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Conceito de Competência na Educação Profissional

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OBJETIVOS E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
Analisaremos na aula de hoje o conceito de competência. Este conceito tem orientado a formulação de propostas de educação profissional que pretendem se adequar à formação de trabalhadores com o perfil ocupacional genérico (desenvolvimento de atitudes de cooperação, de raciocínio lógico, de capacidade de comunicação, de abstração, solucionar problemas, tomar decisões, trabalhar em equipe, etc), que se supõe requerido na atualidade, diante do esgotamento do padrão de acumulação taylorista/fordista, da ampliação do processo de internacionalização do capital e da introdução de inovações tecnológicas e organizacionais.
Tema da Apresentação
A SUBSTITUIÇÃO DO CONCEITO DE QUALIFICAÇÃO PELO DE COMPETÊNCIA
Acredita-se que este novo perfil profissional está apoiado na noção de competência, conceito que viria a substituir a noção de qualificação que predominou no paradigma taylorista fordista. 
A substituição do conceito de qualificação pelo de competência tem sido justificada em função não apenas das alterações das demandas de capacitação trazidas pela introdução de inovações tecnológicas e organizacionais, mas também em função da aparente supressão da antiga divisão entre concepção e execução dos processos de trabalho. Substitui-se, assim, uma noção que relacionava saber, responsabilidade, carreira e salário, por outra, vinculada a aspectos relacionados à subjetividade do trabalhador, tais como: colaboração, engajamento e mobilidade..
Tema da Apresentação
O CONCEITO DE QUALIFICAÇÃO
A concepção de qualificação foi hegemônica por mais de três décadas. Ancorava-se no modelo taylorista/fordista de organização da produção e do trabalho e entra em crise com a adoção de sistemas de produção flexíveis no âmbito do sistema capitalista a partir do final dos anos 80.
Não havia consenso em torno da noção de qualificação. Ela era alvo de disputas em torno de dois diferentes projetos sociais de desenvolvimento e de educação: o primeiro articulado ao projeto de acumulação capitalista e o segundo voltado para a emancipação e transformação social. A primeira visão de qualificação, a que colocava o conceito a serviço do projeto de acumulação capitalista, toma como parâmetros a produção e a organização do trabalhador e está atrelada ao paradigma taylorista/fordista. A segunda visão, tributária do marxismo, toma o trabalho como eixo articulador e parte de uma abordagem e sócio-cultural e histórica do conceito.
Tema da Apresentação
QUALIFICAÇÃO – visão articulada aos interesses do capital 
Esta concepção define qualificação a partir da posição que o trabalhador ocupa no processo de trabalho, posição esta previamente estabelecida (prescrita) nas normas organizacionais da empresa, de acordo com a lógica do modelo taylorista/fordista de organização do trabalho. Na ótica deste modelo, a qualificação é concebida como sendo vinculada ao posto de trabalho e não como um conjunto de atributos inerentes ao trabalhador.
Em termos operacionais as organizações operavam com representações sistemáticas e formalizadas das tarefas e habilidades requeridas pelo posto de trabalho (representadas nos manuais de rotina de trabalho) e, a partir delas estabeleciam cargos e salários. Estabelecia-se uma relação entre o perfil técnico requerido para o posto e os requisitos formais que o trabalhador deveria ter para ocupá-lo: fundamentalmente escolaridade e experiência.
Tema da Apresentação
QUALIFICAÇÃO – visão articulada aos interesses do capital
Refere-se ao saber necessário a uma ocupação.
Especifica uma correspondência entre saber, responsabilidade, carreira, salário. A noção de hierarquia de postos de trabalho é estabelecida a partir de uma escala de qualificações profissionais associada a níveis também hierárquicos de escolaridade. Quanto maior a escolaridade, mais alta a posição na hierarquia da organização.
Está centrada no posto de trabalho, independente dos indivíduos que o ocupam. É dada pelo conjunto de tarefas que continuem um posto. As empresas classificam os postos de trabalho segundo critérios como: experiência, formação necessária, responsabilidade, esforço requerido e condições de trabalho. 
