Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 1 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP Plano de Aula: DIREITO DO TRABALHO I DIREITO DO TRABALHO I Título DIREITO DO TRABALHO I. Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 1. Tema Introdução ao Direito do Trabalho. Objetivos Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de: ●- Conhecer o plano de ensino da disciplina. ●- Identificar a proposta pelo ensino da disciplina. ●- Compreender o Direito do Trabalho como fruto de uma realidade histórico e cultural. ●- Relacionar o Direito do Trabalho com outros ramos do direito. ●- Reconhecer as fontes do Direito do Trabalho. ●- Desenvolver raciocínio que o leve a entender as constantes modificações nas relações de trabalho. Estrutura do Conteúdo 1 - Origem e evolução do Direito do trabalho: - Aspectos históricos. - Cadeias evolutivas do trabalho. - Marcos de proteção à relação de trabalho. - A criação da Organização Internacional do Trabalho. - Desenvolvimento de uma legislação com enfoque de proteção social no contexto nacional e internacional. 2 - Conceito de Direito do Trabalho: - Natureza jurídica. - Adequação da natureza do trabalho. - Relação do Direito do trabalho com outros ramos, acentuando a relação com o Direito das obrigações. 3 - Princípios do Direito do Trabalho: - Princípios peculiares do Direito do Trabalho. - Princípio do não retrocesso social. - Função social do contrato. 4 - Fontes do Direito do Trabalho: - Fontes materiais; movimentos sociais e o papel das greves. - Fontes formais; Constituição, CLT, legislações exparsas, convenções internacionais, contratos de trabalho, acordos e convenções coletivas e sentença normativa. Aplicação Prática Teórica Caso Concreto 1: O Sindicato dos Empregados de Bares e Restaurantes de Minas Gerais celebrou convenção coletiva de trabalho com o Sindicato Patronal de Bares e Restaurantes de Minas Gerais. A referida norma coletiva estabeleceu que, para os integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato profissional, a hora noturna, assim considerada aquela compreendida entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do outro dia, teria adicional de 50% (cinquenta por cento) sobre a hora diurna. Finalmente, as partes estabeleceram um prazo de vigência de 1(um) ano para a vigência da convenção coletiva. Analisando o caso concreto apresentado, esclareça se esta norma coletiva poderia ser caracterizada como fonte material do direito do trabalho? Justifique. RESPOSTA: NÃO. A CCT – Convenção Coletiva do Trabalho se caracteriza como uma Fonte Formal, Autônoma e Mediata. Ato ou contrato-regra (Teoria de Duguit): Esta é a teoria defendida pela doutrina majoritária para explicar a natureza jurídica das normas coletivas. Segundo ela as normas coletivas teriam forma de contrato, mas características de lei. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 2 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP As Convenções Coletivas do Trabalho (CCT) é um acordo de caráter normativo sobre condições de trabalho celebrado entre sindicatos (obreiro e patronal), quer dizer em os sindicatos de empregados e empregadores. A norma coletiva tratada no caso concreto exposto é caracterizada como fonte formal autônoma de efeito mediato, isso porque tem natureza normativa e respaldo no sistema jurídico, é autônoma devido a sua origem que é privada e, tem efeito mediato, pois depende das já existentes regras plenamente construídas como a CLT. Fonte material do Direito do Trabalho se refere a um momento “pré-jurídico”, ou seja, são fenômenos quer de ordem social, política, econômica, filosófica que ocorrem antes da criação da lei. Portanto não há que se falar em fonte material. PESQUISA-01: A Natureza Jurídica das Normas Coletivas. Fonte: http://professoradeborahpaiva.blogspot.com.br/2011_08_07_archive.html A natureza jurídica das normas coletivas é explicada por algumas teorias, a saber: 1ª. Teoria Contratual ou Civilista: Esta teoria enquadrava as normas coletivas no rol dos contratos de direito civil, devido ao acordo de vontades. 2ª. Teoria de Transição: São construções que não enfocam os contratos civis, mas enquadram os institutos da negociação coletiva em modelos teóricos de caráter distinto. 3ª. Teoria Jurídico-social: Enfatizam a função normativa dos diplomas coletivos negociados. Não são embasadas no acordo de vontades. Não creio que vocês devam mencionar com detalhamento a subdivisão das teorias nesta prova, mas optei por explicitá-la aqui para aprofundar o conhecimento de vocês sobre o tema. A. Teorias Civis: 1. Teoria do mandato: Para esta teoria o empregado e o empregador são representados pelos Sindicatos na celebração de convenção coletiva de trabalho. 2. Teoria da gestão de negócios: Para esta teoria, os sindicatos atuam como gestores de negócios em benefício do empregado e do empregador. 3. Teoria da estipulação em favor de terceiro: Os Sindicatos de empregados, quando ajustam condições de trabalho atuam em favor de terceiros (empregado). 4. Teoria da personalidade Moral fictícia: O sindicato teria personalidade jurídica fictícia, agindo em nome próprio para a defesa de seus interesses. 5. Teoria da representação legal: O próprio nome já diz, o Sindicato será o representante da categoria. B. Teorias Mistas: 6. Teoria do pacto social: O empregado celebra um pacto social ao ingressar no Sindicato, e por isso deverá aceitar a vontade da maioria. 7. Teoria da solidariedade necessária: Todos estariam subordinados ao bem da coletividade e ao à vontade da maioria. 8. Teoria do uso e costume industrial: A norma coletiva poderá contrariar o costume. Ela somente não poderá contrariar a lei. C. Teorias Jurídico-sociais: 9. Teoria da instituição corporativa: Para esta teoria a norma coletiva seria a expressão da vontade corporativa do grupo produtivo. 10. Teoria regulamentar: Esta teoria nega o acordo de vontades, defendendo que a norma coletiva seria a lei interna da profissão ou da categoria. 11. Teoria da lei delegada: Os Sindicatos poderão promulgar leis profissionais porque o Estado delegou tal poder para eles. