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DIREITOS FUNDAMENTAIS - Carlos Rátis - Resumo para a 1ª Prova

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DIREITOS FUNDAMENTAIS
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira
CONCEITO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS – A expressão de Direitos Fundamentais é uma expressão oitocentista (Século XVIII), originada no período do contratualismo, que é a relação jurídico-política entre o cidadão e o Estado. Nessa época ainda havia como força os Direitos Naturais, e com a onda contratualista houve a mudança de paradigma que termina por consolidar os Direitos Fundamentais.
 Os contratualistas, não só na França mas em toda a Europa, defendiam pactos que eram um conjunto de direitos e deveres fundamentais entre o cidadão e o Estado, onde o cidadão nessa relação com o Estado não é titular apenas de direitos (já que o cidadão se deparava com déspotas declarados, oligarquias e juntas irresponsáveis) e sim também um cumpridor deveres com o Estado, através das Constituições. Homens como Jean Jacques Rousseau (“O Contrato Social”) e Montesquieu (“O Espírito das Leis”) deram a ideia de que são as ideias humanas que modificam de fato a sociedade, contribuindo para a substituição dos Direitos Naturais para os Direitos Fundamentais.
 Podemos concluir que os Direitos Fundamentais são considerados os direitos essenciais ao bem estar do cidadão devidamente reconhecidos pelo Estado, sendo fruto do exercício da soberania e opção política de cada Estado.
OBS: Os Direitos Fundamentais nascem quando tem que nascer e se extinguem quando é apropriado.
DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS – Enquanto os Direitos Fundamentais variam por Estado de acordo com sua opção e vontade política considerando o que é essencial ao bem estar do cidadão, independente de ser aceito ou não internacionalmente (extirpação do clitóris em adolescentes pode ser um direito fundamental em certo Estado mas não é reconhecido/tolerado internacionalmente), a expressão Direitos Humanos está enraizada pela perspectiva universalista (rompimento de barreiras) , sendo os direitos essenciais à condição humana, imprescindíveis a existência da dignidade humana.
 Direitos Fundamentais seriam os direitos humanos positivados em cada Estado, onde no âmbito do Direito Internacional é utilizado o termo Direitos Humanos, havendo uma aproximação de ambos os direitos (Fundamentais se aproxima dos Direitos Humanos) devido ao universalismo e rompimento do contratualismo, respeitando as individualidades e identidade de cada país (língua, história, cultura, etc).
 Alguns economistas creem que os Direitos Fundamentais são ditados pelas forças econômicas e políticas que estão com o poder.
 OBS: Os Direitos Humanos podem ser considerados anteriores à existência do próprio Estado, devendo ser protegidos independente da situação vivenciada pelo Estado.
DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - Além do termo dimensões, o uso de geração também é aceito, porém, terminologicamente, é preferido o uso do termo dimensões dos direitos fundamentais em face a própria essência dos Direitos Fundamentais, já que os mesmos estão em constante transformação e são redimensionados ao decorrer da história.
1º DIMENSÃO - Ocorre durante 1789, no período da Revolução Francesa e é marcada pela ênfase e premissa nos Direitos à Liberdade (seguindo a tríade filosófica revolucionária de liberdade, igualdade e fraternidade), tendo como contexto econômico o Liberalismo (visavam o afastamento do Estado nas relações econômicas, vide Smith, Say e Ricardo). O Direito á Liberdade então acaba por consagrar os Direitos de Defesa/Liberdades Negativas (tendo como exemplo o Direito da Propriedade), buscando assim a liberdade de expressão, religiosa e de associação e os Direitos Individuais como prioridade. A Constituição Imperial de 1824 se baseou nessa dimensão.
2º DIMENSÃO – Tem como marco inicial a Revolução Industrial (1850 na Inglaterra), que acaba propiciando um novo cenário econômico mundial, surgindo novos anseios pelo cidadão em relação ao Estado, exigindo direitos além do da liberdade devido às relações de trabalho, luta dos movimentos sindicalistas e a exploração do trabalhador, para que o Estado garantisse a igualdade entre os cidadãos, tendo como prioridade os Direitos Prestacionais/Liberdades Positivas e Sociais (A Constituição Mexicana de 1917, Weimar em 1919), como o Direito à Educação.