Tem propriedades estáveis. É dada em parte pela formação, pelos certificados escolares e pela experiência. É avaliada pelo diploma. Nesse sentido a qualificação é vista como relacionada a estoque e não fluxo de conhecimentos.
Tema da Apresentação
QUALIFICAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Com base nessa noção de qualificação, a formação para o trabalho é definida como “treinamento básico, conhecimento ou formação escolar necessários para o exercício da função; esse conhecimento ou formação podem ter sido adquiridos ou por instrução formal ou por treinamento preliminar em trabalhos de menor grau, ou pela combinação desses meios" (Kuenzer 1985, p.114). O que importa é garantir que os trabalhadores sejam preparados exclusivamente para desempenhar tarefas/funções específicas e operacionais. Esta concepção de formação profissional está alicerçada numa concepção comportamental rígida, através da qual o ensino/aprendizagem das tarefas/habilidades deve-se dar numa seqüência lógica, objetiva e operacional, enfatizando os aspectos técnico-operacionais em detrimento de sua fundamentação mais teórica e abrangente.
Tema da Apresentação
ANALISANDO CRITICAMENTE A VISÃO DE QUALIFICAÇÃO 
Assim, a qualificação é entendida como um bem conquistado de forma privada pelo trabalhador, como um conjunto de conhecimentos e experiências adquiridas na vida escolar e de trabalho, sem nenhuma conotação ou condicionamento sócio-cultural.
A qualificação fica reduzida a um percurso de responsabilidade individual e de natureza meritocrática. Privatiza-se a noção de qualificação, restringindo-a, tanto no âmbito teórico como prático, ao ofício/função que cada trabalhador desempenha no mercado de trabalho formal. Além disso, desenvolve-se a crença político-ideológica do "poder da educação escolar" como mecanismo de acesso às posições qualificadas, mascarando os demais mecanismos sociais (inerentes a processos societais mais abrangentes) e organizacionais (mecanismos de credenciamento estabelecidos internamente pelas empresas), que condicionam o acesso e a manutenção dos trabalhadores no mercado formal de trabalho.
Tema da Apresentação
QUALIFICAÇÃO – visão articulada à ótica do trabalho
Em uma visão crítica, a noção de qualificação é entendida como uma construção balizada por parâmetros sócio-culturais e históricos, na qual o trabalho constitui uma relação social e os espaços de trabalho, instâncias de embates, conflitos e formação. Em Marx e nos autores contemporâneos de tradição marxiana, as concepções de qualificação têm sido construídas tomando-se o trabalho como eixo articulador das noções de qualificação/desqualificação. (MANFREDI, 2002)
Tema da Apresentação
QUALIFICAÇÃO – visão articulada à ótica do trabalho
Os estudos que tomam a noção de trabalho, em sua acepção mais ampla, acentuam a sua dimensão qualificante e seguem duas linhas de argumentação: ora recuperam as características imanentes ao trabalho, enquanto atividade social e coletiva, ora resgatam o potencial que possuem os trabalhadores organizados para imporem resistências, transgressões dos padrões instituídos e, mesmo, de negociarem a seu favor condições, normas de trabalho, espaços e mecanismos que lhes garantam maiores direitos e maior autonomia. 
As análises que discutem o trabalho em uma perspectiva desqualificante analisam o modo como o trabalho se realiza em obediência às condições estabelecidas pelo capital. Ressaltam as características de um trabalho alienado, fragmentado e desqualificante, decorrente da divisão entre o trabalho manual e trabalho intelectual; da fragmentação das tarefas e do controle hierárquico e a disciplina que o capital impõe aos trabalhadores. (MANFREDI, 2002)
Tema da Apresentação
COMPETÊNCIA
Oriunda do discurso empresarial, a noção de competência traz a marca políticae ideológica de sua origem e, portanto, dela está ausente a idéia de relação social que define o conceito de qualificação em uma perspectiva crítica. No discurso dos empresários, há uma tendência a defini-la menos como "estoque de conhecimentos/habilidades", mas sobretudo como capacidade de agir, intervir, decidir, em situações nem sempre previstas ou previsíveis. 
