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Patrimônio Cultural Ficha

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IFPE
Disc. Patrimônio Cultural
Prof. Marcio Alves Ficha 01 
PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO
“O Patrimônio, do indivíduo à coletividade
Hoje, quando falamos em patrimônio, duas ideias diferentes, mas relacionadas, vêm à nossa mente. Em primeiro lugar, pensamos nos bens que transmitimos aos nossos herdeiros – e que podem ser materiais, como uma casa ou uma joia, com valor monetário determinado pelo mercado. Legamos, também, bens materiais de pouco valor comercial, mas de grande significado emocional, como uma foto, um livro autografado ou uma imagem religiosa do nosso altar doméstico. Tudo isso pode ser mencionado em um testamento e constitui o patrimônio de um indivíduo.
A esse sentido legal do termo, devemos acrescentar outro, não menos importante: o patrimônio espiritual. Quando pensamos no que recebemos de nossos antepassados, lembramo-nos não apenas dos bens materiais, mas também da infinidade de ensinamentos e lições de vida que eles nos deixaram.” (FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra C.A. Patrimônio Histórico e Cultural. RJ: Jorge Zahar Editor, 2006.) 
PATRIMÔNIO CULTURAL
O patrimônio cultural não se restringe apenas a imóveis oficiais isolados, igrejas ou palácios, mas na sua concepção contemporânea se estende a imóveis particulares, trechos urbanos e até ambientes naturais de importância paisagística, passando por imagens, mobiliário, utensílios e outros bens móveis.
Por este motivo é possível realizar uma das mais importantes distinções que se pode fazer com relação ao Patrimônio Cultural, pois sendo ele diferente das outras modalidades da cultura restritas apenas ao mercado cultural, apresenta interfaces significativas com outros importantes segmentos da economia como a construção civil e o turismo, ampliando exponencialmente o potencial de investimentos.
Apesar de experiências isoladas no passado, a real e concreta preocupação com o Patrimônio Cultural se concretizou com a Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural, realizada pela UNESCO em 1972, “Constatando que o patrimônio cultural e o patrimônio natural encontram-se cada vez mais ameaçados de destruição não somente devido a causas naturais de degradação, mas também pelo desenvolvimento social e econômico agravado por fenômenos de alteração ou de destruição ainda mais preocupantes,” e “Considerando que a degradação ou o desaparecimento de um bem cultural e natural acarreta um empobrecimento irreversível do patrimônio de todos os povos do mundo,”
Historicamente, o termo Patrimônio é de origem latina – patrimonium – que, entre os romanos antigos, referia-se a tudo aquilo que pertencia ao pai, ou pater famílias, o pai de família na sociedade romana.
A Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural – Foi adotada em 1972, quando da 17ª Reunião da Organização das Nações Unidas para a Ciência e a Cultura (UNESCO) realizada em Paris entre outubro e novembro daquele ano, definindo como objetivo da mesma, em 33 Artigos, o incentivo a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade. 
Trata-se de um esforço internacional de valorização de bens que, por sua importância como referência e identidade das nações, possam ser considerados patrimônios de todos os povos.
ARTIGO 1º (Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural)
Para os fins da presente Convenção são considerados “patrimônio cultural”:
- os monumentos: obras arquitetônicas, esculturas ou pinturas monumentais, objetos ou estruturas arqueológicas, inscrições, grutas e conjuntos de valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência,
- os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas, que, por sua arquitetura, unidade ou integração à paisagem, têm um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência,
- os sítios: obras do homem ou obras conjugadas do homem e da natureza assim como áreas, incluindo os sítios arqueológicos, de valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico.
No caso do Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de Patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial e, também, ao estabelecer outras formas de preservação – como o Registro e o Inventário – além do Tombamento, instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de 30/11/1937, que é adequado, principalmente, à proteção de edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos.
