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CCJ0024-WL-O-LC-Tranferência do Empregado do Local de Trabalho-01

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TRANSFERÊNCIA DO EMPREGADO DO LOCAL DE TRABALHO 
Esclarecimentos 
Sumário 
1. Introdução 
2. Caracterização da Transferência 
3. Exceções 
4. Transferência Provisória - Adicional 
5. Despesas Resultantes da Transferência 
5.1 - Com Mudança de Domicílio 
5.2 - Sem Mudança de Domicílio 
6. Transferência Para Empresa do Mesmo Grupo 
7. Obrigações Acessórias 
7.1 - Livro ou Ficha Registro de Empregados 
7.2 - Transferência do FGTS 
8. CAGED 
9. RAIS 
1. INTRODUÇÃO 
O artigo 469 da CLT dispõe que é vedado transferir o empregado sem a sua anuência para localidade 
diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar 
necessariamente a mudança do seu domicílio. 
2. CARACTERIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA 
A transferência se caracteriza pela mudança de domicílio que, pelos termos da legislação civil, é o 
lugar onde a pessoa reside com ânimo definitivo. 
A mudança do local de trabalho que não acarrete mudança de domicílio não configura transferência, 
mas simples deslocamento do empregado. 
A mudança do local de trabalho que não acarretar mudança de domicílio, o que em conseqüência não 
configurará transferência, também deve ser analisada no seguinte aspecto, se esse deslocamento não 
acarretará prejuízos direto ou indiretamente ao empregado (Artigo 480 da CLT), porque senão poderá 
ser entendida como uma transferência punitiva, da qual poderá resultar uma rescisão indireta por parte 
do empregado com base no artigo 483, letra "b" da CLT (tratamento com rigor excessivo por parte do 
empregador). 
3. EXCEÇÕES 
O empregador poderá transferir o empregado sem sua anuência nos seguintes casos: 
a) quando o empregado exercer cargo de confiança, entendendo-se como tal aquele investido de 
mandato em forma legal, exercer poder de mando amplamente de modo a representar a empresa nos 
atos de sua administração, e pelo padrão mais elevado de vencimento; 
b) quando nos contratos de trabalho a transferência seja condição implícita ou explícita e a 
transferência decorra de real necessidade de serviço; 
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27/10/2013http://www.jlcontabilidade-rj.com.br/trab23.htm
Notas: 
1 - a condição implícita é inerente à função como, por exemplo, no caso de vendedor-viajante; 
2 - a condição explícita é a que consta expressamente do contrato de trabalho, devendo, para tanto, ser 
apontada na ficha ou livro de Registro e na Carteira de Trabalho do empregado. 
"Súmula TST nº 43: 
Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT, sem comprovação da 
necessidade do serviço." 
Jurisprudência 
TRANSFERÊNCIA - ADICIONAL. PODER DE COMANDO. TRANSFERÊNCIA. Cláusula 
Contratual. Necessidade de Serviço. 1. O poder de comando que a lei dá ao empregador (CLT, art. 2º, 
"caput") se constitui apenas no exercício normal de direção do trabalho dos empregados e não autoriza 
o abuso de direito. 2. Assim, mesmo havendo cláusula contratual de livre transferibilidade é devido o 
adicional de transferência se improvada a real necessidade de serviço(CLT, art. 469, §§ 1º e 3º; 
Enunciado nº 43, do colendo TST). (TRT 1ª R - 3ª T; Acórdão 17609/1995; Juiz Relator Azulino 
Joaquim de Andrade Filho) 
c) quando ocorrer a extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. 
Pela extinção do estabelecimento, é lícito ao empregador transferir o empregado para outra filial da 
empresa ou para novo estabelecimento. 
4. TRANSFERÊNCIA PROVISÓRIA - ADICIONAL 
Sendo a transferência provisória e proveniente de real necessidade de serviço, o empregador poderá 
transferir o empregado para localidade diversa da que resultar o contrato, desde que efetue um 
pagamento suplementar, de no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do salário percebido na 
localidade da qual foi transferido, enquanto durar a situação. 
