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Evolução histórica das políticas de Alimentação e Nutrição

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO 
Disciplina: Nutrição em Saúde Pública 
Profª: Fernanda Pinto Tavares 
 
 Como analisar e compreender o que 
existe atualmente organizado como 
Política de Alimentação e Nutrição? 
 
ORGANIZAÇÃO 
DO SETOR 
PERFIL 
EPIDEMIOLÓGICO 
(SAÚDE-NUTRIÇÃO) 
CENÁRIO POLÍTICO 
E ECONÔMICO – 
BRASIL/MUNDO 
EVOLUÇÃO 
HISTÓRICA 
• EMERGÊNCIA DAS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO (1930-1964) 
 
• A QUESTÃO ALIMENTAR DURANTE O REGIME 
MILITAR (1964-1984) 
 
• AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA 
“NOVA REPÚBLICA” (1985 - ...) 
 
 
• Estudo da nutrição até início do séc. XX – determinação do valor 
calórico dos alimentos; metabolismo dos nutrientes (micro); 
relação com doenças 
Brasil: modelo econômico agrário extrativista – 
exportação de matéria-prima (DEMANDAS DO 
MERCADO EXTERNO) 
ABORDAGEM BIOLOGICISTA 
• FIM DA I GUERRA 
 
 
 
 
SOBERANIA NACIONAL 
SEGURANÇA 
ALIMENTAR 
Intensificação das investigações – valor nutritivo, 
métodos de preservação e distribuição de alimentos 
• Desenvolvimento da dietética 
• Aplicação da questão alimentar na medicina social 
1ª Greve geral - 1917 
 
1ª Guerra - DEMANDAS DO MERCADO EXTERNO → alimentos 
básicos 
 
Brasil (urbano) – escassez de alimentos e alta dos preços 
Início do século XX: início da industrialização no Brasil (Rio-São Paulo) 
• 1918 – Comissariado de 
Alimentação Pública (controlar 
estoques e tabelar preços dos 
alimentos) 
• 1ª intervenção pública no setor de 
alimentação no Brasil 
 
(1930-
1944) 
Crise mundial dos anos 30 
Militância dos nutrólogos 
Populismo de Getúlio Vargas 
Primeiros instrumentos para 
política social de alimentação 
e nutrição no Brasil 
Autarquias (açúcar e álcool, café, mate, trigo, sal,...) 
Equilíbrio mercados interno e externo e 
garantia de preço aos produtores 
Desestruturação da agricultura cafeeira 
↑ Produção e oferta de alimentos básicos 
Manutenção de parcela da população no 
campo 
1932 - Rio de Janeiro – criada 
pelo Profº Annes Dias a 1ª 
cátedra de Nutrição da 
Faculdade de Medicina da 
Universidade do Brasil (modelo 
social de Pedro Escudero) → 
Josué de Castro 
• 1932 – São Paulo – Profº 
Moura Campos inicia 
pesquisas experimental 
laboratorial na Faculdade de 
Medicina (atual USP) – sob 
influência norte-americana 
Bases para o desenvolvimento da Ciência da Nutrição no Brasil: 
criação dos primeiros núcleos especializados em nutrologia 
1933 – Casa Grande e Senzala (Gilberto 
Freire) 
 VERTENTE 
SOCIAL 
 VERTENTE 
BIOLÓGICA (OU 
TÉCNICA) 
 predomínio das doenças da 
pobreza (DIP): 
• doenças infecciosas 
• parasitárias 
• deficiências nutricionais, 
etc 
 aparecimento das doenças 
da modernidade: 
• doenças do coração 
• neoplasias 
• acidentes 
• violência 
Início da transição demográfica: envelhecimento da população. 
JUSTIÇA DO TRABALHO 
Instituição do Salário 
Mínimo (1938) 
CLT – Consolidação das 
Leis Trabalhistas (1943) 
Carteira Profissional 
Semana de 48h de trabalho 
Férias remuneradas 
1932 – Inquérito “Condições de vida 
das classes operárias no Recife” – 
Josué de Castro (Departamento 
Estadual de Saúde) 
Resultados divulgados em 1935 
Inquéritos semelhantes PE, RJ, SP. 
 
