DIR. TRABALHO ENTRAM 
EM VIGOR A PARTIR DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI, TENDO EFICÁCIA 
IMEDIATA. INEXISTINDO DISPOSIÇÃO EXPRESSA SERÃO 45 DIAS (ART. 1º 
LICC). NOS PAÍSES ESTRANGEIROS A OBRIGATORIEDADE DA LEI 
BRASILEIRA QUANDO ADMITIDA É APÓS 3 MESES (§1º, ART. 1º LICC) 
VACATIO LEGIS – PERÍODO ENTRE A EDIÇÃO DA LEI E SUA APLICAÇÃO. 
EX. LEI FGTS (5107/66) ENTROU EM VIGOR EM 01/01/1967. 
 
ESPAÇO – LEI TRABALHISTA É APLICÁVEL NO BRASIL PARA 
ESTRANGEIROS E NACIONAIS. 
§2º ART. 651 DA CLT – COMPETÊNCIA DA JT BRASILEIRA PARA JULGAR 
AÇÃO OCORRIDA EM EMPRESA QUE POSSUA AGÊNCIA OU FILIAR NO 
ESTRANGEIRO, DESDE QUE EMPREGADO BRASILEIRO E INEXISTA 
CONVENÇÃO INTERNACIONAL NESSE SENTIDO. 
SUMULA 207 DO TST ESTABELECE QUE A RELAÇÃO JURÍDICA 
TRABALHISTA É REGIDA PELAS LEIS VIGENTES NO PAÍS DA PRESTAÇÃO 
DE SERVIÇO E NÃO POR AQUELAS DO LOCAL DA CONTRATAÇÃO. ESSA É 
A ORIENTAÇÃO GERAL. EXCEÇÃO LEI 7064/82 (PREVÊ A APLICAÇÃO DA 
LEI BRASILEIRA NO EXTERIOR DESDE QUE CONTRATADO NO BRASIL 
PARA TRABALHAR EM EMPRESA DE ENGENHARIA NO EXTERIOR.) 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO : 
 
Conceito : São enunciados genéricos que devem iluminar tanto a elaboração das leis, a 
criação de normas jurídicas autônomas e a estipulação de cláusulas contratuais, como 
interpretação e aplicação do direito. 
 
Segundo, JOSÉ CRETELLA JUNIOR : “princípios de uma ciência são as proposições 
básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturações subseqüentes. 
Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência.” 
 
Os princípios tem várias funções : informadora, normativa e interpretativa. 
Informadora – serve de inspiração ao Legislador e de fundamento para as normas 
jurídicas. 
Normativa – atua como fonte supletiva, nas lacunas ou omissões da Lei. 
Interpretativa – serve de critério orientador para os intérpretes e aplicadores da Lei. 
ARTIGO 8º DA CLT, determina que na falta de disposições legais ou contratuais o 
intérprete pode socorrer-se dos princípios do Direito do Trabalho. 
 
PRINCÍPIOS GERAIS – Há princípios que são aplicáveis a qualquer ramo do direito, 
dentre eles : PRINCÍPIO DA BOA FÉ NOS CONTRATOS, PRINCÍPIO DE QUE O 
CONTRATO FAZ LEI ENTRE AS PARTES, ... 
 
 Relevante, destacar, que hoje as partes possuem liberdade para contratar, 
salvo em relação a disposições de ordem pública. Não há unanimidade sobre os 
princípios que regem o Direito do Trabalho, sendo certo afirmar que o autor que melhor 
tratou do tema foi AMÉRICO PLÁ RODRIGUEZ designando os seguintes : 
 
 
1 ) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO – DESMEMBRA-SE EM : 
A) PRINCÍPIO IN DUBIO PRO OPERARIO – NÃO SE APLICA 
INTEGRALMENTE AO PROCESSO DO TRABALHO, POIS HAVENDO 
DÚVIDA, À PRIMEIRA VISTA, NÃO SE PODERIA DECIDIR EM FAVOR DO 
TRABALHADOR E SIM VERIFICAR-SE O ÔNUS DA PROVA (ARTIGO 333 
CPC E 818 DA CLT); 
 
B) APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR – 
ARTIGO 7º DA CF ( ALÉM DE OUTROS QUE VISEM À MELHORIA DE SUA 
CONDIÇÃO SOCIAL) – EX. SE O ADICIONAL DE HORAS EXTRAS 
PREVISTO EM NORMA COLETIVA FOI SUPERIOR AO PREVISTO NA LEI 
OU DA CONSTITUIÇÃO, DEVE-SE APLICAR A PRIMEIRA. 
 
2 ) PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS – artigo 9º, CLT 
 
3 ) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO. 
 
4) PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE – 
5) PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE – 
6) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

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