Jurisprudência 
TRANSFERÊNCIA - ADICIONAL. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. O adicional de 
transferência previsto no art. 469, § 3º, da CLT, só é devido "enquanto durar a situação". Se o 
empregado é transferido em caráter definitivo para outro local, ou seja, com ânimo de residência 
definitiva, não é coerente exigir-se o pagamento do adicional correspondente porque nesta hipótese 
não se verifica uma transferência nos termos do que dispõe a lei consolidada a respeito, mas sim uma 
mudança, inclusive de domicílio. (TRT 1ª R - 3ª T; Acórdão 12036/1999; Juiz Relator Paulo Roberto 
Capanema da Fonseca) 
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. REQUISITOS. INTELIGÊNCIA DA ORIENTAÇÃO 
JURISPRUDENCIAL Nº 133, DA E. SDI-I, DO C. TST. Pressuposto indispensável do direito ao 
adicional de 25% do salário é a natureza provisória da transferência, o que pressupõe a existência de 
um local definitivo de trabalho. Faltando este, em razão da natureza da atividade funcional do 
empregado indispensável à consecução de tarefas transitórias (obras, auditorias e outras congêneres), 
não pode o trabalhador ser considerado transferido durante todo o contrato de trabalho ou na maior 
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parte dele. Provido recurso ordinário do empregador. (TRT 2ª R - 5ª T; Acórdão 0644270/2003; Juiz 
Relator Fernando Antonio Sampaio da Silva; Juíza Revisora Tânia Bizarro Quirino de Morais) 
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. A sentença entendeu que a transferência não foi definitiva, 
logo, o reclamante teria direito à percepção do adicional de transferência. De fato, o adicional de 
transferência não é devido para as diferenças definitivas. Saliente-se, ainda, que o adicional é devido 
quando se tem a transferência da residência, ou seja, tem-se a mudança do aspecto objetivo (= da 
moradia) do trabalhador, contudo, sem a mudança de seu domicílio. O que comprova que a 
transferência não foi definitiva é o fato de que o autor sempre retornava à cidade do Rio de Janeiro. 
Nesse sentido, vide os documentos relativos a despesas de viagens. Portanto, mantém-se a condenação 
quanto ao pedido de adicional de transferência. (TRT 2ª R - 4ª T; Acórdão 0356528/2004; Juiz Relator 
Francisco Ferreira Jorge Neto; Juiz Revisor Sérgio Winnik) 
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. Mesmo havendo previsão em contrato, é devido o adicional de 
transferência pelo fato desta ser provisória. Orientação Jurisprudencial nº 113 da SDI-1 do TST. (TRT 
2ª R - 6ªT; Acórdão 0695109/2003; Juiz Relator Rafael E. Pugliese Ribeiro; Juiz Revisor Valdir 
Florindo) 
5. DESPESAS RESULTANTES DA TRANSFERÊNCIA 
5.1 - Com Mudança de Domicílio 
Com a transferência para outra localidade, ou seja, havendo mudança de domicílio, as despesas que 
resultarem ficarão a cargo do empregador. Despesas como: passagens, fretes e carretos da mudança. 
Jurisprudência 
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA INDEVIDO. Anuência tácita com a mudança definitiva de 
domicílio. O art. 469 da CLT cuida da hipótese de transferência de localidade da prestação de serviços 
em caráter provisório ou definitivo. Se não acarretar necessariamente a mudança do domicílio nada 
será devido ao empregado. Exigindo mudança em caráter provisório será devido um adicional de pelo 
menos 25% sobre os salários. Havendo mudança em caráter definitivo será devido tão-somente o 
reembolso das despesas resultantes da transferência, por parte do empregador (art. 470 da CLT). O 
autor, ao se submeter à transferência, implicitamente anuiu a exigência do empregador, em nada lhe 
abonando a alegação de que foi obrigado a tanto porque incompatível com o ato de mudança. (TRT 2ª 
Região - 4ª T; Acórdão nº 0612251/2002; Juiz Relator Paulo Augusto Camara; Juiz Revisor Vilma 
Capato) 
5.2 - Sem Mudança de Domicílio 
Havendo a transferência do empregado para outro local de trabalho que não acarrete mudança de 
domicílio, ou seja, deslocamento do local de trabalho do empregado de um bairro para outro ou até de 
um município para outro, que venha lhe acarretar maioresdespesas, o empregador deverá arcar com 
essas diferenças, conforme se depreende do Súmula TST nº 29: 
"Empregado transferido, por ato unilateral do empregador, para local mais distante de sua residência, 
tem direito a suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte." 