 No início do Século XX com a quebra da bolsa de valores em 1929, a implantação do New Deal por Roosevelt e a ideologia de Keynes possibilitou a ampliação do intervencionismo estatal, substituindo o liberalismo como principal vertente econômica.
OBS: Os Direitos Fundamentais se dividem em Defesa e Prestação, onde os Direitos Fundamentais de Defesa são as obrigações de não fazer e os Direitos Fundamentais de Prestação são as obrigações de fazer.
3º DIMENSÃO – Com o final da Segunda Guerra Mundial em 1945, a reconstrução da Europa com Plano Marshall e a divisão do mundo em dois grandes blocos, passaram a existir novas Constituições que protegiam novos Direitos Fundamentais relacionados à fraternidade, que eram normas que tratavam dos Direitos Transindividuais, tendo como exemplo de temáticas o Direito do Consumidor e do Meio Ambiente. 
4º DIMENSÃO – Idealizada pela doutrina de Bobbio, a quarta dimensão no livro “A Era dos Direitos”, é originada a partir dos avanços da engenharia genética nos anos 80 e 90, que tratam de temas como os limites da inseminação artificial, da clonagem e da possibilidade de selecionar aspectos genéticos dos filhos. Paulo Bonavides crê que a quarta dimensão retraria a cooperação entre as comunidades internacionais, vide o Artigo 4º da CF/88.
5º DIMENSÃO – Paulo Bonavides acredita que a quinta dimensão retrata a preocupação com o Direito à Paz e os atos de terrorismo (pontapé inicial graças ao atentado às Torres Gêmeas em 2001). O STF tem como entendimento consagrado e majoritário o reconhecimento das 3 dimensões de forma pacífica, enquanto em relação a quarta e quinta dimensão depende da doutrina utilizada de certos autores. 
 Os Direitos à Liberdade e Individuais ainda são contemplados e redimensionados na quinta dimensão, como o direito de livre locomoção e de liberdade de expressão. 
 Atualmente, o excesso de garantias estabelecidas na Constituição em relação à Direitos Individuais e Sociais que não puderam ser cumpridas, acabou gerando um Estado de Mal Estar Social (Crise do Bem Estar Social), onde a Constituição é como se fosse um Cavalo de Troia, pois traz em tese inúmeros benefícios mas o Estado não é capaz de cumpri-los devido aos altos custos dos Direitos Sociais.
 A falta de recursos acaba por gerar consequências drásticas como um Estado Policialesco (toques de recolher, quantidade absurda de câmeras de segurança, restrição de certos Direitos Individuais, etc).
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
HISTORICIDADE – Os Direitos Fundamentais são históricos porque fazem parte de momentos e eventos históricos e se originam, se perpetuam e morrem quando devem e em situações marcantes para a história.
IMPRESCRITÍBILIDADE – Os Direitos Fundamentais são imprescritíveis porque o seu desuso não poderá implicar a falta de proteção junto ao Estado, não havendo prejuízos em face a sua invocação ao longo do tempo. A imprescritibilidade diz respeito à possibilidade dos Direitos Fundamentais serem exercidos e aplicados por seus titulares, independentemente do tempo legal ou de algum prazo.
INALIENABILIDADE – São inalienáveis porque os Direitos Fundamentais não podem ser desprezados por seus titulares, onde medidas coercitivas podem e devem ser tomadas para que os Direitos Fundamentais sejam exercidos e cumpridos. Um exemplo disso é a questão de educação, onde os pais devem prezar pela educação das crianças e adolescentes, onde cabe ao Estado punir os pais pela conduta de abandono intelectual (Artigo 246, CP/40) para que assim seja garantida a aplicação dos Direitos Fundamentais.
        Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
 A perspectiva de inalienabilidade pode alterar, como por exemplo, no caso de um analfabetototal que se recusa a se matricular em uma instituição de ensino. Nessa situação, o indivíduo não sofrerá uma sanção, mas sim restrições no uso dos seus Direitos Fundamentais.
RELATIVIDADE – Deve-se observar uma eficácia horizontal entre os Direitos Fundamentais, já que nenhum direito fundamental pode ser considerado absoluto (nem mesmo o Direito à Vida, podendo sofrer mitigação, previstas no Código Penal em relação ao Direito à Vida do nascituro em casos de estupro). Podemos concluir então que todos os Direitos Fundamentais estão no mesmo patamar, dependendo de algumas técnicas utilizadas pelo judiciário para que um direito fundamental prevaleça sobre o outro em caso de conflito (Liberdade Religiosa x Direito á Vida no caso de transfusão de sangue para uma Testemunha de Jeová). Nos Direitos Fundamentais não há hierarquia normativa, mas sim hierarquia axiológica.
OBS: Boa Técnica são passos adotados pelos tribunais previamente estabelecidos que devem ser observados para que seja tomada uma decisão para a solução de conflitos entre Direitos Fundamentais. 
TEORIA DA INDIVISIBILIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – Até meados do Século XX (Término da Segunda Guerra), prevalecia a Teoria da Progressividade dos Direitos Fundamentais, que consistia no fato de que os Direitos Fundamentais relativos às liberdades eram prioridade e, se possível, os Direitos Sociais seriam atendidos, onde as Constituições promulgadas antes da Segunda Guerra adotavam a Teoria da Progressividade. Com o fim da Guerra (especialmente em 1969) houve uma mudança de paradigma de progressividade para indivisibilidade, através do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais (PIDESC de 69).
 Essa premissa da indivisibilidade seria que os Direitos Fundamentais formam um todo uno, indivisível e indissociável, ou seja, não é permitido o estabelecimento de hierarquizações dos Direitos Fundamentais. A indivisibilidade dos Direitos Fundamentais é o que vai consolidar a manutenção da eficácia horizontal. Um exemplo disso seria a Liberdade à Profissão, que depende de um Direito Social, que é o direito à educação.
 A CF/88 deixa explícita em seu Parágrafo 1º do Artigo 5º a teoria da indivisibilidade e não hierarquização dos direitos fundamentais.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
TEORIA DA RESERVA POSSÍVEL - Teve origem em um julgamento proferido pelo Tribunal Constitucional Alemão discutindo o acesso ao ensino superior junto às instituições públicas quando o referido órgão considerou que havia o direito de acesso ao ensino superior, mas que, em decorrência de limitações fático-orçamentárias, esse direito não seria efetivado naquele momento, surgindo pois a denominada Teoria da Reserva do Possível, que foi disseminada em toda a Europa e nos EUA. Ou seja, a Teoria da Reserva Possível traduz na alegação de impossibilidade do Estado no cumprimento dos Direitos Fundamentais em face às limitações fático-orçamentárias, temporárias, dentre outras.
 É o Estado dizendo ao cidadão que o mesmo tem o Direito mas não pode atendê-lo imediatamente devido à situações orçamentárias, temporais, econômicas ou sociais. Tal teoria ganhou tamanha força que alguns Estado passaram a não lutar pela aplicação e exercício dos Direitos Fundamentais, gerando um “relaxamento do Estado” em relação a manutenção e proteção dos Direitos Fundamentais. 
 Entretanto, a visão contemporânea da efetividade dos Direitos Fundamentais motivou o redimensionamento dessas expressões, fazendo com que a expressão “Reserva do Possível” seja substituída pela expressão Possível da Reserva O Possível da Reserva (forma atual de aplicação da Teoria da Reserva Possível) diz respeito ao fato do cidadão constatar que ele também é responsável pela participação das políticas públicas, devendo analisar e perceber os limites do Estado. 