Competência, segundo Hirata (1994), mais do que saber fazer, significa saber ser e saber agir. Trabalhador competente é aquele que sabe utilizar todos os seus conhecimentos (obtidos de maneiras variadas), nas mais diversas situações encontradas em seu posto de trabalho. O trabalhador deve mobilizar as competências construídas ao longo da vida ativa, tanto em situações de trabalho como fora deste.
Tema da Apresentação
PROPRIEDADES DAS COMPETÊNCIAS
Enquanto a qualificação se refere à capacidade potencial para realizar tarefas, as competências se referem apenas aos aspectos de conhecimentos e habilidades necessários para obtenção de resultados. Elas estão relacionadas à capacidade real de desempenho.
Elas estão centradas na pessoa, e não no posto. Ênfase na subjetividade.
São adquiridas em trajetórias diferenciadas.
Têm propriedades instáveis e por isso devem ser submetidas à prova.
Exigem desenvolvimento de maior nível de autonomia
Tema da Apresentação
MODELO DE COMPETÊNCIAS
A lógica das competências tem sido considerada como alternativa à de qualificação, e tem sido adotada pelas equipes de recursos humanos das grandes empresas capitalistas para construir novos critérios de acesso e permanência no emprego, para seu reconhecimento e institucionalização. Sendo assim, constitui uma noção marcada política e ideologicamente por sua origem e trata as habilidades e competências humanas desvinculadas das dimensões de tempo e espaços sócio–culturais.
No Brasil, o modelo de competências tem sido adotado pelo Estado e tem direcionado a mudança dos currículos escolares, dos processos pedagógicos, da gestão educacional e da formação profissional“ (MACHADO, 2002,p.14).
Tema da Apresentação
REFLETINDO SOBRE O CONCEITO DE COMPETÊNCIA
A noção de competência ressignifica a noção tecnicista de qualificação, indicando uma ruptura do modelo anterior ou simplesmente constitui uma reatualização? Será que constitui uma novidade ou representa uma outra concepção de gestão salarial e de reengenharia cultural, que estaria sendo adotada no seio das empresas? Quais são as suas implicações, do ponto de vista da educação profissional?
É claro que uma mudança de paradigmas da organização da produção e do trabalho deve corresponder a novas exigências de formação e preparo técnico-cientifico e atitudinal. Contudo, a definição de perfis profissionais baseadas em rol de competências (na maior parte das vezes, definidas de modo genérico, universal), indica uma maneira também tecnicista de categorizar tarefas e atribuições que fazem parte da divisão do trabalho, diluindo os padrões que antes demarcavam cargos, carreira e salários. Aumenta-se assim a possibilidade de adoção, por parte dos empregadores, de mecanismos menos participativos na definição do enquadramento profissional e dos critérios de mobilidade ocupacional dentro da empresa.
Tema da Apresentação
CRÍTICAS AO MODELO DE COMPETÊNCIAS
O modelo de competência não é, portanto, novo nem mais racional do que a leitura tradicional do conceito de qualificação. Ele corresponde a uma concepção de relações de trabalho e organização que valoriza a empresa.
O conceito de competência remete ao sujeito e à subjetividade, deixando de lado as importantes dimensões cognitivas intelectuais e técnicas. A posse do conhecimento do ofício é posta em segundo plano, assumindo o lugar central um conjunto de capacidades gerais e mal definidas. Nessa perspectiva, o conceito de competências está direcionado ao processo de valorização do capital. (MACHADO, 1996).
Tema da Apresentação
CRÍTICAS AO MODELO DE COMPETÊNCIAS
A adoção do modelo de competências no Brasil e na educação profissional tende a reforçar o caráter autoritário, excludente e desigual da sociedade brasileira, caminhando na contramão dos processos de ‘democratização das relações de trabalho’ que, a princípio, as modificações introduzidas no novo paradigma permitiam esperar.