PATRIMÔNIO MATERIAL
Do patrimônio cultural material fazem parte os bens imóveis e móveis. São arrolados como bens materiais imóveis os monumentos históricos (castelos, igrejas, fortalezas, casas), praças, conjuntos urbanos, paisagens marcadas por uma estética ímpar, locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia (sítios arqueológicos) e a ciência em geral. 
Nos bens materiais móveis incluem-se obras de arte como pinturas e esculturas, o artesanato, acervos museológicos, documentários, fotográficos etc.
No Brasil, por exemplo, o patrimônio material protegido pelo IPHAN, com base em legislações específicas é composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas.
PATRIMÔNIO IMATERIAL
Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Existem também as tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas, transmitidos oral ou gestualmente. Portanto, patrimônio cultural de natureza imaterial diz respeito a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes de um povo. 
Uma das formas de proteção dessa porção intangível da herança cultural dos povos é a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial adotada pela UNESCO, em reunião realizada em Paris no ano de 2003, que afirma em seu preâmbulo estar “Consciente da vontade universal e da preocupação comum em salvaguardar o patrimônio cultural imaterial da humanidade, reconhecendo que as comunidades, em especial as comunidades autóctones, os grupos e, se for o caso, os indivíduos, desempenham um papel importante na produção, salvaguarda, manutenção e recriação do patrimônio cultural imaterial, contribuindo, desse modo, para o enriquecimento da diversidade cultural e da criatividade humana,” [ ].
O Patrimônio Imaterial é, para muitos povos, especialmente as minorias étnicas, uma fonte de identidade e carrega a sua própria história. Para estimular governos, ONGs e comunidades locais a reconhecer, valorizar, identificar e preservar o seu Patrimônio Intangível, a UNESCO criou um título internacional que destaca espaços (locais onde são regularmente produzidas expressões culturais) e manifestações da cultura tradicional e popular.
Artigo 2º (Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial)
 Definições:
 
Para os efeitos da presente Convenção,
1-Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objetos, artefatos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu patrimônio cultural. Esse patrimônio cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interação com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana. Para os efeitos da presente Convenção, tomar-se-á em consideração apenas o patrimônio cultural imaterial que seja compatívelcom os instrumentos internacionais existentes em matéria de direitos do homem, bem como com as exigências de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos e de desenvolvimento sustentável.
2-O “patrimônio cultural imaterial”, tal como definido no número anterior, manifesta-se nomeadamente nos seguintes domínios:
a)Tradições e expressões orais, incluindo a língua como vetor do patrimônio cultural imaterial; 
b)Artes do espetáculo;
c)Práticas sociais, rituais e eventos festivos;
d)Conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo;
e)Aptidões ligadas ao artesanato tradicional. 
Também no Brasil, visando atender às determinações legais e criar instrumentos adequados ao reconhecimento e à preservação de Bens Culturais Imateriais, o IPHAN coordenou os estudos que resultaram na edição do Decreto nº. 3.551, de 04/08/2000 - que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) - e consolidou o Inventário Nacional de Referências Culturais (INCR). 
PATRIMÔNIO NATURAL
Patrimônio Natural lida mais diretamente com elementos naturais, o meio ambiente, paisagens etc. A preservação desse tipo de patrimônio, por sua vez, exige, ainda que de forma sucinta, conhecimentos ligados ao meio físico e biológico, como geologia, paleontologia, hidrologia, biologia e ecologia. Também cabe à UNESCO importante papel na divulgação, estímulo e orientação para preservação de importantes e belos cenários naturais existentes em diversas regiões do Planeta, alguns já contemplados com títulos de Patrimônio Natural da Humanidade.
Foram os Estados Unidos os fomentadores da ideia de combinar a conservação da cultura com a conservação da natureza, na década de 1960, quando uma conferência na Casa Branca (1965), sugeria a criação de uma "Entidade pelo Patrimônio Mundial" para preservar "as áreas cênicas e naturais magníficas e sítios históricos do mundo para o presente e o futuro de toda a humanidade." 