TEORIA DO MÍNIMO EXISTENCIAL - Nesse mesmo período surgem os defensores do Mínimo Existencial, correspondendo a proteção de um padrão de eficácia mínimo de cada Direito Fundamental. Em outras palavras, o mínimo existencial visa criar um escudo protetor em relação aos argumentos da Reserva Possível. Na contemporaneidade, houve a substituição da expressão Mínimo Existencial pela expressão Máximo Existencial, na medida em que o cidadão deve buscar a máxima efetividade sempre e não continuar numa postura acomodada, pouco ambiciosa e de mínimos.
 A Teoria do Mínimo Existencial foi idealizada nos EUA e entrava em conflito com a Teoria da Reserva Possível, pois eles acreditavam que apesar da incapacidade do Estado em fornecer certos Direitos Fundamentais, o Estado ainda tinha a função de suprir o cidadão com um substrato mínimo para que os Direitos Fundamentais não se encerrassem, tendo como exemplo a manutenção de um sistema educacional (não necessariamente decente) e o salário mínimo.
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO SOCIAL – Os princípios constitucionais implícitos possuem a mesma força dos expressos. Tal princípio surgiu para assegurar e garantir a manutenção dos Direitos Sociais. O princípio da Proibição do Retrocesso Social está mais ligado aos Direitos Sociais, pelo fato dos mesmos serem Direitos Prestacionais (obrigação de fazer) e serem também mais custosos. 
Afinal, se já foi garantido uma proteção a certos Direitos Fundamentais, não podemos mais extingui-los, mas sim prezar pela manutenção e/ou maior blindagem dos Direitos Fundamentais já conquistados.
 Atualmente, se discute bastante nos Tribunais Constitucionais os limites da proibição do retrocesso social em relação a direitos como a previdência, o pagamento dos salários públicos, se submetendo a redução ou não funcionamento do serviço, devido a falta de dinheiro e recursos, já que em tese, a economia não pode entrar em entraves sobre discussões jurídicas apenas teóricas.
MODALIDADES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – Apesar de estarem presentes no Título II da CF/88, os Direitos Fundamentais não se esgotam nessa parte, estando presentes em outras “microconstituições” de Direitos Fundamentais dentro da CF/88. 
 O texto constitucional é formado ora por Direitos, que são normas declaratórias (que atestam, afirmam os Direitos Fundamentais), e ora por Garantias, que são normas assecuratórias (que protegem os Direitos Fundamentais), que seriam os remédios/ações constitucionais. O próprio artigo 5º, parágrafo 2º, é conhecido como Cláusula de Abertura dos Direitos Fundamentais/”Norma Porteira”, que diz que além dos Direitos presentes nesta CF, devemos observar os direitos presentes nas normas infraconstitucionais e em tratados internacionais, chamado de Bloco de Constitucionalidade (conjunto de normas que circundam o texto constitucional ), servindo de referência para a interpretação da própria Constituição.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS (ARTIGO 5º DA CF/88) – A CF/88 buscou retratar mais os Direitos do que os Deveres, havendo uma sistematização do direito, o que não ocorre com os deveres, já que quando foi promulgada, a CF/88 buscava esquecer o período da Ditadura Militar (64-85), que focava muito mais nos deveres do que nos Direitos.
 Os Direitos Individuais, originados na 1º Dimensão, são as liberdades negativas (obrigação de não fazer), cujos principais Direitos Individuais estão presentesno caput do Artigo 5º da CF/88, não havendo hierarquia entre os direitos individuais (eficácia horizontal). Tais direitos não se esgotam no Artigo 5º.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE, nos termos seguintes:
EM RELAÇÃO À VIDA - Alguns autores acreditam que a vida passa a ser protegida quando há uma ligação entre o córtex cerebral e a medula, onde o nascituro já manifesta ações voluntárias. A personalidade surge com o nascimento com vida, devendo ser resguardados o direito ao nascituro, onde o CC/02 adota a teoria concepcionista, dizendo que a vida deve ser protegida desde a concepção. Jurisprudencialmente, a discussão nos tribunais é que a proteção do Direito à Vida se dá a partir da nidação.