1937/1938 – Pesquisa que deu base ao 
salário-mínimo (Rio de Janeiro – 
Departamento Nacional de Saúde 
Pública) 
1939 – Comissão de Abastecimento: regular produção e comércio 
de alimentos, drogas, material de construção e combustíveis – 
impedir alta dos preços (esforço de guerra) → criação de 
restaurantes populares e incentivo e apoio à produção agrícola. 
 
1939 – Serviço Central de Alimentação (vinculado ao Instituto de 
Aposentadorias e Pensões dos Industriários) 
1940 – Serviço de Alimentação da Previdência Social (Saps) – 
Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio (segurados dos IAPs) Restaurantes Populares 
Postos de subsistência 
Educação Nutricional 
Cursos de treinamento e 
formação de recursos humanos 
Pesquisas na área 
1943 – Formação da 1ª turma do curso 
técnico de nutrição do Saps 
 
Decreto-Lei nº 5443 de 30 de abril de 1943 
Criação de cursos técnicos e profissionais na 
área de Nutrição 
1943 – Conferência de Hot Springs (EUA) – produção, 
consumo e distribuição de alimentos 
FAO/ONU (Organização das 
Nações Unidas para 
Agricultura e Alimentação) - 
1945 
Brasil: 
 
1940 – Sociedade Brasileira de Alimentação (SBA) 
1943 – Serviço Técnico de Alimentação Nacional (STAN) 
1944 – Instituto Técnico de Alimentação (ITA) 
1945 – Comissão Nacional de Alimentação (CNA) 
1946 – Instituto Nacional de Nutrição (INN) Promoção do crescimento 
científico da Nutrição 
Formação de recursos 
humanos 
Avaliação do estado 
nutricional da população 
Governo Vargas – avanços para população assalariada 
(indústria) → eixo sul do país 
Governo Gaspar Dutra (1946-1950) – Plano SALTE (Saúde, 
Alimentação, Transporte e Energia) 
Pouco efetivo, menor espaço da alimentação 
na esfera pública. 
Destaques: 
• criação do INN (1946), incorporado à 
Universidade do Brasil 
• II Conferência Latino-Americana da FAO 
(1950) 
Josué de Castro – presidente do evento (base 
para sua carreira na FAO – diretor de 1952 a 1956) 
DÉCADA DE 50 – GUERRA FRIA (CAPITALISTAS X SOCIALISTAS) 
Brasil assume apoio oficial ao bloco capitalista – a partir do governo de 
Dutra (rompe relações com a URSS) 
 
Getúlio Vargas (1951-1954) → continuidade das ações do seu governo 
anterior 
Juscelino Kubitschek (1955 – 1960) → pouco espaço para ações de 
alimentação e combate à fome (Plano de Metas – economia) 
Organismos internacionais como a Unicef, FAO 
Programas de Alimentos para a Paz (Usaid) 
Programa Mundial de Alimentos (PMA) e outros 
Ações de assistência técnica à agricultura, de 
ajuda alimentar e de desenvolvimento da 
comunidade. 
Campanha da Merenda Escolar 
Escoamento de 
excedentes dos 
EUA e Canadá 
REVOLUÇÃO 
VERDE 
Governo Jânio Quadros (1961) → revista posição 
política do Brasil em relação ao bloco socialista 
– neutralidade 
 
Governo João Goulart (1961 – março de 1964) → proposição 
das reformas de base (reforma agrária – cadeia alimentar) – 
movimento popular das Ligas Camponesas 
Novas instituições na área do abastecimento: 
 