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) desenvolveu, em 1968, propostas similares, que em 1972, foram apresentadas para a conferência da ONU sobre Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia.
ARTIGO 2º (Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural)
Para os fins da presente Convenção são considerados “patrimônio natural”:
- os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por conjuntos de formações de valor universal excepcional do ponto de vista estético ou científico;
- as formações geológicas e fisiográficas e as zonas estritamente delimitadas que constituam habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas de valor universal excepcional do ponto de vista estético ou científico,
- os sítios naturais ou as áreas naturais estritamente delimitadas detentoras de valor universal excepcional do ponto de vista da ciência, da conservação ou da beleza natural.
O Brasil, hoje, já contempla alguns belos espaços naturais com títulos de patrimônios, a exemplo do Parque Nacional do Iguaçu (1986) – Patrimônio Natural da Humanidade.
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Sempre que as pessoas se reúnem para construir e dividir novos conhecimentos, investigam para conhecer melhor, entender e transformar a realidade que nos cerca, estamos falando de uma ação educativa. Quando fazemos tudo isso levando em conta alguma coisa que tenha relação com o Patrimônio Cultural, então estamos falando de Educação Patrimonial. Nesse sentido, muitas sociedades na atualidade, em várias partes do mundo, já apresentam essa preocupação de ordem educacional no tocante a seus patrimônios culturais. É bem verdade que trata-se de um fenômeno relativamente recente, notadamente do início do século XX e, de certa forma, estimulados pelas diretrizes da UNESCO e de outros organismos afins.
ARTIGO 27º (Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural)
1. Os Estados-parte da presente Convenção se esforçam por todos os meios apropriados, especialmente por intermédio dos programas de educação e de informação, em reforçar o respeito e o apreço de seu povo pelo patrimônio cultural e natural definido nos artigos 1 e 2 da Convenção.
2. Os Estados-parte se comprometem a informar de forma ampla o público sobre as ameaças que pesam sobre o patrimônio e sobre as atividades empreendidas em aplicação à presente Convenção.
Aqui no Brasil, o IPHAN concebe educação patrimonial como todos os processos educativos que primem pela construção coletiva do conhecimento, pela dialogicidade entre os agentes sociais e pela participação efetiva das comunidades detentoras das referências culturais onde convivem noções de patrimônio cultural diversas.
O IPHAN busca formas de implementar uma postura educativa em todas as suas ações institucionais. Isso significa que o IPHAN espera que cada vez mais suas representações espalhadas por todo o território nacional, funcionem como centros de diálogo e construção conjunta com a sociedade de políticas de identificação, reconhecimento, proteção e promoção do patrimônio cultural. O projeto Casas do Patrimônio é a principal iniciativa nesse sentido. 
A Coordenação de Educação Patrimonial – CEDUC, sediada em Brasília, centraliza, apoia e divulga as informações a respeito das ações desenvolvidas em todo o país voltadas para a educação patrimonial. É também responsável pelo apoio à rede de agentes educativos dedicados ao patrimônio cultural, nas regionais do IPHAN e na articulação com setores da sociedade civil, estados e municípios.
A UNESCO
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi criada em 16 de novembro de 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as nações, acompanhando o desenvolvimento mundial e auxiliando os Estados-Membros – hoje são 193 países – na busca de soluções para os problemas que desafiam nossas sociedades. É a agência das Nações Unidas que atua nas seguintes áreas de mandato: Educação, Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Cultura e Comunicação e Informação.
Cultura - Fundamento da identidade, da energia e das ideias criativas dos povos, a cultura, em toda sua diversidade, é fator de desenvolvimento e coexistência em todo o mundo. Nesse sentido, a UNESCO elabora e promove a aplicação de instrumentos normativos no âmbito cultural, além de desenvolver atividades para a salvaguarda do patrimônio cultural, a proteção e o estímulo à diversidade cultural, bem como o fomento ao pluralismo e ao diálogo entre as culturas e civilizações.