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 3 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP 12. Ato ou contrato-regra (Teoria de Duguit): Esta é a teoria defendida pela doutrina majoritária para explicar a natureza jurídica das normas coletivas. Segundo ela as normas coletivas teriam forma de contrato, mas características de lei. QUESTÕES OBJETIVAS 1- (FCC) - Determinado princípio geral do direito do trabalho prioriza a verdade real diante da verdade formal. Assim, dentro os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente, os fatos ocorreram, deve-se reconhecer estes em detrimento daqueles. Trata-se do princípio: a) da irrenunciabilidade; b) da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas; c) da primazia da realidade; d) da prevalência do legislado sobre o negociado; e) da condição mais benéfica. RESPOSTA: C. Da primazia da realidade. Aplicação Prática Teórica (OUTRAS QUESTÕES) Caso Concreto 1Em meados de 2010 vivenciamos uma crise mundial nas bolsas valores, fato que interferiu diretamente no consumo. Na referida época várias indústrias brasileiras, dentre elas a automobilística, chamaram os sindicatos para uma negociação ofertando assim a redução de salários para evitar dispensas imotivadas. Após rodadas de discussões e diversas negativas, o Estado foi chamado a intervir e anunciou uma série de medidas que incentivassem o consumo a fim de movimentar o mercado consumidor, dentre essas medidas destacou-se a redução do IPI. Cediço que estamos diante de movimentos sociais e questiona-se: Tais movimentos podem ser situados como fontes do Direito do Trabalho? Explique. RESPOSTA: SIM. São fontes de direito materiais, ou seja, os acontecimentos responsáveis pelo nascimento da regra jurídica são o fato social, econômico ou político que inspira o legislador. Caso Concreto 2 Antonio, brasileiro, foi contratado no Brasil para prestar serviços em Paris, na França. Trabalhou durante 3 (três) anos no estrangeiro e não recebeu as verbas trabalhistas garantidas pela legislação trabalhista brasileira. Sabendo-se que o art. 651 da Consolidação das Leis do Trabalho permite que o empregado brasileiro que tenha trabalhado no exterior possa ajuizar reclamação trabalhista no Brasil, quando não existir Convenção Internacional dispondo em contrário, responda justificadamente: No caso de Antonio ajuizar a ação trabalhista no Brasil, por não existir vedação em Convenção Internacional, quais os direitos trabalhistas que poderá exigir: aqueles direitos garantidos aos empregados pela legislação trabalhista brasileira ou aqueles direitos assegurados aos trabalhadores em conformidade com a legislação francesa? Justifique. RESPOSTA: SIM. Não importa se o trabalhador foi contratado para trabalhar na França, a regra que vale é a brasileira, após o Cancelamento da Súmula 207-TST em 16/04/2012 só será aplicada a Lei 11.962. Anteriormente essa situação estava respaldada na Súmula 207-TST e no o art. 3º da Lei 7.064-82 que dispõe sobre a situação de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar serviços no exterior, os direitos trabalhistas assegurados ao trabalhador era o da lei mais benéfica para ele. PESQUISA-02: Atividade no Estrangeiro. Fonte: http://ultimainstancia.uol.com.br/gestao/tst-define-que-lei-brasileira-rege-trabalho-no-exterior/ TST define que lei brasileira rege trabalho no exterior 17 de abril de 2012 Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 4 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP Por Mariana Ghirello O TST (Tribunal Superior do Trabalho) cancelou nesta segunda-feira (16/4) a Súmula 207, que determinava qual a legislação era aplicada ao contrato de trabalho de empregado que prestava serviços no exterior. De acordo com especialistas em Direito do Trabalho, com o cancelamento, os pedidos serão feitos com base no que prevê a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O advogado Ricardo Pereira de Freitas, do escritório Freitas Guimarães Advogados Associados, explica que a Lei 11.962/09 alterou a competência aos contratos internacionais de trabalho, ou seja, a regra válida para aqueles acordos. “Quando o empregado era contratado no Brasil e trabalhava fora do país só poderia fazer um pedido trabalhista com base na legislação do país onde atuava”, complementa. Agora, o trabalhador que presta serviços fora do país poderá propor ação com base na CLT. Freitas afirma que a alteração confere mais força às leis trabalhistas brasileiras “A decisão dá maior soberania de aplicação à legislação nacional”, destaca. De acordo com a advogada Carolina Giesbrecht Forte Korbage, do escritório Peixoto e Cury Advogados, as decisões serão proferidas não só pela CLT, como também pela Lei de Introdução do Código Civil. “Passa a valer a regra prevista nos dois”, complementa. A especialista explica que a mudança é pertinente porque o mercado de trabalho é globalizado, “muitas empresas têm sede em outros países ou são multinacionais, e ainda passam por fusões e aquisições”. “Não importa se o trabalhador foi contratado para trabalhar no Japão, a regra que vale é a brasileira”, reforça. Ela afirma também que com o cancelamento da súmula só será aplicada a Lei 11.962. TST Enunciado nº 207 - Res. 13/1985, DJ 11.07.1985: Relação Jurídica Trabalhista - Conflitos de Leis Trabalhistas no Espaço - Princípio da "Lex Loci Executionis”. A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação. Atenção: Cancelada em 16/04/2012. QUESTÕES OBJETIVAS 1ª) (OAB/SP – 132º EXAME - Março 2007) - Tendo em vista o princípio da primazia da realidade, é correto afirmar que: a) Simples documento firmado por pessoa alfabetizada, por ocasião da admissão no emprego, renunciando aos direitos trabalhistas, tem plena validade. b) Para o Direito do Trabalho, a verdade real deve prevalecer sobre a forma. c) Simples documento firmado por pessoa alfabetizada, por ocasião da admissão no emprego, renunciando aos direitos trabalhistas, tem plena validade, desde que em presença de duas testemunhas. d) Toda prestação de serviços configura relação de emprego. RESPOSTA: B. Para o Direito do Trabalho, a verdade real deve prevalecer sobre a forma. 2ª) (OAB/RS – 2006.1) Classifica-se como fonte formal heterônoma específica do Direito do Trabalho: a) O Acordo Coletivo. b) A Convenção Coletiva. c) O Código Civil. d) A Sentença Normativa. RESPOSTA: D. A Sentença Normativa. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 5 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP ==XXX== E-mail: emmanuelle.beltrao@uol.com.br FACEBOOK: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Livros Recomendados: 01- Gustavo Filipi Barbosa Garcia – Curso de Direito do Trabalho – Ed. Método. (Fácil Leitura). 02- Amauri Mascaro Nascimento - Curso de Direito do Trabalho – Ed. Saraiva. (Fácil Leitura). 03- Amauri Mascaro Nascimento – Introdução ao Direito do Trabalho – Ed. (VER). (Fácil Leitura). 04- Maurício Godinho Delgado - Curso de Direito do Trabalho – Ed. LTR. (Melhor). 05- Alíce Monteiro de Barros - Curso de Direito do Trabalho – Ed. LTR. (Melhor). RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 1ª AULA – Introdução ao Direito do Trabalho Direito do Trabalho I Parte Geral: 1. Introdução: O Direito individual do trabalho refere ao conjunto de Regras e Princípios que rege a relação contratual que vincula o Empregado e o Empregador. -Direito do Trabalho: Enquanto Disciplina. -Material (Privado). -Direito Individual do Trabalho (Relação Individual). Empregado Empregador. -Direito Coletivo do Trabalho (Relação Sindical). Categoria de Trabalhadores Categoria dos Empregadores. -Processual (Público). 