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Histórico da Nutrição Experimental

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Histórico da Nutrição Experimental
Aspectos históricos da 
pesquisa com animais
Pitágoras (582-500 aC) pensava que a amabilidade para com todas as criaturas não-humanas era um dever. 
Hipócrates (c450 aC) já relacionava o aspecto de órgãos humanos doentes com o de animais, com finalidade claramente didática.
Os anatomistas Alcmaeon (500 aC), Herophilus (330-250 aC) e Erasistratus (305-240 aC) realizavam vivissecções animais com o objetivo de observar estruturas e formular hipóteses sobre o funcionamento associado às mesmas. 
Posteriormente, Galeno (129-210 dC), em Roma, foi talvez o primeiro a realizar vivissecção com objetivos experimentais, ou seja, de testar variáveis através de alterações provocadas nos animais .
No século 17, o filósofo René Descartes (1596-1650 dC) acreditava que os processos de pensamento e sensibilidade faziam parte da alma. Como na sua concepção os animais não tinham alma, não havia sequer a possibilidade de sentirem dor.
A primeira pesquisa científica que utilizou animais sistematicamente.
O filósofo inglês Jeremy Benthan, em 1789, no cap. XVII de seu livro, lançou a base para a posição atualmente utilizada para a proteção dos animais.
Darwin possibilitou a extrapolação dos dados obtidos em pesquisas com modelos animais para seres humanos.
Claude Bernard utilizou o cachorro de sua própria filha para dar aula aos seus alunos, e em resposta a isso, sua esposa fundou a primeira associação para a defesa dos animais de laboratório.
A primeira lei a regulamentar o uso de animais em pesquisa foi proposta no Reino Unido, em 1876, através do British Cruelty to Animal Act.
A primeira sociedade protetora dos animais foi criada na Inglaterra, em 1824 com o nome de Society for the Preservation of Cruelty to Animals. Em 1840, foi assumida pela Rainha Vitória, recebendo a denominação de Real Sociedade. Em 1845 foi criada na França a Sociedade para a Proteção dos Animais. Em anos posteriores foram fundadas sociedades na Alemanha, Bélgica, Áustria, Holanda e Estados Unidos.
A primeira publicação norte-americana sobre aspectos éticos da utilização de animais em experimentação foi proposta pela Associação Médica Americana em 1909. 
Em 1959, o zoologista William M.S. Russell e o microbiologista Rex L. Burch publicaram um livro , onde estabeleceram os três “Rs” da pesquisa em animais: Replace, Reduce e Refine. Esta proposta não impede a utilização de modelos animais em experimentação, mas faz uma adequação no sentido de humanizá-la.
A UNESCO, em reunião realizada em Bruxelas, em 27 de janeiro de 1978, estabeleceu a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Neste documento estão lançados os grandes temas de discussão sobre este assunto.
No Brasil, a lei 6.638, de 08 de maio de 1979, estabeleceu as normas para a prática didático-científica da vivissecção de animais.
Em 1986, a lei inglesa foi atualizada, porém preservando todo o seu corpo doutrinário. Foram publicadas novas normas técnicas para os procedimentos que envolvam animais em projetos de pesquisa.
Em 1996 foram apresentados no Brasil vários projetos de lei estabelecendo novas normas para as pesquisas com animais, sem que qualquer um deles tenha sido aprovado, até o presente momento.
Retrospectiva da ciência de animais de laboratório
Entre as várias espécies de ratos existentes, a usada em pesquisas científicas é a Rattus norvegicus, que teve a sua origem na Ásia e chegou à Europa, no século XVIII, entre 1728 e 1730, e nos Estados Unidos, em 1775. Esse rato é considerado o primeiro animal a ser domesticado com propósitos científicos.
O primeiro trabalho de pesquisa realizado com o Rattus norvegicus, para estudar os efeitos da adrenalectomia, foi feito na França, em 1856. 
Nos Estados Unidos, o trabalho inicial foi um estudo de neuroanatomia, em 1890.
Foram os animais desse trabalho que deram origem à famosa linhagem usada no mundo todo, até os dias de hoje, a chamada linhagem Wistar, nome do mais antigo Instituto de Pesquisa dos Estados unidos, na Filadélfia.