A Representação da UNESCO no Brasil foi estabelecida em 1964 e seu escritório, em Brasília, iniciou suas atividades em 1972, tendo como prioridades a defesa de uma educação de qualidade para todos e a promoção do desenvolvimento humano e social. Desenvolve projetos de cooperação técnica em parceria com o governo – União, estados e municípios –, a sociedade civil e a iniciativa privada, além de auxiliar na formulação de políticas públicas que estejam em sintonia com as metas acordadas entre os Estados Membros da Organização.
No Brasil, a UNESCO tem atuado em cooperação com as autoridades e instituições nacionais em diversas iniciativas para a preservação do patrimônio cultural, seja no apoio à preservação do Patrimônio Mundial e no fortalecimento dos museus, bem como na salvaguarda do rico patrimônio imaterial brasileiro. Também colabora para a proteção e a promoção da diversidade cultural do país, em atividades de formação e elaboração de políticas culturais nas áreas do artesanato, das indústrias culturais e do turismo cultural, entre outras.
O PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL DA HUMANIDADE
Cabe aos países signatários da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural, de 1972, indicarem bens culturais e naturais a serem inscritos na lista do Patrimônio Mundial. Os locais da lista podem obter fundos do World Heritage Fund sob determinadas condições. As informações sobre cada candidatura são avaliadaspor comissões técnicas, sendo a aprovação final feita anualmente pelo Comitê do Patrimônio Mundial, integrado por representantes de 21 países. O Brasil assinou a convenção em 1977.
A salvaguarda do Templo de Abu Simbel no Egito, quando o monumento, numa gigantesca operação patrocinada pela UNESCO foi transferido de um local para outro devido a inundação da represa de Assuã, na década de 1960, incentivou outras campanhas de proteção. A UNESCO, então, iniciou, com o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), uma convenção para proteger o Patrimônio Mundial da humanidade.
Em 2011, um total de 936 sítios estavam listados pela UNESCO, sendo 725 culturais, 183 naturais e 28 mistos, em 153 países. A Europa e os Estados Unidos, contudo, lideram a lista com quase 50% dos patrimônios reconhecidos pela UNESCO.
A conservação do Patrimônio Mundial é um processo contínuo. Se um país não protege os locais inscritos, corre o risco de ter tais locais retirados da Lista do Patrimônio Mundial. Os governos desses países devem informar periodicamente o Comitê do Patrimônio Mundial sobre o seu estado de conservação, que imediatamente inclui o referido patrimônio na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo para, assim, buscar-se, junto à comunidade mundial, soluções para a situação.
CARTAS PATRIMONIAIS
Medidas administrativas foram adotadas há bastante tempo em antigos impérios e reinos para a proteção de edificações importantes para suas sociedades. A partir do século XIX um pensamento mais estruturado sobre a proteção do patrimônio cultural começa a ser organizado. Contudo, somente no início do século XX que posturas, legislações e atitudes mais abrangentes e concretas são postas em prática.
Em 1931, surge a Carta de Atenas, que discute a racionalização de procedimentos em arquitetura e propõe normas e condutas em relação à preservação e conservação de edificações, para terem caráter internacional e para garantirem a perpetuação das características históricas e culturais nos monumentos a serem preservados. As técnicas e as teorias dominantes a cada momento da evolução do pensamento preservacionista, muitas vezes possibilitaram a descaracterização de prédios de valor histórico, ao permitirem certas adaptações de técnicas construtivas ou ao consentirem na modernização de instalações para a readequação dos espaços às demandas da vida moderna. Os documentos gerados inicialmente, em geral, não têm maior grau de observância com a explicitação de detalhes para o restauro ou para outras intervenções nos monumentos de patrimônio histórico. 
Assim, com a evolução do pensamento e frente a avaliações de casos ocorridos, outras regulamentações e orientações foram sendo editadas, no esforço de controle das modernizações que eram introduzidas pelas intervenções, e para o equacionamento de diretrizes de resgate da memória e da cultura na conservação do patrimônio edificado. Uma maior e mais criteriosa abordagem sobre restauro aconteceu em 1964 com a elaboração da Carta de Veneza - Carta Internacional do Restauro. 