• Superintendência Nacional do Abastecimento (Sunab) – fiscalização 
• Comissão de Financiamento da Produção (CFP) – administração dos 
estoques reguladores 
• Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem) – estocar 
alimentos 
• Companhia Brasileira de Alimentação (Cobal) – distribuir alimentos 
Ministério da 
Fazenda 
Ministério da 
Agricultura 
• Entreposto Terminal de São Paulo, base da Ceagesp (Companhia de 
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e das outras Centrais de 
Abastecimento 
1967 – controle da recessão economica 
 
1968-1974 – “milagre econômico” 
Década de 60 – esforços de 
modernização da agricultura, política de 
crédito subsidiados 
 
1967-1977 – maiores níveis de 
crescimento da agricultura e pecuária 
REVOLUÇÃO 
VERDE 
Surgimento e expansão das cadeias de supermercados nos centros – 
população mais pobre chegava a pagar 10 a 30% a mais por alimentos 
Cobal e Gemab (Grupo Executivo de Modernização do 
Abastecimento – 1969) – Rede de Abastecimento (47 entrepostos) 
e mais de 100 intalações varejistas (Rede Somar) + outras 
centenas de varejões e sacolões estaduais e municipais(décadas 
de 70 e 80) 
Fim de 1974 – fim do “milagre econômico” – distribuição de renda 
mais concentrada 
 
Década de 70 – crise mundial de alimentos 
Conferência Mundial de Alimentação (Roma, 1974) - 
Difusão do conceito de Segurança Alimentar e 1º registro oficial do 
conceito de Vigilância Nutricional 
I PND (I Plano Nacional de Desenvolvimento) – 1972/1974 
 
1972 – Criado o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição 
(INAN) – vinculado ao Ministério da Saúde – substituiu a CNA na 
formulação da Política Nacional de Alimentação 
Especialistas da Nutrição voltam a ter destaque - 
tecnoburocracia 
1973 – I Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (I Pronan) 
 
1974-1975 – Estudo Nacional de Despesas Familiares (Endef) 
↑ % da população com consumo abaixo do recomendado 
↑ % de desnutrição em crianças e adultos 
Condições de saúde continuam críticas: doenças 
infecciosas, acidentes de trabalho, fome, desnutrição e 
doenças carenciais. 
 
Predomínio das doenças da modernidade e presença 
ainda das DIP (dupla carga de doenças), excesso de 
peso em mulheres. 
II PND (II Plano Nacional de Desenvolvimento) – 1975/1979 
 
II Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (II Pronan) – 1975/1984 
Inan: planejar, propor e executar as ações de alimentação e nutrição 
Atuação junto à oferta e demanda de alimentos em 3 
frentes: 
• Suplementação alimentar 
• Racionalização dos sistemas de produção e 
comercialização dos alimentos 
• Atividades de complementação e apoio 
• Volta do destaque da questão nutricional à agenda pública 
• Incluía componentes inovadores, atendendo às recomendações da 
FAO/OMS de política alimentar e nutricional em perspectiva mais ampla 
(produção e consumo de alimentos, além de utilização biológica – 
educação alimentar e suplementação dos grupos vulneráveis comum à 
década de 50) 
II Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (II Pronan) 
Suplementação alimentar: 
 
1. Programa de Nutrição em Saúde (PNS) – Ministério da Saúde: 
distribuição de alimentos in natura pela rede de saúde (gestantes, 
nutrizes e menores de 7 anos de famílias com até 2 SM) 
 
2. Programa de Complementação Alimentar (PCA) – Ministério da 
Previdência e Assistência Social/Legião Brasileira de Assistência 
(LBA): distribuição de alimentos associada às ações de saúde 
(gestantes, nutrizes e crianças de 6 a 36 meses de famílias com até 
2 SM) 
 