 No texto capital, a pena de morte está prevista em casos de Guerra declarada no Artigo 5º, Inciso XLVII. 
XLVII - não haverá penas:
de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
 
Porém, em razão do Brasil integrar o Tribunal Penal Internacional (cujo Estatuto de Roma não permite, em nenhuma hipótese a pena de morte), não poderia ele, em caso de guerra declarada, aplicar a pena de morte, em razão do Artigo 4º da CF/88. Ainda não existe ato julgado sobre pena de morte no Brasil pelo fato de que nunca houve tal discussão no STF.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
II - prevalência dos direitos humanos;
OBS: Havendo conflito entre norma internacional e norma interna, a norma que possuir maior benefício aos Direitos Humanos será a que prevalecerá, com base no Artigo 5º, Inciso LXVII, que trata sobre a prisão civil, onde o STF se baseou no Pacto Internacional de San José na Costa Rica, o Pacto Civis e Políticos.
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
DIREITO À LIBERDADE – Não podemos admitir uma hierarquização entre as liberdades, aplicando sempre a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, não podendo-se admitir um direito fundamental absoluto. Existem diversas manifestações de liberdades sejam expressas ou implícitas na CF/88. O Artigo 5º traz um rol bastante didática. 
 O Direito à Liberdade foi acentuada e concentradas entre a primeira dimensão (Revolução Francesa até a Revolução Industrial), sendo a liberdade a premissa orientadora da primeira dimensão. Entretanto, em todas as dimensões vamos encontrar novas e diferentes manifestações de liberdade, mantendo as “antigas” manifestações. Um exemplo de manifestação contemporânea de liberdade foi quando a Associação dos Ateus fez uma comparação entre Hitler e Chaplin, gerando uma ação judicial para que não houvesse a veiculação dessa propaganda. A questão da liberdade gira em torno de conflitos e redimensionamentos, sendo a colisão entre direitos fundamentais uma constância.
 Liberdade também não deve se confundir com a obrigação de exercer tal liberdade, onde você pode ou não exercê-la.
OBS: As liberdades, como qualquer direito fundamental, são contidas e limitadas, devendo ser utilizadas com bastante responsabilidade (Casalda Nabais, respeito aos direitos e deveres fundamentais), onde além de observarmos os direitos fundamentais, devemos também observar os deveres fundamentais, pois a efetividade dos direitos ultrapassam o cumprimento dos deveres. O exercício das liberdades deve observar o cumprimento dos deveres por parte do titular.
-Liberdade de Expressão (Artigo 5º, Inciso IV): É uma norma de eficácia plena, pois não há necessidade de posterior legislação para que a liberdade de expressão seja exercida, limitando através da vedação do anonimato tal liberdade, com a intenção de evitar abusos desse poder, sendo uma garantia preventiva para que não haja a violação do direito de liberdade de expressão. Assim será possível descobrir a autoria para que uma pessoa que tenha sido prejudicada possa se manifestar em defesa, sabendo quem foi o responsável (A OAB não admite denúncias anônimas). Existem vias excepcionais, como o Disk Denúncia, que deve ser posteriormente apurada para que seja realizada alguma ação.
 Uma polêmica da liberdade de expressão é a possibilidade de divulgação de mentiras sobre determinado indivíduo, onde há a possibilidade do mesmo se defender e buscar a apuração de tais alegações. O Estado não pode confirmar censuras prévias.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
-Liberdade de Consciência, Crença e Religião (Incisos VI, VII, VIII, Artigo 5º): Estamos diante do objeto de consciência, também conhecido como escusa de consciência e imperativo de consciência (inciso VIII), que é o direito de resistência do indivíduo em cumprir uma obrigação que a todos é imposta, sendo um exercício de liberdade de crença, consciência e religião, onde ao invocarmos motivos políticos, sensoriais e religiosos, ele se exime de cumprir certos deveres, tendo como exemplo o Artigo 143, Parágrafo 1º da CF/88, onde caso o indivíduo não preste o serviço alternativo, ele não poderá exercer seus direitos políticos, sofrendo uma série de restrições.