	As cartas, ao longo do tempo, permanecem atuais e são complementadas por novas normas e recomendações que nos descortinam novos ou mais amplos procedimentos na preservação do patrimônio cultural.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Principais Cartas Patrimoniais:
Carta de Atenas-1931 - Sociedade das Nações 
Recomendação de Nova Delhi 
Recomendação Paris 1962 
Carta de Veneza-1964 
Normas de Quito 
Compromisso Brasília-1970 
Compromisso Salvador-1971 
Declaração de Estocolmo 
Declaração de Amsterdã 
Recomendações de Nairóbi 
Carta de Machu Picchu 
Declaração do México
Carta da Itália - 1987 
Carta de Washington 1987 
Recomendação Paris 1989 
Carta do Rio-2012 
Conferência de Nara 
Carta Brasília-1995 
Carta de Mar del Plata 
A Carta de Atenas - A Carta de Atenas foi elaborada durante o I Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos em Monumentos (1931) e teve como temática a longevidade dos monumentos históricos, considerados como susceptíveis à ação ameaçadora dos agentes atmosféricos. Visando proteger os monumentos dessa ação degeneradora, a Carta recomenda que seja realizado o monitoramento constante das condições físicas dessas construções. Esse documento norteou os princípios gerais e as doutrinas relativas à proteção dos monumentos da restauração moderna. A Carta recomenda a adoção de diretrizes de caráter interdisciplinar - sugerindo a interação entre conservadores de monumentos, arquitetos, físicos, químicos - e a ampla divulgação dessas diretrizes. Esse fato evidencia que a conservação preventiva começava, embrionariamente, a ser pensada de modo cientifico. Ela também salientou a importância do papel da educação quanto o respeito aos monumentos, solicitando que os educadores habituassem a infância e a juventude à não danificação dos mesmos, quaisquer que esses fossem.
A Carta de Veneza - A Carta de Veneza, por sua vez, foi elaborada no II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos (1964) e contribuiu para o progresso da conservação preventiva ao incluí-la, ainda que indiretamente, nas diretrizes políticas do patrimônio cultural, reafirmando a relevância dos bens culturais e introduzindo a noção de conservação. Esse documento destaca os resultados obtidos pela Carta de Atenas de 1931, tais como: a publicação de vários documentos sobre preservação e conservação de monumentos e a criação, pela UNESCO, do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens Culturais. Essa Carta reafirma o caráter científico da conservação preventiva, ao definir a conservação como sendo disciplina responsável pela salvaguarda do patrimônio monumental por meio da manutenção permanente e da associação das técnicas proveniente de várias ciências. Esse caráter científico também pode ser verificado no artigo 16º dessa Carta, onde é mencionado que as atividades práticas desenvolvidas pela conservação serão sempre documentadas em relatórios analíticos e críticos, ilustrados com desenhos e fotografias e colocados à disposição dos pesquisadores nos órgãos públicos.
A Carta da Itália - Em 1987, a Carta Italiana foi apresentada no Congresso Internacional sobre Bens Culturais e Ambientais. Ela consolida "Carta Italiana de Restauro" de 1972, apresentando definições afins à conservação preventiva, quais sejam: conservação, prevenção, salvaguarda, manutenção e restauração. Ratifica a inter-relação existente entre esses conceitos, colocando que a conservação e restauração podem não acontecer unidas e simultâneas, mas são complementares e, de toda forma, um programa de restauração não pode prescindir de um adequado programa de salvaguarda, manutenção e prevenção.