O fato de uma mesma linhagem ser usada em vários laboratórios é importante porque permite a repetição de um mesmo experimento, em diferentes
 centros de pesquisa no mundo,
 mas com o mesmo material
 experimental.
Em 1906, Donaldson começou a padronizar a linhagem que se tornaria conhecida e usada no mundo todo com o nome de ratos Wistar.
É exatamente pelo enorme e mais completo conhecimento adquirido sobre a biologia do rato e as inúmeras informações científicas e dados vitais, que esse animal se presta, de uma forma quase insubstituível, para a pesquisa científica de todos os males que afetam a saúde do homem. Seu maior parceiro nesta prestação de serviços é, sem dúvida, o camundongo.
Entre 1915 e 1920, dois membros do staff da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Joseph Long, do Departamento de Zoologia, e Herbert Evans, do Departamento de Anatomia, iniciaram um programa de pesquisa em colaboração, produzindo, entre outros resultados, uma nova linhagem conhecida pelo nome de ratos Long-Evans. Essa linhagem deve ser originaria do cruzamento de fêmeas Wistar com um macho híbrido de origem desconhecida. 
O Bussey Institution for Applied Biology foi muito importante para o desenvolvimento do biotério e possuía pesquisadores tanto na área animal, quanto na vegetal, especialmente sobre a genética do milho. Essa instituição foi criada em 1908, quando foi para lá o professor Willian Enest Castle (1867-1962), um dos primeiros dos Estados Unidos, quem sabe do mundo, a estudar a genética animal, em especial de roedores.
Os camundongos são mais utilizados do que ratos em pesquisas, dependendo do experimento. A espécie mais utilizada é o Mus músculo, camundongo suíço, criados por japoneses e chineses, que também modificavam geneticamente a cor da pelagem e outras características. Eram muito procurados para serem criados como animal de estimação .
Um grande marco das ciências biológicas foi o trabalho sobre a reprodução animal e a circulação do sangue, que foi publicado em 1616 por William Harvey (1578-1657), que realizava experimentos e foi o precursor dos estudos da fisiologia animal.
Joseph Priestley (1733-1804), creditado por descobrir o oxigênio, fez experimentos com camundongos que provam que os vegetais purificam o ar poluído pelo animal, fornecendo oxigênio pela fotossíntese. 
Um terceiro trabalho realizado por Antoine Lavoisier (1743-1794) em 1774, que usou camundongos em estudos de fisiologia da respiração. 
O uso institucional de camundongos nas pesquisas só teve início no começo do século XX, por causa de algumas condições como a redescoberta das leis de Mendel, em 1900, que desencadeou muitas pesquisas. Outro fator foi o grande interesse em torno da pesquisa sobre o câncer.
Miss Abbie E. C. Lanthrop no início do seculo XX fornecia roedores para os geneticistas do Instituto Bussey. Em uma de suas remessas foram os ratos com tumores, que em seguida foram usados em estudos sobre o câncer.
Transplantavam tumores entre linhagens, porém o material era rejeitado, perdendo todo o experimento. Para que isso não ocorresse foram produzidas linhagens isogênicas pelo processo de endocruzamento. 
Clarende Cook Little (1881-1971)., fundador em 1929, do Roscoe B. Jackson Memorial Laboratory in Bar Habor, no Maine, e seu Diretor Geral, foi o primeiro a reconhecer a importância dessa linhagem. 
O Jackson Laboratory foi um importante centro para estudo de genética de mamíferos, que fornecia animais tanto para laboratórios dos Estados Unidos, quanto para os de fora.
Foi Little quem produziu as linhagens DBA (diluted, Brown, non agouti), a C57BL/6, C57BR e a C57L. 
A linhagem BALB/c foi produzida por E.C. Mac Dowell, em um centro de pesquisa em Cold Spring Harbor. 
Bibliografia
http://www.bioetica.ufrgs.br/animhist.htm 
Retrospectiva da ciência de animais de laboratório (LAPCHIK, V.B.V., MATTARAIA, V.M.G, KO, G.M. Cuidados e Manejo de Animais de
Laboratório. Ed. Atheneu, São Paulo, 2009).
Daniela Michaello
Ellen Souza
Gabriela Magalhães
Juliana Andrade
Letícia Olímpia
Maiara Borges
Tatiane Pontes
Thaysa Aguiar
NUTRICÃO EXPERIMENTAL
Graduação em Nutrição

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