 O imperativo de consciência também não pode ser uma liberdade absoluta, onde, por exemplo caso a administração pública informe a um candidato adventista que não pode remarcar a data de um exame sábado, alegando que há limites para a administração.
 É importante frisar que o texto constitucional nos incisos VI-VIII deixa claro que não deve haver privilégios a nenhum movimento religioso, como está previsto no inciso VII.
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;  
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
-Liberdade Intelectual (Inciso IX): É o direito de um acadêmico para dizer, pensar, ensinar e escrever sobre qualquer coisa que ele ou ela deseja. Mais comumente é concedido a professores titulares universitários. Liberdade intelectual é uma forma de garantir que os acadêmicos ensinando e trabalhando nos níveis avançados não ser vítima de política. 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
-Liberdade de Ofício (Inciso XIII): É a liberdade do indivíduo de exercer qualquer trabalho/profissão, atendendo as devidas qualificações, como por exemplo, um advogado para exercer sua profissão, necessitar do bacharelado em direito e da aprovação no Exame da Ordem. Porém, a partir do momento que a norma infraconstitucional inviabiliza a liberdade de ofício, tal norma passa a ser questionada.
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificaçõesprofissionais que a lei estabelecer;   
-Liberdade de Informação (Inciso XIV): A CF/88 diante de um cenário ultrapassado da Ditadura Militar, onde havia uma censura diante de certas informações á população, garantiu no Inciso XIV do Artigo 5º, a liberdade de informação, estabelecendo como remédio constitucional (garantias repressivas) o habeas data, que é a ação que assegura o livre acesso de qualquer cidadão a informações a ele próprio relativas, constantes de registros, fichários ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
 O direito à liberdade de informação não é absoluto, pois não se deve infringir o direito à intimidade e à privacidade, onde o acesso de informação deve observar o sigilo profissional. Como por exemplo na relação entre advogado e cliente, onde em nenhuma hipótese é possível a divulgação de informações envolvidas no sigilo entre as partes, independente de autorização por parte do cliente.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
-Liberdade de Locomoção (Inciso XV): É um direito basilar, presente desde a Magna Carta de 1215, que é o direito de ir, vir e permanecer, onde caso tal direito seja prejudicado, outros direitos também serão violados, tendo como remédio constitucional o habeas corpus. Por maior que seja a abrangência da liberdade de locomoção, ela também se submete a limitações, como por exemplo as limitações circunstanciais em Estados de Guerra, Sítio ou Intervenção Federal, com o intuito de proteção do próprio indivíduo. 
 Em Estado de guerra declara, há a hipótese de estado de sítio, onde o decreto presidencial poderia elencar hipóteses não previstas na CF. A liberdade de locomoção sofre contenções necessários em momentos de instabilidade, sendo ativa em situações de paz.
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
-Liberdade de Reunião (Inciso XVI): O Direito de Reunião assegurado no texto constitucional não é qualquer reunião. Reunião é um encontro de mais de duas ou mais pessoas, onde o encontro do Inciso XVI deve preencher determinados requisitos para que se possa dizer que o direito de reunião tenha sido violado, pois a mesma reunião só poderá ser realizada em espaços abertos ao público ou bens públicos de uso comum, que não precisam de prévia autorização para serem utilizados, como por exemplo uma praça, necessitando apenas de uma prévia comunicação de dia, horário e local à autoridade competente (quem marcar primeiro, terá o privilégio de sediar a reunião), sendo uma reunião pacífica, que não instigue a violência. Não são espaços públicos/bens públicos de uso especial, como uma autarquia, onde para que houvesse uma reunião, seria necessário uma autorização prévia. Ou seja, podemos concluir que o Inciso XVI se aplica apenas a bens públicos de uso comum e não bens públicos de uso especial. 
OBS: A reunião não deve inviabilizar o exercício de outros direitos, como quando uma reunião acaba bloqueando a passagem de uma rua com a queima de pneus, não sendo mais uma reunião, pois está inviabilizando a liberdade de locomoção.