Jurisprudência 
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ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. Mudança de residência não se confunde com mudança de 
domicílio, para os efeitos do art. 469 da CLT. A mudança de residência, ainda que envolva longo 
período de tempo, não tem ânimo definitivo, característico do domicílio (art. 70 do CC).(TRT 2ªR - 9ª 
T; Acórdão 0358056/2003; Juiz Relator Luiz Edgar Ferraz de Oliveira; Juiz Revisor José Carlos 
Fogaça) 
6. TRANSFERÊNCIA PARA EMPRESA DO MESMO GRUPO 
Na hipótese da empresa pertencer ao mesmo grupo econômico, não há necessidade de se rescindir o 
contrato, basta fazer uma simples transferência no que diz respeito às obrigações acessórias que 
trataremos no item a seguir. 
7. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 
7.1 - Livro ou Ficha Registro de Empregados 
Sendo o empregado transferido tanto em caráter provisório quanto em permanente, a empresa deverá 
providenciar a cópia autenticada da ficha ou da folha do livro Registro de Empregados, a qual deverá 
ser mantida no local de trabalho, para efeito de fiscalização. 
Na transferência do empregado, deve-se observar os seguintes procedimentos: 
a) na ficha ou folha do livro Registro, na parte destinada a "Observações", deverá ser anotado o 
seguinte: 
"O empregado foi transferido para ...(local onde se situa a empresa filial)... em data de ...(data de 
transferência)..., com todos os direitos trabalhistas adquiridos, em que terá o número de registro ...
(número da ficha ou folha do Registro de Empregados)..."; 
b) a mesma anotação do item "a" deverá ser feita na CTPS do empregado, na parte destinada a 
"Anotações Gerais"; e na parte destinada a "Contrato de Trabalho" onde constar o registro da empresa 
deverá fazer-se uma anotação "vide observação página (apor o número da página de "Anotações 
Gerais" na qual se fez a anotação da transferência)"; 
c) abrir no novo local de trabalho nova ficha ou folha de Registro de Empregados, transcrevendo-se os 
dados da anterior (no que diz respeito àqueles dados pessoais, àqueles que são anotados no momento 
da admissão e data de admissão; os demais dados como alteração salarial, anotação de férias, etc. 
estarão constantes na 2ª via anexa a esta nova; estes lançamentos serão realizados nesta a partir da data 
da transferência) e lançando-se a mesma anotação em "Observações": 
"O empregado veio transferido de ...(local onde prestava serviços)... em data de ...(data da 
transferência)..., com todos os direitos trabalhistas adquiridos, em que estava registrado sob nº ...
(número da ficha ou folha do Registro de Empregados)..." 
7.2 - Transferência do FGTS 
O estabelecimento que está cedendo o empregado deverá providenciar a transferência da conta 
vinculada do FGTS, através do preenchimento da GFIP mensal, apondo no campo "Movimentações" o 
código N1. 
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8. CAGED 
A empresa transferente e a empresa transferida deverão preencher o Cadastro Geral de Empregados e 
Desempregados - CAGED, informando a entrada (por transferência) e a saída (por transferência) 
respectivamente. 
9. RAIS 
As informações sobre o empregado transferido deverão constar no formulário da RAIS de cada 
estabelecimento, ou seja, do estabelecimento transferente e do transferido. 
Fundamentos Legais: Os citados no texto. 
 
   
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