2. Evolução Histórica (Maurício Godinho Delgado). 2.1- Pré Industrialismo => Período Jurássico até a Idade Média. 2.2- Industrialismo => Idade Moderna ao Capitalismo. 2.3- Pós Industrialismo => Período Contemporâneo. No Brasil: 1. Império => Princípios. 2. 1934 => Era Vargas. 3. 1943 => CLT. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha:6 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP 4. 1946 => Justiça do Trabalho. 5. 1988 => Art. 6° Trabalho como Direito Social; Art. 7° Direitos Trabalhistas; Art. 8° Direitos Sindicais; Art. 9°. 37 Direito de Greve; Art. 173 Pleno Emprego – Princípio. 3. Natureza. 4. Relação com outras disciplinas. 5. Eficácia da Norma. P/P/Aula LER: Transformações no Conceito de Trabalho e Sociedade Pós-industrial – José Carlos E. Araújo. P/P/Aula LER: A Evolução do Trabalho nas Sociedades Pré-industrial, Industrial e Pós-industrial – Emmanuelle Benevides Moura Beltrão. ==XXX== RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 1ª AULA – Direito do Trabalho – Evolução Histórica Direito do Trabalho I Professora Carla Sendon Ameijeiras Aula 01 TÍTULO - DIREITO DO TRABALHO - EVOLUÇÃO HISTÓRICA Conteúdo Programático desta aula Origem e evolução do Direito do Trabalho; Aspectos históricos; Cadeias evolutivas do Trabalho; Conceito do Direito do Trabalho; Natureza Jurídica; Relação do Direito do Trabalho com outros ramos; Princípios do Direito do Trabalho; Fontes do Direito do Trabalho. Toda energia humana, física ou intelectual, empregada com um fim produtivo, constitui trabalho. O homem sempre trabalhou, inicialmente na pré-história, com o objetivo de alimentar-se, defender-se, abrigar-se do frio; no período paleolítico, ele produziu lanças, machados e outros instrumentos com os quais ampliou sua capacidade de defesa. A necessidade de agrupamento impôs a formação de pequenas tribos, que lutavam entre si. A princípio os perdedores eram comidos, depois com o implemento da caça, pesca, e posteriormente da agricultura, os vencidos viravam escravos que faziam os trabalhos mais penosos. SURGIA, assim, O TRABALHO EM FAVOR DE TERCEIROS, objeto de um ramo do DIREITO cuja autonomia viria a ocorrer somente na época contemporânea. No curso da história, essa prestação de serviços tomou diversas formas, gerando importantes instituições jurídicas, com remarcados reflexos econômicos, sociais e políticos. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 7 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP I - ESCRAVIDÃO - O escravo era considerado coisa (res) e não pessoa, logo não possuía nenhum direito, muito menos trabalhista, podendo seu proprietário dele dispor, vendê-lo, trocá-lo, utilizá-lo como lhe aprouvesse ou até matá-lo. A relação jurídica era de domínio absoluto do dono, cujo patrimônio - escravo lhe pertencia, incorporando-se a este o produto de seu trabalho. O escravo não era sujeito de direito, porém a mulher escrava transmitia esse estigma a seus descendentes. Os povos da antigüidade fizeram do trabalho escravo a base de suas economias e o instrumento de suas realizações. O trabalho escravo, embora combatido por inúmeros pensadores, caminhou com a história, sendo até incrementado, na época contemporânea, por ingleses, holandeses e portugueses, em tráfico contínuo para as respectivas colônias. No Brasil foi abolida a escravidão em 1888, porém anteriormente já havia sido proibida a importação de escravos (1850), libertados os nascituros (1871), assim como os maiores de 65 anos (1885). Locações – Em Roma apesar da maioria do trabalho ser feito pelos escravos, haviam homens livres que locavam seu trabalho. Esta locação se desdobrava-se em dois tipos: Locação de Serviços mediante pagamento (LOCATIO OPERARUM) e a Locação de Obra ou Empreitada - pago pela entrega de obra certa (LOCATIO OPERIS FACIENDI). A primeira delas é apontada como precedente da relação de emprego moderna. II - SERVIDÃO: Apesar da mudança do sistema escravo para o servil, não temos propriamente direitos trabalhistas. Os senhores feudais davam proteção militar e política aos servos, que eram livres, mas, tinham que prestar serviços na terra do senhor feudal. Além disso, os servos entregavam parte da produção rural aos senhores feudais em troca da proteção recebida e do uso da terra. Como bem salienta Amauri Mascaro Nascimento “Eram obrigados a trabalhar nas terras pertencentes aos seus senhores. Camponeses presos às glebas que cultivavam, pesava-lhes a obrigação de entregar parte da produção rural como preço pela fixação na terra e pela defesa que recebiam”. A evolução foi sutil: o escravo era coisa, de propriedade de seu amo; o colono era pessoa, pertencente à terra. Sendo, "pessoa", sujeito de direito, podia transmitir, por herança, seus animais e objetos pessoais: mais transmitia também a condição de servo. A partir do século XI o regime feudal, com a servidão, entrou em crise. III - CORPORAÇÕES DE OFÍCIO - Com a decadência do regime feudal, os colonos refugiaram-se nas cidades e pouco a pouco esses trabalhadores livres constituíram instrumentos da produção econômica local, surgindo no século XII as corporações de ofício. Dividiam-se em três personagens: 1) Mestres - Eram os proprietários da oficinas, que passaram pela prova da obra-mestra. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 8 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP 2) Companheiros - Trabalhadores que percebiam salários dos mestres. 3) Aprendizes - Menores que recebiam dos mestres o ensino do ofício ou profissão. Estes trabalhavam a partir dos 12 ou 14 anos, em alguns países idade inferior, ficando, sob responsabilidade dos mestres. Os pais dos aprendizes pagavam taxas elevadas, para o mestre ensinar seus filhos. Se o aprendiz superasse o grau de dificuldade, passava a condição de companheiro. Os filhos dos mestres, maridos das filhas dos mestres e/ ou marido da viúva do mestre não necessitavam fazer a prova de obra-mestra para ser considerado mestre. Os trabalhadores tinham um pouco mais de liberdade, porém os objetivos eram os interesses das corporações, mas do que conferir qualquer proteção ao trabalhador. Foi definitivamente extinta com a Revolução Francesa em 1789, pois consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade do homem. Outras causas da extinção foram a liberdade do comércio e o encarecimento dos produtos das corporações. EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO MUNDO: REVOLUÇÃO FRANCESA: 1789 - laissez-faire. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - Afirma-se que o direito do trabalho e o contrato de trabalho passaram a desenvolver-se com o surgimento da revolução industrial. PRIMEIRAS LEIS TRABALHISTAS DE PROTEÇÃO AO EMPREGADO: 1802 - Lei de Peel – INGLATERRA: Disciplina o trabalho dos aprendizes paroquianos nos moinhos e que eram entregues aos donos das fábricas. Jornada limitada a 12 horas, excluindo-se os intervalos para refeição. O trabalho não poderia iniciar-se antes das 6:00 e terminar após às 21:00 horas. 1813 – FRANÇA: Vedado trabalho de menores em minas. 1814 – FRANÇA: Vedado o trabalho aos domingos e feriados. 1819 – INGLATERRA: Lei tornando ilegal o trabalho a menores de 9 anos. O horário do trabalho dos menores de 16 anos era de 12 horas diárias, nas prensas de algodão. 1833 – INGLATERRA: Proibido trabalho para menores de 9 anos e a jornada de trabalho era de 9 horas para menor de 13 anos e 12 horas para menor de 18 anos. 1839 – ALEMANHA: Proibido trabalho para os menores de 9 anos e a jornada de trabalho era de 10 horas para os menores de 16 anos. 1844 – INGLATERRA: Limitou trabalho feminino em 10 horas diárias. 1847 - INGLATERRA - SEPULTOU O TABU DO NÃO INTERVENCIONISMO DO ESTADONAS RELAÇÕES DE TRABALHO: Limitou em caráter geral a jornada para 10 horas diárias. Essa Lei coroou a campanha sindical por uma jornada diária de 8 horas. “MAIS IMPORTANTE”. 1891 - A Encíclica RERUN NOVARUM (COISAS NOVAS), do Papa Leão XIII: Traça regras para intervenção estatal na relação entre trabalhador e patrão. Dizia o Papa "não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho sem capital". IMPORTANTE: De 1891 à 1919 (ano em que o Tratado de Versailles consagrou o direito do trabalho), diversos estados passaram a legislar sobre aspectos relevantes das relações de trabalho, jornada de trabalho, salário-mínimo, repouso semanal remunerado e em feriados, acidentes de trabalho, seguro-doença, seguro-invalidez-velhice-morte. 1897 – RÚSSIA: 10 Horas diárias. 1901 – AUTRÁLIA: Pioneira nas 8 Horas diárias. 1907 – ITÁLIA: 10 Horas diárias. 1908 - GRÃ-BRETANHA: 8 Horas para mineiros. A primeira constituição que tratou do tema foi a do México - 1917 estabelecendo jornada de 8 horas semanais, proibição de trabalho de menores de 12 anos, limitação da jornada dos menores de 16 anos à seis horas, jornada máxima noturna de sete horas, descanso semanal, proteção maternidade, salário mínimo, direito a sindicalização, indenização de dispensa; seguro social e proteção contra acidentes do trabalho. A segunda constituição foi a de Weimar em 1919 e a partir daí as constituições dos países passaram a tratar do direito do trabalho, constitucionalizando os direitos trabalhistas. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 9 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP 1919 - TRATADO DE VERSAILLES: Surge prevendo a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 1927 – CARTA DEL LAVORO: Institui um sistema corporativista-fascista, que inspirou outros sistemas políticos, como Portugal, Espanha e especialmente Brasil. O Estado nacional colocava-se acima dos interesses dos particulares, regulando praticamente tudo. 1948 - DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM: Prevendo também direitos como férias remuneradas periódicas, repouso e lazer, limitação razoável ao trabalho. EVOLUÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS NO BRASIL I - CARTA DA REPÚBLICA - DA INDEPENDÊNCIA AO IMPÉRIO - 1822 à 1889 Foi decretada em 1824, dois anos após a Declaração da Independência, adotou pensamentos da Revolução Francesa, surgindo, por conseqüência uma ampla liberdade para o trabalho e abolido as corporações de ofício. II - A PRIMEIRA REPÚBLICA - 1889-1930 A Constituição Federal de 1891, apenas garantiu, quanto ao trabalho humano o livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial, garantindo também o direito a associação, que mais tarde serviu de fundamento jurídico para o Supremo Tribunal Federal considerar lícita a organização de sindicatos. Nesse período foram editadas diversas Leis no Brasil dispondo sobre trabalho: 1891 - Lei dispondo sobre trabalho dos menores. 1903 - Organização dos sindicatos rurais. 1907 - Sindicatos urbanos – ESTADO. III - O GOVERNO PROVISÓRIO DA REVOLUÇÃO DE 1930 Getúlio Vargas assumiu a chefia do governo provisório da Revolução em 24/10/1930 e no dia 26 do mês seguinte criou o MINISTÉRIO DO TRABALHO. IV - CARTA CONSTITUCIONAL DE 1937 E A CLT Esta CRFB era corporativista inspirada na Carta Del Lavoro (1927) e na Constituição Polonesa. Logo, o Estado, iria intervir nas relações entre empregados e empregadores, uma vez que o estado liberal tinha se mostrado incapaz. A CLT surge em 01/05/1943. V - CONSTITUIÇÃO DE 1946 Getúlio Vargas foi deposto em 1945 e em 1946 o presidente Eurico Dutras institui uma nova Constituição Federal considerada norma democrática, rompendo com o corporativismo. Nela encontramos a participação dos empregados nos lucros, repouso semanal remunerado, estabilidade, direito de greve. VI - CONSTITUIÇÃO DE 1967 - RATIFICA A ANTERIOR -Empregadas domésticas (5859/72). -Trabalhador rural (Lei 5889/73). -Trabalhador temporário (6019/74). VII - CONSTITUIÇÃO DE 1988 A nossa atual carta da república trata dos direitos dos trabalhadores em seus artigos 7º a 11º (CAPÍTULO II - Direitos Sociais), do TÍTULO II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais). Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 10 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP DIREITO DO TRABALHO Conceito - Direito do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação de trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são destinadas. DIVISÃO: Direito Individual do Trabalho. Direito Coletivo do Trabalho. A maioria das regras que dispõem sobre Direito do Trabalho encontram-se na CLT. O Estado é o maior criador de normas de Direito do Trabalho. (Intervenção do Estado em defesa do economicamente mais fraco). A Justiça do Trabalho é competente para julgar questões trabalhistas. O objeto do Direito do Trabalho é o estudo do trabalho subordinado: RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADO X EMPREGADOR AUTONOMIA DO DIREITO DO TRABALHO: ● Autonomia Legislativa ● Autonomia Doutrinária: No que diz respeito ao desenvolvimento didático, todas as faculdades de Direito possuem a matéria Direito do Trabalho. Os exames das OAB exigem conhecimentos de Direito do Trabalho para habilitar o Bacharel de Direito a atuar como advogado. ● Autonomia Jurisdicional: Têm-se pelos julgamentos de pleitos administrativos pertencentes ao Poder Executivo e a partir da CLT. Em 1946 a CF consagrou a autonomia jurisdicional