OBS: O aviso deverá ser feito de várias formas, contanto que seja possível comprovar seu aviso.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
LIMITE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – Trata-se do estudo das regras de limitações aos Direitos Fundamentais e, sobretudo, os requisitos estabelecidos para a verificação da constitucionalidade dos limites aos direitos fundamentais. O objetivo é a forma de como será controlado os direitos fundamentais e possíveis limites, onde cabe a doutrina a verificação da constitucionalidade ou não da limitação (iniciado pelo TCF Alemã em sua LF/49).
 Se todo direito fundamental por concordância poderá ser limitado, compete a nossa geração (geração anterior tinha que justificar e sustentar a existência de certos direitos fundamentais) assegurar a efetividade dos direitos fundamentais (síndrome da inefetividade dos direitos fundamentais) e controlar a forma que o Poder Público poderá controlar os limites dos direitos fundamentais, como os direitos sociais, através do MI, ADPF, etc. A doutrina costuma dizer que ninguém amanhece lembrando agradecendo pelo Artigo 5º, Inciso XIII, a não ser que sinta que tal direito é violado, daí segue a importância desse estudo dos limites.
PRESSUPOSTO PARA O ESTUDO DOS LIMITES 
I: Toda e qualquer limitação ao direito fundamental será permitida tão somente quando ambicionar a proteção de outro direito fundamental ou interesse constitucionalmente protegido. A ideia não é convencer o outro da limitação dos direitos fundamentais, mas sim admitindo tais limitações quando a mesma tender/ambicionar os outros DFs ou questões constitucionalmente protegidas. A liberdade de ofício e profissão pode ser limitada por uma lei infraconstitucional, que no caso condiciona o exercício da advocacia a aprovação no Exame da Ordem.
II: A limitação deve estar prevista na própria CF/88, ainda que de forma implícita. É impossível que a CF seja capaz de explicitar todas as formas de conflito ou limites, sendo admitidas também o uso de limitações implícitas. Se o legislador extingue a possibilidade de culto, será um ato inconstitucional, ainda que o mesmo encontre um limite implícito.
III: É a constatação de que todo Direito Fundamental é restringível. O Direito à Vida, inclusive, pode ser restringido em casos de guerra declarada. A doutrina é unânime em reconhecer que todo e qualquer direito fundamental pode ser restringido. 
OBS: Norberto Bobbio não admite restrições ao direito fundamental de não ser torturado e não sofrer penas cruéis.
ESPÉCIES DE LIMITES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – São tipologias aceitas pela doutrina e jurisprudência brasileira.
-Limitações Diretas: são restrições estabelecidas diretamente pelo texto constitucional que decidiu ele próprio fixar a restrição ao invés de delegá-la ao legislador infraconstitucional, tendo como exemplo o Artigo 5º, XXV e LI.
 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;.
 LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
-Limitações Autorizadas ao Legislador: Coincide com as normas de eficácia contida ou restringível e refere-se às autorizações expressamente feitas pelo constituinte para que o legislador restrinja o direito fundamental. Isto é o que chamamos de Reserva Legal, se subdividindo em:
(i) Reserva Legal Simples trata da autorização para restrição sem imposição de condicionantes. Não é dito como deverá ser feita a elaboração (conteúdo, matéria e especificações) e limitação pela lei, como os Incisos XV e XVIII, Artigo 5º da Carta Magna.
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
(ii) Reserva Legal Qualificada é a autorização para limitações desde que observadas determinadas condições impostas pelo constituinte. Exemplos de Reserva Legal Qualificada são o artigo 5º, Incisos XII e XIII (diz respeito a qualificação técnica do indivíduo, onde o mesmo deve prestar o Exame da Ordem para demonstrar seu conhecimento jurídico), onde a própria CF diz como será a lei qualificadora desse limite. A liberdade do legislador será menordiante de Reservas Legais qualificadas.