3. Campanha Nacional de Alimentação Escolar – Ministério da 
Educação e Cultura (escolares de 7 a 14 anos) 
 
4. Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) -1976 – Ministério do 
Trabalho 
 (trabalhadores até 5 SM) 
Época de defasagem salarial e restrição 
à organização dos trabalhadores 
II Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (II Pronan) 
Racionalização dos sistemas de produção e comercialização dos 
alimentos (ênfase no estímulo ao pequeno produtor): 
 
1. Projeto de Aquisição de Alimentos em Áreas de Baixa Renda 
(Procab): zonas rurais nordestinas 
 
2. Programa de Abastecimento de Alimentos Básicos em Áreas de 
Baixa Renda (Proab): periferias nordestinas 
Coordenados pelo Inan e executados pela Cobal e 
Secretarias Estaduais de Saúde e Agricultura 
Principal estratégia do II Pronan de redistribuição de renda (prática → paliativo) 
Relevante mas não conseguiu alcançar resultados desejados : 
- instabilidade financeira do projeto; 
- capital de giro insuficiente para formar estoques específicos para o Proab; 
- produtos não mantiveram sempre diferencial significativo em relação ao mercado 
habitual 
II Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (II Pronan) 
Atividades de complementação e apoio (coordenadas pelo Inan): 
 
1. Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno (Piam) 
2. Programa de Incentivo e Combate às Carências Nutricionais 
Específicas (anemia, hipovitaminose A, bócio e cárie dental): 
enriquecimento de alimentos de uso habitual 
3. Programa Nacional de Controle das Doenças Diarreicas (PNCDD) 
4. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan): em caráter 
experimental 
5. Fomento a estudos e pesquisas 
6. Capacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos 
7. Desenvolvimento de infraestrutura de distribuição de alimentos 
1979 – não aprovação do III Pronam: continuidade das ações do II Pronam 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
Governo José Sarney (1985-1989) 
Continuaram (1985): 
 
Proab 
PAT 
PCA 
PNS → Programa de Suplementação Alimentar (PSA) 
Campanha Nacional da Merenda Escolar → Programa Nacional de 
Alimentação Escolar (PNAE) 
Atividades de complementação e apoio 
coordenadas pelo Inan 
Novo: 
 
Programa de Abastecimento Popular (PAP) – 
Ministério da Agricultura e Cobal: ampliação 
do Proab à população de regiões 
metropolitanas não nordestinas. 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
 
Programa Nacional do Leite para Crianças Carentes (PNLCC) – 
Secretaria Especial de Ação Comunitária/Presidência da 
República – “tíquetes Sarney” – 1 l de leite tipo C 
Últimos anos do governo Sarney (1987-1989): 
 
Proab 
PAP 
PAT 
PCA 
PSA 
PNAE 
PNLCC 
Atividades de complementação e apoio (Prevenção e Combate 
às Carências Nutricionais Específicas; Incentivo ao Aleitamento 
Materno e Sisvan) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
1989 – Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
Governo Fernando Collor (1990 -1992): 
 
Inicio da abertura econômica do país 
Quase todos os programas de alimentação e nutrição foram 
progressivamente extintos 
 
Continuaram: 
PNAE (atendimento de cerca de 30 dias/ano) 
PAT 
 
PCA → Programa de Apoio Nutricional (PAN) e Centros de Atenção ao 
Desnutrido (CAD) 
 
Novo: 
Programa de Distribuição de Cestas Básicas (“Minha Gente” ou “Gente 
da Terra”) 
 
1990 - Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – Cobal + CFP + 
Cibrazem (programas gradativamente reduzidos até extinção em 1997) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
Governo Itamar Franco (1993 -1994): 
 
 Ação da cidadania contra a fome, a miséria e pela vida (Betinho) 
→ Segurança Alimentar 
 CONSEA 
 I Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 
(1994) → “Diretrizes para uma Política Nacional de Segurança 
Alimentar – as Dez Prioridades” 
- Programa Leite é Saúde (leite em pó + óleo de soja) + ações de 
saúde – descentralização e focalização 
- Descentralização da merenda escolar (municípios e escolas) 
- Programa de Distribuição Emergencial de Alimentos (Prodea), a 
partir do Minha Gente/Gente da Terra (famílias atingidas pela seca) 
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002): 
 