da Justiça do Trabalho que passa a fazer parte integrante do Poder Judiciário, com um ramo especializado que aplica a matéria. ● Autonomia Científica: O Direito do Trabalho possui Princípios Próprios, como o da proteção ao trabalhador, norma mais favorável, irrenunciabilidade de direitos, sendo completamente distintos do Direito Civil. EFICÁCIA DA LEI SEGUNDO O TEMPO E ESPAÇO: LOGO É POSSÍVEL CONSTATAR A AUTONOMIA DO DIREITO DO TRABALHO EM RELAÇÃO AOS DEMAIS RAMOS DO DIREITO. RELAÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO: DIREITO CONSTITUCIONAL - A relação com o direito constitucional é estreita, uma vez que, a Constituição Federal estabelece uma série de Direitos aos trabalhadores urbanos e rurais em seus artigos 7º à 11º, bem como aos domésticos. DIREITO CIVIL - O Contrato de Trabalho originou-se no Direito Civil com a previsão legal de locação de serviços (LOCATIO OPERARIUM) e empreitada (LOCATIO OPERIS). No artigo 8º da CLT determina-se a aplicação do Direito Civil quando omisso dispositivo legal no âmbito trabalhista. - O Direito Civil é fonte subsidiária do Direito do Trabalho. DIREITO COMERCIAL - A relação é nítida, uma vez que o Direito comercial regula as várias formas de sociedades mercantis, sendo que a empresa é uma das partes do contrato de trabalho. Mesmo na falência ou concordata ficam assegurados os direitos dos Trabalhadores (artigos 10 e 448, da CLT). Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 11 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP DIREITO INTERNACIONAL- O direito internacional público diz respeito a normas de ordem pública, de âmbito internacional, como a OIT, que edita uma série de norma a serem aplicadas àqueles que as ratificarem. O direito internacional privado versa sobre a aplicação da lei no espaço. O caso do empregado contratado em Buenos Aires para prestar serviços em Nova York e dispensado no Chile. DIREITO PENAL - A prática de um delito penal pode influir no Direito do Trabalho podendo dar motivo à demissão por justa causa. O Código Penal regular crimes contra organização do trabalho, o direito de livre associação sindical, contra o aliciamento de trabalhadores. DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL - Há ligação principalmente quando diz respeito à Previdência Social, quando visa à proteção a maternidade especialmente a gestante. DIREITO ADMINISTRATIVO - As normas de segurança do trabalho e, também, de fiscalização do trabalho podem ser consideradas atinentes à Administração do Estado, e são feitas por meio das Delegacias Regionais do Trabalho, órgãos vinculados ao Ministério do Trabalho. DIREITO TRIBUTÁRIO - As relações são importantes, principalmente quando se fala em fato gerador, incidência de tributos, ou contribuições sobre certas verbas trabalhistas, base de cálculo... Também há a incidência de imposto sobre a renda de proventos de qualquer natureza sobre os salários, remuneração ou outras verbas de natureza trabalhista, de acordo com certos limites. DIREITO ECONÔMICO - Visa disciplinar juridicamente as atividades desenvolvidas pelos mercados, buscando uma forma de organização do sistema e também visando o interesse nacional. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO - Este vem a ser uma forma de assegurar o cumprimento dos direitos materiais do trabalho do empregado. A CLT contém regras nos artigos 643 à 910 atinentes ao Processo do Trabalho. COM OUTRAS ÁREAS - O direito do trabalho relaciona-se ainda como a sociologia, biologia, química, física, economia, contabilidade. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO: Fonte vem do latim fons com significado de origem, nascente, manancial. Refere-se a origem de alguma coisa, de onde provém algo. O termo é usado com metáfora: DO MESMO MODO QUE A ÁGUA, QUE PODE VIR DE DIFERENTES FONTES, O DIREITO TAMBÉM TEM DIVERSAS ORIGENS POSSÍVEIS. Fonte tem o significado de origem, de fundamento de validade das normas jurídicas e da própria exteriorização do Direito. DIVIDEM-SE EM: Fontes Formais – São as formas de exteriorização do Direito. São as fontes derivas da vontade do Estado (Heterônomas) e as fontes provenientes da vontade dos próprios agentes sociais (Autônomas). Ex. Leis, Costumes. Fontes Materiais – São os fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica, isto é, sociais, psicológicos, econômicos, históricos. São fontes formais autônomas: a) Acordos Coletivos do Trabalho – São ajustes sobre condições de trabalho celebrados entre a empresa ou grupo de empresas e determinado sindicato de categoria profissional; b) Convenções Coletivas – Acordo de caráter normativo sobre condições de trabalho celebrado entre sindicatos (obreiro e patronal), quer dizer em os sindicatos de empregados e empregadores. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 12 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP São as principais fontes formais heterônomas: a) Constituição Federal; b) Leis – Que são normas emanadas do Poder Legislativo para regular condutas e impor sanções. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – principal diploma legal na esfera laboral, dita as regras das relações e do processo trabalhista; c) Decretos Executivos – Norma regulamentadoras de lei expedidos pelo Presidente da República; d) Sentenças Normativas – É editada pelo judiciário trabalhista ao julgar dissídio coletivo de determinada categoria econômica; e) Tratados Internacionais – São as convenções e recomendações da OIT; f) Contrato de Trabalho - Estipulam direitos e deveres do empregado e do empregador. NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO: A seguir vamos identificar o ramo do direito a que pertence o direito do trabalho, tarefa complexa. Analisando a doutrina verifica-se a existência de várias teorias: a) Direito Público – Não é o entendimento majoritário. Fundamentado na existência de normas de caráter imperativo a reger as relações contratuais de trabalho, não só prevendo direitos mínimos, mas também tutelando interesses maiores do que o das partes vinculadas, como as normas referentes à segurança e medicina do trabalho. Como bem observou Maurício Godinho Delgado, não é a existência de normas imperativas ou dispositivas que se apresenta como diferencial para classificar um ramo do direito, sendo critério mais seguro a combinação da titularidade do direito, com o interesse jurídico tutelado. Logo, faz parte do Direito Público aquele ramo em que se observa uma relação do Estado X Estado, ou Estado X Súdito (este na acepção da palavra), somado ao critério do interesse público, a prevalecer sobre o interesse privado. (Teoria defendida por Washington de Barros Monteiro). Neste ramo da ciência do direito a vontade das partes é