 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;  
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;   
OBS: A Reserva Legal significa Reserva de Lei do Parlamento, alegando que apenas as hipóteses legislativas (leis, e não decretos ou resoluções) do Artigo 59 da CF/88 poderão cumprir a autorização do constituinte.
-Limitações Implícitas: São aquelas que não aparecem diretamente no texto constitucional, tampouco há autorização para o legislador, mas que os conflitos entre normas constitucionais são entendidos como limites aos Direitos Fundamentais. 
 Dois casos tratados pelo STF servem de exemplo para limitações implícitas; o Caso Ellwanger (Habeas Corpus 82424) onde ao Ellwanger alegar em seus livros que a perseguição aos judeus e o Holocausto nunca existiram, sendo uma farsa, o MP/RS o processou por racismo, onde o STF reconheceu a existência de uma limitação implícita da liberdade de expressão, não englobando o racismo, de acordo com o Inciso XLII, Artigo 5º; e o caso da Vaquejada, onde o STF alegou um limite (tratamento cruel dos animais) ao Direito à Cultura no Artigo 225, Parágrafo 1º, Inciso VII.
ÁREA DE REGULAMENTAÇÃO X ÁREA DE PROTEÇÃO - Área de Regulamentação é a porção da vida que a norma busca regulamentar, regulamentando a liberdade de associação (englobando também as associações ilícitas e que tem caráter militar). 
 Área de Proteção é o bem da vida efetivamente protegido pelo Direito Fundamental, onde as associações para fins ilícitos e de caráter militar estão fora da Área de Proteção, que protege e resguarda apenas as associações lícitas e que não possuem caráter militar. Toda vez que a norma estiver fora da Área de Proteção não haverá limitação a ser controlada.
Há hipóteses em que a área de proteção e a área de regulamentação coincidem, como por exemplo no Inciso XIV do Artigo 5º da CF/88, que protege a Liberdade à Informação, não determinando o tipo de informação que deve ser protegido.
IV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;   
LIMITES DOS LIMITES (SCHRANKEN – SCHRANKEN)
-Observância do Núcleo Essencial do Direito Fundamental: A restrição ao direito fundamental, ainda que constitucionalmente admitida, será inconstitucional quando violar o núcleo essencial daquele Direito Fundamental. O STF adotou a Teoria Relativa do Núcleo Essencial para reconhecer que este núcleo será definido em caso concreto. A restrição dos Direitos Fundamentais não torna uma medida inconstitucional, mas sim a violação/abolição de um Direito Fundamental por uma medida.
 A proibição de progressão de regime para os crimes hediondos, por exemplo, viola o núcleo essencial do Direito Fundamental, tornando o direito fundamental (Princípio da Individualização da Pena) inexistente para o mesmo indivíduo, sendo isso uma limitação inconstitucional. Pode-se restringir e estabelecer processos mais rigorosos a progressão de regime, mas não proibir a progressão de regime (Posição do STF). O Exame da Ordem é outro exemplo de limitação constitucional que não viola o Direito do livre ofício.
-Princípio da Proporcionalidade: Ao submetermos as limitações ao Princípio da Proporcionalidade, devemos analisá-lo diante dos subprincípios: 
 (i) Subprincípio da Adequação, que é a análise dos meios e dos fins da restrição (como o Exame da OAB ter por finalidade provar a capacitação do exercício da advocacia), procurando descobrir se a limitação é capaz de atender a sua finalidade. A finalidade de toda limitação é assegurar todo e qualquer direito fundamental e valor constitucional;
 (ii) Subprincípio da Necessidade, que é a comparação das diversas formas de restrição para descobrir que aquela adotada é de fato a menos prejudicial ao direito fundamental limitado (escolher entre Exame da Ordem ou Exame da Ordem + 10 anos de exercício assistenciado para a qualificação do indivíduo);
 (iii) Subprincípio da Proporcionalidade em Sentido Estrito, que é quando a limitação será admitida tão somente quando trouxer mais benefícios do que as desvantagens provocadas.

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