 Priorização da estabilização econômica (retração das políticas 
sociais) 
 1995: CONSEA → Conselho Consultivo do Comunidade Solidária 
(Casa Civil) 
 Programa Comunidade Solidária (municípios prioritários) → 
Agenda Básica de intervenções (Ministérios da Saúde, Educação, 
Desporto, Agricultura e Abastecimento, Planejamento e Orçamento, 
Trabalho) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
- Potencialização do gerenciamento dos programas existentes: PNAE, 
PAT, programas de combate às carências nutricionais específicas, 
Prodea, Programa Leite é Saúde (Programa de Combate às Carências 
Nutricionais – PCNN, e depois Incentivo de Combate às Carências 
Nutricionais – ICCN) e Sisvan. 
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002): 
 
 1996 - Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) 
 1996 - Cúpula Mundial de Alimentação: institui o DireitoHumano 
à Alimentação Adequada 
 1997 - Inan → Atan → CGPAN (Coordenação Geral da Política 
de Alimentação e Nutrição) – Departamento de Atenção Básica da 
Secretaria de Assistência à Saúde. 
 1998 - criação do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e 
Nutricional (FBSAN) – sociedade civil organizada 
 1999 (2º mandato) – Programa Comunidade Solidária → 
Programa Comunidade Ativa e Projeto Alvorada 
 1999 - Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002): 
 
 2000 – Declaração do Milênio (Nova York, ONU) – 8 objetivos, 18 
metas e 48 indicadores de progresso → 1º objetivo: Erradicação da 
pobreza extrema e da fome 
 2001 – Inovações: implementação de programas federais de 
renda mínima → Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à 
Saúde (Bolsa Alimentação) e Programa Nacional de Renda Mínima 
vinculado à Educação (Bolsa Escola) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
- Continuaram: PNAE, PAT e os programas sob responsabilidade da 
CGPAN: Controle da Hipovitaminose A, Anemia Ferropriva e Distúrbios 
por Deficiência de Iodo, Promoção da Alimentação Saudável, Sisvan e o 
Bolsa Alimentação (substituiu o ICCN). 
- Extinto: Prodea 
Governo Luís Inácio Lula da Silva (2003 – 2010): 
 
• 2003 - CONSEA 
• 2003 - PROGRAMA FOME ZERO (Projeto Fome Zero – 
DHAA) 
• 2004 - II CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAN 
• 2006 - LOSAN: SISAN (Lei 11.346) 
• 2006 - Diretrizes para Política Nacional de Agricultura 
Familiar (Lei 11.326) 
• 2007 - III CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAN 
 
• Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar e 
Combate à Fome (Mesa) e Ministério de Assistência 
Social → 2004: Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome (MDS) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
 
 
 
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL 
 
CONCEITO: 
 
CONSISTE NA REALIZAÇÃO DO DIREITO DE TODOS AO ACESSO 
REGULAR E PERMANENTE A ALIMENTOS DE QUALIDADE, EM 
QUANTIDADE SUFICIENTE, SEM COMPROMETER O ACESSO A 
OUTRAS NECESSIDADES ESSENCIAIS, TENDO COMO BASE 
PRÁTICAS ALIMENTARES PROMOTORAS DE SAÚDE, QUE 
RESPEITEM A DIVERSIDADE CULTURAL E QUE SEJAM 
AMBIENTAL, CULTURAL, ECONÔMICA E SOCIALMENTE 
SUSTENTÁVEIS. 
 