A opção pelo modelo de competências (na acepção empresarial) está ancorada numa lógica de recomposição da hegemonia do capital, onde a ressignificação da qualificação faz parte de um processo de ressocialização e aculturação da classe trabalhadora, tendo por função reintegrá-la aos novos modelos de produção e gestão do capitalismo, em sua fase de transnacionalização.(MANFREDI, 2002)
Tema da Apresentação
CRÍTICAS AO MODELO DE COMPETÊNCIAS
Ao contrario da visão crítica de qualificação (que implica a negociação coletiva dos trabalhadores), a de competência tende a apagar o fato de que o reconhecimento salarial é o resultado de uma relação social dinâmica e não de um face a face entre um indivíduo provido de ‘competências’ a priori e de uma empresa que as reconhece nele e as transforma em ‘desempenho’ mais ou menos suscetível de ser medido” (DUBAR,1998, p. 98).
Ao contrário do conceito de qualificação oriundo de uma perspectiva crítica, o conceito de competência se afasta de uma compreensão que considera a dimensão coletiva do trabalho e das relações e saberes que emergem no próprio processo de trabalho, das quais cada trabalhador é partícipe. 
Tema da Apresentação
CRÍTICAS AO MODELO DE COMPETÊNCIAS
Manfredi (2002) destaca que alguns conceitos, como o de competências, possuem conotações valorativas, não neutras, e operam num campo simbólico de disputa ideológica entre capital e trabalho. 
O chamado modelo de competências é parte integrante da lógica que orienta a estratégia de recomposição das relações entre capital e trabalho, possuindo, portanto, dimensões político-ideológicas e culturais relevantes. Tal modelo está se configurando como um campo de dominação simbólica que pretende remodelar o imaginário político-ideológico dos trabalhadores, visando desconstruir os laços de solidariedade e combatividade de classe e impondo um outro modelo centrado no individualismo, no conformismo, na responsabilidade individual da formação profissional, no estranhamento de ações coletivas e na supervalorização do contrato individual (em contraposição ao contrato coletivo de trabalho). 
Tema da Apresentação
A ABORDAGEM DAS COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Como no modelo de formação profissional anterior, a abordagem das competências tem como eixo central do modelo de educação profissional o ensino de habilidades ditadas pelas necessidades pontuais do mercado. Coloca a educação profissional inteiramente a reboque dos interesses produtivos imediatos. Ao procurar adaptar e conformar o trabalhador no plano psico-físico, intelectual e emocional, às bases materiais, tecnológicas e organizacionais da produção, as propostas educacionais baseadas em competências adotam como critérios definidores dos conteúdos as necessidades imediatas da produção. Isso faz com que as propostas educacionais adquiram perspectiva instrumental, além de conferir um caráter pragmático e técnico à formação do trabalhador. Afasta-se, assim, a possibilidade do desenvolvimento de “competências políticas, que permitiriam aos indivíduos refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção (...), assim como na esfera pública, nas instituições da sociedade civil, constituindo-se como atores sociais dotados de interesses próprios que se tornam interlocutores legítimos e reconhecidos”. (DELUIZ, s/d.)
Tema da Apresentação
A ABORDAGEM DAS COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Parte-se do equivocado pressuposto de que processo de formação deve reproduzir o processo de trabalho estrito senso, ficando ausentes outros aspectos do processo de trabalho – as redes de comunicação e de conhecimentos postas em ação pelos trabalhadores, suas estratégias de organização, de negociação,de aliança, de enfrentamento, etc., acionadas no processo de construção do sujeito coletivo - bem como as dimensões política e societária mais amplas.
Deluiz (1996) destaca que a utilização do conceito de competência na formação profissional traz: a) formação profissional adequacionista, voltada para o atendimento das necessidades empresariais, em detrimento da formação do sujeito político. A formação, neste caso, estaria pautada numa abordagem restritiva das competências, tornando-se instrumental e tecnicista; b) abordagem individualizada e individualizante tanto na compreensão da construção das competências, quanto na sua avaliação; c) preocupação com os produtos (resultados) sem considerar os processos de construção das competências.
