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Coação Negócio jurídico - TRJ II

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Coação
Resulta da violência física, moral ou psíquica exercida contra uma pessoa para que está, expresse vontade de celebrar um ato jurídico contra sua real vontade, o que torna o negócio jurídico vicioso/defeituoso.Difere do dolo, ao passo que na coação se usa da violência para se conseguir algo, e no dolo temos a astúcia para induzir alguém a algo. Dentro do Código Civil brasileiro, a coação está prevista nos arts. 151 – 155, de modo que define no art. 151 quando a coação vicia o negócio jurídico:
“A coação, para viciar a declaração de vontade, há de ser tal 
que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.”
Tão logo é possível verificar que a coação, pode se dar contra um membro da família ou uma pessoa que seja ligada por laços afetivos ao coagido, nesses casos quando o membro não é da família, o código prevê que fica a critério do legislador decidir se foi um caso de coação ou não. É válido também lembrar que o gênero, idade condição psíquica e circunstâncias que podem agravar a condição da coação, também é reconhecida a coação por terceiro se este tiver conhecimento da parte que o favorece.
Temos a distinção no código, de dois tipos de coação, a física ou absoluta e a psicológica, moral ou relativa. Desse modo vamos discorrer sobre esses dois tipos mais adiante.
A coação física ou absoluta não permite qualquer tipo de manifestação de vontade retirando em sua totalidade a vontade expressa por uma das partes do negócio, uma vez que ela não possuiu conduta sobre, muito menos controle da situação, assim não podendo ser imputada responsabilidade ao agente, em vista de atuar apenas como meio para se expressar a vontade de outrem. José Jairo Gomes em sua obra Teoria Geral do Direito Civil clássica a coação absoluta como:
”Ato em que há presença de constrangimento físico e 
corporal .
 O coacto fica pr
ivado de manifestar sua vontade, figurando como títere do coator. Não há espaço para que ele se manifeste, não lhe restando alternativa.”
Em vista de que, a coação absoluta pode ocorrer em vários sentidos, para vários propósitos, deixo a apelação criminal 0001498-89.2013.8.24.0016, de Capinzal/SC para deixar mais clara à ideia da coação em um julgado. 
“APELAÇÃO CRIMINAL. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (LEI 9.503/97 (CTB), ART. 306). SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DO ACUSADO.
 
1. PRELIMINAR. NULIDADE DO TESTE DE ALCOOLEMIA. PROVA TESTEMUNHAL, EXAME CLÍNICO E CORPO DE DELITO. POSSIBILIDADE DE COAÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA CONCLUSÃO DO ETILÔMETRO. 2. MÉRITO. AUSÊNCIA DE PROVA BASTANTE PARA A MANUTENÇÃO DO ÉDITO CONDENATÓRIO. IN DUBIO PRO REO. ABSOLVIÇÃO (CPP, ART. 386, INC. VII). Presentes fundadas suspeitas de que o exame de alcoolemia não foi livre e espontaneamente implementado pelo acusado, e desconsiderado, por isso, tal meio de prova, constata-se não se encontrarem presentes nos autos elementos bastantes para a manutenção do édito condenatório, a impor a prevalência da presunção de inocência. 
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO
. (TJSC, Apelação n. 0001498-89.2013.8.24.0016, de Capinzal, rel. Des. Sérgio Antônio 
Rizelo
, j. 16-08-2016). “
Posto isso, acho que podemos adentrar na questão da coação psicológica, moral ou relativa que é aquela quando o coagido tem o controle físico e mental da situação, porém que não conta com o controle emocional. É a situação onde o coagido, mesmo tendo o controle da situação, por medo de sofrer as consequências da ameaça, acaba cedendo à vontade do coator, vale lembrar que este tipo de coação é anulável, pelo fato de que por mais que seja viciada há uma vontade que foi expressa para celebração do negócio jurídico.
A coação, seja qual for, necessita de elementos fáticos que comprovem sua veracidade, pois não é qualquer tipo de ameaça que se configura como coação, são situações que causem abalo no coactor como assassinato, sequestro, exposição de escândalo civil ou divulgação de dados comprometedores, por exemplo, por este fato temos descrito no art. 153 que:
“
Não
 se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.”
Neste contexto entendemos o temor reverencial como aquele em que devemos obediência a uma pessoa, ou por um nível hierárquico maior, pode ser o caso do temor que temos dos pais, todavia é necessário lembrar que poderá sim se caracterizar coação se esse temor se aliar a outras circunstâncias de ameaça concreta. Portanto a coação pode ser definida como o ato onde o coactor entende o dano considerável a sua parte, e por este ser um termo um pouco abstrato, fica clara a ideia do legislador de que cada caso deve ser analisado com suas devidas particularidades, para só então poder se caracterizar a lesão ou não, uma vez que os indivíduos podem reagir de diferentes maneiras dentro de uma situação qualquer, algumas são mais resistentes a ameaças e não são facilmente induzidas ou se sentem em pressão para fazer algo, enquanto outras cedem com mais facilidade a ameaças e atos agressivos.
Referências:
caiopatriotaadvocacia.jusbrasil.com.br
www.tjsc.jus.br/
www.agconsult.adv.br/
www.jusbrasil.com.br

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