muitas vezes substituídas pela vontade do Estado. b) Direito Privado – É a aceita pela doutrina e pelas bancas examinadoras. Inicialmente tem-se que a relação de emprego se forma entre particulares, o que por presunção já desloca a sua classificação para o Direito Privado (critério da titularidade novamente). Ainda que haja, de fato, institutos onde a interferência estatal é mais acentuada, sob a ótica moderna da divisão dicotômica entre Direito Privado e Direito Público, esta intervenção não é mal vista, e nem desloca a classificação do ramo do direito. Em que pese a existência de direitos mínimos previstos, prevalece a autonomia da vontade das partes, seja para negociar acima do mínimo, seja mesmo para vincular-se ou para manter-se vinculado a uma relação de emprego. c) Direito Social – Também não é o entendimento majoritário. Há a noção de que o Direito do Trabalho tem um aspecto social mais acentuado do que os demais ramos do direito, sendo a relação de emprego forma de inserção social do indivíduo. Criticada, na medida em que esta característica acentuada não é exclusiva do Direito do Trabalho (Consumidor também por exemplo), não se fazendo critério seguro para classificação, e muito menos justificando a criação de um terceiro gênero. (Teoria defendida por Paul Robier, e Mário de La Cueva). d) Direito Misto – Os que defendem essa teoria alegam que o Direito do Trabalho possui normas em que prevalece tanto o interesse público, quanto o interesse particular, sendo portanto de natureza híbrida; e) Direito Unitário – É a teoria defendida por Evaristo de Moraes Filho, para quem o Direito do Trabalho é um Direito Unitário, derivado da fusão dos conceitos públicos e privado. No entanto, hoje a teoria mais aceita é que sustenta que o direito do trabalho pertence ao ramo do direito privado, PIS tem por finalidade regulamentar as relações individuais de trabalho e o contrato de trabalho, tendo como sujeito dois particulares. EFICÁCIA DA LEI SEGUNDO O TEMPO E ESPAÇO: TEMPO – Refere-se à entrada em vigor. No direito trabalho entram em vigor a partir da data da publicação da lei, tendo eficácia imediata. Inexistindo disposição expressa serão 45 dias (Art. 1º LICC). Nos países estrangeiros a obrigatoriedade da lei brasileira quando admitida é após 3 meses (§1º, Art. 1º LICC). Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 13 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP VACATIO LEGIS – Período entre a edição da lei e sua aplicação. Ex. Lei FGTS (5107/66) entrou em vigor em 01/01/1967. ESPAÇO – Lei trabalhista é aplicável no Brasil para estrangeiros e nacionais. §2º ART. 651 DA CLT – Competência da justiça brasileira para julgar ação ocorrida em empresa que possua agência ou filial no estrangeiro, desde que empregado brasileiro e inexista convenção internacional nesse sentido. SUMULA 207 DO TST - Estabelece que a relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação. Essa é a orientação geral. Exceção lei 7064/82 (Prevê a aplicação da lei brasileira no exterior desde que contratado no Brasil para trabalhar em empresa de engenharia no exterior.) PRINCÍPIOS DO DIREITO MATERIAL DO TRABALHO: Conceito: São enunciados genéricos que devem iluminar tanto a elaboração das leis, a criação de normas jurídicas autônomas e a estipulação de cláusulas contratuais, como interpretação e aplicação do direito. Segundo, Rodrigues Pinto: “princípios são as idéias fundamentais que lhe dão forma e estrutura próprias dentro do Direito, servindo-lhe de instrumento de identidade e autonomia”. Segundo, José Cretella Junior: “princípios de uma ciência são as proposições básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturações subseqüentes. Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência”. Funções dos Princípios: Tríplice função: informadora, normativa e interpretativa. Informadora – serve de inspiração ao Legislador e de fundamento para as normas jurídicas. Normativa – atua como fonte supletiva, nas lacunas ou omissões da Lei. Interpretativa – serve de critério orientador para os intérpretes e aplicadores da Lei. ARTIGO 8º DA CLT, determina que na falta de disposições legais ou contratuais o intérprete pode socorrer-se dos princípios do Direito do Trabalho. PRINCÍPIOS GERAIS – Há princípios que são aplicáveis a qualquer ramo do direito, dentre eles: PRINCÍPIO DA BOA FÉ NOS CONTRATOS, PRINCÍPIO DE QUE O CONTRATO FAZ LEI ENTRE AS PARTES. Relevante, destacar, que hoje as partes possuem liberdade para contratar, salvo em relação a disposições de ordem pública. Não há unanimidade sobre os princípios que regem o Direito do Trabalho, sendo certo afirmar que o autor que melhor tratou do tema foi AMÉRICO PLÁ RODRIGUEZ designando os seguintes: 1) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO – Desmembra-se em: A) PRINCÍPIO IN DUBIO PRO OPERARIO – Não se aplica integralmente ao processo do trabalho, pois havendo dúvida, à primeira vista, não se poderia decidir em favor do trabalhador e sim verificar-se o ônus da prova (artigo 333 CPC e 818 da CLT); B) APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR – Artigo 7º da CF (além de outros que visem à melhoria de sua condição social). Ex.: se o adicional de horas extras previsto em norma coletiva foi superior ao previsto na lei ou da constituição, deve-se aplicar a primeira. 2) PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE: No direito do trabalho os fatos são mais importantes que os documentos. Ex.: contrato de trabalho sem carteira assinada. são privilegiados os fatos, a realidade, sobre a forma ou a estrutura empregada. 3) PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: Esclarece que o humano deve agir de acordo com a razão, de acordo como procederia qualquer homem médio ou comum, estabelecendo-se um padrão comum. 4) PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS – Artigo 9º, CLT: Temos como regra que os direitos trabalhistas são irrenunciáveis. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 14 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP Fundamentos: A) INDISPONIBILIDADE - Os direitos do empregado são indisponíveis em razão de sua condição de necessitado e economicamente fraco, não podendo abrir mão deles em favor do empregador. B) IMPERATIVIDADE DAS NORMAS TRABALHISTAS - Normas que contém um mandamento e dirigidas tal comando ao próprio Estado. C) CARÁTER DE ORDEM PÚBLICA - Suas normas são indispensáveis à organização da vida social. D) LIMITAÇÃO À AUTONOMIA DA VONTADE - Evita-se o abuso da autonomia da vontade em nome dos interesses superiores do bem comum (CLT, Art. 444). 5) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: O contrato de trabalho se presume por prazo indeterminado. Alcance do princípio: 1º) Preferência pelos contratos de trabalho de duração indefinida porque tem mais tendência a durar; está sujeita a indenização na despedida; o trabalhador pode denunciá-lo a qualquer momento e a duração real do trabalho é a razão determinante da sua duração e não a vontade das partes. 2º) Amplitude das alterações do contrato, pressupõe o acordo de vontades para a alteração das condições principais do contrato, salvo o exercício do jus variandi pelo empregador, derivado do seu poder de direção de fazer alterações acessórias ou secundárias no contrato de trabalho que não afetem sua estrutura. as alterações não afetam a manutenção do contrato de trabalho. 3º) O contrato de trabalho é mantido apesar da existência de cláusulas nulas e violações. 4º) Resistência em admitir a rescisão contratual exclusivamente pela vontade patronal. limitações ao direito de despedir: a) obrigação do aviso prévio; b) indenização compensatória do FGTS, de 40% do valor total; c) danos e prejuízo por despedida abusiva no caso de acidente do trabalho, de maternidade, de dirigente sindical, de integrante da CIPA ou de comissão de conciliação prévia. 5º) Interrupção e suspensão do contrato de trabalho, mantido o contrato de trabalho. 6º) Novações subjetivas em relação ao empregador na sucessão de empresas ou no grupo econômico como empregador único. 5) PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL: este princípio assegura a irredutibilidade salarial, revelando-se como espécie do gênero da inalterabilidade contratual lesiva. Há diversos dispositivos legais que asseguram tutela em relação aos salários: Art.. 7º, da C.F.: - São direitos dos trabalhadores (...) além de outros: VI – Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; X – Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime a sua retenção dolosa. ==XXX== LEITURA COMPLEMENTAR - 01 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO http://entendeudireito.blogspot.com.br/search/label/PRINC%C3%8DPIOS%20DO%20DIREITO%20DO%20TRABALHO Mapa Mental => 01-MM-ED-Princípios do Direito do Trabalho PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Na doutrina podem ser encontrados diversos conceitos que explicam o que são os princípios no Direito, dentre eles destacamos os ensinamentos de Sérgio Pinto Martins, segundo o qual “princípios são proposições básicas que fundamentam as ciências. Para o Direito, o princípio é seu fundamento, a base que irá informar e inspirar normas jurídicas”. No campo do Direito do Trabalho, a Consolidação das Leis do Trabalho traz em seu art. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 15 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP 8º a previsão da possibilidade da utilização dos princípios por parte das autoridades administrativas e da Justiça do Trabalho. Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais,decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. (CLT). a) Princípio da Proteção Este princípio tem como objetivo a proteção do empregado, parte mais frágil da relação de emprego. Assim, cabe ao legislador no momento da criação das normas objetivar sempre a melhoria da condição social do trabalhador. A partir desse princípio, surgem outros três princípios, o da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, o da condição mais benéfica ao trabalhador e o in dubio pro operario. b) Princípio da Norma Mais Favorável De acordo com esse princípio, em caso de conflito de normas, deverá ser aplicada a norma que for mais benéfica ao trabalhador. Como consequência desse princípio temos também a superioridade hierárquica das normas mais benéficas ao trabalhador em relação àquelas que lhes são mais prejudiciais. Art. 620 – As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. (CLT). c) Princípio da Condição Mais Benéfica Esse princípio é semelhante ao visto acima, com a diferença que o presente princípio é aplicado às cláusulas contratuais, enquanto o anterior dirige-se às leis. As normas (contratuais) que têm como objetivo a proteção do trabalhador, devem ser entendidas como direito adquirido, ou seja, caso tais normas venham a sofrer alterações em prejuízo ao trabalhador, uma vez revogadas ou alteradas, só alcançarão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração. Súmula nº 51 do TST As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. d) Princípio “in dubio pro operario” O princípio do “in dubio pro operario” foi abarcado pelo princípio da norma mais favorável. O “in dubio pro operario” é semelhante ao “in dubio pro reo” do Direito Penal e significa que, havendo dúvida, o aplicador da lei deverá aplicá-la da maneira mais benéfica ao trabalhador. e) Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas As normas trabalhistas devem prevalecer nas relações de emprego, sendo vedada, em regra, a declaração bilateral de vontade, por parte do empregado e empregador, que tenha objetivo de afastar as partes das normas trabalhistas. f) Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas Tal princípio prega a impossibilidade do empregado renunciar, voluntariamente, vantagens que lhe são garantidas pela lei trabalhista. Essa impossibilidade protege o trabalhador contra possíveis pressões que os empregadores possam vir a exercer, através da ameaças, como a rescisão do contrato, por exemplo. Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 16 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. (CLT). g) Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva O presente princípio tem o objetivo de proteger os trabalhadores contra alterações no contrato de trabalho, feitas pelo empregador, que possam suprimir ou reduzir os direitos e vantagens do empregado. Hoje, verificamos que as cláusulas dos contratos de trabalho são cada vez mais objeto de negociação entre empregadores e empregados. Tal fato é marcado principalmente pelo fortalecimento das entidades representativas dos empregados. Por esse motivo, a observância do princípio da inalterabilidade contratual lesiva é fundamental para a proteção da classe trabalhadora. Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. (CLT). Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (CLT). h) Princípio da Intangibilidade Salarial Como consequência do princípio da inalterabilidade contratual lesiva, o presente princípio visa a proteger o salário do trabalhador, que, por não ter a possibilidade de receber os grandes lucros advindos de seu trabalho, não deve depender da economia, mesmo que indiretamente, para receber seu salário. Outro fator que justifica a existência desse princípio é a dependência que a maioria dos trabalhadores têm do seu salário para sobreviver. Para muitos trabalhadores, o não recebimento do salário, ou recebimento de um valor menor que o usual, causaria grandes problemas, inclusive para sua sobrevivência em alguns casos. Constituição Federal de 1988 Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; Importante notar que a irredutibilidade do salário não é absoluta, podendo ocorrer a redução através de convenção ou acordo coletivo. i) Princípio da Primazia da Realidade De acordo com esse princípio os fatos prevalecem sobre a forma, ou seja, havendo desacordo entre a realidade e aquilo que está documentado, deverá prevalecer a realidade. Esse princípio tem grande importância para o Direito do Trabalho, uma vez que é possível a existência de contrato de trabalho tácito, ou seja, que só pode ser verificado com a prática do trabalho, sem uma documentação formal. j) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 17 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP Esse princípio determina que, em regra, os contratos de trabalho são válidos por tempo indeterminado. Tal disposição é mais uma garantia que o trabalhador tem em relação a seu emprego, e encontra amparo tanto constitucional quanto do TST. Constituição Federal de 1988 Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; Súmula nº 212 do TST - Ônus da Prova - Término do Contrato de Trabalho - Princípio da Continuidade O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4909==XXX== LEITURA COMPLEMENTAR - 02 FONTES DO DIREITO DO TRABALHO http://entendeudireito.blogspot.com.br/search/label/FONTES%20DO%20DIREITO%20DO%20TRABALHO%20-%20DIREITO%20DO%20TRABALHO Mapa Mental => 01-MM-ED-Fontes do Direito do Trabalho FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Pode-se entender fonte como fundamento de validade do direito objetivo, ou melhor, é a própria exteriorização desse direito. O direito do trabalho, por cuidar da proteção das relações laborativas, deve abarcar fontes que possam atender as necessidades físicas, sociais e culturais do trabalhador da forma mais ampla possível. Assim, encontram-se elencadas várias fontes que são divididas em fontes formais e materiais. Fontes materiais - são fatores reais que influenciam na criação das normas trabalhistas. São elas: a) necessidade de proteção tutelar; b) fato social de organização das profissões; c) fato social da colaboração. Fontes formais – são as fontes derivadas da vontade do estado (heterônomas) e as fontes provenientes da vontade dos próprios agentes sociais (autônomas). Antes de delineá-las, cabe ressaltar, que segundo a melhor doutrina trabalhista, analogia, equidade e os princípios gerais de direito não são fontes de direito, são apenas métodos de integração e interpretação da norma jurídica. Há discussões se a jurisprudência seria fonte formal heterônomos de direito, pois para alguns ela não é de aplicação obrigatória pelo juiz, além disso, para eles, o juiz não cria direito, apenas aplica. No entanto, com a Emenda Constitucional 45/2004, surgiu a súmula vinculante que obriga a aplicação de determinada súmula aos casos concretos similares. Além disso, creio que algumas súmulas (enunciados) do Tribunal Superior do Trabalho Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 18 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP (TST) possui grande força regulamentar nas questões trabalhistas. São as principais fontes formais heterônomas: a) Constituição Federal – dita os princípios básicos e os direitos fundamentais do trabalhar; b) Leis – que são normas emanadas do Poder Legislativo para regular condutas e impor sanções. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – principal diploma legal na esfera laboral, dita as regras das relações e do processo trabalhista; c) Decretos Executivos – norma regulamentadoras de lei expedidos pelo Presidente da República; d) Portarias – editadas pelo Ministério do Trabalho, expedindo instruções práticas sobre aplicação de determinado direito (resoluções, instruções normativas e normas de serviço); e) Sentenças Normativas – são editadas pelo judiciário trabalhista ao julgar dissídio coletivo de determinada categoria econômica; f) Tratados Internacionais – são as convenções e recomendações da OIT; g) Doutrina – (alguns doutrinadores entendem que ela não é fonte de direito) - é o posicionamento dos juristas especializados em determinado ramo do direito; h) Regulamento da Empresa – fixa condições de trabalho; i) Costume – aplicação reiterada de determinada regra social o uso deve ser uniforme, contínuo e geral); j) Contrato de Trabalho- estipulam direitos e deveres do empregado e do empregador. Um ponto interessante é o fato de não haver hierarquia entre as fontes do direito do trabalho tendo em vista que neste vigora o princípio da norma mais favorável que visa buscar sempre a norma mais favorável ao trabalhador. COSTUMES Algumas bancas consideram os costumes como fontes supletivas, mas a grande maioria da doutrina, tendo como base o art 8º da CLT, entende que os costumes são FONTES FORMAIS AUTÔNOMAS. As fontes formais autônomas emanam da vontade dos próprios interessados. As fontes formais heterônomas emanam de um terceiro, não destinatário da norma jurídica, como por exemplo a lei. SENTENÇAS NORMATIVAS Decisões judiciais provenientes dos TRTs ou do TST proferidas nos dissídios coletivos. Tem força de lei. Regulamenta a vigência. NÃO PODE ser superior a 4 anos. Findo o prazo, finda a eficácia. Não adere. CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO – artigo 611, CLT. Instrumento de negociação firmado entre duas ou mais entidades sindicais, representantes da categoria econômica (empregadores) e categoria profissional (empregados), com eficácia intersindical, pois abrange toda a categoria. Tem prazo máximo de 2 anos. Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. ACORDO COLETIVO DE TRABALHO – artigo 611, § 1º CLT. Instrumento de negociação coletivo de âmbito mais restrito que a convenção, realizado entre o Sindicato representante da categoria dos empregados e uma ou mais empresas. O acordo pode ter decisões iguais ou diferentes para cada empresa. Tem prazo máximo de 2 anos. As cláusulas poderão continuar existindo após os dois anos de validade, até que se realize nova convenção OU podem perder a vigência ao fim dos 2 anos de validade. Depende do entendimento doutrinário. § 1º - É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. Curso de Direito Turma A – Manhã - 2012.1 Direito do Trabalho I Profa.: Emmanuelle Benevides Moura Beltrão Disciplina: CCJ0024 Aula: 001 Assunto: Introdução ao Direito do Trabalho Folha: 19 de 19 Data: 22/07/2013 MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0024/Aula-001/WLAJ/DP http://pt.shvoong.com/law-and-politics/labor-law/504615-fontes-direito-trabalho/ ==XXX==
Compartilhar