Tema da Apresentação
RESSIGNIFICANDO O MODELO DE COMPETÊNCIAS 
Vimos que, em uma perspectiva crítica, defende-se uma educação profissional cujos conteúdos formativos não estejam atrelados linear e mecanicamente a processos de trabalho realizados, mas voltados para a formação integral do trabalhador. Uma formação centrada no desenvolvimento do conjunto das capacidades humanas, onde estejam presentes elementos de formação técnica, científica, humana e política. 
Nessa perspectiva, é necessário ressignificar o conceito de competência para resgatar a dimensão epistemologica, histórica e sócio-cultural da qualificação no e para o trabalho. É necessário entender as competências, não mais como um conjunto de “saberes e competências” observáveis e classificáveis, mas como uma construção complexa e multifacetada, que possui dimensões individuais, sócio-culturais e políticas. 
Tema da Apresentação
RESSIGNIFICANDO O MODELO DE COMPETÊNCIAS
A competência profissional deve ser vista como resultante de itinerários e percursos nos quais os trabalhadores desenvolvem sua capacidade de trabalho, e devem considerar que esse processo se dá num contexto de interação social, de comunicação e intercâmbio. A competência profissional produz-se nos contextos de vida e de trabalho. E estes representam os lugares da experiência e de saberes não estruturados, reconstruídos de modo não linear e ativo pelos trabalhadores, que efetuam, continuadamente, processos de construção de conhecimentos resultantes da combinação de saberes estruturados, escolares e/ou acadêmicos e aqueles oriundos da experiência vivida (MANFREDI, 2002)
Tema da Apresentação
RESSIGNIFICANDO O MODELO DE COMPETÊNCIAS 
Entender a educação profissional como prática social e cultural apontando para sua natureza integral e totalizante “significa deixar para trás a visão reducionista centrada no domínio de novas competências para as novas tecnologias, de novos saberes sobre o trabalho, de novas subjetividades, de novas dimensões requeridas por mudanças pontuais na produção” 
Significa orientar a educação profissional de trabalhadores-cidadãos, vistos como sujeitos em construção, como agentes de história, valores, cultura e da política. Uma educação ampliada que abarque uma pluralidade de dimensões formativas: intelectual, sócio-cultural com recortes de gênero, etnia, classe, ético-politica etc. Uma educação que se preocupe com a racionalidade e a subjetividade, com o imaginário, com a cultura, com as identidades, com a história. Uma educação que encare a tecnologia como uma instância que faz parte da cultura e tem repercussões nas relações sociais. Daí a importância de apreender os conhecimentos técnico-cientificos que lhe servem de base, seu poder e limites, bem como o papel sócio e ético-político que a tecnologia possui na atualidade. (ARROYO,2002). 
Tema da Apresentação
RESSIGNIFICANDO O MODELO DE COMPETÊNCIAS 
Neste aspecto, a construção de competências profissionais não está embasada apenas nas necessidades do mercado de trabalho, pois, precisa considerar as contradições do mundo do trabalho, os contextos econômicos e também políticos, além das nuances da coletividade, dos valores morais e das lutas travadas pelos trabalhadores. Assim as competências devem ser concebidas a partir daquilo que os trabalhadores vivem e observam, ou seja, sua cultura, seus saberes, seus recursos e, inclusive, as suas atividades de trabalho, considerado-os uma base para o desenvolvimento da construção do conhecimento e da aprendizagem.
A construção da competência precisa ser desenvolvida integralmente, articulando a dimensão política, social e profissional, para a compreensão do mundo que cerca os trabalhadores, visando a sua transformação, enfatizando os seguintes aspectos: a) autonomia; b) capacidade de agir nos espaços coletivos; c) busca de igualdade de direitos, justiça social, solidariedade e ética; d) o próprio mundo do trabalho e e) a cidadania.
Tema da Apresentação

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