 
Lei 11.346, de 15 de setembro de 2006 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
 
 
 
PROGRAMA FOME ZERO 
 
EIXOS ESTRATÉGICOS: 
 
 FORTALECIMENTO DA AGRICULTUTA 
FAMILIAR 
 AMPLIAÇÃO DO ACESSO AOS ALIMENTOS 
 PROMOÇÃO DA GERAÇÃO DE EMPREGO E 
RENDA 
 ARTICULAÇÃO E MOBILIZAÇÃO DAS 
ENTIDADES GOVERNAMENTAIS E NÃO 
GOVERNAMENTAIS 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
AMPLIAÇÃO DO ACESSO AOS ALIMENTOS : 
 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA 
 
Bolsa Família 
BOLSA 
ALIMENTAÇÃO 
BOLSA 
ESCOLA 
CARTÃO 
ALIMENTAÇÃO 
AUXÍLIO 
GÁS 
 MP n° 132, de 20 
outubro de 2003. 
 Lei n° 10.386, de 9 de 
janeiro de 2004. 
PETI 
Portaria n° 666, de 28 
de dezembro de 2005. 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
ALÍVIO 
IMEDIATO 
DA POBREZA 
FORTALECIMENTO 
DE DIREITOS 
NAS ARÉAS 
DE SAÚDE 
E EDUCAÇÃO 
AÇÃO 
INTEGRADA E 
INTERSETORIAL 
DOS GOVERNOS 
E SOCIEDADE 
CIVIL 
AMPLIAÇÃO DO ACESSO AOS ALIMENTOS : 
 
- PNAE, PAT, Sisvan 
- Alimentos a grupos populacionais específicos 
- Programa de construção de cisternas 
- Restaurantes Populares 
- Bancos de Alimentos 
- Agricultura urbana/ Hortas comunitárias 
- Distribuição de Vitamina A (Vitamina A+) 
- Distribuição de Ferro (Saúde de Ferro) 
- Alimentação e nutrição de povos indígenas 
- Educação alimentar, nutricional e para consumo 
- Alimentação saudável/ Promoção de hábitos saudáveis 
- Desoneração da Cesta Básica de Alimentos 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
• Programa Nacional de Fortalecimento da 
Agricultura Familiar (Pronaf) 
• Garantia-Safra 
• Seguro da Agricultura Familiar 
• Programa de Aquisição de Alimentos da 
Agricultura Familiar (PAA) 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
Governo Luís Inácio Lula da Silva (2003 – 2010): 
 
• Crise mundial de alimentos (2008-2009) e crise 
econômica (2008-2009...) 
 
• Desastres naturais 
 
• 2009 – Roma: Cúpula Mundial de Segurança Alimentar e 
Nutricional 
 
• 2009 – Relatório da FAO : ↑ número de famintos no mundo 
 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
Brasil – pouco afetado → consegui alcançar 1º objetivo do milênio 
(redução pela metade da extrema pobreza de 1990 – de 25,6% para 4,8% 
em 2008) 
Governo Dilma Roussef (2011 – ...): 
 
• Continuidade das ações do Governo Lula 
 
• 2011 - Plano Brasil sem miséria (população em extrema 
pobreza) – Brasil Carinhoso 
 
• 2011 – IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional 
 
• 1º Plano Nacional de SAN (2012/2015) – Plano Plurianual 
 
• 2ª Pnan (Política Nacional de Alimentação e Nutrição) 
 
AS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO NA “NOVA REPÚBLICA” 
• TAVARES, FCLP; LEAL, VS. História das Políticas e 
Programas de Alimentação e Nutrição no Brasil. In: 
TAVARES, FCLP; LEAL, VS. Evolução da Política e 
dos Programas de Alimentação e Nutrição no Brasil: 
de Josué de Castro à Política Nacional de 
Segurança Alimentar e Nutricional. 2012. 
 
• ARRUDA, BKG; ARRUDA, IKG. Políticas de 
Alimentação e Nutrição no Brasil: breve enfoque 
dos delineamentos conceituais e propositivos. In: 
TADDEI, JA; LANG, RMF; LONGO-SILVA, G; 
TOLONI, MHA. Nutrição em Saúde Pública. 
 
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