O ICOMOS
ICOMOS é uma organização civil internacional, o International Council on Monuments and Sites – Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, ligada à UNESCO, tendo como uma de suas atribuições o aconselhamento no que se refere aos bens que receberão classificação de Patrimônio Cultural da Humanidade. O ICOMOS foi criado em 1964, durante o II Congresso Internacional de Arquitetos, em Veneza, ocasião em que foi escrita a Declaração Internacional de Princípios norteadores de todas as ações de restauro- “Carta de Veneza, da qual o Brasil também é signatário. Atualmente com 7.500 associados em cerca de 110 países, organizados em Comitês Nacionais, nos cinco continentes, o ICOMOS INTERNATIONAL é administrado por uma Secretaria Executiva sediada em Paris.
Tem como órgão decisório principal a Assembleia Geral convocada a cada três anos, com a competência exclusiva de eleger a Diretoria, os membros do Comitê Executivo e promover a alteração dos Estatutos.
O ICOMOS desenvolve ampla atividade no campo doutrinário – formação, publicações, turismo cultural e arqueologia, entre outros – desenvolve técnicas, princípios e políticas de conservação, proteção e reabilitação do Patrimônio Cultural nos países membros.
Uma rede de ComitêsTemáticos Especializados, órgãos técnicos consagrados ao estudo de problemas particulares aborda temas como: arquitetura de terra, pedra, madeira, patrimônio sub-aquático, Ilhas do Pacífico, treinamento, patrimônio do século XX, paisagens culturais, fortificações e patrimônio militar, interpretação de sítios culturais, documentação patrimonial, gestão do patrimônio arqueológico, arquitetura vernacular, vilas e cidades históricas, financiamento e administração, rotas culturais, turismo cultural, patrimônio polar. A inscrição nestes Comitês Temáticos é facultada a todos associados, por indicação dos Comitês Nacionais. 
O ICOMOS/BRASIL é o Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, ICOMOS – uma associação civil, não-governamental, atualmente com sede em Curitiba – PR, que congrega pessoas atuantes nas áreas públicas e privadas voltadas à conservação, restauração e valorização dos monumentos, dos conjuntos e dos sítios naturais e da proteção de bens de valor cultural. Foi fundada em 17 de agosto de 1978 no Rio de Janeiro, e registrado em 2 de maio de 1980 em Brasília, capital da República. 
MUSEUS
Mouseion – Casa das Musas. Os museus como locais de preservação de objetos com finalidade cultural é muito mais antiga. Na definição do International Council of Museums (ICOM, 2001), "uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade".
Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que nasceu junto com a própria humanidade. Desde a Antiguidade remota o homem, por infinitas razões, coleciona objetos e lhes atribui valor, seja afetivo, cultural ou simplesmente material, o que justifica a necessidade de sua preservação ao longo do tempo. Milhares de anos atrás já se faziam registros sobre instituições vagamente semelhantes ao museu moderno funcionando. Entretanto, somente no século XVII se consolidou o museu mais ou menos como atualmente o conhecemos. Depois de outras mudanças e aperfeiçoamentos, hoje os museus, que já abarcam um vasto espectro de campos de interesse, se dirigem para uma crescente profissionalização e qualificação de suas atividades, e se caracterizam pela multiplicidade de tarefas e capacidades que lhes atribuem os museólogos e pensadores, deixando de ser passivos acúmulos de objetos para assumirem um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito à diversidade cultural, e no incremento da qualidade de vida. Porém, muitos dos conceitos fundamentais que norteiam os museus contemporâneos ainda estão em debate e precisam de clarificação.
Fontes:
http://www.iphan.gov.br
http://www.google.com.br
www.cpdoc.fgv.br 
http://www.historiaehistoria.com.brr 
http://jus.com.brr 
http://pt.wikipedia.org
http://www.icomos.org.bR
http://blogs.mp.mg.gov.br
http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br
www.unesco.org.br 
www.cultura-alentejo.pt 
www.sigep.cprm.gov.br 
FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra C. A. Patrimônio Histórico e Cultural. Ed.Jorge Zahar Editor: RJ. Col. Passo a passo. 2006.
LEMOS. Carlos A. C. O que é Patrimônio Cultural. 2ª Ed. Ed. Brasiliense: SP. Col. Primeiros Passos. 2010.

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